O arquivo abaixo é de autoria de
J. Grear e foi publicado no site Voltemos ao Evangelho.
Três
equívocos dos cristãos sobre os muçulmanos
Em outro post, discuti três
equívocos comuns que muçulmanos têm sobre cristãos. Hoje explorarei três
equívocos que cristãos muitas vezes têm a respeito dos muçulmanos.
O post anterior poderá ser visto por meio desse link aqui:
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2015/05/equivocos-dos-muculmanos-sobre-os.html
O post anterior poderá ser visto por meio desse link aqui:
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2015/05/equivocos-dos-muculmanos-sobre-os.html
Quando o ocidental em geral ouve
“muçulmano”, várias imagens vêm à mente — a maior parte negativa. Mas a maioria
dos muçulmanos ficariam tão horrorizados quanto nós com o que presumimos a
respeito deles. Eis alguns dos equívocos mais comuns que ocidentais têm a
respeito de muçulmanos:
Equívoco 1: A maioria
dos muçulmanos apoia o terrorismo
Cristãos normalmente não saem
dizendo que pensam que todos os muçulmanos são terroristas. Mas muitos presumem
que a maioria dos muçulmanos apoia o terrorismo, embora em silêncio. Muito tem
sido escrito sobre como o islã foi fundado “pela espada”, ou como muçulmanos
que se comprometem com atividades terroristas estão simplesmente obedecendo o
que o Corão manda. Certamente é fácil encontrar muçulmanos usando o Corão para
justificar a violência. Mesmo quando você dá ao Corão uma leitura indulgente,
perguntar “O que Maomé faria?” levará a um lugar muito diferente do que “O que
Jesus faria?”
Dito isso, a maioria dos
muçulmanos que você encontra — quer seja em países ocidentais ou islâmicos —
não são pessoas violentas. São pessoas gentis e pacíficas que, muitas vezes, se
envergonham das ações dos muçulmanos ao redor do mundo. Embora haja uma boa
chance de elas verem políticas internacionais de forma muito diferente do
ocidental em geral, é mais provável que você as ache calorosas, hospitaleiras e
gentis.
Sim, muçulmanos sinceros creem
que o Islã um dia dominará o mundo, e podemos certamente nos queixar dos
muçulmanos não falarem mais contra o terrorismo. Mas não iremos estender muito
o diálogo quando presumimos coisas a respeito deles que não são verdades. Assim
como nós odiamos ser caluniados, eles também odeiam.
Equívoco 2: Todas as
mulheres muçulmanas se sentem oprimidas
Ocidentais muitas vezes pensam na
mulher islâmica como gravemente oprimida. Eles têm um retrato mental de uma
mulher curvada, caminhando dois metros atrás de seu marido, olhando
obedientemente para baixo. Ela mal sabe ler, não sabe escrever e anseia por
liberdade do domínio opressor do islã e de seu marido ditador.
Muitas vezes isso está muito
longe da verdade. Eis três coisas para se ter em mente com relação às mulheres
do islã:
A. Muitos homens e mulheres
muçulmanos têm casamentos felizes.
Os casais que conheci quando vivi
em um país muçulmano certamente não eram “românticos” como ocidentais estão
acostumados. Mas as mulheres também não eram as escravas sexuais humilhadas que
muitos ocidentais muitas vezes presumem.
Havia, é claro, algumas exceções.
Tive amigos cujas esposas raramente eram permitidas sair dos fundos da casa,
menos ainda fora de casa, e há certas culturas (no Afeganistão, por exemplo)
nas quais a opressão parece mais a norma do que a exceção. Mas é um exagero
dizer que todas as mulheres muçulmanas se veem como oprimidas.
B. Mulheres, muitas vezes, são as
mais ardentes defensoras do islã.
É irônico, mas é verdade: apesar
do histórico do islã de opressão, mulheres são, muitas vezes, as mais ardentes
adeptas. Muitas mulheres islâmicas, especialmente no mundo ocidental, clamam
por reforma em como as mulheres são tratadas na cultura islâmica, mas raramente
por um fim do próprio islã.
C. Não há como negar, contudo,
que o Corão e o Hádice falam de maneira depreciativa sobre as mulheres.
O Hádice diz que 80% das pessoas
no inferno são mulheres. Ao explicar o motivo de o testemunho de uma mulher
valer apenas metade do testemunho de um homem num tribunal, ele diz: “Por causa
da deficiência em seus cérebros”. O Corão diz que as esposas muçulmanas “são
como um campo a ser lavrado”, o que é muitas vezes usado para legitimar o
patriarcado e o domínio masculino, e nada disso leva em conta práticas que,
muitas vezes, excedem o Corão em brutalidade.
Alguns estudiosos islâmicos dirão
que estou lendo esses textos de maneira errada, mas o fato permanece: muitos
dos piores casos de opressão acontecem em países muçulmanos. O islã carece do
ensino robusto judaico-cristão que assevera a igualdade de homens e mulheres
como ambos sendo feitos à imagem de Deus. Pode não ser universal, mas muitas
mulheres islâmicas se sentem sim aprisionadas. Em contraste, mostrar às
mulheres muçulmanas a sua dignidade em Cristo tem, em muitos lugares, provado
ser uma estratégia de evangelismo imensamente eficaz.
Equívoco 3: Muçulmanos
buscam conhecer um deus diferente do Deus cristão
Isso é controverso, mas deixe-me
explicar. Muçulmanos afirmam adorar o Deus de Adão, de Abraão e de Moisés.
Assim, muitos missionários acham útil começar a trabalhar os muçulmanos usando
o termo árabe para Deus, “Alá” (que significa, literalmente, “a Deidade”) e, a
partir daí, explicar que o Deus que os muçulmanos buscam adorar, o Deus dos
Profetas, era o Deus presente em forma corpórea em Jesus Cristo, revelado mais
plenamente por ele; e Aquele que é adorado pelos cristãos pelos últimos dois
milênios. Isso não é o mesmo que dizer que se tornar um muçulmano é como um
“primeiro passo para se tornar um cristão”, e certamente não significa que o
islã é um caminho alternativo para chegar ao céu. Simplesmente significa que
ambos estamos nos referindo a uma única Deidade quando dizemos “Deus”.
Podemos perguntar: “Mas o deus
islâmico não é tão diferente do Deus cristão que eles não podem ser,
apropriadamente, chamados pelo mesmo nome?” Talvez. A pergunta de se Alá se
refere ao deus errado (ou a ideias erradas de Deus) é uma pergunta com muitas
nuances, e não existe resposta fácil. Não há dúvidas de que os muçulmanos creem
em coisas blasfemas a respeito de Deus, e suas crenças sobre Alá nasceram a
partir de uma visão distorcida do cristianismo. O mesmo pode ser dito, embora
em grau menor, da visão do deus dos saduceus do primeiro século, assim como o
deus da mulher samaritana e, em um grau ainda menor, o deus dos hereges
pelagianos do século 5 — sem mencionar vários dos estudiosos medievais.
A pergunta é se a presença dessas
crenças heréticas (e qual grau de heresia nelas) exige que digamos:“Você está
adorando um deus diferente”. Claramente, os apóstolos não disseram isso a
respeito dos judeus do primeiro século que rejeitaram a Trindade (muito embora
Jesus tenha dito que o pai deles era o diabo!). E Jesus também não disse à
mulher samaritana em sua visão étnica, de justiça pelas obras e distorcida de
Deus que ela estava adorando um deus diferente. Ao invés disso, ele insistiu
que ela o estava adorando incorretamente e buscando salvação erroneamente.
Nunca ouvi ninguém dizer que os hereges Pelagianos adoravam um deus diferente,
ainda que eles tenham sido considerados (corretamente) como hereges.
Ao mesmo tempo, Paulo nunca
disse: “O nome verdadeiro de Zeus é Jeová”, como se o gregos estivessem
adorando o Deus verdadeiro erroneamente. Assim, a pergunta é: a visão muçulmana
de Alá é mais como Zeus ou como a concepção herege da mulher samaritana de
Deus? Essa é uma pergunta difícil, e uma pergunta que precisamos deixar o
contexto determinar. Por exemplo, muitos cristãos acham que o uso de “Alá” gera
mais confusão do que ajuda. Para eles, “Alá” cai na categoria de “Zeus”.
Por outro lado, contudo, estão
muitos cristãos fiéis trabalhando entre muçulmanos que abordam a questão de Alá
muito semelhante a como Jesus corrigiu a mulher samaritana. “Vocês buscam
adorar o único Deus, mas têm uma visão errônea dele e de como buscam salvação
dele. A salvação vem dos judeus”. No meu tempo com os muçulmanos ao longo dos
anos, descobri ser esse um ponto inicial mais útil. Isso não vem de um desejo
de ser mais politicamente correto, mas de um desejo de começar onde os
muçulmanos estão e trazê-los à fé naquele que é o único Filho de Deus, Jesus.
Quando conversamos com muçulmanos
sobre o evangelho, precisamos eliminar quaisquer distrações desnecessárias. As
necessárias, afinal de contas, serão difíceis o suficiente. Devemos ver os
muçulmanos com amor, nos recusando a estereotipá-los. Nós vivemos em um mundo
de estereótipos, mas o amor pode conquistar o que o politicamente correto não
pode. Ouvir alguém sem preconceito é o primeiro passo para amá-los. Em outras
palavras: “Faça ao próximo” se aplica aqui também: vejamos o próximo como ele
gostaria de ser visto.
O artigo original poderá ser
visto por meio do link abaixo:
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
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agradecemos a todos.
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