Esse artigo é parte da série "Amai-vos Uns aos Outros" e é muito recomendável que o leitor procure conhecer todos os aspectos dos mandamentos nos quais o Senhor nos ordena demonstrarmos amor uns pelos outros. No final do artigo você encontrará links para outros estudos dessa série.
VIVENDO A VIDA COMUM DOS SANTOS
DE DEUS
Introdução.
A. A vida cristã não é um convite para desfrutar de um mar de rosas —
2 Coríntios 1:3—6
3 Bendito seja o Deus e Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação,
4 que nos consola em toda a nossa
tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma
tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus.
5 Porque, como as aflições de
Cristo são abundantes em nós, assim também a nossa consolação sobeja por meio
de Cristo.
6 Mas, se somos atribulados, é
para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa
consolação é, a qual se opera, suportando com paciência as mesmas aflições que
nós também padecemos.
Por
este motivo, Deus inspirou os autores do Novo Testamento a escreverem muitos
mandamentos que nos ensinam acerca do cuidado mútuo que devemos ter uns para
com os outros.
B.
Estes mandamentos são chamados de “mandamentos de reciprocidade” porque nos
ensinam que valem para todos, de forma indistinta.
C.
Já falamos antes, mas vale à pena repetir, que a Igreja, enquanto corpo de
Cristo, não pode “funcionar” direito, como deve, enquanto nós ignorarmos a
obediência que devemos a estes mandamentos. Vejamos as seguintes situações...
D.
Em todas as igrejas, a qualquer momento, nós vamos encontrar...
1.
Crentes que estão enfrentando várias provações e problemas em suas vidas. Hoje
vivemos dias em que se anuncia que o crente não pode, nem deve enfrentar
problemas. Dificuldades, eles nos dizem, são resultado de falta de fé ou de
ação satânica ou demoníaca na vida do crente. Será? Vemos ler
Romanos 5:3—5
3 E não somente isto, mas também
nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência;
4 e a paciência, a experiência; e
a experiência, a esperança.
5 E a esperança não traz
confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo
Espírito Santo que nos foi dado.
Tiago 1:2—4
2 Meus irmãos, tende grande gozo
quando cairdes em várias tentações,
3 sabendo que a prova da vossa fé
produz a paciência.
4 Tenha, porém, a paciência a sua
obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa
alguma.
a.
Paulo usa a palavra θλίψεσ –
thlipsis
– tribulação, que significa: 1. Ato de prensar, imprensar ou pressão. 2. De
forma metafórica, significa: opressão, aflição, tribulação, angústia, dilemas.
b.
Tiago usa a palavra πειρασμος –
peirasmos
– provação, que significa: 1. Experimento, teste ou prova. 2. Tentação: a) como
uma prova; b) da fidelidade, da integridade, da constância e da virtude: c) da
sedução do pecado mediante qual somos seduzidos ao pecado, ou a um desvio da fé
e santidade; d) adversidade, aflição ou aborrecimento,
enviado por Deus, e servindo para testar ou provar o caráter, a fé, ou a
santidade de alguém.
2.
Crentes hesitantes ou resistentes em adotar o curso de ação que está,
claramente, ensinado nas Escrituras.
3.
Crentes desencorajados ou desanimados, sofrendo de solidão ou, até mesmo,
deprimidos por causa das circunstâncias da vida que estão enfrentando.
4.
Crentes que estão lutando com enfermidades, algumas graves, outras terminais ou
enfrentando a morte de um ente querido.
E.
Em todas estas situações que nos afligem diuturnamente, nós somos chamados por
Deus para edificar uns aos outros, mediante a obediência aos mandamentos que
dizem...
Consolai-vos
uns aos outros e Exortai-vos uns aos outros
I. Os Mandamentos.
Consolai-vos, pois, uns aos
outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo – 1
Tessalonicenses 5:11.
Tende cuidado, irmãos, jamais
aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos
afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o
tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano
do pecado – Hebreus 3:12—13.
II. Definição do Termo:
A. παρακαλέω – parakaléo –
1. Chamar para o lado, para ficar próximo; 2. Consolar, encorajar e fortalecer
pela consolação, confortar.
B.
Consolar ou exortar uns aos outros pode ser definido da seguinte maneira:
Trata-se de um ministério triplo onde cada cristão:
1.
Insiste com os outros para que apliquem as verdades aprendidas das Bíblia em
suas próprias vidas.
2.
Encoraja os outros com as verdades das Sagradas Escrituras.
3.
Consola os outros com as verdades das Escrituras aplicadas as necessidades do
dia à dia.
A
implicação principal envolvida neste mandamento é que devemos nos empenhar, no
melhor da nossa capacidade, para ajudar uns aos outros a compreendermos as
implicações contidas na Palavra de Deus, naquilo que diz respeito à nossa
conduta ou viver diário.
II. Exemplos Bíblicos
Rogo-vos, pois, irmãos, por nosso
Senhor Jesus Cristo e também pelo amor do Espírito, que luteis juntamente
comigo nas orações a Deus a meu favor — Romanos 15:30.
Tendo ele chegado e, vendo a
graça de Deus, alegrou-se e exortava a todos a que, com firmeza de coração,
permanecessem no Senhor — Atos 11:23.
E, tendo anunciado o evangelho
naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio, e
Antioquia, fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes
na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no
reino de Deus — 14:21—23.
Porém Deus, que conforta os
abatidos, nos consolou com a chegada de Tito; e não somente com a sua chegada,
mas também pelo conforto que recebeu de vós, referindo-nos a vossa saudade, o
vosso pranto, o vosso zelo por mim, aumentando, assim, meu regozijo — 2
Coríntios 7:6—7.
III. Implicações Contidas Neste
Mandamento
O
mandamento que nos ordena consolar e exortar ou fortalecer uns aos outros,
possui as seguintes implicações:
A.
Como cristãos, precisamos da ajuda de outros crentes em nosso viver diário. As
frases do tipo: 1) Tudo do que eu preciso é da ajuda do Senhor; e 2) Vou vencer
tudo em nome de Jesus, amém? – podem parecer “espirituais”, mas são, de fato,
totalmente desprovidas de espiritualidade. São, de fato, frases pecaminosas e
carnais porque o Senhor nos diz que devemos ajudar uns aos outros. É assim que
a igreja funciona, e essa é a vontade do Senhor: que
nos ajudemos uns aos outros.
B.
Quando falamos de consolação e de exortação estamos falando, acima de tudo, do
uso da Palavra de Deus. Temos a responsabilidade de ajudar uns aos outros a
entender a Palavra de Deus e como ela se aplica às situações da vida diária.
C.
Os atos de consolar e exortar são orientados pelas necessidades percebidas. O
tipo de consolação ou exortação que precisam ser ministrados são determinados
pela situação que está sendo enfrentada.
D.
Para consolar ou exortar nós precisamos nos envolver com a vida uns dos outros.
Como podemos consolar ou exortar a alguém se não sabemos o que está acontecendo
com a vida uns dos outros? Como podemos saber as necessidades uns dos outros se
não conhecemos uns aos outros como devemos?
E.
Quando a comunidade se reúne, nós também podemos manifestar este cuidado de
consolar e de exortar uns aos outros.
Conclusão:
A.
Espero ter deixado claro que o serviço que devemos uns aos outros quando
falamos de consolação ou exortação é sempre positivo. O mesmo não envolve ações
nem corretivas nem disciplinares.
1.
Quando nos aproximamos de alguém para consolar ou exortar, nós devemos:
a.
Nos desarmar de qualquer desejo de ferir, de criticar e de agravar.
b.
Desejar apenas encorajar, fortalecer e estimular
2.
Quando consolamos ou exortamos uns aos outros nós devemos:
a.
Fazê-lo com amor na força que o Espírito Santo supre — ver Romanos 15:30.
b.
Manifestar a mesma mansidão e benignidade de Jesus — ver 2 Coríntios 10:1.
c.
Agir como um pai quando procura consolar um filho — ver 1 Tessalonicenses 2:11—12.
c.
Como um filho faria com o próprio pai — 1 Timóteo 5:1.
d.
Com grande longanimidade e ensinamentos — 2 Timóteo 4:2.
B.
O exercício dos atos de consolar e de exortar é o melhor método para capacitar
todos os membros do Corpo de Cristo, que é a Igreja, a viverem vidas de
santidade que sejam consistentes.
C.
Nosso desejo maior deve ser imitar o caráter do próprio Senhor Jesus. E quando
laçamos mão dos atos de consolar, de exortar ou de encorajar, nós estamos
ajudando uns aos outros a alcançar o objetivo de sermos imitadores de Jesus.
D.
Os efeitos da obediência a este mandamento serão óbvios aos olhos do mundo que
pode ver, nossas vidas, revestidas de verdadeira santidade.
E.
Com isto fortalecemos nosso testemunho diante do mundo e manifestamos a
verdadeira natureza da Igreja e do verdadeiro caráter de Cristo.
Que
Deus nos ajude a nos envolver nas vidas uns dos outros visando obedecermos ao
mandamento que nos diz que devemos consolar, exortar e encorajar uns aos outros.
OUTROS ESTUDOS ACERCA DA VIDA COMUM DOS SANTOS DE DEUS.
001 — O Custo do Discipulado =
002 — Uma Proposta de Vida =
003 e 004 — Comunhão e Interdependência =
005 — Os Dons espirituais e a Vida Comum =
006 — Discipulado =
007 — O Amor ao Próximo =
008 — Amai-vos uns aos outros — Parte 1 — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS
009 — Amai-vos uns aos outros — Parte 2 — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS
010 — Romanos 15:1—7 — Acolhei-vos Uns aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 3
011 — Romanos 16:16 — Saudai-vos Uns Aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 04
012 — 1 Coríntios 12:24—25 — Tande o Mesmo Cuidado Uns Para Com os Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 05
013 — Efésios 5:18-21 — Sujeitai-vos ou Submetei-vos Uns Aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 06
014 — Efésios 4:1—3 — Suportai-vos Uns Aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 07
015 — Tiago 5:16 — Confessai Vossos Pecados uns Aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 08
016 — Colossenses 3:12—13 — Perdoai uns Aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 09
017 — Romanos 14:13 — Não Julgueis Uns Aos Outros — Parte A — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 10A
018 — Romanos 14:13 — Não Julgueis Uns Aos Outros — Parte B — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 10B
019 — Tiago 4:11 — Não faleis Mal uns dos Outros — AMAI-VOS UNS AOS AOS OUTROS — Parte 11
020 — Tiago 5:9 — Não Vos Queixeis uns dos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 12
021 — Gálatas 5:14—15 — Não Vos Mordais nem Devoreis uns Aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 13
022 — Gálatas 5:25—26 — Não Provoqueis Uns aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 14
023 — Gálatas 5:25—26 — Não Invejeis Uns aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 15
024 — Colossenses 3:9—10 — Não Mintais uns aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — Parte 16
025 — Romanos 14:29 e 1 Tessalonicenses 5:11 — Edificar uns aos outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — PARTE 17
026 — Colossenses 3:16 — Instruí-vos Mutuamente — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — PARTE 18
027 — 1 Tessalonicense 5:1 e Hebreus 3:12—13 — Consolai-vos e Exortai-vos Uns aos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS — PARTE 19
028 — Romanos 15:14 e Colossenses 3:16 — Admoestai-vos ou Aconselhai-vos uns aos outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS – Parte 20 — SERMÃO 028
029 — Efésios 5:18—20 e Colossenses 3:16 — Falando entre vós com... — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS – Parte 21 — SERMÃO 029
030 — Gálatas 5:13—14 — Sede Servos Uns dos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS – Parte 22 — SERMÃO 030
031 — Gálatas 6:2 — Levai as Cargas Uns dos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS – Parte 23 — SERMÃO 031
032 — 1 Pedro 4:7—10 — Sede Mutuamente Hospitaleiros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS – Parte 24 — SERMÃO 032
033 — Efésios 4:31—32 — Sede Benignos Uns Para Com Os Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS – Parte 25 — SERMÃO 033
034 — Tiago 5:16 — Orai Uns Pelos Outros — AMAI-VOS UNS AOS OUTROS – Parte 26 — SERMÃO 034
Grande
Abraço e que Deus possa abençoar a todos.
Alexandros
Meimaridis
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