Reduzir a zero o desmatamento já
não é suficiente para garantir segurança ao sistema
O artigo abaixo foi publicado
pelo site da Revista EXAME e é de autoria de Vanessa Barbosa.
5 poderes incríveis (e
ameaçados) da Amazônia sobre a água
Vanessa Barbosa
Uma máquina ambiental magnífica
Uma máquina ambiental magnífica
São Paulo – Parte da origem da
crise hídrica que assola a região Sudeste pode encontrar-se muito além da
visível falta de planejamento do poder público e do mau humor de São Pedro — há
mais 2000 quilômetros de distância, no desmatamento e na degradação da Amazônia.
É o que sugere um relatório que sintetiza, pela primeira vez, cerca de duzentos dos principais estudos e artigos científicos sobre o papel da floresta amazônica no sistema climático, na regulação das chuvas e na exportação de serviços ambientais para regiões distantes.
Conduzido pelo pesquisador
Antonio Donato Nobre, do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a pedido da Articulación Regional Amazónica
(ARA), o estudo “O Futuro Climático da Amazônia” revela os poderes invisíveis
desta máquina de regulação ambiental, chamada pelos cientistas de “oceano
verde”, e os impactos de sua destruição.
“As florestas tropicais são muito
mais que uma aglomeração de árvores, repositório passivo de biodiversidade ou
simples estoque de carbono. Sua tecnologia viva e dinâmica de interação com o
ambiente lhes confere poder sobre os elementos, uma capacidade inata e
resiliente de condicionamento climático. Elas condicionam o clima que lhes
favoreça, e com isso geram estabilidade e conforto, cujo abrigo dá suporte ao
florescimento de sociedades humanas”, define Nobre.
Como o clima interage com a
vegetação, a mudança de um gera efeito no outro. Dessa forma, o ataque
implacável da motosserra na floresta é capaz de alterar sobremaneira o mecanismo
das chuvas. Sem precipitação, a floresta pega fogo. O fogo consome tudo o que
há pela frente, incluindo as árvores grandes, tão necessárias para a manutenção
do equilíbrio hidrológico.
Segundo o pesquisador, reduzir a
zero o desmatamento já não é suficiente para garantir segurança ao sistema. É
preciso recuperar tudo aquilo que foi ceifado, o que não é pouco: no Brasil
significa uma área de 763 mil Km2, o que equivale a três estados de São Paulo
ou a 184 milhões de campos de futebol.
Conheça a seguir cinco
descobertas importantes para a chamada “ecohidrologia” amazônica, conforme o
relatório:
1. A floresta jorra volumes colossais de água para a atmosfera
O primeiro poder da floresta
amazônica é sua capacidade de manter o ar sempre úmido e em movimento, levando
chuvas para o interior do continente, em áreas até 3 mil quilômetros distantes
dos oceanos. Isso só é possível graças à capacidade inata das árvores de
transferir volumes colossais de água do solo para a atmosfera através da
transpiração.
Segundo a pesquisa, uma árvore
grande pode bombear do solo e transpirar mais de mil litros de água num único
dia. Considerando a transpiração de todas árvores da bacia amazônica, são 20
bilhões de toneladas de água por dia, ou 20 trilhões de litros! Na ponta do
lápis, as árvores jorram para atmosfera mais água do que o rio Amazonas despeja
no oceano, cujo volume é estimado em 17 bilhões de toneladas ao dia.
2. Ajuda a formar nuvens "carregadas"
O segundo poder da floresta
amazônica na regulação das chuvas é a capacidade de formar nuvens “carregadas”
mesmo tendo acima de si ar limpo como a atmosfera dos oceanos.
É que, segundo o estudo, as
árvores emitem uma espécie de aroma que, numa atmosfera úmida e na presença da
radiação solar, formam uma poeira finíssima com afinidade pela água. São os
núcleos de condensação das nuvens. Essas sementes de “nucleação” carregadas de
vapor provocam as chuvas fartas das nuvens baixas.
3. Garante chuva (mesmo em tempo de seca)
A formidável resistência a
condições externas desfavoráveis e a competência em manter o adequado
funcionamento do ciclo hidrológico, à despeito de secas, são o terceiro segredo
da floresta. Tal capacidade pode ser entendida pela nova teoria da “bomba
biótica”. Funciona assim: a transpiração das árvores associada à formação das
nuvens e chuvas leva a um rebaixamento da pressão atmosférica sobre a floresta,
que suga o ar úmido sobre o oceano para dentro do continente, mantendo as
chuvas em quaisquer circunstâncias.
Em tempos de seca, segundo o
estudo, as árvores grandes e com raízes profundas têm acesso a grande
quantidade de água subterrânea. Com essa vantagem, executam um programa para
manter ou até mesmo aumentar a transpiração.
“Ao contrário, se a floresta for
removida, o continente terá muito menos evaporação do que o oceano, com a
consequente redução na condensação, o que determinará uma reversão nos fluxos
de umidade, que irão da terra para o mar, criando um deserto onde antes havia
floresta”, diz a pesquisa.
4. Exporta rios aéreos
para outras regiões
A floresta também é extremamente
generosa. Ela não guarda toda a umidade para si mesma, exportando vapor de água
para outros países e regiões do Brasil. É este quarto segredo que explica
porque a porção meridional da América do Sul, a leste dos Andes, não é
desértica, como áreas na mesma latitude, a oeste dos Andes e em outros
continentes. Noutras palavras, a Amazônia é a verdadeira cabeceira dos
mananciais aéreos da maior parte das chuvas na América do Sul.
Devido ao efeito da floresta na
movimentação da umidade e também da imensa barreira de 6 km de altura da
cordilheira dos Andes, os rios voadores amazônicos fazem curva no Acre e,
durante o verão, passam por cima de nossas cabeças carregando umidade para o
Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Essa doação ajuda a garantir equilíbrio
hídrico no quadrilátero mais afortunado do país, centro da produção agrícola e
industrial, mesmo após a devastação de 90% da Mata Atlântica.
5. É um
"freio" para eventos extremos
Além de todos os outros serviços
que a floresta presta ao clima, ela ainda oferece um seguro contra eventos
climáticos extremos, atenuando a concentração de energia nos ventos. Este
quinto segredo é a razão pela qual a região amazônica e oceanos próximos não
fomentam a ocorrência de fenômenos atmosféricos como furacões e outros eventos
climáticos extremos.
Segundo o estudo, a atenuação da
violência atmosférica tem explicação no efeito dosador, distribuidor e dissipador
da energia nos ventos, exercido pelo rugoso dossel florestal (resultado da
sobreposição dos galhos e folhas das árvores) e pelo feito da “bomba biótica”.
“A vasta cobertura florestal
impede concentração de energia dos ventos em vórtices destrutivos, enquanto o
esgotamento de unidade atmosférica pela remoção lateral de cima do oceano priva
as tempestades do seu alimento energético (vapor de água) nas regiões oceânicas
adjacentes”, explica a pesquisa.
O artigo original do site da
EXAME poderá ser visto por meio desse link aqui:
NOSSO COMENTÁRIO
Salmos 77:12
Considero também nas
tuas obras todas e cogito dos teus prodígios.
Salmos 86:8
Não há entre os deuses
semelhante a ti, Senhor; e nada existe que se compare às tuas obras.
Salmos 90:16
Aos teus servos
apareçam as tuas obras, e a seus filhos, a tua glória.
Salmos 92:5
Quão grandes, SENHOR,
são as tuas obras! Os teus pensamentos, que profundos!
Salmos 104:13
Do alto de tua morada,
regas os montes; a terra farta-se do fruto de tuas obras.
Salmos 104:24
Que variedade, SENHOR,
nas tuas obras! Todas com sabedoria as fizeste; cheia está a terra das tuas
riquezas.
Romanos 11:33
Ó profundidade da
riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são
os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!
UMA GRAVE ADVERTÊNCIA AOS QUE
DESTROEM A TERRA
Apocalipse 11:18
Na verdade, as nações
se enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado para serem
julgados os mortos, para se dar o galardão aos teus servos, os profetas, aos
santos e aos que temem o teu nome, tanto aos pequenos como aos grandes, e para
destruíres os que destroem a terra.
OUTROS ARTIGOS QUE
FALAM DA CRIAÇÃO DE DEUS
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
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