Esse artigo é parte da série
"Amai-vos Uns aos Outros" e é muito recomendável que o leitor procure
conhecer todos os aspectos dos mandamentos nos quais o Senhor nos ordena
demonstrarmos amor uns pelos outros. No final do artigo você encontrará links
para outros estudos dessa série.
VIVENDO A VIDA COMUM DOS SANTOS
DE DEUS
Introdução.
A.
A vida cristã é diferente, muito diferente, de tudo o que existe no mundo.
B.
É tão diferente que, quando a mensagem cristã chegou a Tessalônica — ver Atos
17 — a fama dos cristãos era de que pertenciam a um grupo que havia ἀναστάτοω — anastátoo — transtornado
o mundo. Como foi que os cristãos tinham alcançado tamanha fama?
1.
Foi pela força, impondo mudanças mediante a coerção de poderosos exércitos?
Não! Ver —
Zacarias 4:6
Não por força nem por poder, mas
pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos.
2.
Foi através de uma bem montada máquina de manipulação através de esquemas
mirabolantes, como eram tão comuns nas religiões de mistérios daqueles dias?
Não. Ver —
1 Coríntios 2:1—5
1 Eu, irmãos, quando fui ter
convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de
linguagem ou de sabedoria.
2 Porque decidi nada saber entre
vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.
3 E foi em fraqueza, temor e
grande tremor que eu estive entre vós.
4 A minha palavra e a minha
pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em
demonstração do Espírito e de poder,
5 para que a vossa fé não se
apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus.
C.
A maneira como os cristãos transtornaram o mundo foi pelo poder da Palavra de
Deus, na força do Espírito Santo e na prática do amor para com todas as
pessoas.
D.
Este conjunto de mandamentos de reciprocidade que estamos estudando nesta série
são, em sua essência, responsáveis pela “fama” alcançada pelos cristãos.
1. O amor manifestado em obediência aos
mandamentos de reciprocidade que enfatizam nossas relações interpessoais:
Aceitar, Saudar, Ter o mesmo cuidado, Submeter, Suportar, Confessar Nossos
Pecados e Perdoar.
2. O amor evidenciado em obediência aos
mandamentos de reciprocidade negativos, que são aqueles que nos ensinam como
não devemos tratar uns aos outros: Não Julgar, Não Falar Mal, Não Queixar, Não
Morder e Devorar, Não Provocar, Não Invejar e Não Mentir.
3. O amor expressado em obediência aos mandamentos
que tratam da nossa responsabilidade em Edificar uns aos outros: Edificar,
Instruir, Consolar ou Exortar, Admoestar ou Aconselhar, Falar, Entoar e Louvar.
4. O amor demonstrado em obediência aos
mandamentos de reciprocidade que enfatizam a necessidade que temos de servir
uns aos outros: Servir, Levar as Cargas e Ser Hospitaleiros.
5.
Todos estes mandamentos são muito revolucionários. Quando obedecidos, eles
incomodam o mundo, a ponto dele reagir dizendo que estamos “transtornando o
mesmo”. Prestemos, pois, bastante atenção aos mesmos e nos empenhemos em
obedecê-los.
6.
Nesta última divisão, todavia, nós temos ainda mais dois mandamentos de
reciprocidade a considerar. O primeiro, que iremos ver hoje, nos ensina que nós
precisamos ser...
Benignos
Uns para com os Outros
Introdução
A.
A história de Dorcas, registrada em Atos
9:36—42 ilustra, de forma perfeita, o assunto que
queremos tratar hoje.
Havia em Jope uma discípula por
nome Tabita, nome este que, traduzido, quer dizer Dorcas; era ela notável pelas
boas obras e esmolas que fazia. Ora, aconteceu, naqueles dias, que ela adoeceu
e veio a morrer; e, depois de a lavarem, puseram-na no cenáculo. Como Lida era
perto de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro estava ali, enviaram-lhe dois
homens que lhe pedissem: Não demores em vir ter conosco. Pedro atendeu e foi
com eles. Tendo chegado, conduziram-no para o cenáculo; e todas as viúvas o
cercaram, chorando e mostrando-lhe túnicas e vestidos que Dorcas fizera
enquanto estava com elas. Mas Pedro, tendo feito sair a todos, pondo-se de
joelhos, orou; e, voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te! Ela
abriu os olhos e, vendo a Pedro, sentou-se. Ele, dando-lhe a mão, levantou-a;
e, chamando os santos, especialmente as viúvas, apresentou-a viva. Isto se
tornou conhecido por toda Jope, e muitos creram no Senhor.
B.
A história de Dorcas não precisa de muita explicação. Pelo que podemos ler, ela
era uma mulher que levava à sério os mandamentos de reciprocidade e estava
sempre disposta a ajudar, tinha sempre uma palavra de encorajamento ou louvor
para as outras pessoas. Em resumo, ela era como alguém que não media esforços
ou custo, quando o assunto era ajudar outros cristãos.
I. O Mandamento.
Efésios 4:31—32
Longe de vós, toda amargura, e
cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede
uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros,
como também Deus, em Cristo, vos perdoou.
II. Definição dos Termos:
1. χρηστός —
chrestós
— Descreve alguém que serve, próprio para uso ou útil.
A raiz da palavra benignidade ou ser benigno esta
sustentada pela idéia de ser útil. Ser benigno é o mesmo
que expressar amor e benevolência a outros companheiros da caminhada cristã em
gestos de generosidade, socorro e consideração, mesmo em meio a situações
difíceis e sem esperar nada de volta.
II. Não Exemplo Bíblico
1
Coríntios 11:20—22
Quando,
pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis. Porque, ao
comerdes, cada um toma, antecipadamente, a sua própria ceia; e há quem tenha
fome, ao passo que há também quem se embriague. Não tendes, porventura, casas
onde comer e beber? Ou menosprezais a igreja de Deus e envergonhais os que nada
têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto, certamente, não vos louvo.
III. Benignidade é Algo Que Flui
de Deus Mesmo.
A.
Deus é nosso próprio Exemplo de benignidade
B.
É a benignidade de Deus que nos conduz ao arrependimento —
Romanos 2:4
Ou desprezas a riqueza da sua
bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que
te conduz ao arrependimento?
C.
Deus fez tudo o que era necessário para nos reconciliar consigo mesmo. Por fim,
Ele deu Seu próprio Filho para nos redimir, em um tempo em que nós éramos,
ainda, rebeldes e inimigos —
Romanos 5:6—8
6 Porque Cristo, quando nós ainda
éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.
7 Dificilmente, alguém morreria
por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer.
8 Mas Deus prova o seu próprio
amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda
pecadores.
D.
O apóstolo Pedro nos diz:
1 Pedro 2:1
Despojando-vos, portanto, de toda
maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências,
desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual,
para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação, se é que já tendes
a experiência de que o Senhor é bondoso.
E.
E o Salmista diz:
Salmos 145:8—9
Benigno e misericordioso é o
SENHOR, tardio em irar-se e de grande clemência. O SENHOR é bom para todos, e
as suas ternas misericórdias permeiam todas as suas obras.
IV. Implicações Contidas Neste
Mandamento
A.
Como temos sido objetos da benignidade de Deus é apenas natural, que sejamos
benignos uns para com os outros.
B.
A benignidade é um aspecto do fruto do Espírito – ver Gálatas 5:22. Somente o
Espírito Santo pode produzir em nós uma qualidade como esta.
C.
Nós precisamos nos deixar encher pelo Espírito Santo de Deus se queremos
cumprir este mandamento.
D.
O grau de benignidade que demonstramos para com nossos irmãos e irmãs revela o
grau em que estamos “andando no Espírito” —
Gálatas 5:22—25
22 Mas o fruto do Espírito é:
amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
23 mansidão, domínio próprio.
Contra estas coisas não há lei.
24 E os que são de Cristo Jesus
crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.
25 Se vivemos no Espírito,
andemos também no Espírito.
E.
Uma das qualidades do amor, como apresentadas em 1 Coríntios 13, é que o
verdadeiro amor é benigno. Isto é o mesmo que dizer: o amor não é um conceito abstrato, e sim um ato de
bondade, um ato de generosidade, um ato visando beneficiar alguém em necessidade.
Ser benigno é se dispor a ser útil a alguém.
Conclusão:
A.
Aprendemos a ser benignos com Deus. Ele é nosso exemplo.
B.
Como vimos, Deus manifestou Sua benignidade a nosso favor, mesmo quando éramos
seus inimigos. E Deus continua, até nos dias de hoje, a agir desta maneira e
ele espera o mesmo de nós:
Mateus 5:45—46
Eu, porém, vos digo: amai os
vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do
vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir
chuvas sobre justos e injustos.
Lucas 6:35—36
Amai, porém, os vossos inimigos,
fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso
galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os
ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai.
C. Uma pergunta para os casais: Vocês têm demonstrado a benignidade
bíblica um para com o outro? Ou seja, vocês tem se perguntado “o que eu posso
fazer para ser útil e beneficiar meu cônjuge... logo depois de ter sido
irritado ou magoado pelo mesmo?
D. E vocês pais? Vocês têm sido benignos para com
vossos filhos? E vocês, filhos, tem tido a preocupação de se perguntarem “o que
eu posso fazer que possa ser útil ou benéfico à minha mãe ou pai?
E.
Quando agimos com benignidade de uns para com os outros, o vínculo do amor
comum é fortalecido. Cada um que é tratado com benignidade se sente fortalecido
para fazer o mesmo com outros membros do corpo de Cristo.
F.
Atos de benignidade de uns para com os outros são um poderoso testemunho para
um mundo marcado pelo:
1.
Egoísmo, que é o amor excessivo ao bem próprio, sem consideração aos interesses
alheios.
2.
Egolatria que é o culto de alguém a si mesmo.
3.
Egocentrismo que descreve a atitude que refere tudo ao próprio eu, tomado como
centro de todo o interesse.
G.
Que o Deus que nos trata com benignidade abra nossos olhos e corações para
sermos verdadeiramente benignos uns para com os outros.
OUTROS ESTUDOS ACERCA DA VIDA COMUM DOS SANTOS DE DEUS.
001 — O Custo do Discipulado =
002 — Uma Proposta de Vida =
003 e 004 — Comunhão e Interdependência =
005 — Os Dons espirituais e a Vida Comum =
006 — Discipulado =
007 — O Amor ao Próximo =
008 — Amai-vos uns aos outros — Parte 1 — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS
009 — Amai-vos uns aos outros — Parte 2 — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS
010 — Romanos 15:1—7 — Acolhei-vos Uns aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 3
011 — Romanos 16:16 — Saudai-vos Uns Aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 04
012 — 1 Coríntios 12:24—25 — Tande o Mesmo Cuidado Uns Para Com os Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 05
013 — Efésios 5:18-21 — Sujeitai-vos ou Submetei-vos Uns Aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 06
014 — Efésios 4:1—3 — Suportai-vos Uns Aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 07
015 — Tiago 5:16 — Confessai Vossos Pecados uns Aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 08
016 — Colossenses 3:12—13 — Perdoai uns Aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 09
017 — Romanos 14:13 — Não Julgueis Uns Aos Outros — Parte A — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 10A
018 — Romanos 14:13 — Não Julgueis Uns Aos Outros — Parte B — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 10B
019 — Tiago 4:11 — Não faleis Mal uns dos Outros — AMAI-VOS UNS AOS AOS OUTROS — Parte 11
020 — Tiago 5:9 — Não Vos Queixeis uns dos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 12
021 — Gálatas 5:14—15 — Não Vos Mordais nem Devoreis uns Aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 13
022 — Gálatas 5:25—26 — Não Provoqueis Uns aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 14
023 — Gálatas 5:25—26 — Não Invejeis Uns aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 15
024 — Colossenses 3:9—10 — Não Mintais uns aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 16
025 — Romanos 14:29 e 1 Tessalonicenses 5:11 — Edificar uns aos outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — PARTE 17
026 — Colossenses 3:16 — Instruí-vos Mutuamente — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — PARTE 18
027 — 1 Tessalonicense 5:1 e Hebreus 3:12—13 — Consolai-vos e Exortai-vos Uns aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — PARTE 19
028 — Romanos 15:14 e Colossenses 3:16 — Admoestai-vos ou Aconselhai-vos uns aos outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS – Parte 20 — SERMÃO 028
029 — Efésios 5:18—20 e Colossenses 3:16 — Falando entre vós com... — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS – Parte 21 — SERMÃO 029
030 — Gálatas 5:13—14 — Sede Servos Uns dos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS – Parte 22 — SERMÃO 030
031 — Gálatas 6:2 — Levai as Cargas Uns dos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS – Parte 23 — SERMÃO 031
032 — 1 Pedro 4:7—10 — Sede Mutuamente Hospitaleiros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS – Parte 24 — SERMÃO 032
033 — Efésios 4:31—32 — Sede Benignos Uns Para Com Os Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS – Parte 25 — SERMÃO 033
034 — Tiago 5:16 — Orai Uns Pelos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS – Parte 26 — SERMÃO 034
Grande Abraço e que Deus possa abençoar a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os
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todos.