quinta-feira, 31 de março de 2016

JONATHAN EDWARDS: A AGONIA DE CRISTO — UM ESTUDO — PARTE 010 — APLICAÇÃO 001



O material abaixo é parte de um livro escrito por Jonathan Edwards que foi publicado em forma de e-book por:

Fonte: CCEL.org │ Título Original: “Christ’s Agony”
As citações bíblicas desta tradução são da versão ACRF (Almeida Corrigida Revisada Fiel).
Tradução por Camila Almeida │ Revisão William Teixeira
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A AGONIA DE CRISTO
Por Jonathan Edwards

Lucas 22:44

E, posto em agonia, orava mais intensamente; e o Seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue que corriam até ao chão.

APLICAÇÃO

Grande proveito pode ser obtido a partir da consideração do grande clamor e lágrimas de Cristo, nos dias de Sua carne, de muitas maneiras para nosso benefício.

1. Isso pode nos ensinar de que maneira devemos orar a Deus, não de uma forma fria e descuidada, mas com grande seriedade e comprometimento de espírito, e especialmente quando estamos orando a Deus por coisas que são de infinita importância, tais como bênçãos espirituais e eternas. Tais foram os benefícios pelo que Cristo orou com tão grande clamor e lágrimas, para que pudesse estar habilitado a fazer a vontade de Deus nessa grande e difícil obra que Deus lhe havia ordenado, para que Ele não afundasse e falhas-se, mas tivesse a vitória, e assim, finalmente, ser liberto da morte, e para que a vontade e o propósito de Deus fossem obtidos como fruto de Seus sofrimentos, na glória de Deus e a salvação dos eleitos.

Quando comparecemos diante de Deus em oração com um coração frio, embotado, e de uma forma sem vida e apática, orar a Ele por bênçãos eternas, e de importância infinita para nossas almas, devemos pensar nas fervorosas orações de Cristo, que Ele derramou a Deus, com lágrimas e um suor sangrento. Quando pensamos nisso devemos nos envergonhar de nossas maçantes e inertes orações a Deus. Isso ocorre porque a linguagem que usamos nessa forma de orar a Deus, é que nós não olhamos para o benefício pelo que nós oramos como de qualquer grande importância, de modo que é indiferente se Deus nos responde ou não. O exemplo de Jacó em luta com Deus pela bênção deve nos ensinar a seriedade em nossas orações, mas, sobretudo, o exemplo de Jesus Cristo, que lutou com Deus em um suor sangrento. Se fôssemos sensíveis como Cristo era da grande importância desses benefícios que são de consequências eternas, nossas orações a Deus por tais benefícios seriam de outra maneira do que são agora. Nossas almas também estariam, em labor intenso e luta, empenhadas nesse dever.

Há muitos benefícios que pedimos a Deus em nossas orações, que são em cada detalhe, de tão grande importância para nós como aqueles benefícios que Cristo pediu a Deus em Sua agonia eram para ele. Isso é de tão grande importância para nós que estivéssemos habilitados a fazer a vontade de Deus, e realizássemos uma obediência sincera, universal e perseverante aos Seus mandamentos, como era para Cristo que Ele não deixasse de fazer a vontade de Deus em Sua grande obra. É de tão grande importância para nós que sejamos salvos da morte, como era para Cristo que Ele obtivesse a vitória sobre a morte, e assim fosse salvo dela. É grande e infinitamente maior a importância para nós, que a redenção de Cristo fosse bem sucedida para nós, como foi para Ele que a vontade de Deus fosse feita, nos frutos e sucesso de Sua redenção.

Cristo recomenda a intensa vigilância e devoção aos Seus discípulos, pela oração e exemplo, os dois ao mesmo tempo. Quando Cristo estava em Sua agonia, e veio e encontrou os discípulos dormindo, Ele lhes ordenou a vigiar e orar, Mateus 26:41: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca”. Ao mesmo tempo, Ele estabeleceu-lhes um exemplo do que Ele lhes ordenou, pois embora eles dormissem, Ele vigiava, e derramou a Sua alma nessas fervorosas orações sobre as quais você já ouviu; e Cristo em outros lugares nos ensinou a pedir essas bênçãos de Deus que são de importância infinita, como aqueles que não obterão nenhuma negação. Nós temos ainda outro exemplo dos grandes conflitos e comprometimento do espírito de Cristo nesse dever.

Lucas 6:12

E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus.

E Ele esteve muitas vezes recomendando intensidade em clamores a Deus em orações. Na parábola do juiz iníquo, em Lucas 18, no início:

E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer, Dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, Todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me importune muito. E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz.

Lucas 11:5, em diante:

Disse-lhes também: Qual de vós terá um amigo, e, se for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, Pois que um amigo meu chegou a minha casa, vindo de caminho, e não tenho que apresentar-lhe; Se ele, respondendo de dentro, disser: Não me importunes; já está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso levantar-me para tos dar; Digo-vos que, ainda que não se levante a dar-lhos, por ser Seu amigo, levantar-se-á, todavia, por causa da sua importunação, e lhe dará tudo o que houver mister.

Ele ensinou isso em Sua maneira de responder a oração, como na resposta à mulher de Canaã, 

Mateus 15:22, em diante:

E eis que uma mulher cananeia, que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada. Mas Ele não lhe respondeu palavra. E os Seus discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando atrás de nós. E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Então chegou ela, e adorou-o, dizendo: Senhor, socorre-me! Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos. E ela disse: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos Seus senhores. Então respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé! Seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a Sua filha ficou sã.

E como Cristo orou em Sua agonia, como eu já mencionei vários textos da Escritura, assim somos direcionados a agonizar em nossas orações a Deus.

2. Estas orações intensas e fortes clamores de Cristo ao Pai em Sua agonia mostram a grandeza do Seu amor para com os pecadores. Pois, como foi mostrado, esses fortes clamores de Jesus Cristo foi o que Ele ofereceu a Deus como uma pessoa pública, na qualidade de sumo sacerdote, e em nome daqueles de quem era sacerdote. Quando Ele ofereceu Seu sacrifício pelos pecadores a quem Ele tinha amado desde a eternidade, ele, além disso, ofereceu orações fervorosas. Seus fortes clamores, Suas lágrimas e Seu sangue, foram todos oferecidos juntos a Deus, e eles foram todos oferecidos para o mesmo fim, para a glória de Deus na salvação dos eleitos. Eles foram todos oferecidos pelas mesmas pessoas, a saber, pelo Seu povo. Por eles, Ele derramou Seu sangue e suor sangrento, quando este caiu em pedaços coagulados ao chão; e por eles tão intensamente clamou a Deus ao mesmo tempo. Isto ocorreu para que a vontade de Deus fosse feita na eficácia de Seus sofrimentos, na eficácia de Seu sangue, na salvação daqueles por quem o sangue foi derramado, e, portanto, essa intensidade demonstra Seu forte amor; isso demonstra quão grandemente Ele desejava a salvação dos pecadores. Ele clamou a Deus para que Ele não afundasse e falhasse nesse grande empreendimento, porque se Ele fizesse isso, os pecadores não poderiam ser salvos, mas todos pereceriam. Ele orou para que Ele obtivesse a vitória sobre a morte, porque se Ele não conseguisse a vitória, o Seu povo nunca poderia obter a vitória, e eles não conquistariam nenhuma outra forma, a não ser por Sua conquista. Se o Capitão de nossa salvação não houvesse vencido neste doloroso conflito, nenhum de nós teria vencido, mas teríamos afundado com Ele. Ele clamou a Deus para que Ele fosse salvo da morte, e se Ele não tivesse sido salvo da morte em Sua ressurreição, nenhum de nós jamais seria salvo da morte. Foi uma grandiosa visão contemplar a Cristo no grande conflito em que estava em Sua agonia, mas tudo isso ocorreu a partir do amor, daquele forte amor que estava em Seu coração. Suas lágrimas que fluíam de Seus olhos eram de amor; Seu grande suor era de amor; o Seu sangue, Seu prostrar-se no chão diante do Pai, era de amor; Seu fervoroso clamor a Deus foi a partir da força e ardor de Seu amor. Isto foi considerado como a única e a forma principal na qual o verdadeiro amor e boa vontade são demonstrados em amigos Cristãos, um ao outro, que de todo coração orem uns pelos outros; e é um caminho que Cristo nos direciona para mostrar nosso amor aos nossos inimigos, inclusive orando por eles.

Mateus 5:44:

Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem.

Mas alguma vez já houve qualquer oração que manifestou o amor aos inimigos, a tal ponto, como os fortes clamores e lágrimas do Filho de Deus pela eficácia de Seu sangue para a salvação de Seus inimigos; a luta e conflito de cuja alma em oração foi tal a produzir a Sua agonia e Seu suor sangrento?

3. Se Cristo foi desta forma diligente em oração a Deus, para que o fim de Seus sofrimentos fosse obtido na salvação dos pecadores, então quanto mais aqueles pecadores deveriam ser condenados por não buscarem diligentemente a Sua própria salvação! Se Cristo ofereceu tais fortes clamores pelos pecadores como Seu sumo sacerdote, que comprou salvação a eles, Quem tem sido feliz desde toda a eternidade sem eles, e não poderia ser mais feliz por eles, então, quão grande é a insensatez daqueles pecadores que buscam a Sua própria salvação de uma forma tediosa e sem vigor; que se contentam com um atendimento formal aos deveres da religião, com Seus corações ao mesmo tempo muito mais intensamente estabelecidos após outras coisas! Eles depois de participar de um tipo de dever de oração pública, em que eles oram a Deus para que Ele tenha misericórdia deles e os salve; mas depois que miserável enfadonho caminho é o que eles o fazem! Eles não aplicam o Seu coração à sabedoria, nem inclinam os Seus ouvidos ao entendimento; eles não clamam pela sabedoria, nem levantam a Sua voz pela compreensão; eles não a buscam como a prata, nem o procuram como a tesouros escondidos. Os clamores intensos de Cristo em Sua agonia pode nos convencer de que não foi sem razão que Ele insistiu sobre isso, em Lucas 13:24; de forma que devemos nos esforçar para entrar pela porta estreita, que é, como já foi observado para você, no original ἀγωνίζεσθε — agonízesthe: “Agonize por entrar pela porta estreita”. Se os pecadores estivessem num caminho esperançoso para obter Sua salvação, eles deveriam agonizar sobre a grande preocupação da necessidade que têm de tomar uma cidade pela violência, como em —

Mateus 11:12

E, desde os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele.

Quando um corpo de soldados resolutos está tentando tomar uma cidade forte que lhes oferece grande oposição, que conflitos violentos ocorrem ali antes que a cidade seja tomada! Como os soldados pressionam contra as próprias bocas dos canhões dos inimigos, e sobre as pontas de Suas espadas! Quando os soldados estão escalando os muros, e fazendo Sua primeira entrada na cidade, que luta violenta ocorre entre eles e Seus inimigos que se esforçam para mantê-los fora! Como eles, por assim dizer, agonizam com toda a Sua força! Assim nós devemos buscar a nossa salvação, quando nos encontramos num caminho semelhante para obtê-la. Quão grande é a loucura então daqueles que se contentam em buscar com um espírito em forma fria e sem vida, e assim continuam de mês a mês, e de ano em ano, e ainda assim se gabam de que eles serão bem sucedidos!

Quanto mais eles continuam a ser reprovados, quem não está em um caminho de buscar a Sua salvação em absoluto, mas completamente negligenciam Suas preciosas almas, e atendem os deveres da religião não mais do que é apenas necessário para manter Seu crédito entre os homens; e em vez de pressionar em direção ao reino de Deus, estão mui violentamente pressionando em direção à Sua própria destruição e ruína, estando apressados e sendo dirigidos por Suas muitas e fortes concupiscências, como a manada de porcos se apressados pela legião de demônios, correram violentamente para baixo de um despenhadeiro em direção mar, perecendo nas águas! Mateus 8:32.


CONTINUA...

OUTRAS PARTES DESSE ESTUDO PODERÃO SER VISTAS POR MEIO DOS LINKS ABAIXO

JONATHAN EDWARDS — A AGONIA DE CRISTO — ALGUMAS CITAÇÕES DESSE
ESTUDO PARTE 001

JONATHAN EDWARDS — A AGONIA DE CRISTO — ALGUMAS CITAÇÕES DESSE ESTUDO PARTE 002

JONATHAN EDWARDS — A AGONIA DE CRISTO — ALGUMAS CITAÇÕES DESSE ESTUDO PARTE 003

JONATHAN EDWARDS — A AGONIA DE CRISTO — PARTE 004

JONATHAN EDWARDS — A AGONIA DE CRISTO — PARTE 005

JONATHAN EDWARDS — A AGONIA DE CRISTO — PARTE 006 —http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2015/08/jonathan-edwards-agonia-de-cristo-um.html

JONATHAN EDWARDS — A AGONIA DE CRISTO — PARTE 007 —http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2015/10/jonathan-edwards-agonia-de-cristo-um.html

JONATHAN EDWARDS — A AGONIA DE CRISTO — PARTE 008 —

JONATHAN EDWARDS — A AGONIA DE CRISTO — PARTE 009 —

JONATHAN EDWARDS — A AGONIA DE CRISTO — PARTE 010 — APLICAÇÃO 001

JONATHAN EDWARDS — A AGONIA DE CRISTO — PARTE 011 — APLICAÇÃO 002

UMA BREVE BIOGRAFIA DE JONATHAN EDWARDS
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2016/08/jonathan-edwards-uma-breve-biografia.html

Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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Desde já agradecemos a todos.

quarta-feira, 30 de março de 2016

EFÉSIOS - SERMÃO 023 – A GLÓRIA DEVIDA A DEUS - EFÉSIOS 3:14—21



Esse esboço de sermão é parte da série "Exposição da Epístola aos Efésios" e é muito recomendável que o leitor procure conhecer todos os aspectos das verdades contidas nessa exposição, com aplicações para os nossos dias. No final do artigo você encontrará um link para outros estudos dessa série.

EXPOSIÇÃO DA EPÍSTOLA DE PAULO AOS EFÉSIOS

Introdução.

A. Quando Paulo escreveu a Epístola aos Efésios ele se encontrava encarcerado em Roma.

B. Mesmo preso ele não desanimava porque ele sabia que a obra de Deus depende de Deus e não da condição em que os seres humanos se encontram.

C. Este é o motivo porque ele inicia esta porção falando acerca de se colocar de joelhos diante do Pai.

D. E termina esta mesma porção louvando e glorificando a Deus. No meio, entre colocar-se de joelhos diante do Pai e glorificar a Deus, Paulo pediu 5 coisas a Deus a favor dos Efésios:

1. Que eles fossem fortalecidos com poder mediante o Espírito Santo.

2. Que Cristo pudesse habitar em seus corações.

3. Que eles estivessem arraigados e alicerçados em amor.

4. Que eles pudessem compreender e conhecer o amor de Cristo que excede todo entendimento.

5. Que eles fossem tomados de toda a plenitude de Deus.

E. Vamos então analisar essa palavra de glorificação ou de louvor a Deus, que tecnicamente é chamada de “Doxologia”.

A GLÓRIA DEVIDA A DEUS
Introdução.

A. Uma das maiores verdades acerca da vida cristã e que todos nós precisamos aprender e nos lembrar constantemente, é o fato de que essa vida começa, caminha e termina com Deus.

1. É, Deus, nos diz o apóstolo Paulo, quem efetua em vos tanto o querer como o realizar, e isto, segundo a Sua boa vontade – ver Filipenses 2:13.

2. Ademais, uma vez que chegamos a aceitar a Jesus como nosso salvador, não pertencemos mais a nós mesmos:

1 Coríntios 6:19

Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?

3. Não é à toa que Tiago nos diz que o Espírito Santo tem cumes de nós:

Tiago 4:4 – 5

Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?

B. A vida cristã deve ser exatamente com esta oração que estamos analisando: deve começar com Deus e deve terminar com Deus.

I. Porque Devemos Glorificar a Deus?

A. Devemos glorificar a Deus por vários motivos. Vamos ver alguns motivos que não estão alistados nesses versículos:

1. Em primeiro lugar devemos louvar a Deus porque Ele é o doador da vida. Sem vida, nós não somos absolutamente nada —

1 Coríntios 4:7

Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?

2. Devemos também louvar a Deus, porque além da vida nesse planeta Deus também nos concedeu a vida eterna —

Romanos 6:23

Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.

3. Além do mais, devemos louvar a Deus porque Ele é capaz de fazer todas as coisas conforme o conselho da sua vontade – ver Efésios 1:1—11.

B. Um Deus assim é certamente capaz de atender as nossas orações e digno de receber todo o nosso louvor.

C. Vejamos os motivos que Paulo alistou aqui em Efésios 3 e que nos servem de incentivo para louvar e glorificar a Deus.

II. Deus é Poderoso para fazer Infinitamente Mais.

A. De fato Paulo diz que: “Deus é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos”. Seria verdadeira esta afirmativa?

B. Já tivemos a oportunidade de falar antes que essa passagem não trata de nos conceder um cheque em branco assinado por Deus —

Tiago 4:1—4

1 De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?

2 Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis;

3 pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.

4 Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.

C. Mas também já vimos que de acordo com as palavras de Jesus, quando alinhamos nossas orações com a vontade de Deus — como revelada por Jesus e como registrada nas páginas da Bíblia — podemos pedir o que quisermos e nos será feito —

João 15:7

Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.

D. Como é possível Deus fazer “infinitamente mais” do que tudo quanto pedimos ou pensamos? Vejamos alguns casos na própria Bíblia:

1. Abraão — Em ti serão benditas todas as famílias da terra. Nada mal para um indivíduo que saiu da sua terra e nem sabia para onde estava indo — ver Hebreus 11:8 e Gênesis 12:1—3.

2. José –

a. Odiado por seus irmãos —

Gênesis 37:8

Então, lhe disseram seus irmãos: Reinarás, com efeito, sobre nós? E sobre nós dominarás realmente? E com isso tanto mais o odiavam, por causa dos seus sonhos e de suas palavras.

b. Vendido como escravo para o Egito —

Gênesis 37:28

E, passando os mercadores midianitas, os irmãos de José o alçaram, e o tiraram da cisterna, e o venderam por vinte siclos de prata aos ismaelitas; estes levaram José ao Egito.

c. Feito administrador da casa de um “manda-chuva” chamado Potifar —

Gênesis 37:36 e 39:6
Entrementes, os midianitas venderam José no Egito a Potifar, oficial de Faraó, comandante da guarda.

Potifar tudo o que tinha confiou às mãos de José, de maneira que, tendo-o por mordomo, de nada sabia, além do pão com que se alimentava. José era formoso de porte e de aparência.

d. Lançado na prisão por falsas acusações —

Gênesis 39:20

E o senhor de José o tomou e o lançou no cárcere, no lugar onde os presos do rei estavam encarcerados; ali ficou ele na prisão.

e. Resgatado da prisão e feito governador executivo de todo Egito —

Gênesis 41:38—44

38 Disse Faraó aos seus oficiais: Acharíamos, porventura, homem como este, em quem há o Espírito de Deus?

39 Depois, disse Faraó a José: Visto que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão ajuizado e sábio como tu.

40 Administrarás a minha casa, e à tua palavra obedecerá todo o meu povo; somente no trono eu serei maior do que tu.

41 Disse mais Faraó a José: Vês que te faço autoridade sobre toda a terra do Egito.

42 Então, tirou Faraó o seu anel de sinete da mão e o pôs na mão de José, fê-lo vestir roupas de linho fino e lhe pôs ao pescoço um colar de ouro.

43 E fê-lo subir ao seu segundo carro, e clamavam diante dele: Inclinai-vos! Desse modo, o constituiu sobre toda a terra do Egito.

44 Disse ainda Faraó a José: Eu sou Faraó, contudo sem a tua ordem ninguém levantará mão ou pé em toda a terra do Egito.

3. Moisés.

Moisés tinha 80 anos quando Deus lhe apareceu no monte Sinai e lhe disse que queria enviá-lo ao Egito para libertar o povo de Israel do jugo da escravidão —

Êxodo 3:7—10

7 Disse ainda o SENHOR: Certamente, vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheço-lhe o sofrimento;

8 por isso, desci a fim de livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel; o lugar do cananeu, do heteu, do amorreu, do ferezeu, do heveu e do jebuseu.

9 Pois o clamor dos filhos de Israel chegou até mim, e também vejo a opressão com que os egípcios os estão oprimindo.

10 Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito.

a. Moisés levantou inúmeros obstáculos ao cumprimento da missão:

i. Quem sou eu? — Êxodo 3:11.

ii. O povo vai querer saber quem me enviou, o que direi? — ver Êxodo 3:13—14.

iii. O Povo não vai acreditar que o Senhor me enviou — Êxodo 4:1.

b. Deus faz apenas uma pergunta a Moisés: Que é isto que tens na mão? Moisés responde: um bordão — ver Êxodo 4:2. O que Deus iria fazer através daquele simples pedaço de madeira seca era “infinitamente mais do que Moisés poderia pedir ou imaginar”. Moisés ainda resistiu:

i. Não falo direito — Êxodo 4:10.

ii. Manda outro Senhor — Êxodo 4:13.

c. Antes de partir para o Egito, Deus ordena que Moisés não se esqueça do bordão — Êxodo 4:17 —, pois ele já estava pronto para partir sem o mesmo. Com aquele bordão — um simples pedaço de madeira seca — Deus:

i. Mandou Moisés tocar as águas do rio Nilo e as mesmas se transformaram em sangue.

ii. Com aquele bordão Moisés implementou todas as pragas do Egito.

iii. Com aquele bordão, nem o próprio filho do faraó escapou da morte.

iv. Com aquele bordão Moisés fez com que as águas do Mar Vermelho se partissem e os filhos de Israel atravessaram o mar a pé enxuto. Quando os Egípcios tentaram a mesma coisa, morreram afogados.

v. Com aquele bordão Moisés libertou o povo de Israel do Egito!

E. Vamos pegar uma ilustração que seja mais próxima de nós. Vejamos, por exemplo, o que havia acontecido em Corinto.

1. O povo que habitava em Corinto era normal. Eles eram pecadores como nós.

2. Em 1 Coríntios 6:9—10 Paulo faz uma lista de tipos de pessoas que não herdarão o reino de Deus. Estas pessoas são chamadas de “injustos” de maneira geral.

i. Impuros = fornicadores são todos aqueles que praticam relações sexuais fora do casamento.

ii. Idolatras = adoradores de falsos deuses ou ídolos.

iii. Adúlteros = pessoas casadas que praticam relações sexuais com outra pessoa além do cônjuge.

iv. Efeminados = homens que se deitam com outros homens como se fossem mulheres.

v. Sodomitas = Homens que se deitam tanto com outros homens como com mulheres.

vi. Ladrões = aquele que comete qualquer tipo de fraude explorando outros para benefício próprio.

vii. Avarentos = Pessoa ávida por ter sempre mais, mesmo que isso represente prejuízo para outros.

viii. Bêbados = Todos os que se deixam dominar pelo álcool.
ix. Maldizentes = Aqueles que insultam a Deus de forma verbal. Estes insultos podem ser sutis ou brutais.

x. Roubadores = Pessoas que agem como verdadeiras aves de rapina. Manipuladores e que extorquem outras pessoas.

3. Existe alguma chance para pessoas deste tipo? Existe sim, pois o nosso Deus é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos conforme o Seu poder que opera em nós.

4. Em 1 Coríntios 6:11 Paulo nos diz que os Coríntios haviam sido exatamente como aquelas pessoas da lista acima, mas o poder de Deus os havia transformado:

Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.

III. Deus é Digno de Receber todo o Louvor e Toda a Glória.

A. Na Igreja e em Cristo Jesus:

1. No corpo que a Igreja e na cabeça do corpo que é o Senhor Jesus.

2. No noivo e na noiva.

3. No pastor e nas ovelhas.

4. Na videira e nos ramos.

5. No pacificador e na comunidade que manifesta a paz que somente Deus pode dar.

B. Por todas as gerações enquanto durar a história da humanidade.

C. Para todo o sempre. Por toda a eternidade. Amém.

Conclusão:

A. Nosso Deus é realmente um Deus maravilhoso:

1. Suas misericórdias se renovam a cada manhã e não têm fim —

Lamentações 3:22—23

22 As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim;

23 renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.

2. Sua graça é superabundante, pois onde abundou o pecado – como em nossas vidas – superabundou a graça de Deus —

Romanos 5:20

Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça,

3. Seu perdão é suficiente para perdoar todos os nossos pecados —

Colossenses 2:13—15

13 E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos;

14 tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu- o inteiramente, encravando-o na cruz;

15 e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz.

4. Sua promessa é:

Hebreus 13:5

De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei.

B. Temos inúmeras evidências de que Deus é realmente poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos conforme o Seu poder que opera em nós.

C. Quero desafiar a todos a que ofereçam suas vidas para serem usadas poderosamente por Deus, para honra e glória do próprio Deus.

D. Que possamos sempre glorificar e louvar a Deus através de nossas vidas juntamente com a nossa comunidade local, com todos os crentes espalhados por toda a terra e juntamente com todos os redimidos de todas as épocas e todos os seres celestiais por toda a eternidade.


OUTRAS MENSAGENS DA SÉRIE NA EPÍSTOLA AOS EFÉSIOS

ALGUNS ASPECTOS DAS INSONDÁVEIS RIQUEZAS DE CRISTO COMO APRESENTADAS EM EFÉSIOS

EFÉSIOS 1:1—2 — SERMÃO 001 — INTRODUÇÃO À EPÍSTOLA AOS EFÉSIOS

EFÉSIOS 1:3—14 — SERMÃO 002 — TODA SORTE DE BÊNÇÃO ESPIRITUAL

EFÉSIOS 1:4—6 — SERMÃO 003 —A BÊNÇÃO DA NOSSA ELEIÇÃO POR DEUS

EFÉSIOS 1:7—8 — SERMÃO 004 —A BÊNÇÃO DA NOSSA REDENÇÃO

EFÉSIOS 1:9—10 — SERMÃO 005 —A BÊNÇÃO DA UNIFICAÇÃO DE TODAS AS COISAS EM CRISTO

EFÉSIOS 1:11—14 — SERMÃO 006 — A BÊNÇÃO DE DEUS EM PERSPECTIVA

EFÉSIOS 1:15—16— SERMÃO OO7 — A IMPORTÂNCIA DA FÉ E DO AMOR

EFÉSIOS 1:16—17 — SERMÃO OO8 — A IMPORTÂNCIA DO ESPÍRITO SANTO EM NOSSAS VIDAS

EFÉSIOS 1:18—21 — SERMÃO OO9 — A ESPERANÇA DO SEU CHAMAMENTO EM NOSSAS VIDAS

EFÉSIOS 1:18—21 — SERMÃO O10 — A RIQUEZA DA GLÓRIA DA SUA HERANÇA NOS SANTOS

EFÉSIOS 1:18—21 — SERMÃO O11 — A SUPREMA RIQUEZA DO SEU PODER

EFÉSIOS 1:22—23 — SERMÃO O12 — A IGREJA E CRISTO COMO PLENITUDE

EFÉSIOS 2:1—3 — SERMÃO O13 — A CONDIÇÃO DO SER HUMANO SEM DEUS

EFÉSIOS 2:4—10 — SERMÃO 014 — A CONDIÇÃO HUMANA  PELA GRAÇA DE DEUS

O QUE DEUS FEZ POR NÓS — SALVAÇÃO

PARA O QUE DEUS NOS SALVOU?

EFÉSIOS 2:11—12 — SERMÃO 015 — NOSSA PRECÁRIA CONDIÇÃO ANTES DE CRISTO VIR AO MUNDO

A VERDADEIRA CIRCUNCISÃO E O VERDADEIRO BATISMO

EFÉSIOS 2:13—18 — SERMÃO 016 — NOSSA NOVA CONDIÇÃO “EM CRISTO”

EFÉSIOS 2:19—22 — SERMÃO 017 — A IGREJA COMO CIDADÃOS, FAMÍLIA E TEMPLO

EFÉSIOS 3:1—7 — SERMÃO 018 — A REVELAÇÃO DO MISTÉRIO DE DEUS

EFÉSIOS 3:8—13 — SERMÃO 019 — PAULO COMO INSTRUMENTO DE DEUS

EFÉSIOS 3:1—13 — SERMÃO 020 — A RELEVÂNCIA DA IGREJA

EFÉSIOS 3:14—21 — SERMÃO 021 — A PATERNIDADE DE DEUS AO QUAL ORAMOS

EFÉSIOS 3:14—21 — SERMÃO 022 — A ORAÇÃO DE PAULO A FAVOR DOS EFÉSIOS

EFÉSIOS 3:14—21 — SERMÃO 023 — A GLÓRIA DEVIDA A DEUS
EFÉSIOS 4:1—3 — SERMÃO 024 — A UNIDADE DA IGREJA

EFÉSIOS 4:4—6 — SERMÃO 025 — A IGREJA É UNA PORQUE DEUS É UM

EFÉSIOS 4:7—10 — SERMÃO 026 — UNIDADE EM MEIO A DIVERSIDADE

EFÉSIOS 4:11 — SERMÃO 027 — OS DONS DE EDIFICAÇÃO DA IGREJA

EFÉSIOS 4:11 — SERMÃO 028 — OS DOM DE PASTORES E MESTRES
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/03/efesios-sermao-028-o-dom-de-pastores-e_6.html

EFÉSIOS 4:12—16 — SERMÃO 029 — O PROPÓSITO DOS DONS ESPIRITUAIS
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/07/efesios-sermao-029-o-proposito-dos-dons.html

Que Deus Abençoe a Todos

Alexandros Meimaridis 

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Desde já agradecemos a todos.