Em outro post, chamado “As Contradições da Cristandade”, que pode ser acessado aqui:
http://ograndedialogo.blogspot.com/2011/07/as-contradicoes-da-cristandade.html
nós tivemos a oportunidade de comentar que a cada período de cinco a dez anos aparece alguém ensinando que a Igreja Católica é uma fraude – e é mesmo – mas, a intenção é dizer que a Igreja Cristã é uma fraude. É essa mentira que nos leva a escrever contra esses pretensos críticos. O último de que tínhamos notícias era um espanhol que publicou um livro (1) onde alega, entre outras bobagens, que Jesus nunca teve a intenção de formar a igreja cristã. Para pessoas com el señor Árias – ex padre - eles, os cristãos primitivos esperavam a volta de Jesus em poucos anos. Como está volta não aconteceu, se inventou, então, a igreja com toda sua estrutura hierarquizada e rígida que visava exatamente prover os cristãos com uma maneira organizada para aguardar o longo período entre a primeira e a segunda vindas de Jesus. O livro dele foi publicado em 2001.
Pois não é que exatamente agora, em 2011, dez anos depois do livro de Juan Árias, surge outro livro, desta vez escrito por um ex-frade franciscano que atende pelo nome de Marcelo da Luz. Ele pode até se chamar “Luz”, mas o fato é que se encontra imerso nas mais profundas trevas que podemos imaginar.
Seu livro chama-se “Onde a Religião Termina?” e foi publicado pela Editares e lançado em Fevereiro de 2011. É um volume massudo de 486 páginas que custam R$ 68. Quer um conselho? Poupe seu dinheiro. O livro não vale à pena nem como argumento para discussão. Digo isso porque o autor, bem atrevido, diga-se de passagem, se propõe apenas a provar as seguintes coisas:
• Jesus Cristo, aquele dos Evangelhos e do Novo Testamento, é um mito e não uma pessoa. Ele nunca existiu de fato. Comentário: boa sorte nesse quesito. Existem milhares de escritores mais competentes que nosso frade em questão e que fracassaram por completo. As histórias que ele conta têm, pelo menos, 250 anos, não existe nada de novo, portanto. Quem quiser ouvir o besteirol do ex-padre, que não tem nada de novo do que vem sendo dito por teólogos liberais desde os meados do século XVIII, poderá acessar esse link:
http://www.youtube.com/watch?v=0w2xLoN6X04&feature=fvwrel
• Os evangélicos idolatram a Bíblia. Comentário: é possível que existam alguns evangélicos mal informados e supersticiosos que ajam dessa maneira. Eles podem até serem evangélicos, mas realmente não conhecem a Jesus nem as Escrituras Sagradas.
• A Igreja Católica Apostólica Romana faz lavagem cerebral nas pessoas. Comentário: fala sério frade Luz. Você chegou a essa conclusão sozinho ou...
• O espiritismo consola as pessoas. Comentário: olha, o cara abandonar a fé católica romana eu até entendo, mas elogiar o espiritismo aí já é realmente estupidez da mais alta magnitude.
• As religiões atrasam a evolução. Comentário: a evolução a que ele se refere é a evolução espiritual das pessoas e nesse quesito ele está coberto de razão. Toda religião é escravidão. O Cristianismo não pode ser confundido com uma religião, porque o Cristianismo acerca do qual estamos falando é, na realidade, a própria vida de Jesus vivida através de cada crente pela presença do Espírito Santo de Deus.
Infelizmente o propósito original de Deus para Seu povo da Nova Aliança foi pervertido rapidamente por causa das tendências pecaminosas que existem em nós de sempre revertermos às práticas religiosas, em vez de viver a vida cristã. Esta nossa tendência constitui-se em uma verdadeira insensatez como tão bem a chamou o apóstolo Paulo – ver Gálatas 3:1—3. Por este motivo o próprio Paulo exortou os gálatas a que não se deixassem escravizar novamente – ver Gálatas 5:1. Sim, porque, vale à pena repetir, toda RELIGIÃO É ESCRAVIDÃO.
Peço ao leitor que não se deixe intimidar pelos meus comentários. Uma realidade pertubadora associada ao Padre Luz é que, ele não é um ateu clássico, como poderíamos considerar, o biólogo nigeriano Richard Dawkins. Ele, na realidade, é adepto de um movimento esotérico chamado de “Conscienciologia”. Xique né? O inventor desse besteirol é um médico brasileiro e velho parceiro de Chico Xavier chamado Waldo Vieira. Nosso doutor acredita na reencarnação, mas não das almas humanas, e sim, apenas da consiência. Tanto o inventor – Vieira – quanto o ardoroso seguidor – Luz – acreditam que estão lidando com uma verdadeira ciência e não com uma religião. Até onde vai a estupidez humana é realmente impossível de dizer diante das afirmações estapafúrdias desses dois senhores. Quem quiser ouvir as bobagens do Dr. Vieira da própria boca dele basta seguir esse link aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=NHsSNaYJ6YQ&NR=1
O padre Luz, mergulhado em trevas, fala muito acerca de Jesus em seu livro, porque sua intenção número um é provar que Jesus, por não ter existido como pessoa divina, não poderia, em nenhuma hipótese, ser o Filho de Deus. Luz acredita em certo tipo de deus, mas é impositivo em afirmar que os seres humanos não lhe devem absolutamente nada. Ou seja: o deus do ex-frade não passa de um banana.
O ex-padre Luz alega que “não há motivos racionais para que alguém considere Jesus divino ou o homem mais inteligente e brilhante que já existiu. Muito pelo contrário. Hoje, qualquer pessoa esclarecida pode ir muito além de Jesus Cristo”. Talvez seja essa a pretensão dele. Mas em defesa de Jesus contra todas essas mentiras, nós podemos afirmar o seguinte:
1. Jesus não é um mito, Jesus é Deus que veio habitar entre nós – ver João 1:1—3, 14. Jesus veio suprir as condições necessárias para que o ser humano fosse reconciliado com Deus – ver 2 Coríntios 5:18—19. Jesus não veio nos prometer uma vida eterna futura. A vida eterna é uma qustão de relacionamento e como tal, se inicia aqui mesmo, enquanto vivemos na Terra. Note as palavras de Jesus em João 17:3 onde ele diz: E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Observe o tempo presente: A VIDA ETERNA É ESTA. Ele não diz, será. JESUS DIZ: É. JESUS, SIM, REPRESENTA O FIM DAS RELIGIÕES, COMO AFIRMATIVA MESMO, e não como uma interrogação com faz o ex-padre, que continua tão perdido no Espiritismo como estava na Igreja Católica Romana.
2. Nossa afirmativa acima de que o Cristianismo é a própria vida de Jesus vivida através dos crentes pelo poder do Espírito Santo, não passa, na realidade, de uma afirmativa ontológica – do enquadramento do ser como um ser – baseada em certas pré suposições. É uma teologia que está centrada na pessoa de Cristo – Cristocêntrica – e como tal apresenta uma poderosa pressuposição de que Jesus não veio a este mundo para trazer alguma coisa – seja lá o que for – e sim para manifestar a Si mesmo como aquele que é capaz de viver, como Deus, nos seres humanos. Essa afirmação desmonta, por completo, grande parte dos argumentos apresentados no livro “Onde a Religião Termina?”. Este tipo de compreensão será sempre anti-religioso e desposará, de forma contínua, o fato de que a revelação de Deus através da pessoa de Jesus representa, de forma absoluta, o fim de todas e quaisquer formas religiosas e das próprias religiões em si mesmas. Fica aqui, então, a advertência de que a continuação desse estudo poderá ser bastante prejudicial às suas práticas religiosas. Nosso alvo é, quanto possível, deixarmos nos moldar pelas palavras do Senhor Jesus, como registradas nos escritos da Nova Aliança, especialmente aquelas que encontramos nas páginas escritas pelos quatro evangelistas.
3. Todas as vezes que nos aproximamos do texto bíblico, nós precisamos estar cientes do fato de que estamos lendo um material que foi escrito há aproximadamente dois mil anos. Além disso, o material que estamos lendo não foi sequer escrito em português e sim em outra língua. No caso da literatura da Nova Aliança, a mesma foi escrita em um tipo de grego chamado de “koiné” – grego comum falado pela maioria dos habitantes do Império Romano – e que é distinto do grego “clássico” – de Platão, Xenofontes e Heródoto – bem como do grego moderno, o grego que se fala atualmente na Grécia. Por estes motivos devemos sempre considerar, de maneira apropriada, a necessidade que temos de levar em conta estes fatores. Caso contrário, nós corremos o risco de cometer graves injustiças contra o próprio texto.
4. Mas nossos problemas não se limitam às questões do texto em si. Torna-se necessário tentarmos entender também, o contexto em que os fatos que estão narrados na literatura da Nova Aliança ocorreram. Estudiosos alemães se referiram a este contexto usando a expressão “sitz in leben”. Esta expressão passou a ser adotada por todos os estudiosos da Bíblia, que desejam entender, da melhor maneira possível, o “ambiente” em que Jesus viveu e proferiu suas palavras. Nós também devemos nos empenhar por estabelecer, de maneira mais independente possível, o contexto que envolvia a pessoa do Senhor Jesus durante os anos de Sua vida, como registrados nas páginas da Bíblia. Caso contrário corremos o risco de fazer afirmações tolas, como as que encontramos no livro do ex-frade. Entre esses aspectos do contexto, nós podemos destacar:
• O contexto histórico.
• O contexto político.
• O contexto cultural.
• O contexto racial.
• O contexto social.
• O contexto econômico.
• O contexto geográfico.
• O contexto religioso.
Mas mesmo com todos estes estudos nossa compreensão ainda será limitada. Todavia, mesmo que nosso entendimento nunca consiga absorver todas as complexidades e detalhes daquilo que estamos estudando, ainda assim devemos tentar fazê-lo envidando nossos melhores esforços.
5. Um dos propósitos desse blog é tentar compreender, da melhor maneira possível, como a autorevelação de Deus, na pessoa de Jesus Cristo, confrontou as religiões daqueles dias e como continua confrontando todas as práticas religiosas, vinte séculos depois. Nosso foco está centrado no confronto que percebemos, de maneira clara, existiu entre o Senhor Jesus e os religiosos daqueles dias. Não é difícil comprovarmos que as práticas religiosas dos judeus do primeiro século da Era Cristã eram exatamente iguais às tendências religiosas que encontramos nos dias de hoje, incluindo-se aí as nossas próprias e essas esposadas pelo ex-padre. Como os judeus dos dias de Jesus, nós também precisamos ser, diretamente confrontados, pelas palavras do Senhor. É inútil tentar escapar. Somente a atitude voluntária de não ler a Bíblia pode evitar o confronto que nos aguarda. Mas se nos mantivermos firmes no curso traçado, não será difícil percebermos:
• A multiplicidade de interpretações religiosas que têm sido impostas sobre os textos bíblicos durante a passagem dos séculos.
• As falácias que, de forma contínua, são confrontadas e expostas como completamente absurdas e ridículas pelas verdades que encontramos nas páginas da Bíblia.
• A constante onda de idiotices inventadas pelos líderes religiosos que se evaporam ao serem confrontadas com as palavras e a sabedoria eternas de Jesus.
• A escravidão a que temos sido muitas vezes reduzidos através das práticas religiosas e diante da quais torna-se imperativo ouvir as palavras do Senhor Jesus, quando disse: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres – João 8:36”.
Acima de tudo, porém, desejamos compreender o significado da revelação do próprio Deus, através da pessoa de Jesus. Tal compreensão, não é difícil perceber, irá conflitar com muitas práticas a que estamos acostumados; irá também nos confundir com respeito a inúmeras idéias erradas que estão profundamente arraigadas em nós. Além, é claro, de nos confrontar diretamente no que diz respeito às nossas práticas religiosas.
6. O apóstolo Paulo escrevendo ao irmão Timóteo deixa bem claro que existe somente um Deus e somente um mediador entre Deus e os homens. E este mediador não é outro senão o próprio Senhor Jesus Cristo – ver 1 Timóteo 2:5. Mas apesar de ser este poderoso, único e exclusivo mediador, Jesus, ainda assim, se esvaziou completamente de suas prerrogativas divinas – especialmente as de soberania e independência – para viver de forma humilde e dependente, sob a direção e vontade soberana do Pai, mediante a presença do Espírito Santo em Sua vida. Em nenhum momento desse Seu esvaziamento Jesus deixou de ser Deus, mas ele também não era nada mais do que um ser humano. Como Deus encarnado em forma humana – ver João 1:1—3 e 14 - Jesus podia “funcionar” como Deus, bem como um ser humano. Mas o fato é que o Senhor Jesus optou, de forma sistemática, agir com sua natureza humana em vez de lançar mão da natureza divina.
7. Mas mesmo como ser humano, ainda assim, Jesus era completa e radicalmente diferente de todas as pessoas com as quais conviveu. Desde a mais remota antiguidade os homens aprendem, logo cedo em suas vidas, acerca da importância de se conformarem com o grupo no meio do qual habitam. Quando adultos chegamos a compreender que esta conformação assume a medida exata de tudo o que é “verdadeiro e virtuoso”. Mas estas verdades e virtudes não estão baseadas em um parâmetro eterno, como a Palavra de Deus, por exemplo. São invencionices humanas, parâmetros humanos, verdades humanas. É em um contexto como esse que o Senhor Jesus se manifesta. O imenso conhecimento dos escribas não lhe causava a menor impressão. A radical adesão dos fariseus à tradição dos anciãos era vista por Jesus não como algo digno de ser imitado e sim como algo completamente reprovável. Para Jesus, que encarnava a própria verdade, nenhuma tradição era sacra demais para ser questionada; nenhuma autoridade era elevada demais para não ser questionada e contradita; nenhuma norma estabelecida estava imune a ser revista.
Quando olhamos para o Jesus que os evangelhos nos apresentam não temos como não ficar admirados diante do fato de que Ele era um homem livre do sentimento de medo. Seus opositores, mesmo tendo o poder de mandar prendê-lo e até de condená-lo à morte não lhe infundiam o menor temor. O destemor demonstrado por Jesus é uma clara indicação que Ele não tinha medo nem de escandalizar as pessoas, nem de prejudicar Sua reputação. Ao associar-se com pessoas de reputação duvidosa – prostitutas, coletores de impostos e o populacho mais simples – Jesus se colocava no centro da tormenta e as pessoas de “boa reputação” não aceitavam aquele mestre que parecia muito permissivo para o gosto daquela época. Logo, logo Jesus ganhou uma reputação nada recomendável – ver Lucas 7:33—34.
8. Uma das características mais marcantes do Senhor Jesus é sua atitude de não comprometer suas convicções em troca de apoio e aplauso popular. Nestes dias nós estamos cansados de ver muitos líderes religiosos dispostos a comprometer suas convicções em troca de aceitação. Jesus não, Ele se preocupava em fazer e agradar ao Pai que o havia enviado. Ele não estava interessado naquilo que as pessoas pensavam dele. E as pessoas, em geral, pensavam muito mal de Jesus como vimos a pouco – elas o chamavam de glutão e beberrão e amigo de publicanos e pecadores. Mas não para por aí. Seus parentes próximos e seus inimigos mais ferozes também tinham opiniões nada elogiosas acerca do Senhor Jesus, como podemos ver a seguir:
• Os parentes de Jesus achavam que ele estava - ἐξέστη – exésti - fora de si ou que estava insano ou maluco da cabeça. Por este motivo saíram atrás dele para o - κρατῆσαι – kratêsai - prenderem – ver Marcos 3:21.
• Mesmo sua mãe e seus irmãos, nesta mesma ocasião, quiseram chamá-lo para fora da casa em que se encontrava, talvez com o mesmo propósito que os parentes mencionados acima, mas não foram atendidos. Pelo contrário, Jesus deixou claro que fazer a vontade de Deus é nossa tarefa mais importante. Sua mãe e Seus irmãos não foram atendidos! Ver Marcos 3:31—35.
• Ainda neste mesmo contexto os maiores inimigos de Jesus – os fariseus e os escribas – acusaram Jesus de - Βεελζεβοὺλ ἔχε – Beelzeboùl éche – possesso de Belzebu – ver Marcos 3:22 e Mateus 12:24.
Como dissemos antes, Jesus era destemido e não usava meias palavras. Através de parábolas, de afirmações e de instruções era sempre contundente. Ele falava assim porque nossas vidas na Terra e na eternidade dependem das palavras que ele proferiu – ver João 6:63.
Estes são os motivos porque estamos insistindo na necessidade que temos de fazer uma leitura dos Evangelhos e, por extensão, de toda a literatura da Nova Aliança, que seja independente das formas como são interpretadas pelas religiões. Quando lemos os Evangelhos com esta atitude nós precisamos estar preparados para nos perguntar, vez após vez, o seguinte:
1) Diante da cena que estamos lendo, quais são os conceitos religiosos que estão em evidência aqui?
2) Como a mensagem de Jesus contrasta com as tendências religiosas tão comuns entre os seres humanos?
O teólogo alemão Ernst Kasëmann diz: “Jesus surgiu rompendo através da piedade e da teologia praticadas por seus contemporâneos, trazendo as promessas e o amor de Deus em vez da lei de Moisés; trouxe também Seu inefável dom, o Espírito Santo, para ocupar o lugar das tradições judaicas; além disso, trouxe uma revelação precisa da vontade de Deus para substituir de uma vez por todas os casuísmos do judaísmo, bem como uma revelação da graça de Deus em lugar das obras de justiça” (2).
Nossa oração é que pessoas com o ex-padre Luz e seus seguidores enxerguem a verdadeira luz que resplandece nas trevas através de Jesus e não há nada que as trevas possam fazer para impedir ou alterar aquilo que Jesus veio fazer a nosso favor. Jesus representa o fim de todas as religiões, inclusive dessa bobagem chamada Conscienciologia, como o sol quando nasce dispensa com a necessidade de todos os outros elementos de iluminação.
Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria – Malaquias 4:2.
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa
página no facebook através do seguinte link:
Desde já agradecemos a todos.
Notas.
1) Árias Juan. Jesus, esse Grande Desconhecido, Editora Objetiva, Rio de Janeiro, 2001.
2) Kasëmann, Ernst. Jesus Means Freedom. Fortress Press, Philadelphia, 1969.