Esse artigo é parte
da série "Em Cristo" e é muito recomendável que o leitor procure
conhecer todos os aspectos das verdades contidas nessa série, com aplicações
para os nossos dias. No final do artigo você encontrará um link para o estudo
posterior
Efésios 1:3 — Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo.
CONTINUAÇÃO...
Esta
era a visão que o mundo antigo tinha dos céus. Tudo muito bem “explicadinho”
para que Hermes não se perdesse em sua viagem astral. Estas interpretações,
apesar de visivelmente fantasiosas, continuam presentes nos
nossos dias em todas as formas de espiritismo[1] que
continuam ensinando as mesmas antigas “ficções” de que os seres humanos evoluem
para baixo e para cima por meio de sucessivas reencarnações através do espaço
sideral. E o espiritismo kardecista ainda tem a coragem de se considerar
religião e verdadeira ciência!
Mas
o que é que a Bíblia ensina? Em primeiro lugar devemos destacar que,
diferentemente das religiões humanas da antiguidade que procuravam explicar aos
seus iniciados, nos mínimos detalhes, as questões mais profundas que um ser
humano pode fazer — Quem sou? De onde eu vim? Por que estou aqui? Para onde
vou? — a revelação bíblica é bastante discreta e sóbria não elaborando detalhes
acerca da vida futura. De fato, ao contrário de Osíris que podia “desvendar
todas as coisas”, o que é um desejo humano perene, o Deus da Bíblia tem
reservado certas coisas, exclusivamente, para seu próprio conhecimento —
Deuteronômio 29:29
As coisas encobertas
pertencem ao SENHOR, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a
nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.
Infelizmente
não são poucos os modernos evangélicos que alegam ter recebido visões acerca da
vida futura e que incluem até “tours”, guiados pelo próprio Senhor Jesus, tanto
pelos céus, bem como pelo próprio inferno. Que vergonha.
No
Antigo Testamento a palavra usada para céu — mesmo quando traduzida no singular
em nossa versão de Almeida Revista e Atualizada — ver, por exemplo, Gênesis
7:19 — está sempre no plural. Isto não quer dizer que os autores bíblicos do
Antigo Testamento tinham uma visão de que a estrutura do universo consistia de
vários céus que formavam esferas concêntricas, umas em cima das outras, como as
camadas de uma cebola cortada pela metade. Analisando os versículos do Antigo
Testamento onde a expressão hebraica
הַשָּׁמַיִם — hasshamayim —
os céus aparece, podemos deduzir que no Antigo Testamento a revelação de Deus
indicava a existência de, pelo menos dois céus, e possivelmente três —
1 Reis 8:27
Mas, de fato, habitaria
Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus não te podem conter, quanto
menos esta casa que eu edifiquei.
Esdras 9:6
E disse: Meu Deus!
Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a face, meu Deus, porque as
nossas iniquidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa
cresceu até aos céus.
Mas
a informação que temos não nos permite definir um número preciso.
No
Novo Testamento a expressão grega οὐρανὸς — ouranòs — céu, no singular, é usada tanto para descrever o
local onde está o trono de Deus, quanto o espaço onde os pássaros voam —
Mateus 5:34
Eu, porém, vos digo: de
modo algum jureis; nem pelo céu, por ser o trono de Deus.
Mateus 6:26
Observai as aves do
céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai
celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?
Por
sua vez a expressão que Paulo usa em Efésios 1:3 é ἐπουρανίοις — epouraníois e a
mesma é traduzida por “lugares celestiais”, o que por si só já indica a
existência, ao menos conceitual, de pelo menos dois céus ou lugares distintos
que podem ser chamados de “céu”. Mas o próprio apóstolo Paulo nos fala em 2
Coríntios 12:1—4 que um homem — a modéstia não lhe permite usar seu próprio
nome — se no corpo ou fora do corpo, somente Deus sabe, foi arrebatado até ao terceiro
céu, chamado de paraíso, onde ouviu palavras inefáveis — que não podem ser
pronunciadas — as quais não é lícito ao homem referir. Assim, a revelação no
Novo Testamento nos ensina que existem três céus, pelo menos. Se o terceiro céu
mencionado por Paulo for onde está o trono de Deus — Paulo chama o terceiro céu
de Paraíso, mas não faz menção à presença de Deus — então existem somente três
céus. Se o trono de Deus não está no terceiro céu então existirão tantos céus
quanto tiverem que existir até que cheguemos ao céu onde o trono de Deus está.
O apóstolo João, na revelação que recebeu do Senhor Jesus - o livro do
Apocalipse — foi chamado ao céu — οὐρανὸς — ouranòs, onde. “em espírito”, teve a visão que descreve em
Apocalipse 4. Em nenhum momento, em todo o livro do Apocalipse João menciona
uma hierarquia de céus do tipo primeiro, segundo e etc., mas usa a palavra do
mesmo modo que Jesus em Mateus 5 e 6 como foi indicado acima. O que distingue a
visão de João daquela de Paulo, é que João menciona, de forma explícita, a
presença do trono de Deus no céu para o qual ele foi chamado, mas como acabamos
de falar, João não menciona nenhuma hierarquia.
Independentemente
da Bíblia não mencionar uma hierarquia, esse conceito surgiu na tradição cristã
através dos escritos, pseudoepigráficos, de um indivíduo chamado Dionísio, o
areopagita. O verdadeiro Dionísio é personagem bíblico. Quando Paulo esteve em
Atenas, por volta do ano 51 a.D., começou pregando o evangelho, como era seu
costume, primeiro nas sinagogas dos judeus. Depois Paulo levou sua pregação
para a praça pública onde argumentou com filósofos epicureus[2]
e estóicos[3].
Esses por sua vez acabaram por levá-lo para o Areópago[4] onde Paulo
fez o discurso que está registrado em Atos 17:16—34. De acordo com o texto de
Atos no final da pregação de Paulo, alguns creram encontrando-se entre esses,
um homem chamado Dionísio. Tudo o que sabemos, verdadeiramente histórico,
acerca desse homem, encontramos em Atos 17:34
e se resume ao seu nome, Dionísio e á sua função, areopagita, que indica
que ele era um dos doze juízes do Areópago em Atenas. Mas o fato de ele ser um
dos doze juízes nos revela algumas verdades a mais. Para alcançar a posição de
juiz no Areópago era necessário que o indivíduo tivesse ocupado antes a posição
de ἄρχον — árchon — governador, da cidade de Atenas. E para ocupar a
posição de governador era necessário que fosse reconhecido pela comunidade como
homem inteligente, dotado de sabedoria e ser pessoa de conduta exemplar. Até
aqui tudo é histórico.
O bispo
Eusébio de Cesárea — 260 — 339 a.D. — em sua obra “História Eclesiástica”
registra o fato, citando outra fonte, de que esse Dionísio teria sido o
primeiro bispo da cidade de Atenas. Outro autor, Nicéforo, fala de Dionísio
como tendo sido martirizado. Todavia, não há meios de provar a veracidade dessas
alegações. Suídas — c. 970 a.D. — que produziu um dicionário da língua grega
repleto de notas biográficas nos informa que Dionísio, o areopagita, era
ateniense de nascimento tendo se destacado por suas realizações literárias.
Ainda de acordo com Suídas, Dionísio, teria sido educado primeiramente em
Atenas, na Grécia, e também em Heliópolis — cidade do sol — no Egito. Suídas
confirma a verdade bíblica de que Dionísio converteu-se ao Cristianismo bem
como a tradição de que teria se tornado o primeiro bispo de Atenas. Outro autor
ainda, o filósofo ateniense Aristides — c. século II a.D. — concorda com a
informação de que Dionísio havia sido martirizado por causa da fé cristã.
Essa
discussão acerca de Dionísio, o areopagita, é pertinente ao nosso estudo acerca
dos “lugares celestiais” porque uma coletânea de estudos de natureza mística,
filosófica e religiosa, tratando dessas questões, tem sido atribuída a ele. Essa
atribuição é importante porque esse corpo literário foi aceito tanto pela
Igreja Católica Romana quanto pela Igreja Ortodoxa como literatura
“genuinamente cristã”. Uma vez aceito dessa maneira, o mesmo acabou
influenciando grandemente tanto a teologia quanto a espiritualidade daquelas
denominações. Estudos modernos, todavia, têm sido capazes de demonstrar que esse
material foi composto depois do século IV a.D., por um ou mais autores
neoplatônicos[5].
Alguns acham que estes escritos teriam sido produzidos no século V e mesmo no
século VI a.D. Para se ter uma idéia precisa da influência que tais escritos
alcançaram na cristandade medieval, basta dizer que os mesmos foram traduzidos
para o latim por Johannes Scotus — c. século X a.D. — tendo se tornado muito
populares como um compêndio de misticismo, e chegaram a ser quase tão
influentes quanto os escritos do próprio apóstolo Paulo!
Esse
escritos de caráter profundamente místico e repletos de noções e conceitos do
neoplatonismo, aplicavam novamente, à teologia cristã, as doutrinas cardeais
dos filósofos Plotinos — 205 — 270 a.D. — e Proclus — 410 — 485 a.D. — que
foram os dois maiores expoentes daquela escola filosófica. A história reconhece Proclus como o mais influente filósofo no mundo
grego — Bizâncio — latino — Roma — e islâmico — Arábia — simultaneamente.
Os ensinos desses filósofos incluíam conceitos acerca da natureza inefável do
Um, a extensão da emanação para além da substância divina à alma humana e ao
universo, a constituição tríplice de todas as coisas e o conceito do processo
mundial como um derramamento eterno e infinito da essência divina, bem como o
retorno da essência divina à sua origem. Estes ensinos aboliram as distinções
ortodoxas de categorias entre Deus e o universo criado e, como eram
completamente panteístas, eram também positivamente heréticos. Independentemente
desses fatos, esses escritos alcançaram enorme notoriedade e exerceram notável
influência sobre todo misticismo cristão subsequente. Não foram poucos os que,
seguindo esses ensinamentos abandonaram a fé histórica e ortodoxa para seguir,
de forma apaixonada, essas heresias. Mas a questão mais pervasiva de todas é o
ensino acerca da dicotomia de que existe uma diferença entre a vida espiritual
e a vida física. De acordo com esse ensinamento a pessoa devia buscar uma vida
espiritual em oposição à vida física controlada pelos cinco sentidos. Esta vida
espiritual devia ser buscada porque era um tipo de vida superior à vida física.
O resultado desse ensino naqueles dias foi o desenvolvimento de um extenso
misticismo com alguns pretendendo viver em um nível muito superior ao da
maioria das pessoas.
A Igreja Católica Romana cultiva até hoje o misticismo de
“santos” como São João da Cruz e Santa Tereza de Ávila entre muitos outros. Por
semelhante modo o estrondoso sucesso de bilheteria produzido e dirigido pelo
ator estadunidense Mel Gibson, que é o filme “A Paixão de Cristo” foi, em sua
maior parte, inspirado nos escritos de Anne Catherine Emmerich. Esta monja que
nasceu no mesmo dia atribuído ao nascimento de Maria, 8 de Setembro, do ano de
1774, começou tendo visões ainda quando criança. Segundo suas alegações, ela
costumava ver frequentemente seu anjo da guarda e dialogar com ele. O próprio
Senhor Jesus teria participado pessoalmente de inúmeras de suas visões. Do seu
anjo da guarda Anne teria aprendido a reverenciar a chamada eucaristia — a
crença de que Jesus Cristo se acha presente, sob as aparências do pão e do
vinho, com seu corpo, sangue, alma e divindade, no biscoito feito de água e
farinha distribuído nas missas católico-romanas. Além de visões, Anne era
também estigmática e manifestava as marcas das feridas do próprio Senhor nas
mãos, pés, cabeça e peito! Suas visões, incluindo aquelas que foram ajuntadas
sob o título de “A Dolorosa
Paixão de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”, foram grafadas e
editadas pelo poeta e fundador do movimento “Romântico” na Alemanha, Clemens
Brentano. Da mesma maneira existem místicos entre os Budistas, entre os
Hinduístas e entre os Islamitas. Portanto, experiências místicas não servem
para provar a existência de uma verdadeira “vida espiritual” mais profunda e
mais intensa. Essa tolice grega se instalou definitivamente na vida da igreja e
suas consequências podem ser vistas até os dias de hoje em ensinamentos,
igualmente tolos, de que existem cristãos espirituais e cristãos carnais. Pela
descrição dada por esses mestres o cristão carnal não passa realmente de um
incrédulo que não tem nada de cristão a não ser a aparência pretensiosa e
vazia. Muitos existiram que, durante as diversas eras da igreja cristã
pretenderam viver em um nível superior ao dos demais cristãos como se fossem
mais espirituais, como se já estivessem vivendo nos céus! O fato é que Deus
concedeu a todos os crentes sua completa bênção espiritual que se manifesta
primariamente pela presença gloriosa do seu Espírito Santo em nós. Aqueles que são habitados pelo Espírito de
Deus não precisam de nenhuma patacoada!
A
conclusão a que podemos chegar baseados exclusivamente nos ensinamentos da
Bíblia é:
1. Os “lugares celestiais” não devem ser entendidos somente como um
espaço ou localidade. As referências a “trono de poder” — ver Efésios 1:20 e
2:6 — bem como a principados e poderes nos lugares celestiais não se referem a
lugares geograficamente limitados e devem ser entendidos como o ambiente onde
poder e autoridade “celestiais” são exercidos.
2. Os lugares celestiais podem ainda ser habitados por seres hostis a
Deus e aos homens — ver Efésios 6:12 — mas esse fato não ameaça nem impede a
ordem correta nas regiões celestiais que consiste e será consumada pela
submissão de tudo ao Senhorio de Jesus —
ver Efésios 1:20—23. Ver também Filipenses 2:9— 11 e Colossenses 1:18—20.
Em
resumo: a menção de “lugares celestiais” ou céus em Efésios 1:3, não possui
nenhuma função limitadora da mesma maneira que aconteceu com a expressão
“espiritual”. Pelo contrário, o uso da expressão “lugares celestiais” indica a
extensão, a eficiência, a validade e a suficiência da bênção que Deus concedeu.
E pouco importa, realmente, quantos céus existem, se é que existem. Deus mesmo
é a fonte da bênção e todas as dimensões da criação e da existência humana,
sejam elas reais, sejam imaginárias, são permeadas e modificadas por esta
bênção, mesmo que ainda, alguns elementos permaneçam hostis — ver Efésios 6:12.
LISTA DE OUTROS ESTUDOS DA SÉRIE “EM CRISTO”:
O estudo introdutório dessa série, número 000, pode ser encontrado aqui:
O estudo número 001 dessa série — Justificação Gratuita — pode ser encontrado aqui:
O estudo 002 dessa série — Nossa Identidade com Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 003 dessa séria — Mortos para o Pecado, Mas Vivos para Deus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 004 dessa série — O Salário do Pecado X o Dom Gratuito de Deus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 005 dessa série — Nenhuma Condenação em Cristo Jesus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 006 dessa série — Nada Pode nos Separar do Amor de Deus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 007 — Somos Membros uns dos Outros em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 008 — Santificados em Cristo Jesus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 009 — A Graça de Deus em Cristo Jesus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 010 — Somos de Deus em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 011 — Somos Espirituais em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 012 — Somos Loucos, Fracos e Desprezíveis Porque Estamos em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 013 — Somos Gerados em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 014 — Nossa Esperança em Cristo Não se Limita a Essa Vida Apenas — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 015 — Todos Serão Vivificados em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 016 — Todos São Amados em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 17 — Somos Todos Ungidos em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 18 — Não Mercadejamos a Palavra de Deus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 19 — O Véu é Removido em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 20 — Somos Novas Criaturas em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 21 — Deus Estava em Cristo Reconciliando Consigo o Mundo — poderá ser encontrado aqui:
Os estudos 22 e 23 — Sendo Conhecido em Cristo — poderão ser encontrados aqui:
O estudo 24 — Nossa Liberdade em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 25 — Justificação Pela fé em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 26 — Filhos de Deus em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 27 — Revestidos em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 28A — Nossa Unidade em Cristo — PARTE 001 poderá ser encontrado aqui:
O estudo 28B — Nossa Unidade em Cristo — PARTE 002 poderá ser encontrado aqui:
O estudo 029 — Somente a Fé Que Atua Pelo Amor Tem Valor em Cristo
O estudo 030A — A Bênção com Que Somos Abençoados em Cristo – Parte 001
O estudo 030B — A Bênção com Que Somos Abençoados em Cristo – Parte 002
O estudo 030C — A Bênção com Que Somos Abençoados em Cristo – Parte 003 — E a Chamada Visão de Hermes
O estudo 030D — A Bênção com Que Somos Abençoados em Cristo – Parte 004 — O Ensinamento Bíblico Acerca do Céu
O estudo 031 — Desvendando-nos o Mistério da Sua Vontade Em Cristo
O estudo 032 — Para o Louvor da Glória de Deus em Cristo
O estudo 033 — Ressuscitados em Cristo e Assentados nos Lugares Celestiais
O estudo 034 — Mostra a Suprema Riqueza da Sua Graça em Bondade para conosco em Cristo.
O estudo 035 — Mostra como somos salvos em Cristo para a prática de boas obras manifestadas por meio de uma vida de santidade.
O Estudo 036 — Nos Fala de Como Somos Aproximados de Deus Porque Estamos em Cristo.
O Estudo 037 — Nos Fala de Como Somos Co-herdeiros, Co-participantes e Membros dum mesmo Corpo
O Estudo 038A — Nos Fala das Insondáveis Riquezas de Cristo — Parte 001 — Cristo o Mistério Revelado de Deus
O Estudo 038B — Nos Fala das Insondáveis Riquezas de Cristo — Parte 002 — A Igreja Edificada Sobre Cristo
O Estudo 038C — Nos Fala das Insondáveis Riquezas de Cristo — Parte 003 — O Que é a Verdadeira Igreja de Cristo
O Estudo 038D — Nos Fala das Insondáveis Riquezas de Cristo — Parte 004 — O Que é a Verdadeira Igreja de Cristo — O Corpo de Cristo
O Estudo 038E — Nos Fala das Insondáveis Riquezas de Cristo — Parte 005 — O Que é a Verdadeira Igreja de Cristo — A Plenitude de Cristo
O Estudo 038F — Nos Fala das Insondáveis Riquezas de Cristo — Parte 006 — O Que é a Verdadeira Igreja de Cristo — Os Eleitos Por Deus em Cristo
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2016/08/nossa-riqueza-em-cristo-estudo-038f.html
O Estudo 039 — Nos Fala De Como Devemos Glorificar a Deus Porque Estamos em Cristo — Jesus e a Glória de Deus
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2016/10/nossa-riqueza-em-cristo-estudo-039.html
O Estudo 040 — Nos Fala De Como Deus Nos Perdoou em Cristo
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que
puderem que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte link:
Desde já agradecemos a todos.
[1] O
espiritismo está presente não somente nos ensinos chamados herméticos ou da
religião do deus Mithra, mas pode ser também encontrado entre os gregos nas
obras do matemático Pitágoras de Samos, do filósofo Platão de Atenas, em todas
as religiões originadas da Índia e na sua versão moderna inventada por
Hippolyte-León-Denizard Rivail que se autodenominava como a reencarnação de um
poeta celta chamado “Allan Kardec”. Outras religiões como a Teosofia de Helena
Petrovna Blavatsky também capitalizam em cima do espiritismo egípcio, indiano e
kardecista. Mesmo religiões que alegam ser cristãs, tais como o Adventismo do
Sétimo Dia, as chamadas Testemunhas de Jeová e a Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias, conhecida como igreja Mórmon, possuem também seus
toques de espiritismo. Além disso, todos estes movimentos religiosos não
acreditam nas penas eternas conforme ensinadas por Jesus — ver Mateus 5:22,
18:18—19, 25:41; Marcos 9:48.
[2] A
filosofia conhecida como Epicureanismo foi fundada por Epicuro — 341 — 270 a.C.
Nesse momento o que nos interessa dessa filosofia é sua crença acerca da alma
humana. Para os filósofos epicureus a alma era material, constituída de átomos
minúsculos e se encontrava espalhada pelo corpo. Desta forma a morte era
insignificante já que tanto o corpo como a alma se dissolvem no meio.
[3] O
Estoicismo foi fundado por Zeno — 336 — 264 a.C. Um de seus seguidores, Crísopo
— 232 — 204 a.C. — tinha alunos de regiões tão distantes como Tarso e
Babilônia. O estoicismo como desenvolvido por Crísopo foi favoravelmente
recebido em Roma durante a República. Essa
filosofia era bem mais complexa no que diz respeito às implicações teológicas.
Os estóicos acreditavam que as forças do universo formam uma força
todo-pervasiva e assim se mostram panteísta — o panteísmo acredita que Deus é a
soma de tudo quanto existe — mas existem também sintomas de deísmo — o deísmo
acredita na existência de um Deus, destituído de atributos morais e
intelectuais, e que poderia ou não haver influído na criação do Universo. Para
os estóicos o universo forma uma cadeia de causa e efeito onde nada acontece
por acaso. Dentro dessa perspectiva o mal se torna inexistente ou relativo.
Acreditavam também que a alma é substância material, uma fagulha do fogo divino
e que a verdadeira religião consistia em se resignar ao destino. Caso houvesse
resistência na resignação, a crença da re-ocorrência cíclica garantia o
reaparecimento da alma, via reencarnação, para uma nova tentativa.
[4] Tribunal ateniense, assembléia de
magistrados, sábios, literatos e etc., localizado na “Colina de Marte” — Ares
em grego — na área adjacente ao Parthenon na Acrópole ateniense.
[5] A
escola filosófica conhecida como Platonismo foi fundada por Platão — 427 — 347
a.C. — que juntamente com Sócrates e Aristóteles compões a tríade de “mamutes”
filosóficos da cidade antiga de Atenas. Platão era tanto filósofo, quanto poeta
e místico, e a ele devemos o registro, por escrito, dos ensinamentos de
Sócrates. Ao misturar filosofia
com poesia e misticismo Platão conseguia combinar uma enorme habilidade de
raciocínio lógico com vôos poéticos imaginativos e profundos sentimentos
místicos. Platão acreditava em um ser criador que ele chamava de Demiurgo. Esse
Demiurgo molda o mundo real — este em que vivemos — de acordo com o padrão do
mundo ideal, tão perfeitamente quanto possível utilizando a matéria. O demiurgo
funciona como uma espécie de arquiteto que impõe formatos a matéria
pré-existente - esta idéia platônica é muito penetrante e podemos encontrá-la
tanto no conceito do “Grande Arquiteto do Universo”, da Maçonaria, quanto na
série de filmes “Matrix”, onde o chamado “arquiteto” faz exatamente o que
Platão ensinou. Quando Platão fala da “alma do mundo”, ele está falando da sua
fé panteísta. Para Platão existem inúmeros outros deuses, além do Demiurgo, mas
nenhuma personalidade é atribuída a eles. Platão também acreditava na
eternidade das almas já que ensinava que todo conhecimento é apenas
reminiscência. Apesar de Platão não ter ocupado um lugar dominante na filosofia
grega posterior à sua época, como pode ser facilmente demonstrado, veio a
ocupar de maneira quase absoluta, uma posição dominante nos primeiros séculos
do Cristianismo. A teologia dos assim chamados “Pais da Igreja” que é chamada
de Patrística e que é objeto de estudos na ciência histórica chamada de
Patrologia, foi formulada, em sua grande maioria, baseada na super estrutura da
filosofia de Platão. Mas a influência de Platão não se resume ao Cristianismo.
O Judaísmo também, principalmente através de Filo Judaeus de Alexandria — 15 a
10 a.C — 45 a 50 d.C. — bem como, em tempos posteriores, a filosofia Islâmica,
também devem muito à Platão. Sua influência pode ser vista na ênfase da
realidade não material, na existência de uma alma imortal distinta do corpo
físico, na idéia de uma religião cósmica — a beleza da ordem celestial acima —
e seus ensinamentos acerca de uma sociedade justa.
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