quinta-feira, 20 de junho de 2013

Princípios e Prática da Separação Bíblica




A separação como ensinada na Bíblia tornou-se já há muito tempo um ensinamento completamente esquecido. O motivo porque não falamos mais de separação é porque não falamos mais de santidade. Quando falamos ou ensinamos as verdades bíblicas acerca da santidade precisamos também falar de separação, porque uma não existe sem a outra.

A palavra de Deus é bastante categórica ao declarar que os cristãos são ἁγίοις agíois — santos. E qual é o significado dessa palavra? O sentido é que, como santos, nós temos sido separados das massas pagãs — tanto das pessoas quanto da forma comum de viver — e fomos dedicadas a Deus e à Sua causa. Esta santificação é efetiva porque nós estamos “em Cristo”. Isto quer dizer que é pela autoridade, pelo poder e pelo Espírito de Cristo que nós temos sido separados da massa pagã e dedicados ao serviço de Deus —

João 17:19

E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade.

Notemos como Paulo orienta os Coríntios nestas questões concernentes à santidade e separação de acordo com 2 Coríntios 6:14 — 7:3 que cotamos acima.

A. A Inconsistência contra a Qual Paulo Adverte os Coríntios – 2 Coríntios 6:14—16.


Mundanismo

1. Paulo quer deixar bem claro que existe uma completa incompatibilidade entre os cristãos e aqueles que não são cristãos – ver o Salmo 1. A palavra incompatibilidade é definida pelo dicionário Aurélio Século XXI como sendo: a condição de ser incompatível. E, por sua vez, incompatível é definida como sendo: que não pode harmonizar-se; inconciliável, incombinável.

2. Paulo quer advertir os Coríntios contra a tentativa de tentar fazer funcionar algo que não irá nunca funcionar seja no casamento, seja nos negócios, seja na comunhão cristã.

3. Os cristãos em Corinto precisavam entender que existiam certos elementos tanto no judaísmo como no paganismo que eram completamente irreconciliáveis com a verdade de Deus revelada em Jesus Cristo.

4. Paulo faz notar duas coisas importantes:

a. A transigência com os incrédulos é realmente muito atrativa.

  • Isto é verdadeiro em todas as áreas da vida: 
Ø  Financeiramente.

Ø  Socialmente.

Ø  Emocionalmente. 

  • Mas ao mesmo tempo em que a transigência com os incrédulos é atrativa ela...

2. Esconde quão enganosa ela pode realmente ser.


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Não podemos nos unir com os incrédulos

  • Pois como diz o Apóstolo Paulo existe uma incompatibilidade básica. Ele pergunta... 
Ø  Que sociedade? Que comunhão? Que harmonia? Que união pode existir entre...

Ø  A justiça e a Iniqüidade? Da luz com as trevas? Entre Cristo e o Maligno? Do crente com o Incrédulo?

Ø  Que ligação pode haver entre o santuário de Deus, que são os cristãos, e os ídolos que representam os incrédulos? Em 1 Coríntios 6:19 Paulo pergunta: “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos”?

b. A Integridade pela qual os cristãos em Corinto deveriam trabalhar.

Os cristãos em Corinto precisavam se separar de... visando se separar para... — 2 Coríntios 7:1.

Precisamos de Disciplina Pessoal.
 
Precisamos aprender a dizer não para nós mesmos e sim para Deus. Note o imperativo: Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos – 2 Coríntios 6:14.

Precisamos nos purificar de todas as impurezas tanto da carne quanto do espírito — 2 Coríntios 7:1.

Precisamos aperfeiçoar nossa santidade no temor do Senhor — 2 Coríntios 7:1

2. Precisamos ser Socialmente Diferentes.

2 Coríntios 6:17 

Retirai-vos do meio deles, separa-vos, não toqueis em coisas impuras.

·       Precisamos entender que existem lugares, que simplesmente, não são nem um pouco apropriados para um cristão frequentar. 
·       Precisamos entender que existem pessoas com as quais não podemos nos associar nunca. 
·       Precisamos entender que existem certas práticas que não devem fazer parte do nosso dia-a-dia. 
·       Como cristãos precisamos estar prontos para ser diferentes, agir de maneira diferente e de pensar de forma diferente. 
C. A Intimidade com Deus Resultante da Separação.

1. O que Deus promete fazer conosco?

2 Coríntios 6:16b 
Habitarei e andarei entre eles. Serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Eu os receberei, diz o SENHOR!

2. O que Deus promete ser para conosco?

2 Coríntios 6:18 
Serei vosso Pai e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.

Somos santos e isto quer dizer que somos “separados do mundo” e “separados para Deus”. Sermos “separados do mundo” e “separados para Deus” não quer dizer não devemos manter nenhum tipo de relacionamento com aqueles que não são cristãos. Neste caso teríamos que sair do mundo

1 Coríntios 5:9—10

9  Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros;

10 refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo.

O que não podemos fazer é manter aquilo que Paulo chama de “jugo desigual” com os incrédulos. Não podemos insistir em fazer funcionar aquilo que Paulo diz que não vai funcionar.

Quem são os incrédulos? A palavra grega usada por Paulo é ἀπίστοις- apístois – e caracteriza aqueles que são incrédulos ou descrentes e sem confiança ou devoção, exclusivamente, em Deus. O mundo está cheio de pessoas assim.

·       Dizem que creem em Deus, mas fazem despachos nas encruzilhadas. 
·       Dizem que creem em Deus, mas fazem promessas para santos. 
·    Dizem que creem em Deus, mas esperam reencarnar para ter uma nova chance se as coisas não correrem como devem.

O Deus Santo não aceita que a devoção que é devida somente a ele seja repartida com ninguém mais. Isto quer dizer que nossa confiança precisa estar exclusivamente em Deus e em ninguém nem nada mais. Quer dizer que quando oramos, oramos exclusivamente a Deus. Quer dizer que daremos ouvidos exclusivamente à Palavra de Deus. Quando colocamos toda nossa devoção e consagramos nossas vidas exclusivamente a Deus, Ele promete: Habitar em nosso meio, andar conosco, ser o nosso Deus, sermos seus filhos. Deus promete nos receber como filhos e filhas e promete ser nosso Pai!

Para vivermos vidas que sejam coerentes com o pedido de Zacarias em

Lucas 1:74—75

74 de conceder-nos que, livres das mãos de inimigos, o adorássemos sem temor,

75 em santidade e justiça perante ele, todos os nossos dias.

ou seja, vidas de santidade e justiça, nós temos que entender que: 

  • Só podemos viver este tipo de vida diante de Deus se formos continuamente sustentados pela graça de Deus com a manifestação de uma evidência constante da Sua presença e aprovação em nosso meio. 
  • Andar em Santidade diante de Deus é viver em um estado de permanente satisfação e sem medo. O pecado deve ser lançado fora e a santidade deve ser introduzida.

Ø    Efésios 4:22—24

Ø    22 No sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano,

Ø    23 e vos renoveis no espírito do vosso entendimento,

Ø    24 e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.

  • O poder do Senhor nos sustenta e quando estamos conscientes da Sua aprovação somos confortados e animados em nossos corações. Desta maneira toda a miséria é removida e a verdadeira felicidade estabelecida. 
  • Este estado bendito deve permanecer enquanto existirmos nesta vida – todos os dias da nossa vida, em todas as idades, em todas as situações e em todas as circunstâncias. Quanto antes iniciarmos este tipo de vida melhor para nós.

viii. Tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor, preparando-lhe os caminhos - Verso 76.


João Batista

Zacarias inicia agora a descrever o futuro ministério de seu filho, João, que tinha naquele momento apenas 8 dias de vida. Zacarias profetiza acerca do impacto que o ministério de João Batista teria tanto sobre os judeus como os gentios.

Zacarias começa caracterizando seu filho como “profeta do Altíssimo”. Naqueles dias a palavra  προφήτης profétis – profeta tinha os seguintes significados: alguém que, movido pelo Espírito de Deus e, por isso, seu instrumento ou porta-voz, solenemente declara aos homens o que recebeu por inspiração, especialmente aquilo que concerne a eventos futuros, e em particular tudo o que se relaciona com a causa e reino de Deus e a salvação humana.[1]

Mais adiante, já na literatura do Novo Testamento veio também a significar “aquele que fala aos homens, edificando, exortando e consolando — ver 1 Coríntios 14:3.

João Batista foi certamente um profeta em todos os sentidos descritos acima. Ele proclamou a graça de Deus, ensinando aos homens como deixarem seus pecados e encontrarem a verdadeira salvação deixando bem claro que, caso não houvesse genuíno arrependimento por parte de seus ouvintes a oferta da graça seria seguida por um severo juízo de Deus; ele também anunciou o batismo com o Espírito Santo e com fogo — salvação e condenação. O próprio nome dele Ἰωάννην Ioánnin – era um anuncio: O Eterno é um Doador Gracioso.

O Senhor Jesus caracterizou João como o maior profeta da Antiga Aliança — porque o caracterizou como o maior homem da Antiga Aliança Mas Jesus também deixou claro que o menor sob a Nova Aliança é superior a João Batista

Mateus 11:7—11

7 Então, em partindo eles, passou Jesus a dizer ao povo a respeito de João: Que saístes a ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento?

8 Sim, que saístes a ver? Um homem vestido de roupas finas? Ora, os que vestem roupas finas assistem nos palácios reais.

9 Mas para que saístes? Para ver um profeta? Sim, eu vos digo, e muito mais que profeta.

10 Este é de quem está escrito: Eis aí eu envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho diante de ti.

11 Em verdade vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista; mas o menor no reino dos céus é maior do que ele.

Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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Desde já agradecemos a todos.



[1] Strong, J. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri, 2002 e 2005.

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