Ver todos os créditos no final do
artigo.
Uma Biografia de Thomas
Watson
Thomas Watson (1620 - 1686)
Watson foi um dos escritores mais
objetivos, profundos, sugestivos e elucidativos dentre os célebres teólogos que
fizeram da era Puritana o período dourado da literatura evangélica. Há uma
união muito feliz entre a boa doutrina, a profunda experiência e a sabedoria
prática evidentes em todas as suas obras.
Embora Thomas Watson tenha
escrito muitos livros preciosos, comparativamente pouco se sabe de sua pessoa.
Seus escritos são suas melhores memórias. Ele talvez não precisasse de outras
e, portanto, a providência evitou o desnecessário. É de pouca importância se
teve ou não sangue azul correndo em suas veias, pois sabemos que foi de semente
real redimido pelo Senhor. Alguns homens são seus próprios ancestrais e, pelo
que sabemos, a genealogia de Thomas Watson não lhe atribuiu fama, mas todo o
seu brilho provém de suas realizações.
Teve a felicidade de ser educado
no Emmanuel College, em Cambridge, que naqueles dias merecia ser chamada de a
escola dos santos, a grande mãe que alimentou eruditos evangélicos.
Não nos surpreende descobrir que
Thomas Watson desfrutou a boa reputação de ser o aluno mais aplicado enquanto
estudava em Cambridge. Os grandes autores Puritanos devem ter sido muito ativos
na universidade, ou nunca teriam se tornado inigualáveis mestres em Israel.
Em 1646, iniciou um pastorado de
dezesseis anos em Londres. Neste ministério ele combinou considerável erudição
com pregação popular. Em 1651 foi aprisionado com alguns outros ministros
evangélicos, tendo sido liberto em 30 de Junho de 1652 e reintegrado
formalmente ao púlpito de sua igreja. Obteve grande fama e popularidade como
pregador até a Restauração, quando em decorrência do Ato de Uniformidade de
1662, foi expulso da igreja por não-conformismo. Apesar do rigor contra os
dissidentes, Watson continuou a exercer seu ministério particularmente quando
encontrava oportunidade. Os mais cultos, santos e zelosos do clero da Igreja da
Inglaterra descobriram que o Ato da Uniformidade não lhes permitiria manter
suas consciências puras e seus estilos de vida, por isso se submeteram a perder
tudo por causa de Cristo. Thomas Watson não hesitou em relação ao caminho que
deveria seguir. Não era um faccioso inimigo da realeza, nem um republicano
vermelho, nem mesmo um homem da quinta monarquia. Na verdade, havia sido muito
leal à casa de Stuart nos dias do Cromwell. Havia protestado contra a execução
do rei e se unido ao plano de [Christopher] Love para conduzir Charles II ao
trono. Embora tivesse tudo isso a seu favor, era um Puritano e, portanto, não
deveria ser tolerado pelos espíritos ressentidos que dominavam o governo da
época.
Com muitas lágrimas e lamentos, a
congregação de St. Stephen viu seu pastor ser arrancado de seu rebanho. Com
corações doloridos ouviram suas palavras de despedida. Ele mesmo falando como
quem está de luto do que mais deleitava seu coração, sofrendo com alegria a
perda de todas as coisas, despediu-se deles e saiu “sem saber aonde ia”. Na
coleção Sermões de Despedida, há três sermões do Sr. Watson. Dois foram
pregados no dia 17 de agosto e o terceiro na terça-feira seguinte. O primeiro
deles, pregado um pouco antes do meio-dia, foi baseado no evangelho de João
13.34: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros...”. O sermão
enfoca muito do espírito do Evangelho, particularmente ao recomendar amor aos
inimigos e perseguidores. O segundo sermão, pregado à tarde, foi baseado em 2
Coríntios 7.1: “Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda
impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no
temor de Deus”. Na primeira parte do sermão, ele insiste muito nas “...
ardentes afeições de um bom ministro do Evangelho para com seu povo”. Watson
termina essa primeira parte assim:
“Eu exerci meu ministério com
vocês por quase dezesseis anos. E me regozijo e agradeço a Deus por não ter o
direito de dizer de vocês que quanto mais vos amei, menos fui amado. Recebi
muitos sinais que demonstram o amor de vocês. Ao passo que outras igrejas
tenham mais membros que a nossa, entretanto, eu acredito que nenhuma tem tão
forte afeição. Tenho observado com muita satisfação a reverente atenção que
vocês têm à Palavra pregada. E esta luz alegra vocês, não por um breve momento,
mas até o dia de hoje. Tenho observado em vocês o zelo contra o erro em
momentos críticos, e a unidade e a harmonia que vocês têm. Essa é a honra de
vocês. Se for necessária uma interrupção de meu ministério nesta igreja, visto
que não seja permitido pregar para vós novamente, contudo não deixarei de
amá-los e orar por vocês. Porém, por que deve haver alguma interrupção? Onde
está o crime? Alguns, de fato, dizem que somos desleais e rebeldes. Amados,
minhas atitudes e sofrimentos por Sua Majestade são de conhecimento de muitos.
No entanto, devemos ir para o céu com elogios e críticas. E é bom que possamos
chegar à glória, mesmo que lutemos contra baionetas. Eu me esforçarei para
ainda mostrar a sinceridade de meu amor por vocês. Não prometerei que outra vez
pregarei para essa igreja, nem direi o contrário. Desejo ser guiado pelo fio de
prata da Palavra de Deus e Sua providência. Meu coração é vosso. Há, como vós
sabeis, uma expressão neste último Ato de Uniformidade dizendo: “que possamos,
em breve, ser como que naturalmente mortos”. Se eu devo morrer, vou deixar
algum legado a vocês”.
O último discurso, em 19 de
agosto, foi baseado em Isaías 3.10,11:
“Dizei aos justos que bem lhes
irá; porque comerão do fruto das suas ações. Ai do perverso! Mal lhe irá;
porque a sua paga será o que as suas próprias mãos fizeram”. Após sua saída,
Watson pregou esporadicamente onde pudesse fazê-lo em segurança. Multas e
prisões foram insuficientes para fechar a boca das testemunhas de Jesus. Em
barracões, cozinhas, casas de fazendas, vales e florestas, os poucos fiéis se
reuniam para ouvir a mensagem de vida eterna. Sem dúvida alguma, as pequenas
assembleias secretas eram boas ocasiões para as mentes piedosas: a Palavra do
Senhor era preciosa naqueles dias. Pão comido em secreto é proverbialmente doce
e a Palavra de Deus na perseguição é especialmente deliciosa. Após o grande
incêndio de 1666, quando igrejas foram queimadas, o Sr. Watson e outros
não-conformistas prepararam grandes salas para os que desejavam se reunir. Em
um tempo de tolerância, em 1672, ele conseguiu uma licença para usar uma grande
sala na Crosby House, no lado leste da rua Bishopsgate, que pertencia a Sir
John Langham (um não-conformista). Foi uma circunstância em que o digno nobre
favoreceu a causa da não-conformidade, que tão distinta câmara estava à sua
disposição. Ali, Watson pregou por vários anos. O Rev. Stephen Charnock, B.D.
tornou-se seu pastor auxiliar na Sala Crosby, em 1675, e continuou até sua
morte em 1680. Quando sua saúde decaiu, retirou-se para Barnston, em Essex,
onde morreu repentinamente, enquanto orava em secreto. Foi sepultado em 28 de
Julho de 1686.
O Sr. Watson publicou vários
livros sobre assuntos práticos e úteis, dentre eles podemos citar os mais
importantes: Three treatises: 1. The Christian’s Charter; 2. The Art of Divine
Contentment; 3. A Discourse of Meditation, ao qual foram acrescentados vários
sermões em 1660. Esse volume contém, além dos três tratados, God's Anatomy upon
Man s Heart, The Saint's Delight, A Christian on Earth still in Heaven, Christ’s
Loveliness, The Upright Man’s Character and Crown, The One Thing Necessary, The
Holy Longing; ou, The Saint's Desire to be with Christ, Beatitudes; ou, A
Discourse upon part of Christ’s Famous Sermon upon the Mount, 1660, A Body of
Practical Divinity, etc., além de alguns sermões: A Divine Cordial, The Holy
Eucharist, Heaven taken by Storm, etc. Porém, sua obra principal foi A Body of
Divinity, uma coleção de 176 sermões sobre o Breve Catecismo da Assembleia de
Westminster, que só apareceu depois de sua morte.
______________________
Esta biografia é baseada nas
seguintes fontes:
♦ Biografia por Charles Haddon
Spurgeon no Prefácio de: A Fé Cristã: Estudos baseados no Breve Catecismo de
Westminster. Watson, Thomas. 1ª edição. São Paulo: Cultura Cristã. 2009. p
7-12.
♦ Fórum Monergismo.com
Recomendamos a todos que também
leiam o material alistado abaixo:
UMA MENSAGEM POR THOMAS WATSON
Thomas Watson – A ÚNICA COISA
NECESSÁRIA – PARTE 001
Thomas Watson – A ÚNICA COISA
NECESSÁRIA – PARTE 002
Thomas Watson – A ÚNICA COISA
NECESSÁRIA – PARTE 003
Thomas Watson – A ÚNICA COISA
NECESSÁRIA – PARTE 004
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa
página no Facebook através do seguinte link:
Desde já agradecemos a todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário