sábado, 31 de agosto de 2013

“A VOLTA DO JESUS REVOLUCIONÁRIO”




A Revista ÉPOCA publicou em seu site em 23/08/2013 um artigo comentando o lançamento de um novo livro: Zealot: the life and times of Jesus of Nazareth — Zelote: a vida e os tempos de Jesus de Nazaré — do iraniano Reza Aslan.

Livros sobre Jesus são frequentes, porque as pessoas sentem-se intrigadas por ele, mas não querem saber de nenhum tipo de compromisso sério com o próprio nem com seus ensinamentos. O artigo da ÈPOCA, escrito por Rodrigo Turrer, vale à pena ser lido por todos. O artigo é bom, já as opiniões do autor do livro, apesar dos seus 20 anos de estudos sobre a cristandade são pífias e tolas, típicas de gente que leu muito acerca de Jesus, mas que leu muito pouco a Bíblia. Por esse motivo estamos publicando o mesmo abaixo:

A volta do Jesus revolucionário

RODRIGO TURRER

Um novo livro afirma que o Jesus pacifista foi uma invenção dos evangelistas e sugere que, na vida real, ele foi mais um Che Guevara que uma Madre Teresa de Calcutá

AGITADOR Jesus expulsa os vendilhões do templo. Um novo livro diz que ele não defendia a paz, mas a espada (Foto: Rischgitz/Getty Images)
AGITADOR Jesus expulsa os vendilhões do templo. Um novo livro diz que ele não defendia a paz, mas a espada (Foto: Rischgitz/Getty Images)

Livros sobre Jesus são garantia de polêmica e publicidade. Tornaram-se uma mina de ouro editorial e um fecundo filão acadêmico. Todo ano publicam-se dezenas de obras e estudos que tentam iluminar algum aspecto da vida de Jesus. Nas listas de mais vendidos, sucedem-se os livros com “revelações” sobre o pai do cristianismo. O mais novo best-seller é: Zealot: the life and times of Jesus of Nazareth (Zelote: a vida e os tempos de Jesus de Nazaré), do iraniano Reza Aslan, um estudioso de religiões e professor de escrita criativa na Universidade da Califórnia. O livro, lançado há um mês nos Estados Unidos, lidera há três semanas a lista de mais vendidos do The New York Times e da Amazon. Desbancou até recordistas de vendas como a britânica J.K.Rowling. Em 2014, Zealot será lançado no Brasil.

Aslan e seu livro ascenderam aos céus do mercado editorial depois de uma polêmica entrevista na rede de televisão americana Fox News, com grande audiência entre os cristãos fundamentalistas dos Estados Unidos. Na entrevista de quase dez minutos, a âncora Laura Green questionou duramente Aslan. Perguntou sucessivamente a ele se tinha direito, por ser muçulmano, de escrever um livro sobre Jesus. Diante do preconceito da inquisidora, Aslan argumentou que escreveu o livro como acadêmico com doutorado e especializações em história das religiões e 20 anos de estudo das origens do cristianismo. O quiproquó contribuiu para as vendas aumentarem quase 50%.

Eis a tese defendida por Aslan no livro: Jesus, ao contrário do que prega a Igreja Católica, não foi um pacifista que, diante da violência, “oferecia a outra face” e amava os inimigos. Segundo Aslan, Jesus foi um revolucionário, cujo objetivo principal era expulsar os romanos da Judeia, criar um reino de Deus na Terra e assumir seu trono. Ele recupera com novas cores uma antiga versão de cristianismo – em voga nos anos 1960 graças à Teologia da Libertação, que misturava cristianismo com marxismo. Era um Jesus mais para Che Guevara do que para Madre Teresa de Calcutá. “Ele era um zelote revolucionário, que atravessou a Galileia reunindo um exército de discípulos para fazer chover a ira de Deus sobre os ricos, os fortes e os poderosos”, escreve Aslan no começo de seu livro. Zelote é uma palavra derivada do aramaico. Significa “Alguém que zela pelo nome de Deus”. Outra possível tradução para o termo é fervoroso, ou mesmo fanático. Sua origem está ligada ao movimento político judaico que defendia a rebelião do povo da Judéia contra o Império Romano. Os zelotes pretendiam expulsar os romanos pela força.

Segundo Aslan, Jesus compartilhava algumas das ideias igualitárias dos zelotes e, assim que se estabeleceu numa vila de pescadores em Cafarnaum, começou a procurar seus discípulos “entre aqueles que se viram lançados à margem da sociedade, cujas vidas tinham sido interrompidas pelas mudanças sociais e econômicas que ocorriam por toda a Galileia”. Na interpretação de Aslan, entre seus discípulos recolhidos nas franjas da sociedade da época, Jesus, como muitos revolucionários, tornou-se amado não apenas por seus ensinamentos, mas pelo carisma. “Ele era visto como alguém com autoridade, mas, ao contrário dos escribas inacessíveis e dos sacerdotes ricos, parecia um homem do povo, uma dádiva de Deus.”
Em Zealot, o ponto central da vida de Jesus não é seu nascimento nem sua Ressurreição, mas o Domingo de Ramos, um acontecimento mencionado nos quatro Evangelhos canônicos (Marcos, Mateus, Lucas e João). Nesse episódio, Jesus entra em Jerusalém de forma triunfal, montado num jumento. O povo comemora sua entrada sob gritos de Hosana, canta partes de um salmo e jogam ramos de árvores à sua frente. “Mais do que qualquer outra palavra ou ação, sua entrada em Jerusalém ajuda a revelar quem era Jesus e o que ele quis dizer”, diz Aslan. “Um camponês analfabeto entra em Jerusalém e é o tão aguardado Messias – o verdadeiro rei dos judeus –, que veio para libertá-los da escravidão.”

POLÊMICA Reza Aslan (acima). Ao lado, ele discute com a âncora da Fox News, Laura Green. Ela achou estranho que ele, por ser muçulmano, escrevesse um livro sobre Jesus (Foto: Bret Hartman/For The Washington/Getty Images e reprodução)
POLÊMICA Reza Aslan (acima). Ao lado, ele discute com a âncora da Fox News, Laura Green. Ela achou estranho que ele, por ser muçulmano, escrevesse um livro sobre Jesus (Foto: Bret Hartman/For The Washington/Getty Images e reprodução)

A prova de que Jesus pretendia livrar os judeus do jugo romano pelas armas está, segundo Aslan, na passagem do Evangelho de Mateus em que Jesus diz a seus apóstolos: “Não penseis que vim trazer paz à Terra; não vim trazer paz, mas a espada”. Ao dizer isso, Jesus demonstra ser um “adorador do sangrento Deus de Abraão, Moisés, Jacó e Josué”. Logo, Jesus passa das palavras à ação. Ao chegar ao Templo de Jerusalém, para a Páscoa Judaica, se enfurece com a visão de centenas de pessoas vendendo, comprando e trocando moedas no local sagrado. Com um chicote na mão, Jesus expulsa os que ali vendiam e compravam, derruba as mesas dos cambistas e acusa os comerciantes de profanar o local de culto e de mercantilizar a fé.

Para Aslan, o episódio revela todos os “segredos messiânicos” de Jesus. “Atacar o comércio do templo era uma ofensa semelhante a atacar a nobreza clerical, o que, considerando a emaranhada relação do templo com Roma, era o mesmo que atacar o próprio Império”, escreve. Com esse gesto, Jesus diz, no entender de Aslan, que a terra sagrada não pertencia a Roma, mas a Deus, e era hora de César devolvê-la ao verdadeiro rei dos judeus – ele mesmo. Diante disso, afirma Aslan, Jesus se torna um personagem “tão radical, tão perigoso, tão revolucionário que a única resposta concebível para Roma seria prendê-lo e executá-lo por insurreição”. Como era o mais grave dos crimes contra o Império Romano, a punição foi também a mais severa: a crucificação.

Se Jesus foi de fato um revolucionário, como se deu sua conversão num pacifista humilde, que ensina a amar a todos, até ao inimigo? Foi, diz Aslan, obra dos Evangelhos canônicos e das epístolas de Paulo de Tarso, escritas depois da crucificação, no período em que a perseguição aos judeus e aos primeiros cristãos se intensificou. Receosos de ser vistos como insurgentes, os primeiros seguidores do cristianismo quiseram se afastar do fervor revolucionário de Jesus. “Assim começou o longo processo de transformar Jesus de um revolucionário nacionalista judeu num líder espiritual desinteressado de questões terrenas”, diz Aslan. Como judeu, Jesus se rebelaria contra qualquer noção de que Deus pudesse encarnar num humano. Por isso, a ascensão de Jesus a divindade surgiu quase 30 anos após a crucificação, pelas mãos de “judeus cristãos” que, na tentativa de evitar as perseguições do Império, “transformaram o Jesus revolucionário num semideus romanizado”. Foi dessa maneira que Paulo criou a religião universal, sem distinção entre as pessoas, que três séculos depois conquistou o Império Romano e se espalhou pelo mundo.

JESUS EM ARMAS Um grafite na Venezuela mostra Jesus com um fuzil.  Ele virou símbolo revolucionário (Foto: Miguel Gutierrez/AFP)
JESUS EM ARMAS Um grafite na Venezuela mostra Jesus com um fuzil.  Ele virou símbolo revolucionário (Foto: Miguel Gutierrez/AFP)

As teses de Aslan reacenderam uma acalorada discussão acadêmica acerca de Jesus. Há décadas, duas vertentes do estudo de sua vida se digladiam. Uma delas tenta desvendar o “Jesus histórico”: quem foi Jesus de Nazaré, antes de ele se transformar no Filho de Deus, cultuado pelos cristãos. A outra está mais interessada no “Cristo da fé”, o Jesus da religião. A busca pelo Jesus da história, desvinculado da divindade, começou com o alemão Herman Samuel Reimarus (1694-1768). Ele foi o primeiro de uma série de escritores a condenar os dogmas religiosos que, na sua visão, embaçavam a compreensão do cristianismo.

Apesar dos esforços de teólogos e filósofos, a primeira busca foi em vão: pouco se revelou sobre o Jesus histórico. No século XX, os teólogos alemães Martin Dibelius e Rudolf Bultmann começaram uma segunda busca. Definiram critérios objetivos para separar o que era histórico do que não era nos relatos bíblicos. A ideia era encontrar o real Jesus, despindo-o dos mitos a ele acoplados por seus discípulos nos Evangelhos. Para muitos, porém, a segunda leva de pesquisas continuou a revelar mais sobre os pesquisadores do que sobre Jesus.

A terceira onda de busca do Jesus histórico ressurgiu com intensidade no começo do nosso século, com livros, filmes e programas de TV. Ela é basea­da em métodos históricos e racionais, incluindo a análise crítica dos Evangelhos, a pesquisa arqueológica e o estudo do contexto histórico e cultural em que Jesus viveu. Como a busca pelo Jesus histórico se atém ao racionalismo e nega a existência dos milagres, ela costuma ser rechaçada pelos defensores do Cristo da fé. As críticas vêm tanto de teólogos ligados à tradição dos Evangelhos, defensores dos milagres como sustentáculo do cristianismo, como dos filósofos que rejeitam o materialismo e a ideia de que tudo na existência pode ser descrito pelas ciências naturais.

Ao reavivar as teses do Jesus revolucionário, Aslan conseguiu um feito: foi criticado por ambas as vertentes. “Aslan usou demais suas habilidades de professor de escrita criativa e ignorou seus estudos históricos”, afirma Stephen Prothero, professor de história do cristianismo na Universidade de Boston. “O livro de Aslan é uma litania de erros, todos causados pelo fato de ele aceitar premissas que não existiam para reforçar suas teses.” De fato, sobram certezas definitivas no livro de Aslan, que passa ao largo de quase todas as infindáveis controvérsias a respeito da vida de Jesus. Teria ele nascido em Belém? Aslan garante que ele nasceu em Nazaré. Por que Jesus saiu de Nazaré e foi para a Judéia pela primeira vez? Aslan deixa nas entrelinhas que era para se juntar aos zelotes revolucionários. Jesus era um profeta inovador e único? Aslan afirma que nos tempos de Jesus havia um candidato a Messias em cada figueira e oliveira da antiga Palestina. Quem eram os evangelistas? Para Aslan, eram seguidores de Jesus que se reuniram em comunidades a partir do ano 70 d.C.

De onde vêm todas as certezas de Aslan? Das mesmas fontes que ele critica. “Aslan diz que os Evangelhos não são uma fonte confiável, mas se lambuza neles quando quer reforçar suas teses de um Cristo revolucionário”, afirma o teólogo Martin Goodman, professor de história romana em Oxford. “O problema não é ele ser muçulmano ou ser iraniano. O problema é que ele usa uma tese ultrapassada e desacreditada como se fosse uma verdade absoluta.” A entrevista na Fox News provou, portanto, ter sido muito útil para Aslan. Ele escreve de modo fluente e coloquial sobre complexas discussões acadêmicas e transforma densos emaranhados filosóficos em narrativas emocionantes. Mas seu livro apenas prova como é difícil cingir a compreensão do cristianismo à história de um personagem de traços tão fugidios como Jesus.

O artigo da ÉPOCA poderá ser visto no original por meio desse link aqui:


Como falamos acima o autor do artigo nos fez um grande favor ao colocar algumas opiniões de pessoas que entendem a narrativa bíblica melhor que o autor do livro.

É bom que se diga que tolos como Aslam existem desde o século XIX, quando impulsionados pelo iluminismo, muitos se aventuraram a descobrir um “Jesus histórico” que seria diferente do Jesus da Fé. Todos os argumentos desde Hermann Samuel Reimarius, e passando por Hase, Schleiermacher, David Strauss, Albert Schweitzer, Bauer, Ernest Renan e outros, incluindo aqui mesmo no Brasil o sr. Rubens Sodré, já foram amplamente respondidas na literatura disponível.

Para todos os que tiverem interesse em conhecer a verdade sugerimos a leitura dos seguintes livros:

0. A Bíblia Sagrada — procure uma tradução de verdade e não uma paráfrase e dê preferência por ler uma Bíblia sem notas.

1. O Texto do Novo Testamento de Kurt e Barbara Aland — Sociedade Bíblica do Brasil — 2013.

2. Novas Evidências que Demandam um Veredito — Volumes 2 e 2 — Josh McDowell — Editora Hagnos — 2013.

3. Evangelização na Igreja Primitiva — Michael Green — Edições Vida Nova — 2000.

4. Teologia do Novo Testamento — George Eldon Ladd — Exodus Editora — 1997.

5. Em Defesa de Jesus — Lee Strobel — Editora Vida — 2002.

6. A Cruz de Cristo — John Stott — Editora Vida — 1991.

7. Arqueologia, História e Sociedade na Galiléia — O Contexto Social de Jesus e dos Rabis — Editora Paulus — 2000.

8. Cristo, o Senhor — A Reforma e Senhorio da Salvação — Editora Cultura Cristã — 2000.

9. Os Desafios de Jesus — N. T. Wright — Editora Palavra — 2012.

10. Jesus — Uma Defesa Bíblica da Sua Divindade — Josh McDowell e Bart Larson — Editora Candeia — 1990.

11. Movimentos Messiânicos no Tempo de Jesus — Jesus e outros Messias — Donizete Scardelai — _Paulus — 1998.

12. Jesus e o Império — Richard A. Horsley — Paulus — 2004.

13. A Vida Diária nos Tempos de Jesus — Henri Daniel-Rops — Edições Vida Nova — 1999.

14. Jerusalém no Tempo de Jesus — J. Jeremias — Edições Paulinas — 1983.

Creio que a literatura acima deve ser suficiente. Se alguém desejar mais é só nos escrever.

Grande Abraço e que Deus possa abençoar a todos.

Alexandros Meimaridis

PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no facebook através do seguinte link:


Desde já agradecemos a todos.

JOSÉ COMO TIPO DE CRISTO — GÊNESIS 37:3-4 - Estudo 005


José e Jacó

Essa é uma série cujo propósito é estudar, com profundidade, a vida de José como um Tipo do Senhor Jesus Cristo. No final de cada estudo você irá encontrar links para outros estudos. A Série tem o título Geral de: José como Tipo de Cristo.

IV. José o “Filho Amado” de Seu Pai — Gênesis 37:3—4.

Ora, Israel amava mais a José que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica talar de mangas compridas. Vendo, pois, seus irmãos que o pai o amava mais que a todos os outros filhos, odiaram-no e já não lhe podiam falar pacificamente – Gênesis 37:3—4.

O nascimento de José foi um momento de grande triunfo para Jacó. Ele finalmente conseguiu ter um filho com Raquel — a mulher que ele amava —

Gênesis 29:18—20

18 Jacó amava a Raquel e disse: Sete anos te servirei por tua filha mais moça, Raquel.

19 Respondeu Labão: Melhor é que eu ta dê, em vez de dá-la a outro homem; fica, pois, comigo.

20 Assim, por amor a Raquel, serviu Jacó sete anos; e estes lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava.

mesmo já estando bem avançado em anos. Tudo no nascimento de José era motivo de felicidade —

Gênesis 30:22—25

22 Lembrou-se Deus de Raquel, ouviu-a e a fez fecunda.

23 Ela concebeu, deu à luz um filho e disse: Deus me tirou o meu vexame.

24 E lhe chamou José, dizendo: Dê-me o SENHOR ainda outro filho.

25 Tendo Raquel dado à luz a José, disse Jacó a Labão: Permite-me que eu volte ao meu lugar e à minha terra.

Mas Jacó teve outro filho com Raquel — Benjamim — mas o nascimento dessa  criança custou a vida da própria Raquel, portanto, Jacó não tinha os mesmos motivos de alegrar-se nele como tinha em José —
Gênesis 35:16—18

16 Partiram de Betel, e, havendo ainda pequena distância para chegar a Efrata, deu à luz Raquel um filho, cujo nascimento lhe foi a ela penoso.

17 Em meio às dores do parto, disse-lhe a parteira: Não temas, pois ainda terás este filho.

18 Ao sair-lhe a alma (porque morreu), deu-lhe o nome de Benoni; mas seu pai lhe chamou Benjamim.

Raquel chamou a criança de בֶּן־אוֹנִי Ben_`Owniy – que quer dizer: filho do meu sofrimento. Mas Jacó mudou o nome do menino para בִנְיָמִין Binyamiyn – cujo significado é: filho da mão direita.

 
Túnica Talar

O amor de Jacó por José era um amor excessivo pelo que mencionamos acima e certamente, Jacó estava ciente dos conflitos familiares que aquela situação de favoritismo gritante poderia gerar. Jacó conhecia de primeira mão o triste resultado de divisão familiar que uma atitude como aquela poderia causar. Independente de tudo isso, Jacó foi em frente em sua demonstração de tratamento preferencial por José.

Nesse processo Jacó aplicou suas habilidades como um alfaiate e produziu para José uma túnica talar de mangas compridas. O texto não descreve com precisão do que exatamente se tratava quando falamos dessa vestimenta. O conceito de que se tratava de uma túnica de várias cores é emprestado da LXX – Septuaginta que é versão das Escrituras Hebraicas para o grego – onde o tradutor usou a expressão grega χιτω̂να ποικίλον chitôna poikílon — túnica multicolorida. A expressão hebraica diz apenas כְּתֹנֶת פַּסִּים kethoneth paqiym – i.e., uma túnica comprida o suficiente para cobrir as mãos, ou que pelo menos se estendia até os pulsos, bem como os pés.

Essa túnica feita com suas próprias mãos era a maior prova do profundo amor que Jacó nutria por José. A importância da túnica é inegável e todos entendiam muito bem o significado da mesma. Seus irmãos odiavam a mesma —

Gênesis 37:23

Mas, logo que chegou José a seus irmãos, despiram-no da túnica, a túnica talar de mangas compridas que trazia.

Foi essa mesma túnica que os irmãos de José usaram para afligir o velho pai e fazê-lo pensar que José estivesse morto —

Gênesis 37:30—33

30 E, voltando a seus irmãos, disse: Não está lá o menino; e, eu, para onde irei?

31 Então, tomaram a túnica de José, mataram um bode e a molharam no sangue.

32 E enviaram a túnica talar de mangas compridas, fizeram-na levar a seu pai e lhe disseram: Achamos isto; vê se é ou não a túnica de teu filho.

33 Ele a reconheceu e disse: É a túnica de meu filho; um animal selvagem o terá comido, certamente José foi despedaçado.

Essa é a última vez que a túnica é mencionada provando que, a partir daquele momento, tornou-se proibido falar-se daquele assunto na presença de Jacó. Sua dor pela perda do filho amado era algo que angustiava profundamente a alma de Jacó —

Gênesis 37:34—35

34 Então, Jacó rasgou as suas vestes, e se cingiu de pano de saco, e lamentou o filho por muitos dias.

35 Levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas, para o consolarem; ele, porém, recusou ser consolado e disse: Chorando, descerei a meu filho até à sepultura. E de fato o chorou seu pai.

Tudo isso tornava a mentira de seus irmãos mais inominável ainda.

Não existem proporções para podermos mensurar o amor que Deus, o Pai, sentia pelo seu próprio Filho uma vez que amor deles é celestial e eterno, enquanto o amor de Jacó por José era temporal e terreno. No livro de provérbios — Provérbios 8:1—9:12 – encontramos uma longa passagem onde a Sabedoria é um tipo do Senhor Jesus Cristo e em Provérbios 8:22, 30 nós podemos ler acerca do relacionamento de amor íntimo e profundo que existia entre Deus, o Pai e Seu Filho, o Verbo Eterno de Deus. O amor de Jacó ilustra, de forma limitada é verdade, o amor do Pai Eterno pelo Seu Filho. Quando o Filho assumiu a forma humana ele foi saudado pelo Pai com essas palavras: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo — ver Mateus 3:17.
  
A mesma manifestação de contentamento paternal, também pode ser ouvida quando Jesus subiu com seus discípulos ao monte Tabor, onde aconteceu a chamada “transfiguração” do Senhor Jesus. Naquela ocasião, os que estavam ali com Cristo, ouviram as seguintes palavras: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi — Mateus 17:5.

Atendendo a um pedido de Jesus o Pai se manifestou ainda uma terceira vez conforme podemos ler em João 12:28 — “Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu: Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei”. Como isso aconteceu no meio de uma quantidade considerável de pessoas, alguns acharam que haviam ouvido um trovão. Outros que, provavelmente, entenderam o que foi dito acharam que um anjo tivesse falado com Jesus —

João 12:29

A multidão, pois, que ali estava, tendo ouvido a voz, dizia ter havido um trovão. Outros diziam: Foi um anjo que lhe falou.

Após completar sua missão sobre a terra, o Pai ressuscitou o Filho dentre os mortos e o exaltou nos lugares celestiais de uma forma extraordinária e única, como podemos ler em Filipenses 2:9—11 –

Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.  

A vitória de Cristo sobre a morte foi tão gloriosa que o Pai lhe concedeu o privilégio, não apenas de sentar-se à direita da majestade das alturas —

Hebreus 1:3

Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas.

mas concedeu-lhe o direito de sentar-se no próprio trono do Pai. Como nós estamos Em Cristo, nós também iremos desfrutar do privilégio de nos assentarmos com Cristo, em Seu próprio trono —

Apocalipse 3:21

Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.

Continua....

OUTROS ESTUDOS ACERCA DE JOSÉ COMO TIPO DE CRISTO

Estudo 001 — José como Tipo De Cristo — Introdução

Estudo 002 — José como Tipo De Cristo — A Infância de José

Estudo 003 — José como Tipo De Cristo — Os Irmãos e Os Nomes de José

Estudo 004 — José como Tipo De Cristo — José Como Pastor dos Seus Irmãos

Estudo 005 — José com Tipo De Cristo — José Como o Filho Amado de Seu Pai

Estudo 006 — José com Tipo De Cristo — Jesus, o Filho e Deus Pai

Estudo 007 — José com Tipo De Cristo — José e a Túnica Talar de Distinção

Estudo 008 — José com Tipo De Cristo — O Ódio que os Irmãos de José Tinham Dele

Estudo 009 — José com Tipo De Cristo — José era Odiado por Causa de Suas Palavras

Estudo 010 — José com Tipo De Cristo — José Estava Destinado a Um Futuro Extraordinário

Estudo 011 — José com Tipo De Cristo — José Antecipa Sua Glória Futura

Estudos 012 e 013 — José como Tipo de Cristo — José Sofre nas Mãos de Seus Irmãos e Vai a Busca Deles a Pedido de Jacó

Estudos 014 e 015 — José como Tipo de Cristo — José Busca Fazer o Bem a Seus Irmãos, e É Enviado De Hebrom Para a Região de Siquém

Estudo 016 — José como Tipo de Cristo — José Vai Até a Região de Siquém

Estudos 017 e 018 — José como Tipo de Cristo — José se Torna um Viajante Errante Nos Campos e Campinas da Palestina

Estudos 019 — José como Tipo de Cristo — A Conspiração contra José

Estudos 020 — José como Tipo de Cristo — As palavras de José são Desacreditadas

Estudos 021 e 022 — José como Tipo de Cristo — José é Insultado e Humilhado e José é Lançado num Poço

Estudos 023 e 024 — José como Tipo de Cristo — José é Retirado Vivo do Poço e Os Irmãos de José Misturam Ódio com Hipocrisia

Estudos 025 e 026A — José como Tipo de Cristo — José é Vendido por Seus Irmãos e o Sangue de José é Derramado

Estudos 026B — José como Tipo de Cristo — O Futuro de Israel Profetizado em Gênesis 38

Estudos 027 e 028 — José se Torna um Servo — Jose se Torna Próspero

Estudos 029 — O Senhor de José Estava Muito Feliz com Ele

Estudos 030 — José Como Servo Foi Uma Bênção Para os Outros

Estudos 031 — José Era Uma  Pessoa Consagrada aos Outros

Estudos 032 — José Foi Duramente Tentado, Mas Resistiu à Tentação

Estudos 033 — José Foi Acusado Falsamente

Estudos 034 — José Não Tentou Se Defender das Falsas Acusações

Estudos 035 — José Sofreu nas Mãos dos Gentios

Estudo 036 e 37 — José Ganha o Reconhecimento do Carcereiro e José Foi Numerado com outros Transgressores.

Estudo 038 — José Como Instrumento de Bênção e de Condenação.
Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no facebook através do seguinte link:


Desde já agradecemos a todos. 

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

IGREJA MUNDIAL DO PODER DE DEUS É CONDENADA NA JUSTIÇA DO TRABALHO



De acordo com notícia publicada no site COAD NOTÍCIAS, a Igreja Mundial do Poder de Deus comandada pelo falso mestre Valdemiro Santiago foi condenada, em segunda instância, a indenizar um ex-funcionário por tratá-lo como: BURRINHO, MACAQUINHO E JEGUE.

Esse belo exemplo de falta de civilidade e absoluta falta de consideração e amor cristão foi desculpado pelos advogados da IMPD como “brincadeiras”.

Segue o artigo original publicado no site do COAD.

Direito do Trabalho

Igreja Mundial do Poder de Deus é condenada por assédio moral

Burrinho, macaquinho e jegue. Era assim que um empregado da Igreja Mundial do Poder de Deus era constantemente chamado pelo bispo responsável pela igreja e por outros pastores. Contratado como editor de vídeo, o empregado chegou a exercer também a função de supervisor do programa do bispo e sofria essas ofensas sempre que havia um imprevisto ou algum erro na produção do programa.

Os fatos foram confirmados por testemunhas, que contaram que o bispo ria e achava graça da situação. Ainda de acordo com as testemunhas, o reclamante chegou a ser colocado sem trabalhar, durante três dias, na cozinha do estabelecimento. Para a 2ª Turma do TRT-MG, que acompanhou o voto do desembargador Anemar Pereira Amaral, o assédio moral ficou plenamente caracterizado, justificando a reparação por parte do empregador. Por esse motivo, a sentença que julgou procedente o pedido de indenização formulado pelo reclamante foi confirmada pelos julgadores. No entanto, o valor fixado em 1º Grau foi reduzido para R$ 15 mil.

Em seu recurso, a ré negou que tivesse praticado qualquer ato ofensivo à honra do reclamante. Segundo alegou, no máximo, havia brincadeiras comuns a um ambiente de trabalho descontraído. Mas esses argumentos não foram acatados pelo relator. Com base nas declarações das testemunhas, ele ponderou que as "brincadeiras" relatadas não condizem com a atmosfera de respeito e dignidade que deve existir no ambiente de trabalho. Conforme explicou o magistrado, a conivência do empregador com a situação é o suficiente para justificar a condenação. No caso do processo, ainda mais, já que chefe participava das brincadeiras ofensivas.

"A figura do assédio moral se caracteriza pela conduta abusiva do empregador ao exercer o seu poder diretivo ou disciplinar, atentando contra a dignidade ou integridade física ou psíquica de um empregado, ameaçando o seu emprego ou degradando o ambiente de trabalho, expondo o trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras. Existindo prova de tais fatos nos autos, é devida a respectiva indenização reparadora", constou da ementa do voto.

O desembargador esclareceu, ainda, que o dano, no caso, é presumido. Ou seja, a vítima não precisa provar o dano em si, mas apenas a prática do ato ofensivo. Nesse caso, deve ser considerado, como parâmetro, o homem médio. "A expressão 'dano moral' não mais se restringe à sua concepção original ligada ao aspecto subjetivo, à ideia de dor, sofrimento, angústia, bastando o aspecto objetivo da lesão, identificado na violação da órbita jurídica do lesado como projeção de sua dignidade", explicou o relator.

Portanto, entendendo que a igreja vulnerou valores humanos do trabalhador protegidos pela Constituição Federal, a Turma de julgadores considerou devida a indenização por dano moral.

Processo: 0000788-40.2012.5.03.0016 RO

FONTE: TRT-3ª Região

O artigo original pode ser visto por meio do link abaixo:


É uma vergonha que alguém que se diz representante de Deus, seja condenado na justiça dos homens, justamente, por assédio moral e tratamento abusivo sob a alegação de “brincadeira”.

Para meditar quanto a defesa apresentada pela IMPD:

Provérbios 26:18—19

18 Como o louco que lança fogo, flechas e morte,

19 assim é o homem que engana a seu próximo e diz: Fiz isso por brincadeira.

Grande Abraço e que Deus possa abençoar a todos.

Alexandros Meimaridis

PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte link:


Desde já agradecemos a todos.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Gênesis - Estudo 010 - - A Criação - Parte 9 — O SEGUNDO E O TERCEIRO DIA



Resultado de imagem para criação de deus
Este estudo é parte de uma Análise do Livro do Gênesis. Nosso interesse é ajudar todos os leitores a apreciarem a rica herança que temos nas páginas da História Primeva da Humanidade. No final de cada estudo o leitor encontrará direções para outras partes desse estudo 

O Livro do Gênesis
O Princípio de Todas as Coisas

בְּרֵאשִׁית בָּרָא אֱלֹהִים אֵת הַשָּׁמַיִם וְאֵת הָאָרֶץ 
            Eretz   ha  ve-et  Hashamaim  et      Elohim        Bará     Bereshit
            Terra   a      e        céus       os        Deus         criou   princípio No
Gênesis 1:1

Continuação do Estudo Anterior

C. O Segundo Dia –

E disse Deus: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e águas. Fez, pois, Deus o firmamento e separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez. E chamou Deus ao firmamento Céus. Houve tarde e manhã, o segundo dia — Gênesis 1:6—8.

Após a luz ter sido separada das trevas e do primeiro dia ter acontecido, o mesmo foi sucedido pelo segundo dia. Nesse dia o Criador criou uma divisão no meio da massa caótica de água — naquilo que foi chamado de תְהוֹם tehom — o abismo em Gênesis 1:2. Esta מַבְדִּיל mabeddiyl — separação foi chamada por Deus de - רָקִיעַ raquiyafirmamento e serviu para separar a água que envolvia o planeta em duas partes. O firmamento corresponde a esta expansão que nós chamamos de céu e que a ciência moderna chama de atmosfera — camada de ar que envolve a Terra e que tem a aparência “azulada” devido à presença de oxigênio na mesma. Assim, Deus separou as águas que cobriam a terra em duas partes: a primeira foi mantida sobre a superfície da terra que continuava completamente imersa em água; a segunda foi colocada acima do firmamento como um “cinturão” em volta da terra.

 
Atmosfera

D. O Terceiro Dia –

Disse também Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim se fez. À porção seca chamou Deus Terra e ao ajuntamento das águas, Mares. E viu Deus que isso era bom. E disse: Produza a terra relva, ervas que dêem semente e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim se fez. A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo a sua espécie e árvores que davam fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom. Houve tarde e manhã, o terceiro dia — Gênesis 1:9—13.

O trabalho desse terceiro dia se dividiu em duas partes que estão intimamente relacionadas:
1. Em primeiro lugar Deus ordenou que as águas abaixo do firmamento i.e., as águas que continuavam sobre a superfície da terra, se ajuntassem de tal maneira que uma parte sólida e seca pudesse aparecer. Esta parte não mais coberta pelas águas foi chamada de יַּבָּשָׁה yabbashah — porção seca. De que maneira as águas foram ajuntadas? Teria sido pelo afundamento de certas partes da crosta terrestre ou pela elevação da porção seca de dentro das águas? Não sabemos, pois a Bíblia não nos informa como este processo aconteceu. Nossa melhor opção é pensar que foi uma combinação das duas coisas, depressão e elevação, mencionadas acima. Mesmo assim não possuímos nenhuma explicação física de como estas coisas aconteceram. A descrição poética desse ato da criação como encontramos no Salmo 104:1—9 e, especialmente, no verso 8 também não pode ser utilizada para nos dizer, exatamente, como Deus causou o ajuntamento das águas e o surgimento da porção seca. Mas vale à pena citarmos a Salmo textualmente:

 
Pangeia

Salmos 104:1—9

1 Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! SENHOR, Deus meu, como tu és magnificente: sobrevestido de glória e majestade,

2 coberto de luz como de um manto. Tu estendes o céu como uma cortina,

3 pões nas águas o vigamento da tua morada, tomas as nuvens por teu carro e voas nas asas do vento.

4 Fazes a teus anjos ventos e a teus ministros, labaredas de fogo.

5 Lançaste os fundamentos da terra, para que ela não vacile em tempo nenhum.

6 Tomaste o abismo por vestuário e a cobriste; as águas ficaram acima das montanhas;

7 à tua repreensão, fugiram, à voz do teu trovão, bateram em retirada.

8 Elevaram-se os montes, desceram os vales, até ao lugar que lhes havias preparado.

9 Puseste às águas divisa que não ultrapassarão, para que não tornem a cobrir a terra –.

Esta parte, agora completamente seca, foi chamada de אֶרֶץ eretz – terra que é a mesma palavra utilizada para descrever o planeta Terra como um todo também.

O mar

O lugar onde as águas foram ajuntadas abaixo do firmamento foi chamado de יַמִּים yammim – mares, que literalmente é um plural de majestade e não se refere a um plural numérico. Existia somente um e enorme mar que circundava a porção seca por todos os lados. Esse é o aspecto que dá a impressão ao Salmista — linguagem poética — que a terra i.e., a porção seca, está fundada ou estabelecida sobre os mares —

Salmos 24:1 – 2

1 Ao SENHOR pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam.

2 Fundou-a ele sobre os mares e sobre as correntes a estabeleceu.

Assim temos que terra e mar são os dois principais elementos que constituem o globo terrestre e que a separação dos mesmos concluiu a formação do nosso planeta. A expressão hebraica יַמִּים yammim — mares inclui também os rios que correm para o mar, bem como os lagos que são vistos como pequenos destacamentos ou fragmentos do próprio mar. Uma vez nominados — terra e mares — estes dois elementos que constituem nosso planeta, recebem o carimbo de aprovação de Deus, o que os torna permanentes.

Resultado de imagem para florestas 
Florestas     

2. O segundo ato criador de Deus neste terceiro dia, que é o revestimento da porção seca com relva, ervas e árvores frutíferas está, como mencionamos, intimamente relacionado com o primeiro ato. Em resposta ao mandamento de Deus, a terra produziu imediatamente דֶּשֶׁא deshe — relva ou vegetação; עֵשֶׂב eseb — ervas ou plantas; e עֵץ פְּרִי etz peryi — árvores frutíferas que incluem as árvores das quais se extraem a madeira como os cedros ou os pinheiros. Essas três classes descrevem toda a variedade de espécies produzidas pelo reino vegetal. A primeira palavra דֶּשֶׁא deshe descreve todo tipo de grama nova, erva verde, vegetação etc., como o que lemos em.

Resultado de imagem para relva 
Relva

Salmos 23:2a

Ele me faz repousar em pastos verdejantes.

 
Milharal
A segunda palavra עֵשֶׂב eseb descreve todas as plantas herbáceas — planta que tem a consistência e o porte de erva[1] e que incluem o milho e todos os legumes, além dos tubérculos e das folhas comestíveis. A terceira expressão עֵץ פְּרִי etz peryi — árvores frutíferas inclui todas as árvores frutíferas, todos os arbustos e todas as árvores das quais extraímos a madeira. Essas são todas as árvores que produzem frutos em cujos se encontram as devidas sementes. A expressão עַל־הָאָרֶץ yal ha eretz – sobre a terra, não deve ser emendada à expressão “árvores frutíferas”, como se estas fossem superiores e as únicas a produzir seus frutos “sobre a terra”. Na realidade a expressão “sobre a terra” indica que tudo o que foi produzido pela mesma teve o propósito de servir como ornamento e cobertura para a própria terra. Tanto as árvores frutíferas como as ervas e as gramas brotaram da terra, cada uma conforme a sua própria espécie, trazendo consigo mesmas o poder de produzir frutos com suas respectivas sementes, visando à própria multiplicação e a propagação da sua própria espécie.

Árvores 

O texto bíblico deixa claro que, ao comando de Deus, a terra, em um ato contínuo, produziu como um verdadeiro milagre, “relva, ervas e árvores frutíferas” já maduras e prontas para florir e iniciar o processo de multiplicação. A própria terra foi utilizada por Deus como um meio na criação das plantas, uma vez que lemos que foi Deus quem ordenou dizendo: “produza a terra”. Essa última expressão serve para aniquilar por completo o conceito ou a noção de que exista uma tal de “mãe natureza”, que age de maneira independente e a quem nós devemos honrar e respeitar. Nós devemos respeitar a natureza apenas como resultado da nossa compreensão que foi Deus quem a criou e por este motivo ela é boa e não deve ser destruída e sim aproveitada sem ser, todavia, explorada à exaustão. A natureza terrestre é como todo o resto do universo, fruto do poder onipotente de Deus onde as árvores são chamadas à existência antes mesmo que suas sementes existissem ou tivessem a chance de se expandirem gradualmente sob a influência dos raios solares e das chuvas! E assim o terceiro dia foi completado.

OUTROS ARTIGOS ACERCA DA INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO

A. O Texto do Antigo Testamento

001 – O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO

002 – A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA

003 – A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 1 = Os Escribas e O Texto Massorético — TM

004 – A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 2 = O Texto Protomassorético e o Pentateuco Samaritano

005 – A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 3 = Os Manuscritos do Mar Morto e os Fragmentos da Guenizá do Cairo

006 - A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 4 = A Septuaginta ou LXX

007 - A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 5 = Os Targuns e Como Interpretar a Bíblia

B. A Geografia do Antigo Testamento

001 – INTRODUÇÃO E MESOPOTÂMIA

002 – O EGITO

003 – A SÍRIA—PALESTINA

C. A História do Antigo Testamento

001 — OS PATRIARCAS DA NAÇÃO DE ISRAEL

002 — NASCE A NAÇÃO DE ISRAEL

003 — A NAÇÃO DE ISRAEL: O REINO UNIDO

004 — O REINO DIVIDIDO E O CATIVEIRO BABILÔNICO

D. A Introdução ao Pentateuco

001 — O PENTATEUCO — PARTE 1 — O QUE É E DO QUE TRATA O PENTATEUCO

002 — O PENTATEUCO — PARTE 2 — OS TEMAS PRINCIPAIS DO PENTATEUCO — PARTE 1

003 — O PENTATEUCO — PARTE 2 — OS TEMAS PRINCIPAIS DO PENTATEUCO — PARTE 2

004 — O PENTATEUCO — PARTE 2 — QUEM ESCREVEU O PENTATEUCO — PARTE 1

005 — O PENTATEUCO — PARTE 3 — QUEM ESCREVEU O PENTATEUCO — PARTE 2

006 — O PENTATEUCO — PARTE 3 — QUEM ESCREVEU O PENTATEUCO — PARTE 3

OUTROS ARTIGOS ACERCA DO LIVRO DE GÊNESIS

001 — Introdução e Esboço

002 — Introdução ao Gênesis — Parte 2 — Teorias Acerca da Criação

003 — Introdução ao Gênesis — Parte 3 — A História Primeva e Sua Natureza

004 — Introdução ao Gênesis — Parte 4 — A Preparação para a Vida Na Terra

005 — Introdução ao Gênesis — Parte 5 — A Criação da Vida

006 — Introdução ao Gênesis — Parte 6 — O DEUS CRIADOR

007 — Introdução ao Gênesis — Parte 7 — OS NOMES DO DEUS CRIADOR, OS CÉUS E A TERRA

008 – Gênesis — A Criação de Deus - Parte 1 – A Criação de Deus Dia a Dia – O Primeiro Dia — Parte 1

009 – Gênesis — A Criação de Deus - Parte 8A – A Criação de Deus Dia a Dia – O Primeiro Dia — Parte 2

010 — Estudo de Gênesis — A Criação de Deus - Parte 9 – A Criação de Deus Dia a Dia – O Segundo e o Terceiro Dia

011 — Estudo de Gênesis — A Criação de Deus — Parte 10 — A Criação de Deus Dia a Dia — O Quarto Dia

012 — Estudo de Gênesis — A Criação de Deus — Parte 11 — A Criação de Deus Dia a Dia — O Quinto Dia

013 — Estudo de Gênesis — A Criação de Deus — Parte 12 — A Criação de Deus Dia a Dia — O Sexto Dia — Parte 1

013A — Estudo de Gênesis — A Criação de Deus — Parte 12A — A Criação de Deus Dia a Dia — O Sexto Dia — Parte 2

014 — Estudo de Gênesis — A Criação de Deus — Parte 13 — Teorias Evolutivas

015 — Estudo de Gênesis — Gênesis 2 — Parte 14 — GÊNESIS 2A

016 — Estudo de Gênesis — Gênesis 2 — Parte 15 — GÊNESIS 2B

017 — Estudo de Gênesis — Gênesis 3 — Parte 16 — GÊNESIS 3A

018 — Estudo de Gênesis — Gênesis 3 — Parte 17 — GÊNESIS 3B

019 — Estudo de Gênesis — Gênesis 3 — Parte 18 — GÊNESIS 3C

020 — Estudo de Gênesis — Gênesis 3 — O Livre Arbítrio — Parte 19

021 — Estudo de Gênesis — Gênesis 3 — O Dois Adãos — Parte 20

022 — Estudo de Gênesis — Gênesis 4 — A Era Pré-Patriarcal e a Mulher de Caim — Parte 21

023 — Estudo de Gênesis — Gênesis 4 — Caim, O Primeiro Construtor de Uma Cidade — Parte 22

024 — Estudo de Gênesis — Gênesis 4 — Caim, Como Assassino e Fugitivo da Presença de Deus — Parte 23

025 — Estudo de Gênesis — Gênesis 4 — Caim, Como Primeiro Construtor de uma Cidade e Pseudo-Salvador da Humanidade — Parte 24

026 — Estudo de Gênesis — Gênesis 4 — A Conclusão Acerca de Caim — Parte 25

027 — Estudo de Gênesis — Gênesis 5 — Sete e outros Patriarcas Antediluvianos — Parte 26

028 — Estudo de Gênesis — Gênesis 6 — A Perversidade Humana, Os Filhos de Deus e as Filhas dos Homens— Parte 27A

029 — Estudo de Gênesis — Gênesis 6 — OS Nefilim e os Guiborim — Os Gigantes e os Valentes — Parte 27B

030 — Estudo de Gênesis — Gênesis 6 — A Maldade do Coração Humano— Parte 27C.

031 — Estudo de Gênesis — Gênesis 6 — A Corrupção Humana Sobre a Face da Terra e Deus Pode se Arrepender? — Parte 27D.

032 — Estudo de Gênesis — Gênesis 6 — Noé e a arca que ele construiu orientado por Deus — Parte 28A.

033 — Estudo de Gênesis — Gênesis 6 — Noé e a arca que ele construiu orientado por Deus — Parte 28B.

034 — Estudo de Gênesis — Gênesis 7 — Noé e a arca que ele construiu orientado por Deus — Parte 29 — O Dilúvio Foi Global Ou Local?

035 — Estudo de Gênesis — Gênesis 8 — A promessa que Deus Fez a Noé e seus descendentes — Parte 30 — Nunca Mais Destruirei a Terra Pela Água

036 — Estudo de Gênesis —  O Valor Perene do Dilúvio para todas as Gerações — PARTE 001

037 — Estudo de Gênesis — O Valor Perene do Dilúvio para todas as Gerações — PARTE 002

038 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 001

039 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 002

040 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 003

041 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 004 — A NATUREZA DA ALIANÇA ENTRE DEUS E NOÉ

042 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 005 — OS FILHOS DE NOÉ — PARTE 001

043 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 006 — OS FILHOS DE NOÉ — PARTE 002 — OS NEGROS SÃO AMALDIÇOADOS?

044 — Estudo de Gênesis — A Aliança de Deus com Noé — PARTE 007 — OS FILHOS DE NOÉ — PARTE 003 — A CONTRIBUIÇÃO DOS FILHOS DE NOÉ PARA A HUMANIDADE

045 — Estudo de Gênesis — A TÁBUA DAS NAÇÕES — PARTE 001 — OS DESCENDENTES DE JAFÉ
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/02/genesis-estudo-045-tabua-das-nacoes.html

Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte link:


Desde já agradecemos a todos.


[1] Planta não lenhosa, cujas partes aéreas vivem menos de um ano, o que limita o seu tamanho, podendo as partes subterrâneas ser vivazes ou exuberantes.