O estudo abaixo é de autoria do irmão Ronaldo Lima Cunha e trata do
espinhoso assunto da CONTRIBUIÇÃO FINANCEIRA NAS IGREJAS. Todavia como não será
difícil notar, sua apresentação foge do lugar comum dos “dízimos, trízimos,
canezinhos” e etc., para se concentrar nos ensinamentos simples e diretos que
encontramos no NOVO TESTAMENTO. Recomendamos a todos uma leitura pausada, para
que o proveito dos ensinamentos da palavra de Deus possa ser melhor absorvido.
GENEROSIDADE
2 Coríntios 8:1—15
1 Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de
Deus concedida às igrejas da Macedônia;
2 porque, no meio de muita prova de tribulação,
manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em
grande riqueza da sua generosidade.
3 Porque eles, testemunho eu, na medida de suas
posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários,
4 pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de
participarem da assistência aos santos.
5 E não somente fizeram como nós esperávamos, mas
também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de
Deus;
6 o que nos levou a recomendar a Tito que, como
começou, assim também complete esta graça entre vós.
7 Como, porém, em tudo, manifestais
superabundância, tanto na fé e na palavra como no saber, e em todo cuidado, e
em nosso amor para convosco, assim também abundeis nesta graça.
8 Não vos falo na forma de mandamento, mas para
provar, pela diligência de outros, a sinceridade do vosso amor;
9 pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus
Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua
pobreza, vos tornásseis ricos.
10 E nisto dou minha opinião; pois a vós outros,
que, desde o ano passado, principiastes não só a prática, mas também o querer,
convém isto.
11 Completai, agora, a obra começada, para que,
assim como revelastes prontidão no querer, assim a leveis a termo, segundo as
vossas posses.
12 Porque, se há boa vontade, será aceita conforme
o que o homem tem e não segundo o que ele não tem.
13 Porque não é para que os outros tenham alívio, e
vós, sobrecarga; mas para que haja igualdade,
14 suprindo a vossa abundância, no presente, a
falta daqueles, de modo que a abundância daqueles venha a suprir a vossa falta,
e, assim, haja igualdade,
15 como está escrito: O que muito colheu não teve
demais; e o que pouco, não teve falta.
Infelizmente é comum vermos na mídia muitos escândalos em igrejas evangélicas
quanto a desvios nas ofertas de seus membros, possibilitando enriquecimento ilícito
de seus líderes gerando tanto na opinião pública quanto na de alguns cristãos, uma
imagem negativa quando se fala em dinheiro na igreja.
Porém o uso responsável dos recursos é assunto recorrente na Bíblia,
pois a contribuição faz parte da vida espiritual dos cristãos.
Um exemplo disso foi o texto que acabamos de ler acima em que o apóstolo
Paulo relata à igreja de Corinto sobre a atitude dos irmãos das igrejas da Macedônia
(Filipos, Tessalônica e Beréia) que, quando souberam da pobreza que muitos
cristãos judeus em Jerusalém estavam enfrentando, recolherem de forma espontânea e generosa uma oferta que possibilitaria atenuar o sofrimento dos
irmãos, socorrendo-os daquela situação tão grave que estavam vivendo.
A arrecadação dessa oferta foi um dos objetivos de Paulo em sua terceira
viagem missionária descrita em
Romanos 15:25-26
25 Mas, agora, estou de partida para Jerusalém, a
serviço dos santos.
26 Porque aprouve à Macedônia e à Acaia levantar
uma coleta em benefício dos pobres dentre os santos que vivem em Jerusalém.
1 Coríntios 16.1—4
1 Quanto à coleta para os santos, fazei vós também
como ordenei às igrejas da Galácia.
2 No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha
de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não
façam coletas quando eu for.
3 E, quando tiver chegado, enviarei, com cartas,
para levarem as vossas dádivas a Jerusalém, aqueles que aprovardes.
4 Se convier que eu também vá, eles irão comigo.
porém, temos mais detalhes dessa arrecadação na segunda carta aos Coríntios,
descritos em dois capítulos (8—9), o que demonstra a importância dada por Paulo
a esse assunto.
Vamos então tratar de alguns princípios que podemos extrair dessa
passagem das Escrituras:
A palavra graça é usada com frequência nesse texto, pois foi a consciência
do amor de Deus, através da obra do Espírito Santo, que capacitou os crentes macedônios
a serem generosos, pois sabemos que por nós mesmos temos a tendência de sermos
egoístas sem nos importar com a necessidade do outro, por isso que Paulo diz
que essa atitude vem somente pela graça de Deus.
Essa oferta não veio em um momento em que os macedônios estavam
prosperando, mas sim, em meio a muita provação é com alegria, eles ofertaram. E a pobreza deles se tornou em riqueza de generosidade porque eles, na medida de suas posses e até acima
delas, se mostraram voluntários (vv.2—3).
Outro ponto marcante é que Paulo não precisou fazer qualquer apelo emocional
aos macedônios para obter essa oferta, muito pelo contrário, conforme lemos no
v. 4 eles pediram com muitos rogos, ou seja, suplicaram a Paulo a oportunidade de participarem da assistência
aos santos, pois pela graça de Deus, seus corações estavam ardendo de amor por seus
irmãos, um amor não somente de palavras, da boca pra fora, mas um amor
demonstrado em ação, na prática.
Conforme Tiago fala em sua carta
Tiago 2:14—16
14 Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser
que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?
15 Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de
roupa e necessitados do alimento cotidiano,
16 e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz,
aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo,
qual é o proveito disso?
quando ensina sobre o paralelo entre a fé e as obras, ele nos dá um
exemplo: se um irmão estiver carecido de alimento e roupa e nós o despedirmos
dizendo:“Ide, fartai-vos e aquecei-vos” sem entender que Deus nos coloca como instrumentos
para providenciar o suprimento necessário para atendê-lo, nós
não amamos verdadeiramente e, portanto, não pertencemos a Cristo.
Em
1 João 3:16—18
16 Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua
vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.
17 Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e
vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode
permanecer nele o amor de Deus?
18 Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua,
mas de fato e de verdade.
o texto do apóstolo João se torna ainda mais claro de como aquele que
diz amar a Deus deve demonstrar isso suprindo as necessidades dos outros.
Porém, a atitude dos macedônios foi surpreendente até mesmo para o
apóstolo Paulo que, com certeza, esperava uma demonstração de amor mútuo dos
verdadeiros crentes, mas no v. 5 diz que eles não só deram uma oferta generosa em dinheiro,
mas entregaram-se a si mesmos, primeiro ao Senhor e depois aos irmãos.
Isso é a demonstração clara da obediência aos dois maiores mandamentos
ensinados por Jesus: amarás a Deus sobre todas as coisas e amarás o teu
próximo como a ti mesmo.
A motivação deles não era de barganhar qualquer favor de Deus, como
vemos na pregação da chamada Teologia da Prosperidade nem por avareza para aparecerem
aos homens e serem vistos como “generosos”, mas eles tinham claro o que
realmente significava amar. Houve uma doação de corpo e alma, não limitava-se
simplesmente ao dinheiro mas a de servir uns aos outros.
O amor deles foi o mesmo demonstrado por Cristo, que sendo rico se
tornou pobre, para que pela sua pobreza nos tornássemos ricos (v.9), ou seja, Jesus
sendo Deus, rico em misericórdia e generosidade, se humilhou para ser nosso
Salvador, se fez pecado em nosso lugar, pagou um alto preço pela nossa reconciliação,
foi contando como malfeitor e abandonado na cruz derramando seu sangue para que
eu e você fossemos adotados na família de Deus, conquistando para nós a vida
eterna.
Ele fez tudo por amor, pois nenhum de nós merecia nada além do inferno e
da morte eterna como pagamento por nossas vidas pecaminosas e de rebelião
contra o Criador. Por isso, que nós o amamos, porque ele nos amou primeiro — 1 João
4.19 — e essa demonstração de
amor feita pelos macedônios nos serve de exemplo para fazermos o mesmo!
Paulo diz que os cristãos gentios tinham uma dívida de gratidão com os
cristãos judeus conforme Romanos 15.27, e essa atitude produziu uma profunda
comunhão entre os dois grupos de cristãos: os gentios suprindo as necessidades físicas e os
judeus intercedendo por seus benfeitores.
Os irmãos das igrejas da Macedônia tinham a consciência de que ao
suprirem as necessidades físicas dos irmãos, eles seriam edificados
espiritualmente, pois estavam imitando o amor altruísta de Jesus Cristo.
Além disso, no capítulo 9:12—13, Paulo diz que o maior benefício de tudo
isso é que Deus estava sendo glorificado pela obediência de boa vontade dos
macedônios ao evangelho de Jesus Cristo.
1 Coríntios 9:12—13
12 Porque o serviço desta assistência não só supre
a necessidade dos santos, mas também redunda em muitas graças a Deus,
13 visto como, na prova desta ministração,
glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de
Cristo e pela liberalidade com que contribuís para eles e para todos.
CONCLUSÃO:
O texto fala de uma situação especifica, mas os princípios se aplicam a
toda contribuição que fazemos.
Se algumas igrejas desviam o dinheiro devemos ter o cuidado de não
generalizar e esse fato não nos isenta de participarmos da contribuição
financeira à igreja, nem de frequentar a mesma.
A contribuição é uma forma de demonstrarmos
gratidão e louvor a Deus e nunca deve ser encarada como um fardo, uma
obrigação, uma mensalidade ou um imposto, mas uma oportunidade de sermos benção
na vida da igreja e dos irmãos que precisarem de nosso socorro.
Devemos considerar o que a Bíblia nos ensina quanto a mordomia cristã,
pois tudo é de Deus, somos apenas seus administradores e isso não se limita a
dinheiro. Podemos e devemos servir a igreja e aos irmãos com nossos dons, nosso
tempo, nossas habilidades, nossas intercessões e etc.
Devemos ter sempre cuidado com nossas motivações ao ofertarmos. A forma
que agrada a Deus é contribuirmos de forma espontânea, generosa e alegre
conforme
2 Coríntios 9:7
Cada um contribua segundo tiver proposto no
coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com
alegria.
Para desenvolvermos essa atitude de amor e generosidade devemos suplicar
a graça de Deus em nossas vidas para que Seu Espírito nos capacite a sermos
mais sensíveis com nossos semelhantes e, com isso, possamos demonstrar a nossa
luz brilhando diante dos homens para que nossas boas
obras glorifiquem ao Pai que está nos céus —.
Mateus 5:16
Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens,
para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos
céus.
E por fim, não posso deixar de citar as palavras de Jesus em sua
pregação de como será o grande julgamento em Mateus 25:34—40. Medite sobre isso
e que Deus nos abençoe!
Mateus 25:34—40
34 Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua
direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está
preparado desde a fundação do mundo.
35 Porque tive fome, e me destes de comer; tive
sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes;
36 estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes;
preso, e fostes ver-me.
37 Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi
que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber?
38 E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou
nu e te vestimos?
39 E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos
visitar?
40 O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos
afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o
fizestes.
Que Deus abençoe a todos
Alexandros Meimaridis
PS.
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Desde
já agradecemos a todos.
Que palavra linda. Obrigado, Jesus.
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