Esse esboço de sermão é parte da série "Exposição da 2 Epístola de Paulo aos Coríntios" e é muito recomendável que o leitor procure conhecer todos os aspectos das verdades contidas nessa exposição, com aplicações para os nossos dias. No final do artigo você encontrará links para outros estudos dessa série.
Sermões na Segunda Epístola de Paulo aos Coríntios
Deixando as Dificuldades e Através da Descoberta,
Chegando na Doxologia
Introdução.
A. A passagem que temos diante de nós é uma das
mais entesouradas por crentes de todas as épocas.
B. Todos aqueles que sabem alguma coisa acerca de
dificuldades em suas vidas e que desejam encontrar a resposta de Deus, em
Cristo, para estas mesmas dificuldades, já ponderaram nestas palavras.
C. Essa exposição de hoje é semelhante à visita a
um belo jardim com o qual podemos estar familiarizados, mas mesmo assim, sempre
podemos encontrar algo novo e surpreendente. Algo que pode encher nossos
corações com as atitudes certas de louvor e de ações de graças.
D. Nesta passagem Paulo abre seu coração e no
revela, de maneira íntima, uma hora de grande crise espiritual. Que seu
aprendizado e suas atitudes, diante das dificuldades, nos sirvam de inspiração
para nossas próprias vidas em Cristo. Vejamos como Paulo conseguiu...
Deixando
as Dificuldades e Através da Descoberta, Chegando na Doxologia
I. A
Vida Cristã Não é Uma Vida Sem Dificuldades.
A. Um dos maiores equívocos que podem existir com
relação à vida cristã é pensarmos que pode existir algum tipo de “super-crente”
que está imune a toda e qualquer tipo de dificuldades. O triunfalismo dos
pregadores e dos movimentos neopentecostais é realmente patético!
B. De fato, nos dias de hoje, nós temos inúmeras
igrejas pretendendo que podem ensinar as pessoas a usarem sua fé para
conseguirem tudo o que desejam: amor, saúde, prosperidade e etc.
C. Os rádios e as TVs estão cheios de “testemunhos”
de pessoas que alcançaram plena libertação de todos os seus problemas. Como
pode ser facilmente percebido, essas pessoas alcançaram um nível de
espiritualidade que deixa o próprio apóstolo Paulo parecendo um verdadeiro
amador.
D. Esta passagem serve bem para nos mostrar quão
errado e destruidores estes ensinamentos são.
E. Aqui podemos perceber nitidamente que na vida do
próprio apóstolo Paulo existia um problema que parecia desafiar a todo tipo de
solução, uma pressão que, para o apóstolo, parecia insuportável.
F. Vamos considerar a dificuldade ou problema pelo
qual Paulo estava passando
1. Era uma dificuldade ou problema que parecia ser
completamente inútil.
a. Paulo chama sua dificuldade ou problema de
“espinho na carne e de mensageiro de Satanás para me esbofetear”.
b. Os comentaristas diferem grandemente acerca do
que poderia ser este “espinho na carne”. Seria algum problema físico? Ou seria
alguma dificuldade espiritual? As opiniões são como “nariz”. Todo mundo tem um!
Eu mesmo não estou convencido do quê exatamente estamos tratando aqui.
c. Em vez de ficarmos especulando acerca daquilo
que Paulo não diz vamos concentrar nossa atenção naquilo que ele diz. E Paulo
nos informa que:
i. A origem do problema parece ser satânica, pois o
apóstolo diz que o mesmo era um “mensageiro de Satanás”. Ao que parece este
problema consistia de uma limitação na vida e no ministério de Paulo.
ii. Paulo diz que o problema era “mensageiro de
Satanás para me esbofetear”. A palavra usada por Paulo é κολαφίζω — kolafízo. Esta palavra é bastante pesada, pois significa: bater com punho
fechado, dar um soco em alguém com o punho fechado e maltratar, tratar com
violência e ofensa.
iii. Aqui estamos diante de algo extremamente
frustrante. Algo que deixava o apóstolo Paulo abatido e machucado.
iv. Paulo se sentia pressionado por este problema e
também frustrado.
v. O resultado prático desse problema na vida de
Paulo parece ser que o mesmo tornava Paulo consciente da sua velha natureza. Esse
problema despertava e levantava a velha natureza de Paulo de modo extremamente
doloroso. Quando isto acontecia havia a tendência de fazer aflorar o que de
pior poderia existir no apóstolo. Alguém aqui já experimentou este tipo de
coisa ou de situação?
vi. Todos nós temos plena consciência de que nossas
vidas seriam bem melhores sem nosso temperamento explosivo, sem nosso orgulho,
sem nossa cobiça, sem desejarmos fazer nossa própria vontade prevalecer etc.
vii. Mas, o problema ou dificuldade que parecia
completamente inútil não era tudo. A situação era agravada porque...
G. Havia uma oração para a qual não havia resposta —
2
Coríntios 10:8
Por
causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim.
H. Note que Paulo não havia apenas orado acerca do
problema, mas havia orado com intenção específica.
I. O problema causava certos impedimentos em sua
vida em seu ministério. Paulo tinha plena convicção de que ele estaria bem
melhor sem aquela dificuldade. Mas à medida que Paulo orava tinha a nítida
impressão que Deus não o estava ouvindo.
J. Fico imaginando se Deus interrompeu Paulo no
meio de uma destas orações. Fico imaginando se Deus nos interrompe também.
K. A Bíblia diz que: “então Ele me disse – 2
Coríntios 10:9”. Quantas vezes Deus precisa nos lembrar que precisamos estar
mais dispostos a ouvir do a que a pedir? O que Deus diria a você? O que ele
continua dizendo para mim?
M. Se existem dificuldades e problemas, então...
II.
Existe a possibilidade de fazermos preciosas descobertas.
A. À medida que Paulo parou de falar ele pode ouvir
Deus falando. E o que é que Deus lhe disse?
1. Havia um propósito naquilo tudo —2
Coríntios 12:7
E,
para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um
espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não
me exalte.
2. Paulo diz que o propósito era para que “não me
ensoberbecesse e para que não me exalte. A palavra grega é a mesma ὑπεραίρωμα — uperaíroma e Paulo a repete duas vezes para dar ênfase.
3. Teria Paulo motivos para se exaltar? –
2
Coríntios 12:1 – 4
1 Se é
necessário que me glorie, ainda que não convém, passarei às visões e revelações
do Senhor.
2
Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro
céu (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe)
3 e
sei que o tal homem (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe)
4 foi
arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao
homem referir.
4. Deus sabia que no momento em que Paulo se
tornasse orgulhoso, exaltado e arrogante seria o exato momento em que ele teria
se tornado inútil para fazer a obra de Deus.
5. O propósito de Deus em manter esta dificuldade
na vida de Paulo era somente um: manter Paulo humilde e dependente e, por
consequência, útil ao Senhor.
6. Paulo precisava descobrir também....
B. A irrestrita plenitude da graça de Deus —
2
Coríntios 12:9
Então,
ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza.
De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim
repouse o poder de Cristo.
1. O que foi que Deus disse a Paulo? “A minha graça
te basta”. Esta não é uma promessa. É uma afirmação feita no tempo presente.
2. Paulo, disse o Senhor, a minha graça te basta ou
é suficiente, portanto, não existe nenhum motivo para você querer fugir ou
escapar do problema ou da dificuldade ou da pressão em que se encontra.
3. Paulo gostaria que o problema, a dificuldade e a
pressão fossem embora, mas Deus lhe mostrou que isto era não recomendável. De
fato Deus lhe mostrou que aquilo que Paulo desejava era desnecessário!
4. Não temos necessidade de escapar aos problemas,
às dificuldades, às pressões quando entendemos que a graça de Deus é suficiente
para nos sustentar em meio a estas situações. Nós realmente não temos nenhuma
desculpa, quando somos confrontados com a verdade de que a graça de Deus nos
basta!
III. Alcançando
o nível da doxologia.
A. Neste momento nós podemos perceber como a dor do
espinho na carne pode se tornar na motivação para um hino triunfal.
B. Notemos como Paulo alcançou o nível da
doxologia.
1. Como a atitude de Paulo foi modificada —
2
Coríntios 10:9—10
9
Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na
fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre
mim repouse o poder de Cristo.
10
Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas
perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco,
então, é que sou forte.
2. Note que Paulo diz: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias,
nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo”.
3. Será que nós nos atreveríamos a imitá-lo?
4. Note como Paulo mudou. Primeiro ele orou para
que o problema, a dificuldade e a pressão fossem removidos. Agora ele diz que
prefere que eles permaneçam!
C. A aceitação de Paulo é completa.
1. No verso 7 Paulo diz que “me foi posto um
espinho na carne”. Agora Paulo entendia que este espinho era realmente um dom
de Deus para ele. Não era um incômodo. Era uma bênção!
2. Não é suficiente nos submetermos a estas
situações. É necessário que possamos aceitá-las com vindas das mãos de Deus. E
que Deus pode ter um plano eterno que nós não podemos divisar no presente
momento.
3. Paulo aceita estas situações como dons de Deus
porque entende perfeitamente que as mesmas são oportunidades que abrem as
portas para se experimentar a graça de Deus de uma maneira singular. Sem passar
por essas experiências é impossível aprofundar o conhecimento de quão poderosa
a graça de Deus é.
4. Paulo diz: De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas
fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo — 2 Coríntios 10:9. E...
Pelo
que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas
perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco,
então, é que sou forte — 2 Coríntios 10:10.
Conclusão.
1. Às vezes eu me pergunto se há algum crente aqui
em nossa comunidade que está experimentando pressões e frustrações. Tem alguém?
Outras vezes me pergunto: Quantas vezes vocês e eu temos orado acerca dos
nossos problemas e dificuldades e parece tudo inútil? Precisamos aprender a
falar menos e deixar Deus falar mais!
2. Quantas vezes nós usamos as dificuldades, os
problemas e as pressões como desculpas para rebaixar nossos padrões de
comportamento. Quantas vezes nos metemos em encrencas sérias porque dizemos
para nós mesmos que temos sérios problemas e estamos sob muita pressão e
precisamos extravasar. Temos que aprender o significado de: a minha graça te
basta!
3. Eu não sei que tipo de pressão existe em sua
vida que parece tão desesperadora que você deseja se ver livre dela. Que tipo
de “pepino” existe que realmente precisa ser removido? Mas será que você e eu
somos capazes de olhar para o problema e dizer honestamente a Deus, que: porque
nós entendemos que o Senhor pode ter um propósito eterno através deste
problema, preferimos que o mesmo seja mantido em vez de removido? Será que
podemos dizer francamente: Eu não quero meus problemas resolvidos, eu não quero
as situações solucionadas, eu não quero me ver livre de dificuldades de saúde e
etc. EU QUERO A GRAÇA DE DEUS EM MINHA VIDA!
4. Para refletir: você aceita as dificuldades, as
situações, as pressões da vida como presentes de Deus, que te possibilitam
experimentar a graça de Deus de maneira nunca antes experimentada ou você ainda
continua “orando pela mudanças nas condições da tua vida”?
OUTRAS MENSAGENS EM 2
CORÍNTIOS PODEM SER ACESSSADAS POR MEIO DOS LINKS ABAIXO
001 — A Escola do Sofrimento – 2 Coríntios 2:1—11
002 — Os Críticos do
Apóstolo Paulo — 2 Coríntios 1:12 — 2:11
003 — Como
Paulo Entendia o Ministério Cristão — 2 Coríntios 2:12 — 3:3
004 — A Confiança
que Paulo Tinha em Sua Mensagem— 2 Coríntios 3:4—18 — Parte 1
005 — A
Confiança que Paulo Tinha em Sua Mensagem— 2 Coríntios 4:1—6 — parte 2
006 — Batalhas e Bênçãos — 2 Coríntios 4:7—15
007 — Crescendo Apesar de Estar Envelhecendo — 2 Coríntios 4:16—5:9
008 — As Pressões da Responsabilidade — Parte 1 — 2
Coríntios 5:9—14
009 — As Pressões da Responsabilidade — Parte 2 — 2
Coríntios 5:14—6:4
010 — As Pressões da Responsabilidade — Parte 3 — 2
Coríntios 6:3—10
011 — Os Princípios e a Prática da Separação
Bíblica — 2 Coríntios 6:11—7:3
012 — Tudo Vai Bem, Quando Termina Bem — 2 Coríntios 7:4—16
013 — A Prática Cristã de Contribuir — 2 Coríntios 8—9
014 — No Fim o Que Conta é Como Deus nos Vê — 2 Coríntios 10
015 — Paulo Responde a Seus Detratores — 2 Coríntios 11
Grande Abraço e que Deus possa abençoar a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem
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Desde já agradecemos a
todos.
Muito bom
ResponderExcluirEste estudo!
Muito bom
ResponderExcluirEsclarecedor. .ótimo!
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