HEBREUS 6:9-10: DEUS NÃO ESQUECE
Quanto a vós outros, todavia, ó amados, estamos persuadidos das coisas que são melhores e pertencentes à salvação, ainda que falamos desta maneira. Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos – Hebreus 6:9—10.
O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes - Mateus 25:40.
Nestes últimos tempos esse escriba tem notado o seguinte: é cada vez maior o número de pessoas que, desapontadas e frustradas pelo estado ou situação de suas igrejas decidem abandonar as comunidades locais e passam a pretender que é possível viver a vida cristã sem a convivência com outros cristãos. Esse é o caso, por exemplo, de Carol Celico, esposa do Jogador Kaká, acerca da qual publicamos um artigo que pode ser acessado através do link abaixo:
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2012/09/carol-celico-faz-ensaio-sensual-e-diz.html
Essa atitude de falsa independência atinge todo tipo de pessoas: desde a enorme maioria que não conhecemos até famosos como é o caso do jogador de futebol Kaká e sua esposa. Essas pessoas, dignas de dó, costumam encher suas bocas com palavras pretensamente espirituais do tipo: 1) agora irei apenas buscar a Deus; 2) meu compromisso é exclusivo com Jesus; 3) etc. Essas palavras soam bem, mas são vazias e provam duas coisas: 1) ou que a pessoa não entende absolutamente nada acerca da vida cristã; 2) ou pior, tais pessoas precisam urgentemente se converterem ao Senhor Jesus.
O leitor, se quiser, poderá dar uma olhada em outra entrada desse blog onde a questão absolutamente crucial para a verdadeira vida cristã – interdependência entre os cristãos – foi tratada:
http://ograndedialogo.blogspot.com/2009/10/vivendo-vida-comum-dos-santos-de-deus.html
Jesus Cristo foi enviado por Deus para chamar para si um povo e não indivíduos. A metáfora da Igreja cristã sendo comparada aos ramos de uma videira ou ao corpo humano deixa essa verdade bem clara e não abre espaço para nenhum tipo de vida independente do Corpo de Cristo, a Igreja, exatamente porque precisamos uns dos outros para nosso desenvolvimento e bem estar espiritual. É Deus mesmo quem nos chama e nos coloca no Corpo de Cristo para que cada um de nós possa exercitar o dom ou dons – cada cristão recebe do Espírito Santo pelo menos um dom de acordo com 1 Pedro 4:10 – que recebeu e isso para benefício de todo o corpo. É maravilhoso ver como Deus nos faz interdependentes de tal modo que não podemos desprezar nem nos afastar uns dos outros sem sofrermos enormes prejuízos. Veja essas palavras do apóstolo Paulo acerca dessa realidade:
Contudo, Deus coordenou o corpo, concedendo muito mais honra àquilo que menos tinha, Para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros. De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam. Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo – 1 Coríntios 12:25—27.
Agora responda: de que maneira é possível cooperar com igual cuidado – sem fazer distinções entre pessoas – em favor uns dos outros se tomamos a equivocada e desastrada decisão de tentarmos viver a vida cristã de modo independente dos outros cristãos? Não é difícil perceber o engano em que estão metidos todos os que decidiram abandonar suas comunidades locais, sob a pretensão de viver uma vida espiritual mais profunda ou de melhor qualidade. Isso não existe. Essas pessoas estão erradas e em pecado.
Nosso texto do livro de Hebreus que abre esse estudo está em um contexto que trata do grave, sério e muito perigoso pecado de apostasia. Esse pecado pode ser definido de duas maneiras:
• Negação e abandono da fé – ver 1 Timóteo 4:1; 2 Timóteo 2:17—18.
• A revolta final contra Deus – ver 2 Tessalonicenses 2:13.
Não estamos, portanto, como deve ser bem evidente pelos versos usados acima, tratando de algo de menor conta. Abandonar a comunidade Cristã é algo terminantemente proibido pela palavra de Deus, por todos os motivos principais que alistamos acima – ver Hebreus 10:25.
O que Deus espera de cada um de nós é que façamos verdadeiro progresso na vida de fé chegando a nós alimentar de alimento sólido, em vez de ficarmos chorando como crianças desejando leite – ver Hebreus 5:11—14. Quando agimos como crianças, quando nossas comunidades não passam de enormes berçários com cada um preocupado apenas consigo mesmo, nós corremos o risco de fazer nossa comunidade desaparecer. E isso tem acontecido um sem número de vezes durante a história da Igreja. Veja o caso das sete igrejas mencionadas em Apocalipse 2—3, caso você tenha alguma dúvida do que pode acontecer.
Quando somos obedientes aos mandamentos de Deus e cuidamos uns do outros e nossa primeira preocupação está em agradar a Deus e só conseguimos fazer isso de fato, quando servimos os irmãos com nossos dons e deixamos que eles nos sirvam com os deles, a igreja, o Corpo de Cristo se fortalece e cresce como deve:
Efésios 4:15—16
15 Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,
16 de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.
As igrejas hoje estão inchadas, não existe verdadeiro crescimento. Estão entulhadas de “sacerdotes” que atendem por pomposos títulos, tais como: Bispo, Apóstolo, Patriarca da Fé e outras tolices. O resultado é essa imaturidade generalizada que podemos observar, especialmente, na falsa espiritualidade de que “não é possível” viver junto com outros irmãos. Mas Deus tem prometido que se seguirmos Sua vontade, a Igreja crescerá de fato forte e saudável.
Nossas igrejas em pleno século XXI, não são muito diferentes das igrejas que encontramos no Novo Testamento. Todavia, o autor de hebreus diz que está “persuadido das coisas que são melhores e pertencentes à salvação” a respeito deles e isso vale para nós também por um simples motivo: a soberania de Deus.
É a soberania de Deus que permite Paulo dizer aos efésios:
Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, —pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas – Efésios 2:4—10.
É a soberania de Deus que permite Paulo dizer aos filipenses:
Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. Fazei tudo sem murmurações nem contendas, para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo – Filipenses 2:12—15.
É a soberania de Deus que permite Paulo dizer aos coríntios:
Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão - 1 Coríntios 15:58.
É a soberania de Deus que permite Tiago dizer:
Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar - Tiago 1:25.
Todos os versos acima falam da vida cristã, mas de modo muito especial, eles nos falam da maneira como nós devemos tratar uns aos outros. Não somos apóstatas. Somos uma família. A família dos filhos de Deus. A confiança do autor de Hebreus acerca das “coisas melhores” – verso 9 – e de que Deus “não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do vosso amor que evidenciastes com o seu nome” – versos 10 – está baseada na lembrança dos serviços prestados e no amor demonstrado pelos irmãos em Cristo que incluiu: suportar severa aflição, exposição à humilhação pública, perda de bens materiais e a visita consoladora para aqueles que haviam sido lançados nas prisões por causa do evangelho – ver Hebreus 10:32—39.
Em tudo isso, porém, precisamos deixar bem claro que não existe nenhum mérito da nossa parte, como pretendem os apologistas da Igreja Católica Romana. Nós somos o que somos e fazemos o que fazemos pela graça de Deus
Romanos 11:6
Se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça.
Romanos 12:3
Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um.
1 Coríntios 5:10
Refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo.
e outras referências acima que confirmam essa verdade. Em nenhum momento o Novo Testamento ensina que somos merecedores de algum tipo de recompensa por serviços prestados a Deus. Somos exortados a produzir bons furtos ou boas obras, como vimos acima, mas nossa motivação exclusiva é o amor e nós podemos amar os irmãos porque Deus nos amou primeiro – ver 1 João 4:19.
Para terminar quero lembrar o distinto leitor da nossa obrigação comum que temos uns para com os outros e o horror que é se afastar da igreja para tentar viver a vida cristã sozinho, ou seja, de um modo que não é possível:
Gálatas 6:9—10
9 E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos.
10 Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé.
PS. No blog o leitor irá encontrar várias entradas que falam acerca da nossa vida comum como cristãos que são parte de uma série em andamento. A série chama “Vivendo a Vida Comum dos Santos de Deus” e, além daquilo que já está disponível no blog, tem muito mais que será publicado com o correr do tempo. O leitor está convidado a ler o matérial anterior, que pode ser encontrado nos endereços abaixo e depois continuar lendo o novo material à medida que o mesmo vai sendo publicado.
Outros Estudos Acerca da Vida Comum dos Santos de Deus.
001 — Discipulado =
002 — Uma Proposta de Vida =
003 e 004 — Comunhão e Interdependência =
005 — Os Dons espirituais e a Vida Comum =
006 — Discipulado
Que Deus Abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa
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Desde já agradecemos a todos.
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