Esse é um tema que estamos vendo
ser cada vez mais e mais debatido. Todavia, como cristãos, não podemos deixar
de afirmar o que percebemos. A vasta maioria dos historiadores que se metem a
escrever acerca de Jesus Cristo, sempre acabam por desprezar a verdade — a
Bíblia — para se apegar em livros absurdos considerados apócrifos e
pseudoepigráficos cujas narrativas estão, na maioria das vezes, separadas por
séculos quanto aos eventos que pretendem narrar.
Hermann Reimarus
O que a história dos nossos dias
tem para dizer sobre Jesus sofre de uma falta de originalidade crônica. Desde o
século XVIII quando Reimarus lançou a primeira “busca” pelo Jesus histórico —
nunca encontrado nas páginas da Bíblia, claro — tudo o que historiadores e
teólogos liberais têm feito, é andar em círculos procurando em literaturas
pseudoepigráficas — livros cujo o verdadeiro autor não é quem o livro diz que é
— isso, quando não decidem inventar tolices de cunho próprio como aconteceu
recentemente com o teólogo e historiador Reza Aslan que foi objeto de dois de
nossos artigos recentemente.
A busca pelo Jesus histórico
virou uma verdadeira terra de ninguém, pois até mesmo pessoas não ligadas à
história ou à religião se atrevem a darem “sólidos” palpites – risos – acerca
de Jesus, como o leitor poderá constatar no artigo abaixo.
Todavia, como não nos
consideramos os donos da verdade, queremos sempre oferecer aos nossos leitores
acesso ao que está sendo dito acerca de Jesus e combater, quando existem erros
– a vasta maioria dos casos — de modo apropriado: usando a Palavra de Deus como
a melhor ferramenta acerca da verdade revelada na pessoa de Jesus, que por
sinal, é a encarnação do próprio Deus vivo, único e Todo-Poderoso.
O artigo abaixo foi publicado pelo
site da Revista VEJA e é assinado por Guilherme Rosa
O
que a história tem a dizer sobre Jesus
“Pesquisas de historiadores ajudam a confirmar que, de fato, Jesus caminhou sobre a região da Galileia há 2.000 anos. As descobertas, no entanto, não devem satisfazer aqueles que levam a Bíblia ao pé da letra”. Guilherme Rosa
Ao longo dos séculos, Jesus foi
interpretado de maneiras diversas por religiosos, artistas e governantes. O
trabalho dos historiadores é deixar toda essa carga teológica para trás e
encontrar o homem e a mensagem que deu origem a tudo (Reprodução/VEJA)
Joseph Atwill
O pesquisador americano Joseph Atwill é categórico: Jesus não passa de um mito. O personagem, suas palavras e ações fazem parte de uma elaborada narrativa inventada por aristocratas romanos, com o objetivo de pacificar os judeus — um povo envolvido em sucessivas rebeliões contra o império. Atwill apresentou suas ideias em outubro, numa conferência realizada em Londres, na Inglaterra. "Os romanos perceberam que o melhor caminho para acabar com a atividade missionária fervorosa entre os judeus era criar um sistema de crenças que competisse com o deles", afirmou.
Joseph Atwill não é um acadêmico
da área — sua formação é em ciências da computação. Ele não publicou suas
pesquisas em periódicos científicos e suas ideias estão longe de ser apoiadas
por seus pares. No entanto, sua teoria recebeu atenção mundial, e foi debatida
entre pesquisadores, jornalistas e religiosos. Seu poder está no fato de ela
ser o capítulo mais novo de uma antiga discussão — com quase 2.000 anos de
idade — sobre qual é a verdade por trás de Jesus, seus feitos, milagres e
mensagem.
Para Atwill, a ideia de que Jesus
não passaria de uma montagem histórica deveria funcionar como um duro golpe
aplicado pela ciência contra a ignorância propagada pela religião. "Embora
o cristianismo possa ser um conforto para alguns, ele também pode ser muito
prejudicial e repressivo, uma forma insidiosa de controle mental que levou à
aceitação cega da servidão, pobreza e guerra ao longo da história", diz.
Seu erro é que a existência de Jesus não é mais uma questão de fé, mas de
ciência.
André Chevitarese, professor do Instituto de História da UFRJ
Os acadêmicos da área —
historiadores das mais prestigiadas universidades do mundo — afirmam restar
poucas dúvidas sobre a questão. "Volta e meia aparecem essas hipóteses
sobre Jesus ser um mito. Mas, do ponto de vista metodológico, parece bastante
claro que ele realmente existiu", diz André Chevitarese, professor do
Instituto de História da UFRJ e autor dos livros Jesus Histórico - Uma
Brevíssima Introdução e Cristianismos: Questões e Debates Metodológicos
(Editora Kline), em entrevista ao site de VEJA.
Jesus histórico — Os
historiadores deixam claro que o personagem estudado por eles não é o mesmo da
religião. Eles estão em busca de informações sobre o homem chamado Jesus, que
viveu na Galileia há 2.000 anos e em torno do qual foi criada a maior religião
do mundo. “Os historiadores não buscam um ser divino, que é impossível de
quantificar, medir e avaliar. O Jesus da história é estritamente humano“,
afirma Chevitarese.
Nessa busca pelo Jesus histórico,
a perspectiva dos pesquisadores lembra a de São Tomé, o apóstolo que duvidou de
Cristo e exigiu provas de sua ressurreição. Do mesmo modo, os historiadores não
podem acreditar cegamente no que dizem as religiões e seus líderes, mas devem
embasar tudo que afirmam em evidências. Essas provas não precisam ser,
necessariamente, físicas, como a descoberta de uma ossada ou um túmulo.
"Se esse critério fosse adotado, 95% dos personagens históricos não seriam
reconhecidos", diz o pesquisador.
Hoje, o critério mais importante
que os pesquisadores possuem para atestar a existência de Jesus é o da múltipla
confirmação: autores diferentes, que nunca se conheceram, afirmam fatos
semelhantes sobre o personagem.
Os textos mais antigos sobre
Jesus datam do século I, em sua maioria escritos por seguidores do
cristianismo. A exceção é Flávio Josefo, um historiador judeu que tentou
escrever toda a história do povo judaico, desde o Gênesis até sua época. Ele
cita Jesus, João Batista e Tiago (irmão de Jesus) como exemplos de homens que
lideraram movimentos messiânicos na região da Galileia.
No século seguinte, surgem mais
textos de historiadores que citam Jesus e, principalmente, o movimento iniciado
por seus seguidores. "Esses dados servem para mostrar que não estamos no
campo da mitologia. São autores judeus e romanos, que nunca se tornaram
cristãos, e permitem afirmar de modo muito seguro que Jesus é um personagem
histórico."
O homem — A esses textos se somam
descobertas recentes da arqueologia que fornecem informações precisas sobre o
tempo e o espaço em que Jesus viveu. Os dados não são abundantes, mas permitem
esboçar como se pareceria esse personagem histórico real. "Não podemos
afirmar exatamente a cor de pele e cabelo de Jesus. A partir dos mosaicos e dos
afrescos que retratam outros romanos, judeus e sírios que viviam no mesmo
ambiente, a tendência maior é de vermos um Jesus de cabelos preto, com a pele
queimada por causa de sol", diz Chevitarese.
Segundo a maior parte dos
historiadores, Jesus não nasceu em Belém, como afirmam algumas passagens
bíblicas, mas em Nazaré — uma pequena aldeia montanhosa da Galileia, cuja
população era camponesa e girava em torno de 500 indivíduos. "A aldeia não
tinha nenhuma relevância política, não possuía construções públicas ou sinagogas.
Os escritores dos Evangelhos mudaram o lugar por razões teológicas, para que o
nascimento de Cristo confirmasse algumas profecias do Antigo Testamento."
Jesus teria nascido na pequena
vila em torno do ano 4 A.C., e teria passado a maior parte de sua vida na
região, sem nunca pisar em uma cidade grande. A exceção acontece quando ele
entra em Jerusalém — ato que teria como consequência sua crucificação pelas
autoridades romanas. Sua morte deve ter acontecido por volta dos anos 35 e 36
D.C., pouco tempo depois de João Batista também ter sido morto pelos romanos,
segundo a narrativa de Flávio Josefo.
A mensagem — Segundo os
historiadores, tão importante quanto quem era Jesus é o que ele dizia — foi sua
mensagem poderosa que repercutiu em todo o mundo e, séculos mais tarde, deu
origem às diversas vertentes religiosas. "Ele era um camponês pobre que,
diante das injustiças que o mundo apresentava, defendia a instauração do Reino
de Deus — um reino de justiça e fartura, sem hierarquias sociais", diz Chevitarese.
A mensagem espiritual — e
messiânica— de Jesus era voltada especialmente aos judeus de seu tempo. Ela, no
entanto, adquiria caráter político ao afrontar o Império Romano e setores da
elite judaica. Foi justamente a força dessa mensagem, e os rebanhos que ela
poderia angariar, que levaram à sua crucificação e morte. Como aconteceu muitas
vezes na história, no entanto, o assassinato de Jesus não conseguiu matar suas
ideias.
Jesus teológico — Jesus nunca
chegou a colocar suas ideias no papel (nem poderia, os historiadores afirmam
que ele era analfabeto). A maior parte do que chega aos dias de hoje sobre o
personagem e suas ideias foi escrito por seguidores das primeiras comunidades
cristãs, duas ou três gerações depois de sua morte. Os autores não estão preocupados
em transmitir uma versão fiel dos fatos, como uma biografia, mas em defender os
pressupostos de sua fé. Assim, os primeiros cristãos que escrevem sobre Jesus —
os evangelistas — já não estão fazendo história, mas teologia.
Nessa época o cristianismo
começava a se distanciar do judaísmo em que ele estava originalmente inserido,
e a se aproximar do Império Romano — o que exigiu algumas mudanças em sua
mensagem. "Ao serem escritas, suas ideias começam a ser diluídas, pois
vários filtros são impostos. Primeiro, Jesus é um indivíduo de fala aramaica,
mas quase tudo que conhecemos sobre ele está escrito em grego. Além disso, os
textos são destinados a convencer um público urbano, muito diferente dos
camponeses para quem Jesus pregava", diz Chevitarese.
Com o passar dos séculos, isso
abriu margem para que vários teólogos interpretassem as escrituras de maneiras
variadas, criando as inúmeras vertentes do cristianismo que se encontram nos
dias de hoje. Assim, a depender de quem faz a homilia, Jesus pode ser visto
como um personagem sagrado ou humano, santo ou falho, foco de paz ou de guerra,
de fundamentalismo ou de liberdade.
É por isso que o estudo do Jesus
histórico é importante. "Ele pode ajudar a colocar um freio naqueles que
querem transformar pressupostos teológicos em verdades históricas", diz
Chevitarese. Seu objetivo não é acabar com a teologia ou retirar da história de
Jesus seu caráter espiritual. O que a ciência faz é descobrir o que, de fato,
pode ser afirmado sobre o homem e sua época. As muitas lacunas que permanecerão
abertas apresentam mistérios suficientes para que a religião possa se instalar.
O artigo original da Revista VEJA
poderá ser visto por meio desse link aqui:
NOSSO COMENTÁRIO
Cremos que o leitor é maduro o
suficiente para perceber, nas entrelinhas, que os historiadores não possuem
nada de concreto, acerca da pessoa, da vida, dos ensinamentos, da morte, da
ressurreição e da ascensão de Jesus na literatura geral, por mais que novas
descobertas sejam feitas, as mesmas estão sempre muito distante dos fatos.
Por outro lado a insistente
recusa em ler os evangelhos, transforma esses homens apenas num bando de bobos
fazendo afirmações absurdas, tais como o fato de Jesus ser analfabeto.
O leitor, todavia é livre para
julgar e tomar sua própria decisão, sabendo que um dia terá que responder
direta e pessoalmente ao próprio Jesus Cristo o QUAL É BENDITO DEUS SOBRE TUDO
E TODOS.
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis.
PS. Pedimos a todos os nossos
leitores que puderem que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte
link:
Desde já agradecemos a todos.
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