domingo, 30 de setembro de 2012

NEYMAR CRUCIFICADO COMO JESUS????


Que Neymar foi sempre um jogador controverso, disso não temos dúvidas. Ao mesmo tempo em que pretendia ser evangélico, engravidou uma menor, mas o Ministério Público preferiu ignorar a lei e deixou, literalmente, a bola rolar.

Por algum motivo que desconhecemos e duvidamos até que qualquer pessoa nesse mundo saiba a verdade, o fato é que o jogador Neymar é “craque” no Santos, mas deixa sempre a desejar, e muito, quando joga defendendo as cores da seleção brasileira. Isso tem enervado os torcedores da seleção que não têm poupado o jovem jogador das mais rigorosas vaias.

Agora, somos surpreendidos pela revista placar, que numa zombaria sem medida, resolveu comparar o jogador com a gloriosa pessoa do Senhor Jesus Cristo, mostrado um Neymar “crucificado” — de mentirinha — em sua capa. Que o futebol está sepultado nas mais grossas corrupções isso todos nós já sabemos, agora fazer do infeliz Neymar um objeto para escarnecer a morte – prá valer – do Senhor Jesus ultrapassa todos os limites do bom senso.

A notícia pode ser lida no site Terra, nesse endereço:


O jornalista Xico Sá foi muito infeliz em sua coluna on line na Folha, ao dizer que não vê nenhum motivo de escândalo e condena com veemência os que condenam o mau gosto dos imbecis que autorizaram a publicação. Ora quem tem que dizer se sentiu-se ofendido ou não é cada um, individualmente, e que o Xico se reserve à sua insignificância com sua opinião esdrúxula.

O fato é que vivemos dias em que os próprios evangélicos são os maiores responsáveis pela falta de respeito com as coisas de Deus, com suas invencionices espalhafatosas, suas mentiras descaradas e suas promoções intermináveis para arrancar dinheiro, a qualquer custo, dos pobres coitados que frequentam esses antros que são chamados de templos.

Sentimos-nos envergonhados pelas atitudes do povo chamado evangélico, mas mais ainda por essas agressões gratuitas à fé, especialmente quando se trata do próprio Filho de Deus e Único Salvador da humanidade, o Senhor Jesus Cristo.

Mas a própria Bíblia mesmo nos adverte com graves e sérias palavras contra todo tipo de escândalo, especialmente aqueles cometidos contra o povo de Deus:

Mateus 18:4—7

4  Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.

5  E quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe.

6  Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar.

7  Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo!

Marcos 9:40—42

40  Pois quem não é contra nós é por nós.

41  Porquanto, aquele que vos der de beber um copo de água, em meu nome, porque sois de Cristo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.

42  E quem fizer tropeçar a um destes pequeninos crentes, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse lançado no mar.

Lucas 17:1—2

1  Disse Jesus a seus discípulos: É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm!

2  Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos.

Gálatas 6:7

Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.

Por fim quero citar as palavras de 2 Pedro 2:12—14 na Nova Tradução na Linguagem de Hoje que enquadra perfeitamente homens como Chico Sá, os editores e os diretores da Folha de São Paulo, os editores da revista Placar e os diretores da Editora Abril. O texto diz o seguinte:

2 Pedro 2:12—14

12 Mas esses homens agem por instinto, como os animais selvagens, que nascem para serem caçados e mortos. Eles xingam aquilo que não entendem. Por tudo isso eles serão destruídos como animais selvagens

13 e pagarão com sofrimento o sofrimento que causaram aos outros. Eles têm prazer em satisfazer em pleno dia os seus desejos imorais. Quando se reúnem com vocês, são uma vergonha e um escândalo, divertindo-se o tempo todo com os seus modos enganosos.

14 Não podem ver uma mulher sem a desejarem, e o seu apetite pelo pecado nunca fica satisfeito. Enganam as pessoas fracas e só pensam em ganhar dinheiro. Eles estão debaixo da maldição de Deus.

Que Deus abençoe a todos e nos livre da enorme desgraça que tudo isso representa.

Alexandros Meimaridis

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A nojenta foto pode ser vista abaixo:


A TRANSMISSÃO DO TEXTO DA BÍBLIA – PARTE - 3 - ANTIGO TESTAMENTO



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Este estudo é parte de uma breve introdução ao Antigo Testamento. Nosso interesse é ajudar todos os leitores a apreciarem a rica herança que temos nas páginas da Antiga Aliança. No final de cada estudo o leitor encontrará direções para outras partes desse estudo 

INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO - O Que é o Antigo Testamento? — pARTE 5

IV. Transmissão Textual: Como a Bíblia chegou até nós? — Continuação
Graças ao trabalho de inúmeros indivíduos fiéis ao longo de muitos séculos nós podemos ler a Bíblia hoje. Estes indivíduos são tecnicamente chamados de escribas. Estes homens copiaram, à mão, a Palavra de Deus, tomando grande cuidado para manter a exatidão daquilo que copiavam.

4. Os Manuscritos do Mar Morto.

Um jovem pastor beduíno, da tribo de Taamireh, chamado Muhammad adh-Dhib, descobriu os primeiros manuscritos em uma caverna, na região do Mar Morto em 1947. Nesta, que foi a primeira descoberta de manuscritos naquela região, foram encontrados dois rolos do profeta Isaías - como o que é mencionado em Lucas 4:16—17 — um completo e outro fragmentado. Além destes foram encontrados ainda na caverna 1 de Qumram, dois importantes manuscritos grafados pela própria comunidade, conhecidos como Gênesis Apokryphon — 1 Q Gen Apo — e o Rolo da Guerra – Milhamâ - 1 Q M. Após essa descoberta, arqueólogos e historiadores[1] exploraram toda aquela região, incluindo as localidades de Hirbet Qumran, Wadi Murabba’at, Nahal Hever, Massada, Hirbet Feshkha, Hirbet Mid e Ein Guedi Estas explorações mostraram-se muito produtivas, pois através delas, foram encontrados inúmeros manuscritos grafados em papiros. Estes manuscritos estavam grafados em hebraico, aramaico e também em grego. Todos estes documentos estavam escritos em papiros, e foram produzidos entre os anos 200 a 100 a.C., e nos mesmos, nós podemos encontrar manuscritos de todos os livros do Antigo Testamento, com exceção, do livro de Ester. Os manuscritos oferecem também, muitas informações acerca da comunidade de Qumram e discutem as práticas religiosas e as atividades diárias daquela comunidade. Todos estes manuscritos revelam vários tipos textuais da Bíblia Hebraica existentes no período do Segundo Templo.  Neles estão representados o texto hebraico que deu origem à LXX, o tipo textual hebraico do Pentateuco Samaritano, assim como o tipo textual do Texto Massorético. Segundo a estimativa de alguns estudiosos, o total de manuscritos encontrados gira em torno de 823, enquanto outros fornecem o número de 668 manuscritos. O total de textos bíblicos achados em Qumram é de aproximadamente 190.

Além dos textos bíblicos, foram encontrados livros apócrifos/deuterocanônicos[2] - tais como os livros do Eclesiástico e Tobias, pseudoepígrafos[3] - tais como o Livro dos Jubileus e o Testamento dos XII Patriarcas - targumim[4] do livro de Jó e de Levítico e um grande número de escritos produzidos pela própria comunidade de Qumram, tais como: o Apócrifo do Gênesis, a Regra da Comunidade, o Rolo do Templo, a Regra da Guerra, o Documento de Damasco, Cânticos de Louvor ou Hodayot, os Pesher[5] de Habacuque e de Naum, e o Rolo de Cobre, entre outros. Além dos livros, alguns objetos sagrados judaicos como tefilim ou filactérios e alguns mezuzot ou objetos fixados nos batentes das portas, também se encontravam no local das descobertas; estes mezuzot, que são usados pelos judeus até os nossos dias, continham pequenos trechos bíblicos – como, por exemplo, Deuteronômio 6:8—9. De todas as cavernas, as que forneceram materiais mais importantes, foram as de número I, IV e IX. Segundo os eruditos, somente na gruta IV, foram encontrados cerca de 580 manuscritos, vários dos quais em estado muito fragmentário. Além de textos bíblicos em hebraico, também foram achados textos em aramaico e manuscritos da LXX em grego nas grutas IV e VII.

Como mencionamos acima, o tipo de texto do TM está representado nos manuscritos de Qumram e esta representação é a mais significativa de todas, pois cerca de 60% de todo o material do Antigo Testamento, encontrado em Qumram, concorda com o TM. Assim temos que o nível de concordância textual destes manuscritos com o TM é muito grande, o que serve para comprovar a antiguidade do tipo textual ao qual pertence o texto preservado pelos escribas e mais tarde pelos massoretas durante a Idade Média. De todos os livros do Antigo Testamento, o Pentateuco apresenta uma maior homogeneidade em sua transmissão textual.

A comunidade de Qumram, ao que parece tinha mais apreço por determinados livros bíblicos, por serem provavelmente mais populares, entre os adeptos do grupo. Estes textos bíblicos são representados por muitas cópias encontradas em Hirbet Qumram como, por exemplo: Gênesis 16 e 17, Êxodo 13, Deuteronômio 25, Isaías 20 a 24 e o Salmo 34. Até hoje há divergências em torno da identidade da comunidade de Qumram. Segundo alguns esse grupo seria identificado com os essênios, um dos vários ramos do judaísmo no período dos 200 anos que antecederam o advento de Cristo, juntamente com os fariseus, os saduceus e os zelotes. A identificação da comunidade de Qumram com os essênios continua em aberto até o presente momento.
5. Os Fragmentos da Guenizá[6] do Cairo.

Um grande lote de manuscritos do Antigo Testamento foi encontrado, “oficialmente”, em 1896, na guenizá da Sinagoga Ben Ezra em Fustat, na parte antiga da cidade do Cairo, no Egito. Esta sinagoga havia sido até o ano 882 d.C. uma antiga igreja cristã, chamada de Igreja de São Miguel. Naquele ano, ela foi vendida para um grupo de Judeus, que a converteram em seu templo religioso. Em todas as sinagogas judaicas existe um espaço especialmente separado para guardar todo o material que não esteja mais em uso pela comunidade. Este material é geralmente composto de cópias dos livros do Antigo Testamento e de livros litúrgicos e outros materiais usados na liturgia. Este cuidado era necessário pela convicção que os Judeus têm de que todo o material que contenha o nome inefável de Deus יהוה – YHVH – o eterno, precisa ser sempre guardado com a maior reverência. Era também costume, de vez em quando, retirar todo o material da guenizá e providenciar que o mesmo fosse cuidadosamente enterrado, visando impedir que o mesmo fosse profanado. No caso específico da guenizá da Sinagoga Ben Ezra no Cairo, os manuscritos que estavam lá, foram esquecidos e uma parede foi construída obstruindo o acesso à guenizá. Talvez alguém tenha pensado em retirá-la de lá antes de a parede ser completamente fechada, talvez foi deixada ali propositadamente protegida de mãos que pudessem profanar os documentos nela contidos. Nunca saberemos o que realmente aconteceu. O fato é que uma quantidade enorme de documentos ficou escondida atrás daquela parede.

Existem informações precisas de que, por volta de 1860, o esconderijo havia sido descoberto e os primeiros fragmentos começaram a ser retirados da guenizá e começaram a circular. Nos dias de hoje, os muitos milhares de manuscritos fragmentários da guenizá da Sinagoga Ben Ezra, estão espalhados por diversas coleções entre as cidades de Oxford, Londres, Nova York, São Petersburgo outras. A coleção mais importante, devido à quantidade de manuscritos e a importância do material contida neles, é a Coleção Taylor-Schechter, pertencente à Biblioteca da Universidade de Cambridge. Os responsáveis por esta coleção foram o próprio Salomão Schechter e o Dr. Charles F. Taylor, diretor do St. John’s College, matemático e hebraísta cristão. Outra grande coleção pode ser encontrada na Biblioteca Bodleian, em Oxford.

Segundo estimativas de estudiosos, a Coleção Taylor-Schechter possui cerca de 140.000 fragmentos de manuscritos, que estão sendo catalogados até ao dia de hoje (Setembro de 2012). O número total do material da guenizá, segundo estimativas, gira em torno de 200.000 fragmentos. O estudioso Emanuel Tov informa que dessa quantidade cerca de 10.000 são fragmentos bíblicos, muitos dos quais não foram ainda publicados. Estes manuscritos apresentam sistemas diversos de notas massoréticas, vocalização e acentuação e também apresentam uma escrita hebraica cuidadosa enquanto que outros fragmentos foram escritos de maneira descuidada.

Outros artigos acerca da Introdução ao Antigo Testamento

001 – O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO

002 – A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA

003 – A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 1 = Os Escribas e O Texto Massorético — TM

004 – A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 2 = O Texto Protomassorético e o Pentateuco Samaritano

005 – A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 3 = Os Manuscritos do Mar Morto e os Fragmentos da Guenizá do Cairo
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2012/09/a-transmissao-do-texto-da-biblia-parte-3.html


006 - A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 4 = A Septuaginta ou LXX

007 - A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 5 = Os Targuns e Como Interpretar a Bíblia
 

Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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Parte do material contido neste estudo foi adaptado e editado das seguintes obras, que o autor recomenda para todos os interessados em aprofundar os conhecimentos acerca do Antigo Testamento:

Bibliografia

Arnold, Bill T. e Beyer, Bryan E. Descobrindo o Antigo Testamento. Editora Cultura Cristã, São Paulo, 2001.

Confort, Philip Wesley (Editor). A Origem da Bíblia. Casa Publicadora das Assembléias de Deus, Rio de Janeiro, 4ª Edição, 2003.

Champlin, R. N, editor. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos, São Paulo, SP.

Francisco, Edson de Faria. Manual da Bíblia Hebraica – Introdução ao Texto Massorético. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, São Paulo, 1ª Edição, 2003.

Geisler, Norman e Nix, William. Introdução Bíblica – Como a Bíblia chegou até nós. Editora Vida, São Paulo, 2ª Impressão, 1977.

Walton, John H. Chronological Charts of The Old Testament. The Zondervan Corporation, Grand Rapids, 1978.

Würthwein, Ernst. The Text of the Old Testament. William B. Eerdmans Publishing Company, Grand Rapids, Reprinted, 1992.

Enciclopédias

__________The New Encyclopaedia Britannica. Encyclopaedia Britannica Inc., Chicago, 15th Edition, 1995.

[1] Entre estes podemos citar: Eleazar L. Sukenik, Harold H. Rowley, William F. Albright, Roland de Vaux, A. Supont-Sommer, Yigael Yadin, Nahman Avigad, Josef T. Milik e Geza Vermes.

[2] Chama-se de livros apócrifos/deuterocanônicos a coleção de livros que foram acrescentados ao cânon da Bíblia Católica Romana a partir no Concílio de Trento que visava combater a Reforma Protestante.

[3] Chama-se de livros pseudoepigráficos a coleção de livros produzidos por diversos autores que, visando aumentar a aceitação de seus escritos, atribuíam os mesmos a famosos personagens do passado.

[4] Do hebraico – targum, os Targumin eram traduções dos livros do Antigo Testamento, do hebraico para o aramaico, que iam muito além da versão original. Neles encontramos comentários, ampliações, alterações, narrativas, interpretações, explicações e tradições rabínicas.

[5] Do hebraico – pesher é o termo aplicado aos textos do Mar Morto que contêm explicações ou comentários a respeito dos textos bíblicos. Os comentários são relacionados a acontecimentos escatológicos ou referentes ao fim dos tempos.

[6] O termo hebraico hzyng - — guenizá – significa esconderijo, arquivo, tesouro, armário e depósito. Identifica, nas sinagogas judaicas, o local onde são recolhidos os livros sagrados, os livros litúrgicos e os objetos rituais que não estão mais em uso.

sábado, 29 de setembro de 2012

EX-ATEU SE DESCUILPA PELO MAL QUE CAUSOU NO PASSADO



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Madalyn é a do centro.

Em 1960 a ativista ateia Madalyn Murray O’Hair, entrou com uma ação contra o sistema de educação pública da cidade de Baltimore, no Estado de Maryland nos Estados Unidos, a favor de seu filho, William, com o objetivo de impedir a leitura pública, nas salas de aulas, de trechos da Bíblia.

Em 1963 o caso chegou à Suprema Corte de Justiça estadunidense cujo veredicto foi: a leitura Bíblia era inconstitucional nas escolas públicas dos Estados Unidos. Isso aconteceu um ano apenas, depois da Suprema Corte decretar a inconstitucionalidade da prática de orações nas escolas públicas em 1962.

Quase vinte anos depois da vitória na Suprema Corte, o filho de Madalyn, William escreveu uma carta para o editor do Baltimore Sun no dia 10 de Maio de 1980. A carta dizia o seguinte:

“Em primeiro lugar eu gostaria de me desculpar com todo povo da cidade de Baltimore pela minha participação no processo que culminou com a suspensão da leitura da Bíblia e oração nas salas de aula das escolas públicas de toda a cidade. Hoje eu entendo o valor dessa grande tradição e a importância da mesma em ajudar a moral e os bons costumes em nosso país.

Hoje posso enxergar o prejuízo que a remoção de tais práticas causou aos EUA na forma de perda da fé e no declínio moral que estamos experimentando. Tendo sido criado como um ateu no lar de Madalyn Murray O’Hair, eu não estava ciente da fé e, muito menos, da existência de Deus.

Agora, passados 33 anos, eu olho para trás e vejo como desperdicei minha vida sem exercitar fé em Deus. Eu oro para que, de alguma forma, eu possa consertar um pouco do mal e dos erros cometidos no passado, devido minha falta de fé.

Nosso país enfrenta tempos difíceis nesse mundo caótico. Eu creio que precisamos voltar a nossos valores tradicionais e nossa fé em Deus se queremos sobreviver como um povo.

William Murray

Extraído de “Murray, William. May Life Without God, 2012, capítulo 19.” 

A notícia original do lançamento do livro poderá ser vista através do link abaixo:


Que Deus possa usar esse testemunho para ajudar muitos a entenderem os perigos devastadores que correm por negar a fé e o conhecimento de Deus.

Alexandros Meimaridis

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A TRANSMISSÃO DO TEXTO DA BÍBLIA – PARTE 2 - ANTIGO TESTAMENTO

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Este estudo é parte de uma breve introdução ao Antigo Testamento. Nosso interesse é ajudar todos os leitores a apreciarem a rica herança que temos nas páginas da Antiga Aliança. No final de cada estudo o leitor encontrará direções para outras partes desse estudo 

INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO - O Que é o Antigo Testamento? — pARTE 4

IV. Transmissão Textual: Como a Bíblia chegou até nós? — Continuação

Graças ao trabalho de inúmeros indivíduos fiéis ao longo de muitos séculos nós podemos ler a Bíblia hoje. Estes indivíduos são tecnicamente chamados de escribas. Estes homens copiaram, à mão, a Palavra de Deus, tomando grande cuidado para manter a exatidão daquilo que copiavam.

2. O Texto Protomassorético.

O texto consonantal do TM, anterior à época dos massoretas, é chamado de texto Protomassorético, não contendo ainda a vocalização, a acentuação e o aparato massorético, que foram desenvolvidos somente durante a Idade Média. O texto Protomassorético é um dos tipos textuais da Bíblia Hebraica utilizados pelos judeus, durante o período do Segundo Templo — c. 450 a.C. a 70 d.C., ao lado de outras formas textuais transmitidas naquela mesma época.

O texto Protomassorético, preservado e transmitido pelos escribas judeus na época do Segundo Templo, foi a base e a origem do TM desenvolvido pelos massoretas, na época medieval. Este texto foi, provavelmente, o preferido pelos fariseus e pelos círculos dos escribas do Templo em Jerusalém, que o copiaram constantemente através dos séculos. Alguns estudiosos acreditam que esta forma textual foi a que teve a melhor transmissão e preservação, pelo foto de ter sido copiada meticulosamente seguindo regras estabelecidas pelos próprios escribas.

Os outros tipos textuais hebraicos existentes, ao lado do Protomassorético, eram o tipo que deu origem ao Pentateuco Samaritano e o tipo que deu origem à Septuaginta - designada pela sigla LXX[1] - os quais discordam do texto Protomassorético, em vários detalhes relativos ao texto, à ortografia e à morfologia. Os eruditos costumam argumentar que estes outros tipos textuais são, na verdade, textos vulgarizados, transmitidos sem muitos critérios e sem obedecer a regras estabelecidas e, por isso, eles possuíam alterações como se vê no Pentateuco Samaritano e em certos manuscritos de Qumram. Mas apesar disto, todos eles eram de uso comum entre os judeus e nenhum deles tinha mais autoridade do que o outro no período pré-cristão.

3. O Pentateuco Samaritano.

O Pentateuco Samaritano, como o próprio nome revela, tem sua origem relacionada aos judeus samaritanos, que contém somente os cinco primeiros livros do Antigo Testamento - Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Estes judeus surgiram de casamentos mistos entre judeus e estrangeiros trazidos pelo imperador da Assíria, após destruir o reino do norte - reino de Israel em 722 a.C. Esta prática era comum entre os imperadores Assírios, que desterravam parte da população dos territórios ocupados, transportando-as para outras regiões, igualmente ocupadas. Assim, parte da população do reino de Israel, foi desterrada para outras terras, enquanto povos de outras regiões, foram trazidos para Israel. Desta miscigenação entre judeus e estrangeiros surgiu esta raça mista conhecida como samaritanos.

As cópias manuscritas mais antigas do Pentateuco Samaritano são aproximadamente do ano 1100 a.D. Os estudiosos acreditam que estes manuscritos refletem, de maneira apropriada, textos antigos, produzidos originalmente entre 200 e 100 a.C.

Os judeus de Jerusalém viam os samaritanos como mestiços, raça não pura, e que faziam inúmeras concessões culturais, entre as quais, a mais grave, era a de se casarem com estrangeiros. Os samaritanos, por sua vez, consideravam que preservavam uma forma mais antiga e mais pura da fé do que os judeus que haviam retornado da Babilônia. Aqui, cabe lembrar, as palavras da mulher samaritana a Jesus quando disse: “Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar – João 4:20”. Em suas palavras podermos notar que havia diferenças teológicas entre judeus e samaritanos. O Pentateuco Samaritano possui características que refletem estas diferenças. O texto do Pentateuco Samaritano oferece um testemunho, muito antigo, de como os samaritanos interpretavam o Pentateuco. Os samaritanos como que ajustaram o texto do Pentateuco para refletir suas próprias conveniências e isto, torna esse manuscrito uma testemunha mais fraca.

O Pentateuco Samaritano era desconhecido pelo mundo ocidental até 1616, quando foi descoberto por Pietro della Valle, em Damasco, na Síria. Após a descoberta do texto, o Pentateuco Samaritano foi incluído na Poliglota[2] Parisiense produzida entre 1629 e 1645, bem como na Poliglota Londrina produzida entre 1654 e 1657.

Em 1815, Wilhelm Gesenius considerou o texto impróprio para a crítica textual do Pentateuco, por conter alterações deliberadas feitas pelos Samaritanos. Outros estudiosos, entre os quais podemos citar Abraham Geiger e Paul E. Kahle, vieram a considerar o Pentateuco Samaritano como um testemunho de grande valor para a crítica bíblica. Começando no final do século XIX e, estendendo-se por todo século XX, os estudos acerca do Pentateuco Samaritano, esclareceram sua natureza, o seu tipo textual e a sua relação com o TM - Texto Massorético. Estes estudos constataram cerca de 6.000 variantes com relação ao texto do TM e cerca de 1900 leituras concordantes com a LXX - Septuaginta. A maioria das variantes é de ordem ortográfica - grafia correta e pontuação, linguística - língua e gramática, fonológica — sistemas sonoros da língua — e de vocabulário — conjunto de palavras. As diferenças que mais chamaram a atenção dos estudiosos, todavia, foram as de cunho ideológico, que foram inseridas no texto em defesa de pontos de vista dos próprios Samaritanos. Entre estas diferenças podemos citar:

·       Diferenças relacionadas às cronologias do período patriarcal no livro de Gênesis e da importância de Siquém quanto ao status religioso, quando comparada com Jerusalém[3] – ver Gênesis 12:6 e 33:18 a 34:2. Os samaritanos achavam que a cidade de Siquém já existia nos dias de Abrão (c. 2100 a.C.) conforme Gênesis 12:6. Isto era importante para eles porque a cidade de Siquém ficava bem no centro da terra de Canaã onde estava localizado o centro do reino de Israel — após a divisão entre os reinos de Judá e Israel — com sua capital em Samaria. Mas na realidade esta cidade de Siquém foi assim chamada por causa do filho de um príncipe heveu homônimo, que existiu nos dias de Jacó — pelo menos 200 anos depois de Abrão ter passado por lá. Então o que aconteceu? Nós precisamos entender que quem escreveu o livro de Gênesis foi Moisés por volta do ano 1440—1400 a. C. Portanto, quando Moisés escreveu o livro de Gênesis aquela localidade já se chamava Siquém. Assim sendo, quando Moisés a chama de Siquém nos dias de Abrão, ele o faz em sentido de antecipação e não querendo indicar que aquela localidade já era conhecida por Siquém nos dias de Abrão.


·       Diferenças com relação a mandamentos adicionais ordenando a construção de um templo no monte Gerizim como, por exemplo, em Deuteronômio 11:29. Na grafia Samaritana a expressão monte Gerizim aparece como uma palavra הַרגְּרִזִים hargerizim – monte gerizim, enquanto que em hebraico a grafia é הַר גְּרִזִים har gerezim – monte gerezim.


De acordo com os estudos paleográficos, textuais, históricos e, principalmente, dos Manuscritos de Qumram, o tipo textual do Pentateuco Samaritano pertence ao período do Segundo Templo e não é anterior ao século II a.C. Este dado coloca o surgimento do Pentateuco Samaritano, solidamente, no período da história de Israel, conhecido como época dos Hasmoneus[4].

OUTROS ESTUDOS DESSA SÉRIE PODEM SER ENCONTRADOS NOS LINKS ABAIXO:

001 – O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO

002 – A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA

003 – A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 1 = Os Escribas e O Texto Massorético — TM

004 – A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 2 = O Texto Protomassorético e o Pentateuco Samaritano

005 – A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 3 = Os Manuscritos do Mar Morto e os Fragmentos da Guenizá do Cairo
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2012/09/a-transmissao-do-texto-da-biblia-parte-3.html


006 - A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 4 = A Septuaginta ou LXX

007 - A TRANSMISSÃO TEXTUAL DA BÍBLIA — Parte 5 = Os Targuns e Como Interpretar a Bíblia
 

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Alexandros Meimaridis

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Parte do material contido neste estudo foi adaptado e editado das seguintes obras, que o autor recomenda para todos os interessados em aprofundar os conhecimentos acerca do Antigo Testamento:
 

Bibliografia

Arnold, Bill T. e Beyer, Bryan E. Descobrindo o Antigo Testamento. Editora Cultura Cristã, São Paulo, 2001.

Confort, Philip Wesley (Editor). A Origem da Bíblia. Casa Publicadora das Assembléias de Deus, Rio de Janeiro, 4ª Edição, 2003.

Champlin, R. N, editor. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos, São Paulo, SP.

Francisco, Edson de Faria. Manual da Bíblia Hebraica – Introdução ao Texto Massorético. Sociedade 
Religiosa Edições Vida Nova, São Paulo, 1ª Edição, 2003.

Geisler, Norman e Nix, William. Introdução Bíblica – Como a Bíblia chegou até nós. Editora Vida, São Paulo, 2ª Impressão, 1977.

Walton, John H. Chronological Charts of The Old Testament. The Zondervan Corporation, Grand Rapids, 1978.

Würthwein, Ernst. The Text of the Old Testament. William B. Eerdmans Publishing Company, Grand Rapids, Reprinted, 1992.

Enciclopédias

__________The New Encyclopaedia Britannica. Encyclopaedia Britannica Inc., Chicago, 15th Edition, 1995.

Antigo Testamento, Texto Protomassorético, Pentateuco Samaritano, Segundo Templo, Septuaginta, João 4:20, Jerusalém, Siquém. Monte Gerizim, Monte Sião,  Hasmoneus, Destruição do Reino de Israel,


[1] A Septuaginta, comumente identificada pelo símbolo LXX, é a tradução das escrituras hebraicas para o grego realizada no Egito, sob o patrocínio do Ptolomeu II Filadelfo entre 285—246 a.C.

[2] Chama-se de “Poliglota” a publicação de textos, sejam do Antigo Testamento, sejam do Novo Testamento em colunas paralelas como a Poliglota publicada no Brasil pela Sociedade Bíblica do Brasil e Edições Vida Nova contendo o texto do Antigo Testamento em Hebraico (TM conforme editado na Bíblia Hebraica Stuttgartensia), Grego (Septuaginta — LXX, texto editado por Alfred Ralphs), Português (versão de Almeida Revista e Atualizada – ARA) e Inglês (texto da The New International Version — NVI).

[3] Jerusalém – Origem do nome é desconhecida. Certamente está relacionada a Salém — Paz — e estudiosos especulam como tendo o significado entre “fundada em paz” ou “cidade da paz”. A primeira parte do nome “Jeru” é obscura e não possui origem hebraica – ver mais detalhes em “Jerusalém” na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia escrita e editada por R. N. Champlin, e publicada pela Editora Hagnos, São Paulo, SP.

[4] Hasmoneus, nome pelo qual é conhecida a dinastia judaica que conseguiu uma relativa independência do jugo grego das dinastia dos Selêucidas centrada na Síria e dos Ptolomeus centrada no Egito. Esta dinastia teve início — c. 165 a.C — com a rebelião comandada por um sacerdote chamado Matatias, seu filho Judas, chamado Macabeu e seus irmãos João, Simão, Eleazar e Jonatan. O fim veio com a invasão dos Romanos comandados por Pompeu em 64 a.C.