Esse artigo é parte da
série "Parábolas de Jesus" e é muito recomendável que o leitor
procure conhecer todos os aspectos das verdades contidas nessa série, com
aplicações para os nossos dias. No final do artigo você encontrará links para
os outros artigos dessa série.
AS PARÁBOLAS DE JESUS
Sermão 012
A
Parábola dos Trabalhadores na Vinha
Ou
A
Parábola do Bom Empregador
Mateus
20:1—16 — A Parábola dos Trabalhadores na Vinha
1 Porque o reino dos
céus é semelhante a um dono de casa que saiu de madrugada para assalariar
trabalhadores para a sua vinha.
2 E, tendo ajustado com
os trabalhadores a um denário por dia, mandou-os para a vinha.
3 Saindo pela terceira
hora, viu, na praça, outros que estavam desocupados
4 e disse-lhes: Ide vós
também para a vinha, e vos darei o que for justo. Eles foram.
5 Tendo saído outra
vez, perto da hora sexta e da nona, procedeu da mesma forma,
6 e, saindo por volta
da hora undécima, encontrou outros que estavam desocupados e perguntou-lhes:
Por que estivestes aqui desocupados o dia todo?
7 Responderam-lhe:
Porque ninguém nos contratou. Então, lhes disse ele: Ide também vós para a
vinha.
8 Ao cair da tarde,
disse o senhor da vinha ao seu administrador: Chama os trabalhadores e
paga-lhes o salário, começando pelos últimos, indo até aos primeiros.
9 Vindo os da hora
undécima, recebeu cada um deles um denário.
10 Ao chegarem os
primeiros, pensaram que receberiam mais; porém também estes receberam um
denário cada um.
11 Mas, tendo-o
recebido, murmuravam contra o dono da casa,
12 dizendo: Estes
últimos trabalharam apenas uma hora; contudo, os igualaste a nós, que
suportamos a fadiga e o calor do dia.
13 Mas o proprietário,
respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço injustiça; não combinaste
comigo um denário?
14 Toma o que é teu e
vai-te; pois quero dar a este último tanto quanto a ti.
15 Porventura, não me é
lícito fazer o que quero do que é meu? Ou são maus os teus olhos porque eu sou
bom?
16 Assim, os últimos
serão primeiros, e os primeiros serão últimos porque muitos são chamados, mas
poucos escolhidos.
Introdução
·
Existem 39 parábolas contadas por Jesus registradas
nos Evangelhos.
·
10 Parábolas aparecem exclusivamente no Evangelho
segundo Mateus. Esta é uma delas.
·
O enfoque desta parábola não são as relações
econômicas entre patrões e empregados.
·
Jesus não está tratando de justiça nas relações
econômicas entre patrões e empregados.
·
A parábola é acerca da graça de Deus e da bondade de Deus. É
um desafio a ouvirmos as palavras do Salmista quando diz: “Oh! Provai e vede que o
SENHOR é bom” – Salmos 34:8
I. O Trabalho e os
Trabalhadores – Mateus 20:2—7.
A. A Colheita das Uvas.
·
No hemisfério norte as uvas brotam em Julho e
atingem a maturidade no mês de Setembro. Apesar de não sabermos o tempo certo
podemos assumir que era Setembro próximo do fim do verão.
·
Em Israel, o mês de Setembro tem dias e noites de
aproximadamente 12 horas cada. A luz do dia vai das 6 da manhã até as seis da
tarde.
·
Nos dias de Jesus, descontadas as oras para as
refeições e orações a jornada normal de um dia de trabalho era de 10 horas.
·
O horário por volta do meio-dia era considerado
como o de pior calor e é chamado de “o calor do dia” v.12.
·
A parábola nos diz que um dono de casa resolveu
colher suas uvas em um determinado dia. Os empregados fixos de sua casa foram
para a vinha logo cedo, mas ele reconheceu a necessidade de contratar mais
trabalhadores.
·
Logo cedo foi à praça onde contratou um grupo de
homens para o dia de trabalho tendo combinado o pagamento de um denário pelo
dia de serviço, dinheiro este que era suficiente para as necessidades diárias
de uma família naqueles dias.
·
Ao oferecer trabalho o dono da casa demonstrava sua
bondade. Um dia de trabalho era considerado como uma verdadeira bênção para o
trabalhador.
·
O dono da casa percebe a necessidade de contratar
ainda mais trabalhadores e retorna à praça entre oito e nove horas da manhã e
contrata outros homens prometendo-lhes pagar o que fosse justo. Valores não são
mencionados e os homens se dispõem a trabalhar por confiar na bondade do dono
da casa.
·
Por volta do meio dia o dono da casa retorna à
praça para contratar mais trabalhadores. A necessidade da colheita era muito
grande então ele vai à praça mais uma vez e contrata mais alguns homens por
volta das três horas da tarde.
· Próximo do final do dia o dono da casa reconhece
que seriam necessárias algumas mãos extras para terminar a colheita naquele dia
e ele, então vai até à praça e contrata mais algumas pessoas por volta das 5
horas da tarde, faltando somente uma hora para o término do serviço.
·
A necessidade de colher as uvas em um mesmo dia era
devida aos seguintes fatos:
1. As
uvas brotam azedas (salgadas) e à medida que amadurecem vão ajuntando açúcar e
trocando o azedume por doçura.
2. A
cada novo dia a concentração de açúcar aumenta até chegar no ponto ideal.
3. O
ponto ideal representa o dia em que as uvas precisam ser colhidas sob o risco
de passarem do ponto ideal!
4. O
valor de mercado das uvas depende da concentração correta de açúcar nas mesmas.
B. As horas de Serviço
e o Pagamento – v. 8—12.
·
A figura dominante na parábola é o dono da casa ou
aquele que oferece o emprego.
·
Ele é o que contrata, que ordena o pagamento e que
confronta os murmuradores.
·
De acordo com a lei judaica o trabalhador diarista
devia receber seu salário no final do dia:
Levítico 19:13
Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do jornaleiro não
ficará contigo até pela manhã.
Deuteronômio 24:15.
No seu dia, lhe darás o seu salário, antes do pôr-do-sol, porquanto é
pobre, e disso depende a sua vida; para que não clame contra ti ao SENHOR, e
haja em ti pecado.
· Normalmente os contratados mais cedo recebiam
primeiro. Apenas este fato teria evitado a aparente confusão.
·
O dono da casa manda que os contratados por último
sejam pagos primeiro. Apesar de terem trabalhado apenas uma hora e não terem
enfrentado o “calor do dia”, recebem um denário que correspondia a um dia
inteiro de serviço.
·
Os trabalhadores que foram contratados de
madrugada, por um salário acertado, assumiram que receberiam mais que os que
foram contratados por último. Ao receberem somente o denário contratado
reclamam e acusam o dono da casa de fazer injustiça. Acusam do dono da casa de
duas coisas: ver verso 12.
1. De
ser injusto com respeito às horas trabalhadas: 12 contra 1.
2. De
ser injusto quanto ao serviço prestado no calor do dia (meio dia) contra o
serviço prestado no frescor do dia (fim do dia).
·
O dono da casa não se mostra ofendido. Chama o
reclamante de amigo. A conotação de suas palavras é de reprovação, mas o tom é
amigável.
·
A
acusação de injustiça não passa de um disfarce para a avareza e a inveja. O
dono da casa não se preocupa em explicar, não discute nem se justifica. Ele não
precisa! Ver versos 13 – 14.
·
Na verdade quem sacrificou a parte econômica pela
benevolência foi o dono da casa. A grande maioria dos trabalhadores
experimentou a generosidade do dono da casa. Ele está sendo acusado por sua
generosidade!
·
O dono da casa demonstra bondade e gentileza
enquanto eles demonstram inveja e avareza.
II. Graça
A.
Conforme falamos na introdução esta parábola não tem a intenção de ensinar
economia ou negócios. Ela não existe para ser usada como exemplo das relações
humanas na área do trabalho e da administração.
B. O
que a parábola ensina é que a graça de
Deus é igual para todos os que se envolvem no trabalho do reino dos céus.
Não é o tempo que conta e sim a oportunidade de servir. Uns podem ter uma
oportunidade mais extensa para servir enquanto outros podem ter oportunidades
breves. O tempo — duração — não é importante, a atitude de serviço sim!
C. O
dono da casa pagou os trabalhadores não em função das horas trabalhadas, mas em
função da necessidade que tinham de sustentar suas famílias.
D.
Naqueles dias as pessoas acreditavam em méritos pessoais diante de Deus. Pensavam:
“Se eu fizer mais terei mais para barganhar com Deus lá adiante”. O próprio
apóstolo Pedro reflete esta doutrina ao fazer a pergunta que está registrada em
Mateus 19:27
Então, lhe falou Pedro:
Eis que nós tudo deixamos e te seguimos; que será, pois, de nós?
A
resposta de Jesus inclui a parábola que estamos discutindo.
E. No
âmbito da graça não existem porcentagens porque todos temos recebido da sua
plenitude e graça sobre graça – ver João 1:16.
Conclusão:
1. No reino dos céus a graça de Deus é
soberana e não existe espaço para o mérito humano.
2. O
tempo de serviço — trabalho na vinha — não é importante. O que é importante é a
oportunidade de servir, pouco importa por quanto tempo.
3. A
parábola ensina a absoluta igualdade com que somos tratados por Deus. Este é o
motivo porque Jesus diz que muitos últimos serão primeiros e muito primeiros
serão os últimos
Mateus 19:30
Porém muitos primeiros serão últimos; e os últimos,
primeiros.
Mateus 20:16.
Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros
serão últimos porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.
O
que Jesus está dizendo é que no reino de Deus somos todos iguais. Somos todos
insignificantes ou igualmente significantes.
4. Muitos
naqueles dias achavam que por causa do zelo receberiam um lugar especial da
parte de Deus. O mesmo é verdade nos dias de hoje. Este tipo de pessoa jamais
consegue entender esta parábola e jamais conseguem entender como Jesus pode
perdoar o ladrão na cruz. Alguns autores cristãos chamam esta parábola de a
parábola da décima primeira hora e do ladrão na cruz! Ver
Mateus 27:39—44!
39 Os que iam passando blasfemavam dele, meneando
a cabeça e dizendo:
40 Ó tu que destróis o santuário e em três dias o
reedificas! Salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz!
41 De igual modo, os
principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam:
42 Salvou os outros, a
si mesmo não pode salvar-se. É rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nele.
43 Confiou em Deus;
pois venha livrá-lo agora, se, de fato, lhe quer bem; porque disse: Sou Filho
de Deus.
44 E os mesmos
impropérios lhe diziam também os ladrões que haviam sido crucificados com ele.
Mas
aquele ladrão que se arrependeu encontrou pleno perdão dos seus pecados e
recebeu de graça o dom da vida eterna!
Lucas 23:39—43.
39 Um dos malfeitores
crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti
mesmo e a nós também.
40 Respondendo-lhe,
porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob
igual sentença?
41 Nós, na verdade, com
justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum
mal fez.
42 E acrescentou:
Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino.
43 Jesus lhe respondeu:
Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.
5. Salmos 103:1—10!
1 Bendize, ó minha
alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome.
2 Bendize, ó minha
alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios.
3 Ele é quem perdoa
todas as tuas iniqüidades; quem sara todas as tuas enfermidades;
4 quem da cova redime a
tua vida e te coroa de graça e misericórdia;
5 quem farta de bens a
tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.
6 O SENHOR faz justiça
e julga a todos os oprimidos.
7 Manifestou os seus
caminhos a Moisés e os seus feitos aos filhos de Israel.
8 O SENHOR é
misericordioso e compassivo; longânimo e assaz benigno.
9 Não repreende
perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira.
10 Não nos trata
segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniquidades.
OUTRAS PARÁBOLAS DE JESUS PODEM SER ENCONTRADAS NOS LINKS ABAIXO:
001 – O Sal
002 – Os Dois Fundamentos
003 – O Semeador
004 – O Joio e o Trigo =
005 – O Credor Incompassivo
006 — O Grão de Mostarda e o Fermento
007 — Os Meninos Brincando na Praça
008 — A Semente Germinando Secretamente
009 e 010 — O Tesouro Escondido e a Pérola de Grande Valor
011 — A Eterna Fornalha de Fogo
012 — A Parábola dos Trabalhadores na Vinha
013 — A Parábola dos Dois Irmãos
014 — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 1
014A — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 2
015 — A Parábola das Bodas —
016 — A Parábola da Figueira
017 — A Parábola do Servo Vigilante
018 — A Parábola do Ladrão
019 — A Parábola do Servo Fiel e Prudente
020 — A Parábola das Dez Virgens
021 — A Parábola dos Talentos
022 — A Parábola das Ovelhas e dos Cabritos
023 — A Parábola dos Dois Devedores
024 — A Parábola dos Pássaros e da Raposa
025 — A Parábola do Discípulo que Desejava Sepultar Seu Pai
026 — A Parábola da Mão no Arado
027 — A Parábola do Bom Samaritano — Completo
027A — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 1
027B — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 2 — Os Ladrões e o Sacerdote
027C — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 3 — O Levita
027D — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 4 — O Samaritano
027E — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 5 — O Socorro
027F — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 6 — O transporte até a hospedaria
027G — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 7 — O pagamento final
027H — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 8 — O diálogo final entre Jesus e o doutor da Lei
028 — A Parábola do Rico Tolo —
029 — A Parábola do Amigo Importuno —
030 — A Parábola Acerca de Pilatos e da Torre de Siloé
031 — A Parábola da Figueira Estéril
032 — A Parábola Acerca dos Primeiros Lugares
033 — A Parábola do Grande Banquete
034 — A Parábola do Construtor da Torre e do Grande Guerreiro
035 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 001
036 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 002
037A — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 001
037B — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 002
037C — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 003
037D — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 004 — A Influência do Antigo Testamento
037E — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 005 — Características Cristológicas da Parábola da Ovelha Perdida
037F — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 006 — A importância das pessoas perdidas.
Que
Deus abençoe a todos
Alexandros
Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem
que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte link:
Desde já agradecemos a todos.
A PALAVRA COMO DITA POR JESUS, QUE O REINO DE DEUS É COMO UM HOMEM, PAI DE FAMÍLIA, QUE SAI A ASSALARIAR TRABALHADORES PARA SUA VINHA, VEJO AI QUE JESUS DEMONSTRA QUAIS OS TIPOS DE PESSOAS QUE IRIAM E PODEM ESTAR EXECUTANDO A OBRA NESSE MUNDÃO DE MEU DEUS, VEJO NO IMPETO QUE TEMOS DE NOS SARAR INTERIORMENTE PARA ENTENDER A DIMENSÃO DA GRAÇA E DA MISERICÓRDIA DE DEUS PARA COM NÓS, POIS É DIFÍCIL PARA O HOMEM NATURAL ENGOLIR A ACEITAR A IGUALDADE NO TRATAMENTO DAQUELE QUE RETRIBUI, POIS NÃO EXISTE OUTRA BALANÇA E MEDIDA NO DIA A DIA DO MUNDO CAPITALISTA EM QUE VIVEMOS, ONDE SI VALE O QUE TEM OU PODE SE FAZER. MAS DENUNCIO QUE AI EXISTE SIM UMA COMPREENSÃO DAS RELAÇÕES TRABALHISTA, ONDE SENHORES DO CAPITAL NÃO SÃO JUSTOS AO PAGAMENTO DAQUELES QUE CONSTRÓI A RIQUEZA NA FORMA DE AGREGAR O VALOR (CUSTO) PARA A EXECUÇÃO DE TUDO NO MUNDO REAL. DEVE SIM ESSA PARÁBOLA SER USADA PARA OS SENHORES (PATRÃO) DESSE MUNDO DAR MAIS DIGNIDADE AO QUE PRESTAM LHES SERVIÇOS. REALMENTE O REINO DE DEUS É SEMELHANTE ESSA RELAÇÃO FICTÍCIA QUE JESUS RELATA EM QUE HOMENS E MULHERES, CRIANÇAS E TODOS QUE ACEITAM A JESUS E VIVE MESMO QUE SEJA UM PEQUENO MOMENTO NO AMOR VENHA A SER AGRACIADO COM A MESMA MOEDA "SALVAÇÃO".
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