domingo, 8 de fevereiro de 2015

ATOS DOS APÓSTOLOS - SERMÃO 014 - ATOS 3:1-10 - A CURA DE UM PARALÍTICO DE NASCENÇA


Concepção Artística da Cura do Paralítico por Pedro e João

Esse material é parte de uma série de mensagens pregadas no Livro dos Atos dos Apóstolos. As mensagens cobrem todos os 28 capítulos do Livro de Atos e no final de cada mensagem, você poderá encontrar links para outras mensagens.

ATOS DOS APÓSTOLOS

Introdução

A. Já tivemos a oportunidade de ver que os primeiros cristãos, depois de confessarem seus pecados, aceitando a Jesus como Salvador e tendo recebido o Espírito Santo, procuraram focalizar sua atenção em: 
1. Aprender os ensinamentos dos apóstolos. 
2. Adorar a Deus, com louvores e orações. 
3. Cuidar das necessidades uns dos outros. 
4. Levar as Boas Novas às pessoas próximas. 
B. No que diz respeito à adoração vimos que a mesma acontecia em pequenas reuniões nos lares, onde os crentes costumavam fazer suas refeições em conjunto e também celebrar a ceia do Senhor. 
C. A mesma também acontecia de uma forma maior e coletiva quando os crentes se ajuntavam em um dos pátios do templo em Jerusalém, que era capaz de acomodar quantidades bem maiores do que era possível em qualquer um dos lares. 
D. A igreja de Cristo precisa, até os dias de hoje, desses dois tipos de reuniões. Nos lares e também de reuniões coletivas maiores. Não deve ser diferente conosco aqui na Igreja Boas Novas. Devemos nos empenhar nesse sentido. 
E. A história que iremos analisar hoje no início do capítulo 3 do livro de Atos, aconteceu em um dos momentos em que os apóstolos Pedro e João subiram ao templo para orar.    
F. Ela nos conta a realização de um milagre e devemos prestar muita atenção nos detalhes aqui mencionados, porque os mesmos irão nos ensinar muitas verdades, que são muito distintas, daquilo que se ensina hoje em dia acerca da chamada “cura divina”.
 G. Vamos então analisar, com bastante atenção e cuidado, 
A CURA DE UM PARALÍTICO DE NASCENÇA

I. O Contexto Imediato da Narrativa 
A. Pedro e João subiram para o templo para a oração da hora nona. Essa hora do dia — corresponde às 15:00 no nosso horário — verso 1. 
B. Essa era a hora do dia em que o holocausto vespertino — sacrifício de um carneiro que era completamente queimado ao Senhor — ver Números 28:3—4 — era oferecido e, por esse motivo, era comum mais pessoas estarem presentes na área do templo naquele horário.  
C. O texto de Atos nos diz – verso 2 – que era costume um homem, paralítico de nascença, ser levado naquela hora e ser colocado junto à porta chamada Formosa que dava acesso a um dos pátios de templo, para pedir esmolas dos que passavam por ali,  aproveitando o maior movimento daquela hora. 
D. Se já era um homem adulto, conforme o texto nos informa, podemos afirmar que o próprio Jesus teria passado por ele muitas e muitas vezes, bem como seus discípulos também, sem que em nenhum momento, nem Jesus, nem seus discípulos tivessem demonstrado qualquer interesse em curar o mesmo.    
1. Essa realidade deve chamar nossa atenção para o fato de que Deus não deseja nem pretende curar todas as pessoas de todas as enfermidades o tempo todo, como pretendem os modernos proponentes da chamada “cura divina”. 
2. Por outro lado a cura desse homem, nesse dia, nos ensina que quando Deus decide curar alguém, a qualquer tempo, Ele o faz de uma vez, sem demora e não existe nenhum tipo de complicação que possa atrasar o processo. 
E. O interesse desse homem enfermo não era ser curado, e sim apenas coletar esmolas. Sua intenção fica bem clara no verso 3 e especialmente no verso 5.

II. A Ação de Pedro 
A. A ação de Pedro é de fundamental importância para entendermos essa estória, porque é ela que tem o peso maior naquilo que a Bíblia ensina acerca do desejo e do poder de Deus de curar os enfermos, naqueles dias e nos nossos dias. 
B. Naquele dia, descrito aqui em Atos – verso 4 – Pedro, que certamente já devia ter passado por aquele homem inúmeras vezes, movido pelo Espírito Santo, parou diante daquele paralítico e chamou sua atenção para que olhasse para ele e João.
C. Aquele homem se encheu de esperança, aguardando receber deles alguma esmola que poderia variar de uma moeda apenas até uma oferta de valor considerável — verso 5.
 D. As palavras de Pedro, registrada no início verso 6, devem ter soado de forma muito desconsolada para o paralítico: não possuo nem prata, nem ouro! Poxa, que chato, deve ter pensado o paralítico. 
E. Todavia, naquele dia e naquele momento, movido por Deus e crendo no poder de Jesus Cristo para curar, Pedro exerce a fé que recebe do Espírito Santo para ordenar a cura daquele homem dizendo: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda – parte final do verso 6.
F. O verso 7 e a primeira parte do verso 8 nos dizem que, ato contínuo, Pedro  “tomando-o pela mão direita, o levantou; imediatamente, os seus pés e tornozelos se firmaram; de um salto se pôs em pé, passou a andar”... 
G. Por favor, note como em nenhum instante se menciona que o paralítico tenha exercido fé, ele mesmo, para ser curado. Tudo o que ele esperava era receber uma esmola.

III. De Que Maneira Aquele Homem Foi Então Curado? 
A. A cura veio através de fé de Pedro em que Jesus era capaz de curar aquele homem naquele dia, hora e lugar. Jesus apenas é capaz de curar e Pedro deixa isso bem claro no verso 12. 
B. A explicação mais detalhada Pedro oferece no verso 16. Mas não se trata da fé do paralítico e sim da fé que Deus concede, com um dom a Pedro, para que ele possa, confiando em Jesus, realizar aquele milagre. 
C. O próprio Jesus não curava todos os dias, apesar dele ter curado milhares e milhares de pessoas de todas as enfermidades que elas tinham. Mas nunca foi plano ou propósito de Deus curar todas as pessoas de todas suas enfermidades o tempo todo. 
D. Jesus curava de acordo com a vontade de Deus. E a vontade de Deus, muito mais do que conceder a cura física é nos oferecer a salvação eterna das nossas almas, que é algo muito maior e muito mais importante: 
João 6:40 
De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. 
IV. O Nome de Jesus é o Verdadeiro Agente da Cura
A. Pedro, como vimos, deixa isso bem claro no verso 16.

B. Dessa maneira, mesmo que não tenhamos apóstolos hoje em dia com a mesma capacidade daqueles primeiros apóstolos — os que andaram com Jesus desde o início do Seu ministério e que foram testemunhas da sua ressurreição, conforme Atos 1:21—22 — ainda assim podemos ter manifestações de curas, como essa aqui, de acordo com a vontade de Deus e a manifestação dos dons do Espírito Santo conforme podemos ler em

1 Coríntios 12:9

A outro, no mesmo Espírito, a fé; e a outro, no mesmo Espírito, dons de curar.

V. A Reação do Homem Curado

A. A reação do homem curado está registrada nos versos 8b e 9. Aqui temos que destacar que cura física não significa salvação da alma, automaticamente.

B. A história dos 10 leprosos narrada em Lucas 17:12—19 deixa isso bem evidente.

VI. A Reação Daqueles que Viram o Homem Curado

A. A reação desses está registrada no verso 10: admiração e assombro. Isto que dizer que eles estavam prontos para ouvir a mensagem da salvação, que Pedro irá lhes apresentar em seguida e que iremos tratar no próximo sermão.

Conclusão:

A. Precisamos afirmar aqui algumas verdades muito importantes acerca de milagres, especialmente, de milagres desse tipo: de cura de enfermidades.

1. Em primeiro lugar temos que afirmar que milagres de cura não provam absolutamente nada por si mesmos. Curandeiros, benzedeiras, médicos espíritas, centros católicos de cura como o de Lurdes na França etc., e muitas outras manifestações de curas feitas por operadores budistas, hinduístas, e de práticas japonesas e etc., quando reais — porque existe muita patifaria nisso tudo, inclusive no meio chamado evangélico — podem acontecer e, de fato acontecem, mas não representam, nem estão associadas de nenhuma forma, com a salvação da alma humana através de Jesus Cristo. Repetindo: milagres em si mesmos não provam nada.

2. As curas efetuadas por Jesus ou através da fé em nome de Jesus são genuínas da parte de Deus mesmo, mas mesmo essas não garantem a salvação da alma humana. E é a salvação da alma humana que deve ser nossa prioridade.

3. As curas efetuadas por Jesus, por Pedro e por aqueles que possuem de Deus os dons da fé e de curar não dependem, de nenhuma forma, de fé exercitada pelo próprio indivíduo que recebe o milagre. Muitas vezes, o indivíduo não espera nem mesmo deseja o milagre!

B. Devemos afirmar, contrário ao entendimento geral, que Deus não deseja curar todo o seu povo, todo o tempo e de todas as enfermidades como postulado pelos proponentes de movimento moderno de curas.

C. Deus deseja, isso sim, salvar por toda a eternidade, as almas daqueles que creem em Cristo.

D. É possível que aqui, dentro da Igreja Presbiteriana Boas Novas, Deus levante pessoas que manifestem os dons da fé e de curar conforme — 1 Coríntios 12:9.

1. Gostaria de propor que pudéssemos criar um grupo de homens e mulheres que se dispusessem a orar, no final dos nossos cultos, por aqueles que sentem que possuem uma necessidade especial.

2. Quem aqui gostaria de se oferecer para considerar orar pedindo a direção de Deus, se você deve ou não se envolver nesse ministério?

E. Meus irmãos devemos sempre nos fortalecer na verdade e denunciar a mentira seja em que forma ela se apresente. Temos que nos lembrar sempre que a fé genuína nunca é produzida pela manifestação de nenhum milagre.

F. A fé genuína, a fé salvadora da alma humana é produzida apenas por uma coisa: A FÉ VEM PELA PREGAÇÃO E A PREGAÇÃO PELA PALAVRA DE CRISTO – ver Romanos 10:17. Fora disso, pode até existir cura de enfermidades, mas nunca teremos a salvação da alma que é o que realmente importa.

Que Deus abençoe ricamente a todos.

OUTRAS MENSAGENS DO LIVRO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS

SERMÃO 001 — INTRODUÇÃO AO LIVRO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS — Lucas 1:1—4 e Atos 1:1—2

SERMÃO 002 — INTRODUÇÃO AO LIVRO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS — PARTE 2 — Lucas 1:1—4 e Atos 1:1—2

SERMÃO 003 — A TRANSIÇÃO DO VOLUME ANTERIOR — Atos 1:1—5

SERMÃO 004 — A NOVA DIREÇÃO EXPLICADA — Atos 1:6—8

SERMÃO 005 — A ASCENSÃO DE JESUS — Atos 1:9—11

SERMÃO 006 — PERSEVERANDO UNÂNIMES — Atos 1:12—26

SERMÃO 007 — O DIA DO PENTECOSTES – PARTE 001 — Atos 2:1—4

SERMÃO 008 — O DIA DO PENTECOSTES – PARTE 002 — Atos 2:5—15

SERMÃO 009 — A PROFECIA DE JOEL — Atos 2:14—21

SERMÃO 010 — O PRIMEIRO SERMÃO — PARTE 001 — Atos 2:22—36

SERMÃO 011 — O PRIMEIRO SERMÃO — PARTE 002 — Atos 2:37—41

SERMÃO 012 — A VIDA DOS PRIMEIROS CRISTÃOS — Atos 2:42—47

SERMÃO 013 — A VIDA DOS PRIMEIROS CRISTÃOS — Atos 2:42—47 — PARTE 002

SERMÃO 014 — A CURA DE UM PARALÍTICO DE NASCENÇA — Atos 3:1—10

SERMÃO 015 — A EXALTAÇÃO DE JESUS E A CONDENAÇÃO DOS HOMENS — Atos 3:11—21

SERMÃO 016 — SALVAÇÃO E REFRIGÉRIO: BÊNÇÃOS DAS DUAS VINDAS DE JESUS— Atos 3:17—21

SERMÃO 017 — JESUS CUMPRE AS PROFECIAS DO ANTIGO TESTAMENTO — Atos 3:22—26

SERMÃO 018 — INÍCIO DAS PERSEGUIÇÕES — Atos 4:1—22

SERMÃO 019 — A IGREJA ORA EM COMUNHÃO — Atos 4:23—31

SERMÃO 020 — A IGREJA VIVE EM COMUNHÃO — Atos 4:32—37

SERMÃO 021 — ANANIAS E SAFIRA — Atos 5:1—11

SERMÃO 022 — A COMUNIDADE DOS CRENTES — Atos 5:12—16
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2015/11/atos-512-16-sermao-021-comunidade-dos.html

Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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