Santo Antônio Abade (SantoAntão), S. Bernardo de Clairvaux, São Boaventura, Santa Catarina de Genova, Santa Catarina de Sienna, S. Clemente da Alexandria, Santa Gertrudes, São Gregório de Nyssa, Santa Hildegard de Bingen, São João de Ávila, São João da Cruz e da Beata Ana Catarina Emmerick.
Em tempos modernos, através de associações entre católicos e evangélicos, a mesma tem se espalhado rapidamente, a partir dos defensores da teologia relacional e dos proponentes da “Igreja Emergente”. Quem desejar conhecer melhor essa teologia poderá ler o artigo escrito por Augustus Nicodemus Lopes, através desse link aqui:
http://www.monergismo.com/textos/presciencia/augustus_teologia_relacional.htm
Infelizmente muito material já tem sido traduzido para o português sob o disfarce de material evangélico, mas que não passa de obras escritas completamente por padres católicos romanos sozinhos, ou em pecaminosas parcerias com autores evangélicos, cujo propósito é apenas o de enganar e conduzir os incautos a essas práticas místicas que nada tem a ver com o verdadeiro relacionamento racional e controlado pelo Espírito Santo, entre o crente e Deus e entre o crente e Jesus Cristo – ver João 17:3.
Entre o material que está disponível em inglês, com algumas coisas já sendo traduzidas para o português nós podemos citar:
• When the Soul Listens por Jan Johnson e Dallas Willard. Esse último tem vários de seus livros já traduzidos para o português pela editoras Vida e Mundo Cristão entre outras.
• Soul Guide escrito pelo Dr. Bruce Damarest e pelo teólogo católico holandês já falecido Henri Nouwen.
• Renovação do Coração por Dallas Willard já publicado em português pela editora Mundo Cristão. Esse livro recebeu o caloroso endosso de Dan Kimbal, promotor da chamada Igreja Emergente através de um livro homônimo publicado pela Editora Vida.
• A Mensagem – uma paráfrase da Bíblia produzida por Eugene Peterson e já disponível em português através da editora Vida, com o endosse do herege Rick Warren.
• Abba´s Child do frade franciscano Brennan Manning que tem quase dez de seus livros publicados pela Editora Mundo Cristão em português.
Em alguns desses livros o leitor poderá encontrar instruções de como se iniciar na prática da oração contemplativa. Algumas das sugestões incluem o seguinte:
• Respire fundo – tradicional técnica de relaxamento das religiões orientais.
• Concentre-se em relaxar seu corpo.
• Estabeleça um padrão rítmico de respiração.
• Inspire a paz de Deus – difícil de entender o que quer dizer exatamente.
• Expire todas as suas distrações, medos e estresse.
• Inspire o amor, o perdão e a compaixão de Deus.
• Expire seus pecados falhas e frustrações.
• Procure silenciar todas as vozes dentro de você até obter absoluto silêncio. Esse silêncio é ensinamento fundamental de todos os místicos católicos e das religiões orientais, sejam mulçumanas, hinduístas, budistas, taoístas, etc.
Notemos que nessas características não existe espaço para a verdadeira comunhão com Deus através da oração, não existe espaço para a leitura da Bíblia, nem para confissão de pecados com o consequente perdão de Deus – ver João 1:9. Tudo se resume ao ato de respirar. Quem segue esse esquema acaba por adotar um deus panteísta, como podemos ver na história dos místicos católicos romanos.
Tudo isso teve seu começo com um grupo de escritos de natureza mística, filosófica e religiosa, que são atribuídos, de modo falso, a Dionísio, o areopagita – ver Atos 17:34. Esta atribuição é importante porque este corpo literário foi aceito tanto pela Igreja Católica Romana quanto pela Igreja Ortodoxa como literatura “genuinamente cristã”. Uma vez aceito desta maneira o mesmo acabou influenciando, grandemente, tanto a teologia quanto a espiritualidade daquelas denominações. Estudos modernos, todavia, têm sido capazes de demonstrar que esse material foi composto depois do século IV d.C. por um ou mais autores neoplatônicos . Alguns acham que estes escritos teriam sido produzidos no século V e mesmo no século VI d.C. Para se ter uma idéia precisa da influência que tais escritos alcançaram na cristandade medieval, basta dizer que os mesmos foram traduzidos para o latim por Johannes Scotus - c. século X d.C. - tendo-se tornado muito populares como um compêndio de misticismo, e chegaram a ser quase tão influentes quanto os escritos do próprio apóstolo Paulo!
Este escritos de caráter profundamente místico e repletos de noções e conceitos do neoplatonismo, aplicavam novamente, à teologia cristã, as doutrinas cardeais dos filósofos Plotinos – 205—270 d.C. - e Proclus – 410— 485 d.C - que foram os dois maiores expoentes daquela escola filosófica. De fato, a história reconhece Proclus como o mais influente filósofo no mundo grego – Bizâncio - latino – Roma - e islâmico – Arábia - simultaneamente. Os ensinos desses filósofos incluíam conceitos acerca da natureza inefável do Um, a extensão da emanação para além da substância divina à alma humana e ao universo, a constituição tríplice de todas as coisas e o conceito do processo mundial como um derramamento eterno e infinito da essência divina, bem como o retorno da essência divina à sua origem. Esses ensinamentos aboliram as distinções ortodoxas de categorias entre Deus e o universo criado e, como eram completamente panteístas, eram positivamente heréticos. Independente desses fatos, estes escritos alcançaram enorme notoriedade e exerceram notável influência sobre todo misticismo cristão subseqüente. Não foram poucos os que, seguindo esses ensinamentos abandonaram a fé histórica e ortodoxa para seguir, de forma apaixonada, estas heresias.
Mas a questão mais pervasiva de todas é o ensino acerca da dicotomia de que existe uma diferença entre a vida espiritual e a vida física. De acordo com esse ensinamento, a pessoa devia buscar uma vida espiritual em oposição à vida física controlada pelos cinco sentidos. Esta vida espiritual devia ser buscada porque era um tipo de vida superior à vida física. O resultado desse ensino naqueles dias foi o desenvolvimento de um extenso misticismo com alguns pretendendo viver em um nível muito superior ao da maioria das pessoas. E é exatamente essa a proposta dos defensores modernos da “oração contemplativa”. O herege Rick Warren criou inúmeros ambientes na área ocupada pela sua igreja, onde o adorador poderá encontrar salas com felpudos tapetes e quadros pintados com imagens religiosas, que podem ajudar o “adorador” a orar de forma contemplativa, que é considerada muito superior à forma tradicional de oração como ensinada por Jesus, por exemplo.
A Igreja Católica Romana cultiva até hoje o misticismo de certos “santos”, como mencionamos no inicio do artigo. Por semelhante modo, o estrondoso sucesso de bilheteria produzido e dirigido pelo ator estadunidense Mel Gibson, que é o filme “A Paixão de Cristo” foi, em sua maior parte, inspirado nos escritos da Beata Anne Catherine Emmerich. Esta monja que nasceu no mesmo dia atribuído ao nascimento de Maria – 8 de Setembro – do ano de 1774 começou tendo visões ainda quando criança. Segundo suas alegações, ela costumava ver frequentemente seu anjo da guarda e dialogar com ele. O próprio Senhor Jesus teria participado pessoalmente de inúmeras de suas visões. Do seu anjo da guarda Anne teria aprendido a reverenciar a chamada eucaristia - a crença de que Jesus Cristo se acha presente, sob as aparências do pão e do vinho, com seu corpo, sangue, alma e divindade, no biscoito feito de água e farinha distribuído nas missas católico-romanas. Além de visões, Anne era também estigmática e manifestava as marcas das feridas do próprio Senhor nas mãos, pés, cabeça e peito! Suas visões, incluindo aquelas que foram ajuntadas sob o título de “A Dolorosa Paixão de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”, foram grafadas e editadas pelo poeta e fundador do movimento “Romântico” na Alemanha, Clemens Brentano.
Da mesma maneira existem místicos entre os Budistas, entre os Hinduístas e entre os Islamitas. Portanto, experiências místicas não servem para provar a existência de uma verdadeira “vida espiritual”, nem mais profunda, nem mais intensa. Esta tolice grega se instalou definitivamente na vida da igreja e suas conseqüências podem ser vistas até os dias de hoje em ensinamentos, igualmente tolos, de que existem cristãos espirituais e cristãos carnais. Pela descrição dada por estes mestres, o cristão carnal não passa realmente de um incrédulo que não tem nada de cristão, a não ser a aparência pretensiosa e vazia. Muitos existiram que, durante as diversas eras da igreja cristã pretenderam viver em um nível superior ao dos demais cristãos como se fossem mais espirituais, como se já estivessem vivendo nos céus! Esse é exatamente o mesmo erro cometido pelos Pentecostais que acreditam no Batismo com o Espírito Santo, algo que não é experimental, que os transformaria em cristãos de “primeira classe” contra todos os outros cristãos, que são olhados com desdém e desconfiança. Um pastor pentecostal aqui na nossa cidade disse para uma de suas ovelhas, que estava se interessando pela pregação reformada e começando a frequentar nossa igreja, o seguinte: o que você quer fazer numa igreja que sequer tem o Espírito Santo? Essa frase associada a muitas outras ameaças de arder no “fogo eterno”, caso abandonasse aquela denominação, a fizeram desistir, rapidinho, do interesse que estava sendo despertado dentro dela pelas doutrinas da graça de Deus. O fato é que Deus concedeu a todos os crentes sua completa bênção espiritual que se manifesta primariamente pela presença gloriosa do seu Espírito Santo em nós. Aqueles que são habitados pelo Espírito de Deus não precisam de nenhuma patacoada! Ver a descrição que Paulo faz das bênçãos com que todos fomos abençoados por Deus em Efésios 1:3—15.
Todavia, todos os autores que mencionamos acima querem nos ensinar uma maneira de vida cristã mais profunda, mais dedicada e de qualidade muito superior. Todos eles acreditam na dicotomia citada acima e escrevem tentando nos convencer a seguir o malfadado caminho do panteísmo, abandonando o glorioso caminho da verdadeira comunhão com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo, conforme nos ensina o apóstolo João – 1 João 1:3:
Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.
Sem essa de que existem crentes melhores ou superiores aos outros. De que existem “queridinhos” de Deus. Todos os crentes estão “Em Cristo” e isso nos faz rigorosamente iguais, uma vez que estamos, exatamente, na mesma posição uns dos outros. Não há crentes superiores, nem melhores. Somos o que somos apenas pela graça de deus.
Caso o leitor não tenha ainda lido nenhum dos vários artigos que temos publicado sobre o tema “em Cristo” recomendamos que comece a ler a série por esse link:
http://ograndedialogo.blogspot.com/2010/01/nossa-riqueza-em-cristo-001.html
Depois basta seguir os links em cada artigo para se aprofundar na verdadeira riqueza que pertence a todo cristão, e não apenas a alguns como querem os defensores da teologia relacional, da igreja emergente e do panteísmo pseudo cristão.
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa
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