Concepção Artística das Cinco Virgens Prudentes
Esse artigo é parte da
série "Parábolas de Jesus" e é muito recomendável que o leitor
procure conhecer todos os aspectos das verdades contidas nessa série, com
aplicações para os nossos dias. No final do artigo você encontrará links para
os outros artigos dessa série.
Sermão 020
A Parábola das Dez
Virgens
Mateus 25:1—13
1 Então, o reino dos
céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a
encontrar-se com o noivo.
2 Cinco dentre elas
eram néscias, e cinco, prudentes.
3 As néscias, ao
tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo;
4 no entanto, as
prudentes, além das lâmpadas, levaram azeite nas vasilhas.
5 E, tardando o noivo,
foram todas tomadas de sono e adormeceram.
6 Mas, à meia-noite,
ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí ao seu encontro!
7 Então, se levantaram
todas aquelas virgens e prepararam as suas lâmpadas.
8 E as néscias disseram
às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão-se
apagando.
9 Mas as prudentes
responderam: Não, para que não nos falte a nós e a vós outras! Ide, antes, aos
que o vendem e comprai-o.
10 E, saindo elas para
comprar, chegou o noivo, e as que estavam apercebidas entraram com ele para as
bodas; e fechou-se a porta.
11 Mais tarde, chegaram
as virgens néscias, clamando: Senhor, senhor, abre-nos a porta!
12 Mas ele respondeu:
Em verdade vos digo que não vos conheço.
13 Vigiai, pois, porque
não sabeis o dia nem a hora.
Introdução
1. Existem
39 parábolas contadas por Jesus registradas nos Evangelhos.
2. A
Parábola das Dez Virgens nos fala da separação entre os bons e os maus. Esse tema continua na parábola dos talentos —
ver Mateus 25:14—30 — e na descrição do pastor separando dos bodes as ovelhas —
ver Mateus 25:31—33.
3. Apenas
Mateus registra essa parábola das Dez Virgens. Ela está estrategicamente
colocada logo após o sermão que Jesus fez acerca do fim dos tempos. Na última
parte do seu sermão, Jesus nos fala da separação entre os maus e os bons.
Mateus 24:40—41
40 Então, dois estarão
no campo, um será tomado, e deixado o outro;
41 duas estarão
trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a outra.
4. Na
parábola das Dez Virgens, cinco entram na casa do noivo e cinco encontram a por
fechada e se veem impedidas de entrar.
I. A Parábola.
A. As Bodas.
1. As
dez virgens são, na realidade, dez damas de companhia da noiva. De acordo com o
costume local daqueles dias as mesmas se preparavam para aguardar a chegada do
noivo.
2. O
propósito principal de Jesus ao contar essa parábola é nos ensinar a grande
necessidade que temos de estar preparados para nosso encontro com o Senhor.
3. Na
cultura judaica, as meninas eram entregues em casamento entre 13 e 14 anos de
idade. Muitos casamentos já eram arranjados quando do nascimento da filha. Nos
dias de hoje os judeus ortodoxos costumam entregar suas filhas em casamento por
volta dos 16 anos, geralmente para homens bem mais velhos. São raros os
casamentos modernos entre judeus ortodoxos em que o noivo tenha idade
aproximada da noiva.
4. Mas
nos dias de Cristo, era costume da noiva cercar-se de dez damas de honra , que,
normalmente, eram escolhidas entre suas melhores amigas, e que tinham a mesma
idade dela.
5. As
palavras iniciais da narrativa descrevem a cena da seguinte maneira:
Mateus 25:1
Então, o reino dos céus
será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a
encontrar-se com o noivo.
6. Essas
damas, normalmente, ficavam na casa da noiva fazendo os últimos preparativos
para as bodas.
7.
Note que a noiva, nessa parábola, não era importante. O foco está centrado nas
dez virgens, de modo especial, naquelas que são chamadas de néscias. A espera
terminava quando as damas e a noiva seguiam para a casa dos pais do noivo onde
as bodas deveriam acontecer.
B. As Dez Virgens e
Suas Lâmpadas.
As dez virgens em Trajes Modernos
1. O
texto nos diz que cinco das moças eram prudentes, enquanto cinco eram
displicentes. Essas últimas levaram suas lâmpadas, mas esqueceram de levar o
óleo necessário para mantê-las acesas.
2. Não
devemos confundir essas lâmpadas com as pequenas lamparinas usadas dentro da
casa. Como era necessário sair, no meio da noite, para ir da casa da noiva para
a casa dos pais do noivo, algo mais robusto era necessário. Por esse motivo
muitos acreditam que essas lâmpadas era, na realidade, tochas capazes de
iluminar bem a noite.
3. No
caso de estarmos falando mesmo de tochas, as mesmas eram então, longas varas
com pedaços de pano envolvidos numa das pontas e encharcados com óleo. Quando
acessas, essas tochas criavam um espetáculo brilhante e radioso digno duma
noiva no seu dia especial.
4. Devido
ao grande volume de pedaços de panos envolvidos na confecção das tochas, de
acordo com os estudiosos, era necessário levar uma vasilha contendo óleo, pois
a chama consumia o mesmo rapidamente. Imagina-se que a cada 15 minutos era
necessário realimentar os panos com o óleo.
5. Por
tudo isso, esperava-se que essas moças tivessem um suprimento adequado de óleo,
uma vez que se esperava que as mesmas fizessem uma dança especial em homenagem
à noiva e era necessário ter iluminação suficiente para tal evento.
6. As
cinco moças displicentes chegaram na casa da noiva, totalmente despreparadas,
sem o necessário reservatório de óleo que seria usado mais adiante. Quando chegou
a hora do cortejo, foi que elas se deram conta do seu triste descuido.
7.
Mas, eis que, de mudo súbito e inesperado, o senhor retorna e ouve que aquele
servo foi irresponsável e infiel. Como ele maltratou os outros, como os
explorou para benefício próprio e etc.
C. O Atraso do Noivo.
1. O noivo estava atrasado para seu encontro com a
noiva. Muito diferente dos costumes do nosso dia. Isso talvez tenha ocorrido
por uma discussão mais prolongada acerca de detalhes envolvendo o dote. Em
Israel o dote era pago pelo noivo e sua família como uma garantia a favor da
noiva em caso dela ficar viúva, ou pior, em caso dela ser repudiada pelo seu
esposo.
2. Portanto, tais encontros para discutir o dote,
podiam, como de fato, muitas vezes se estendiam por longas horas, entrando pela
noite e até mesmo a madrugada do dia do casamento.
3. O noivo jamais poderia ir ao encontro da noiva
sem que as famílias estivessem de acordo quanto ao dote e sem que o contrato de
casamento estivesse assinado.
4. Enquanto esperavam, as horas se passaram e
chegada a noite as damas de honra sentiram-se sonolentas. Todas as dez virgens
adormeceram.
5. De repente, soa o grito: Eis o noivo. Saí ao seu
encontro.
6. As damas de honra despertaram do seu sono e,
rapidamente, se prepararam para encontrar-se com o noivo. Foi aí que as cinco
virgens néscias perceberam que não teriam óleo suficiente para todo o cortejo e
a dança prevista.
7. As virgens néscias tentaram então conseguir óleo
com as virgens prudentes, mas essas perceberam que não havia óleo suficiente
para ser repartido. Recomendaram então, que as néscias fossem procurar alguém
disposto a vender óleo para as mesmas.
8. Elas então saíram para procuram alguém que
pudesse lhes vender o óleo de que tanto precisavam. Nesse meio tempo o cortejo
partiu, junto com o noivo, para a casa dos seus pais. Uma vez que o cortejo
chegou ao seu destino os portões da propriedade foram fechados e ninguém mais
poderia entrar para participar das bodas. Esse costume era tão mais rigoroso
quanto mais rica fosse a família do noivo.
9. A cena se encerra com o noivo informando as
virgens néscias que ele não as conhecia e, portanto, era impossível aceitá-las
em suas bodas. Elas estavam muito, mas muito atrasadas.
Conclusão:
1. A
conclusão dessa parábola é natural e se encontra nas próprias palavra de Jesus
quando disse:
Mateus 25:13
Vigiai, pois, porque
não sabeis o dia nem a hora.
2. A
parábola fala da volta de Jesus. Do fato que a mesma será inesperada. Jesus é o
noivo por excelência, pois ele se referiu a si mesmo como tal em:
Marcos 2:19
Respondeu-lhes Jesus:
Podem, porventura, jejuar os convidados para o casamento, enquanto o noivo está
com eles? Durante o tempo em que estiver presente o noivo, não podem jejuar.
3. Além
disso, não podemos duvidar que no final dessa parábola temos um eco das
poderosas palavras de Jesus em:
Mateus 7:21—23
21 Nem todo o que me
diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de
meu Pai, que está nos céus.
22 Muitos, naquele dia,
hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu
nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos
milagres?
23 Então, lhes direi
explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade.
4. O
ensinamento de Jesus é transparente: estarão excluídos do reino de Deus todos
aqueles que deixam de fazer a vontade de Deus, o Pai. Quem não fizer a vontade
do pai, não poderá chamá-lo por esse nome e estará, automaticamente, alijado da
possibilidade de entrar no reino eterno.
5.
As virgens prudentes representam todos os crentes verdadeiros que possuem o
discernimento espiritual para fazer, sempre, a vontade de Deus.
6.
Note que as virgens néscias são representantes típicas da maioria das pessoas
desse mundo. Elas não são facínoras. São pessoas normais, que sempre têm boas
intenções, apesar de que as boas intenções podem, na realidade, serem muito
perversas. Essas são as pessoas que ignoram a oferta de salvação pela graça
feita por Deus, para correr atrás de suas próprias ideias seguindo ídolos,
buscando direção de pessoas já mortas, respeitando os antepassados etc. Todas
essas coisas não são más, mas são terríveis quando comparadas com aquilo que
Deus espera de cada um de nós.
7.
Não adianta insistir. O único preparo adequado para a salvação está em colocar
fé na pessoa de Jesus Cristo que disse:
João 14:6
Respondeu-lhe Jesus: Eu
sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.
8.
Sejamos, portanto, prudentes nessa verdadeira questão de vida ou morte.
OUTRAS PARÁBOLAS DE JESUS PODEM SER ENCONTRADAS NOS LINKS ABAIXO:
001 – O Sal
002 – Os Dois Fundamentos
003 – O Semeador
004 – O Joio e o Trigo =
005 – O Credor Incompassivo
006 — O Grão de Mostarda e o Fermento
007 — Os Meninos Brincando na Praça
008 — A Semente Germinando Secretamente
009 e 010 — O Tesouro Escondido e a Pérola de Grande Valor
011 — A Eterna Fornalha de Fogo
012 — A Parábola dos Trabalhadores na Vinha
013 — A Parábola dos Dois Irmãos
014 — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 1
014A — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 2
015 — A Parábola das Bodas —
016 — A Parábola da Figueira
017 — A Parábola do Servo Vigilante
018 — A Parábola do Ladrão
019 — A Parábola do Servo Fiel e Prudente
020 — A Parábola das Dez Virgens
021 — A Parábola dos Talentos
022 — A Parábola das Ovelhas e dos Cabritos
023 — A Parábola dos Dois Devedores
024 — A Parábola dos Pássaros e da Raposa
025 — A Parábola do Discípulo que Desejava Sepultar Seu Pai
026 — A Parábola da Mão no Arado
027 — A Parábola do Bom Samaritano — Completo
027A — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 1
027B — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 2 — Os Ladrões e o Sacerdote
027C — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 3 — O Levita
027D — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 4 — O Samaritano
027E — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 5 — O Socorro
027F — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 6 — O transporte até a hospedaria
027G — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 7 — O pagamento final
027H — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 8 — O diálogo final entre Jesus e o doutor da Lei
028 — A Parábola do Rico Tolo —
029 — A Parábola do Amigo Importuno —
030 — A Parábola Acerca de Pilatos e da Torre de Siloé
031 — A Parábola da Figueira Estéril
032 — A Parábola Acerca dos Primeiros Lugares
033 — A Parábola do Grande Banquete
034 — A Parábola do Construtor da Torre e do Grande Guerreiro
035 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 001
036 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 002
037A — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 001
037B — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 002
037C — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 003
037D — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 004 — A Influência do Antigo Testamento
037E — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 005 — Características Cristológicas da Parábola da Ovelha Perdida
037F — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 006 — A importância das pessoas perdidas.
Que
Deus abençoe a todos
Alexandros
Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem
que “curtam” nossa página no facebook através do seguinte link:
Desde já agradecemos a todos.
Meu irmão, eu já li e ouvi estudos ou sermões sobre essa parábola de nosso Senhor, o Messias Yeshua (Jesus, o Cristo), mas até hoje eu nunca estive contente com as explicações dadas por seus autores sobre o seu significado. Hoje me deparei com seu Blog e resolvi arriscar e ler o seu pensamento sobre a passagem propriamente dita, e não me arrependo de ter feito isso, pois, pela primeira vez, li um texto totalmente coerente com o contexto bíblico e estou certo de ser esse o significado da parábola. Em meio a uma geração com tanta escassez de alimento espiritual só me resta agradecer-te e dar graças ao Eterno por sua vida, por sua disposição em buscar nEle a Verdade e compartilhá-la como alimento para o Seu povo. Bendito seja o Eterno por meio do Santo Servo Yeshua, o Messias.
ResponderExcluirEm tempo: Estou bastante animado para ler seus outros sermões sobre as parábolas do Mestre.