Essa é uma série cujo propósito é estudar, com profundidade, a Segunda Epístola de Paulo aos Coríntios. No final de cada estudo você irá encontrar links para outros estudos. A Série tem o título Geral de: Sermões na Segunda Epístola de Paulo aos Coríntios.
Introdução.
· Paulo estava em Filipos quando escreveu esta
Epístola para a Igreja de Corinto.
Mapa com a localização de Filipos
· A cidade de Filipos ficava na região da Macedônia
na Grécia. Esta cidade foi fundada por Felipe II da Macedônia, Pai de
Alexandros, o grande, no ano 358 a.C. Filipos foi a primeira cidade do
continente europeu a ouvir a pregação de um missionário cristão — ver Atos 16:6—40.
Mapa com a localização de Corinto
Templo de Afrodite
· A cidade de Corinto ficava na região do Peloponeso
na Grécia. Esta cidade foi destruída pelos romanos em 146 a.C. e reconstruída
em 46 d.C. A cidade era tão pervertida que a expressão "Coríntio" era
sinônimo de "imoral" e "depravado". Na antiga Corinto havia
um templo dedicado ao culto de Afrodite – Vênus para os romanos — a deusa do
amor. Nesse templo havia mil prostitutas cultuais, que atraíam adoradores de
todo o mundo antigo. Havia também um outro templo dedicado a Apolo. Em Corinto
Paulo fundou uma igreja — ver Atos 18.1—18.
Templo de Apolo
Apesar desta Epístola ter o título de “Segunda
Epístola de Paulo aos Coríntios” é evidente, pela leitura da correspondência
entre Paulo e os coríntios, que existiram outras cartas que foram perdidas — ver
2 Coríntios 2:4 que descreve uma carta que nem de longe pode ser considerada a
Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios.
· Esta epístola que estamos estudando deve ter sido
motivada pelo regresso de Tito a Filipos vindo de Corinto. Aparentemente Paulo
teria enviado Tito a Corinto com a carta cujo conteúdo ele sabia iria causar
grande tristeza e estava, por este motivo, preocupado com a reação daqueles
irmãos. O retorno de Tito trouxe notícias de que os irmãos em Corinto haviam
reagido bem ao tom severo de Paulo — ver 2 Coríntios 7:6—9.
De todas as Epístolas escritas pelo apóstolo Paulo,
2 Coríntios, tem sido apontada como a mais humana e a que melhor descreve a
mente do apóstolo, sua visão e compreensão da Igreja cristã, bem como sua
experiência pastoral como alguém que está realmente preocupado pelo bem estar
espiritual do povo de Deus. É nesta Epístola que vamos descobrir tudo o que
está envolvido na relação entre um pastor e seu rebanho.
O apóstolo Paulo manteve uma relação bastante
tumultuada com a igreja em Corinto. Havia muitos problemas naquela igreja,
incluindo-se aí, pessoas que não gostavam do apóstolo Paulo e que procuravam
denegrí-lo e prejudicá-lo de todas as maneiras. É para essa igreja e para essas
pessoas que ele abre seu coração.
A Escola
do Sofrimento
I. O
início da Epístola – 2 Coríntios 1:1—2.
O Apóstolo Paulo
Paulo se identifica como o autor desta Epístola e
escreve aos coríntios revestido de autoridade apostólica. Seu companheiro,
Timóteo também é mencionado no início e a carta é destinada aos irmãos em
Corinto bem como a todos os santos que se encontram “em toda a Acaia —
província romana que, juntamente com a Macedônia, formavam a Grécia — ver Atos
19.21. O apóstolo prossegue desejando a graça e a paz de Deus, o Pai, e do
Senhor Jesus sobre todos os irmãos.
Em suas outras epístolas, após a identificação e
saudações costumeiras, o apóstolo Paulo costuma louvar e agradecer a Deus a
bondade demonstrada pelos destinatários — ver Efésios 1:3; Filipenses 1:3;
Colossenses 1:3 e 1 Tessalonicenses 1:2. Não é o caso aqui em 2 Coríntios.
Nesta epístola o apóstolo inicia falando de si mesmo e dos seus sofrimentos bem
como da graça de Deus que o sustentava.
A. A
intensidade dos sofrimentos exposta.
Normalmente nós imaginamos as pessoas de uma
maneira muito diferente daquilo que elas realmente são. Os coríntios certamente
experimentaram isto com relação ao apóstolo Paulo.
Imagine como elas se sentiram quando ele lhes disse
que havia descoberto que seguir a Cristo implicava em receber exatamente o
mesmo tratamento que Cristo havia recebido. Paulo deixa isto bem claro em:
2
Coríntios 1:5
Com
efeito, sabemos por experiência que quanto mais participantes dos sofrimentos
de Cristo, com maior facilidade poderemos consolar o próximo — J. B. Philips –
Cartas às Igrejas Novas.
Paulo diz em 2 Coríntios 1:8 que havia passado por
uma experiência que o havia feito desesperar da própria vida. Ou seja, ele
havia chegado no “fim da corda”!
B. A
natureza dos sofrimentos do apóstolo — 2 Coríntios 1:5.
· Paulo chama seus sofrimentos de “sofrimentos de
Cristo”. Com isso ele está querendo dizer que existem certos tipos de
sofrimentos pelos quais temos que passar simplesmente por sermos seguidores ou
discípulos de Jesus. Como crentes nós:
1.
Compartilhamos
a vida do Senhor Jesus — Paulo diz: “Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em
mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus,
que me amou e a si mesmo se entregou por mim — Gálatas 2:20.
2.
Vivemos do
mesmo modo que o Senhor viveu i.e. vivemos para a glória de Deus. Jesus disse: Eu não
procuro a minha própria glória — João 8:50.
3. Temos os mesmos interesses que o Senhor Jesus.
Jesus disse: Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser
servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos — Marcos 10:45.
4.
Sofremos do
mesmo modo que o Senhor sofreu. O apóstolo Paulo diz: Agora,
me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições
de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja – Colossenses
1:24. E o autor da Epístola aos Hebreus nos convida a
todos, dizendo: Saiamos, pois, a ele, fora do arraial, levando o
seu vitupério — Hebreus 13:13.
C. A medida dos sofrimentos do apóstolo Paulo — 2 Coríntios 1:8.
Paulo não mede as palavras para descrever a medida
dos seus sofrimentos por ser seguidor do Senhor Jesus, ele diz: Porque
não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio
na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da
própria vida — 2 Coríntios 1:8.
Não sabemos ao que exatamente Paulo está se
referindo no verso acima, mas em 2 Coríntios 11:23 a 28 existe um catálogo dos
sofrimentos experimentados pelo apóstolo. Todavia o que nos chama mais atenção
neste catálogo, não são as coisas que Paulo chama de “exteriores” e sim sua
diária preocupação com as igrejas espalhadas por toda a bacia do Mediterrâneo.
Aqui temos que notar que Paulo menciona estas coisas como fatos apenas. Não
existe nele, absolutamente, nenhum traço de autopiedade do tipo “coitadinho de
mim”.
D. A
adequação do conforto experimentado.
O verbo grego παρακλήσεως — parakléseos — que significa encorajar, consolar e confortar aparece, em diversas
formas, nada menos do que 10 vezes nos versos 3 a 7 de 2 Coríntios 1. Nossas
palavras em português, “conforto e consolação”, são definidas da seguinte
maneira pelo Dicionário Aurélio Século XXI:
1. Confortar — Dar forças, fortificar.
2. Consolar — Aliviar ou suavizar a aflição, o sofrimento
ou o padecimento de.
O Conforto e consolação experimentados pelo
apóstolo Paulo era suficientemente adequados para as situações enfrentadas como
podemos ver em seguida.
3. O poder consolador vinha de Deus — 2 Coríntios
1:4 e 10.
Este é um privilégio que somente o crente possui: por
maior que seja a dificuldade, por mais intenso que seja o sofrimento, a graça
de Deus será sempre proporcionalmente maior. O testemunho dos cristãos durante todos os séculos tem sido no sentido
que: Deus não nos protege necessariamente das situações difíceis impedindo as
mesmas de nos alcançarem e sim nos concedendo graça suficiente para triunfarmos
no meio delas.
O apóstolo Paulo faz uma lista, em Romanos 8:33—36,
das muitas dificuldades a que estamos sujeitos. Mas ele termina a lista com
estas palavras: Em todas estas coisas, porém, somos mais que
vencedores, por meio daquele que nos amou - Romanos 8:37.
4. As orações que haviam sustentado Paulo — 2
Coríntios 1:11.
O apóstolo reconhece uma grande dívida aos irmãos pelas
orações feitas a favor dele. Aqui ele demonstra sua graça e generosidade
acreditando que mesmo em Corinto, havia pessoas que o sustentavam em oração.
Como estimar o alcance das nossas orações? Não
podemos. Somente a eternidade irá nos revelar o que foi alcançado por nossas
orações.
Nem todos têm recursos para contribuir, nem todos
têm as forças para fazer o trabalho que precisa ser feito, mas todos nós temos
o tempo e a oportunidade para orar. Além do mais temos o direito de orar. Jesus
chegou a ensinar uma parábola – ver Lucas 18:1—8 — para nos ensinar acerca do
dever de “orar sempre e nunca esmorecer”.
E. O
Ministério enriquecido — 2 Coríntios 1:4 e 9.
Em tudo o que o apóstolo havia experimentado ele
podia enxergar duas coisas claramente:
1. Todo o sofrimento
havia produzido uma capacidade cada vez maior de ser útil às outras pessoas. O
sofrimento havia capacitado o apóstolo a demonstrar uma simpatia cada vez maior
por outros que estavam sofrendo ao mesmo tempo em que ele podia testemunhar
como a consolação de Deus havia funcionado em sua própria vida. Que diferença
faz quando alguém se aproxima de nós, em meio ao sofrimento, e nos diz: “eu sei
o que você está passando, eu já passei pela mesma coisa e eu também sei como a
graça de Deus é mais que suficiente em todas estas coisas”!
2. Em segundo lugar, todo o
sofrimento tinha ensinado o apóstolo Paulo a não confiar em si mesmo e em nada
mais a não ser exclusivamente em Deus – 2 Coríntios 1:9! Como é fácil esquecer nossa incapacidade
especialmente quando estamos tão envolvidos no trabalho do Senhor sem depender
realmente d’Ele. Quando abandonamos nossas orações, quando negligenciamos os
ministérios do Espírito Santo. Graças a Deus pela escola do sofrimento, pois ela
nos mostra nossas limitações e nos ajuda a voltar para nosso Pai.
F. As
descobertas apropriadas – 2 Coríntios 1:3 e 11.
Através do sofrimento o apóstolo Paulo pode
descobrir as duas verdades seguintes:
1. Paulo descobriu novos nomes para seu Senhor:
“Pai de Misericórdia e Deus de toda a consolação” — verso 3. Somente através do
sofrimento é que novas facetas e novos aspectos do caráter e da graça de Deus
podem ser marcados em nossas almas de maneira permanente. Não existe nenhuma
outra maneira de experimentarmos estas realidades a menos que passemos pelas
dificuldades que Deus usa para nos ensinar.
2. A segunda descoberta foi uma nova canção em seu
coração. Note como ele inicia 2 Coríntios 1:3 dizendo: “bendito”. Esta é uma
palavra de louvor, de bendição. Não existe aqui nenhum traço de autopiedade.
Tudo o que encontramos em Paulo é uma atitude de louvor, de ações de graças e
de adoração. Paulo também reconhece que os coríntios e outros também tinham a
prerrogativa de se alegrarem e oferecerem ações de graças a Deus — verso
11.
Conclusão.
1. Nesta
primeira mensagem de 2 Coríntios, Paulo nos informa que todos nos experimentamos
muitos sofrimentos por sermos seguidores de Jesus e não precisamos que nenhum outro
irmão se “empenhe”, visando aumentar estes sofrimentos.
2. Quanto cuidado devemos ter meus irmãos e irmãs
no trato de uns para com os outros, para que não sejamos nós os responsáveis
por colocar “a última palha que irá fazer o jumento arriar”.
3. Não devemos menosprezar a importância de nossas
orações diante de Deus a favor uns dos outros, pois como diz Tiago: Muito
pode, por sua eficácia, a súplica do justo — Tiago 5:16b.
4. Está enfrentando problemas ultimamente? Não se
envergonhe. Vá e conte tudo a Jesus. Ele sabe, por experiência própria, tudo o
que você está passando – ver
Hebreus
4:15—16
15
Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas
fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas
sem pecado.
16
Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de
recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.
5. Precisamos manter diante de nós a lembrança das
palavras de Jesus quando disse: Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em
mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer - João
15:5.
6. Quem espera e quem promete, que a vida cristã
deve ser um mar de rosas, se esquece que as rosas possuem muitos espinhos!
7. As três ideias mais mencionadas nesta passagem
são: tribulação ou sofrimento, conforto ou consolação e ações de graças.
OUTRAS MENSAGENS EM 2
CORÍNTIOS PODEM SER ACESSADAS POR MEIO DOS LINKS ABAIXO
001 — A Escola do Sofrimento – 2 Coríntios 2:1—11
002 — Os Críticos do Apóstolo Paulo — 2 Coríntios
1:12 — 2:11
003 — Como Paulo Entendia o Ministério Cristão — 2
Coríntios 2:12 — 3:3
004 — A Confiança que Paulo Tinha em Sua Mensagem—
2 Coríntios 3:4—18 — Parte 1
005 — A Confiança que Paulo Tinha em Sua Mensagem—
2 Coríntios 4:1—6 — parte 2
006 — Batalhas e Bênçãos — 2 Coríntios 4:7—15
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os
nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no Facebook através do
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Desde já agradecemos a todos.
gostei muito.
ResponderExcluirFui alimentado!!! Obrigado!!!
ResponderExcluirMuito bom os estudos,que Deus continue te abençoando e iluminando.
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