terça-feira, 21 de julho de 2015

EDUCAÇÃO CRISÃ:- ESTUDO 007 - A Igreja Cristã no Brasil no Século XXI — PARTE 002 — Nossas Escola Teológicas



Ministérios da Igreja


CONTINUAÇÃO

I – Escolas Teológicas — Instituições Educacionais

Nossas escolas teológicas começaram como Institutos Bíblicos o que, em outras palavras, significava a admissão implícita de que ofereciam, uma educação “meia boca”. Essas escolas estavam, quase sempre, repletas de professores que eram pastores bem intencionados, porém mal preparados. Naqueles dias a formação de pastores seguia modelos importados e não se preocupava com as reais necessidades do povo brasileiro[1]. Os currículos eram cópias traduzidas da educação que os estrangeiros haviam recebido. Naqueles tempos o patrulhamento ideológico era tão intenso que qualquer menção às ciências sociais, para se discutir, por exemplo, as questões da miséria e da fome, eram vistas como subversivas, comunistas e desagradáveis a Deus mesmo. Muitos daqueles senhores que nos ensinavam firmemente a orarmos pelas “autoridades constituídas”, mesmo pelos brutais ditadores e torturadores brasileiros, mostraram-se reticentes quanto a incentivarem as orações pelo presidente eleito pelo povo Luis Inácio Lula da Silva, e hoje demonstram uma atitude antibíblica contra a presidenta eleita Dilma Rousseff. Enquanto ela era candidata esse blog assumiu a posição de não recomendar o voto nela, mas uma vez eleita, ela encontra-se debaixo das palavras que mencionamos logo adiante. A palavra bíblica que nos manda orar pelos governantes continua válida, se desejamos viver em paz, conforme —

1 Timóteo 2:1—2

1  Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens,

2  em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito.

O resultado direto deste tipo de educação é que nossos pastores não aprenderam a pensar nas necessidades do nosso povo e consequentemente não podiam pensar em formas de satisfazê-las.

Não foi até a década de 80 que começaram a surgir, em quantidade, pastores e professores brasileiros com formação de mestres e doutores vindos do exterior. Todavia, fomos novamente contaminados, pois nossos mestres e doutores estavam, como seus mentores estrangeiros, mais preocupados em manter o status de estudiosos, gastando mais tempo estudando do que ensinando ou pregando. Encastelados em um conhecimento distante e alienados das reais necessidades do povo, acreditaram que haviam “chegado lá”, quando na verdade estavam a anos-luz da realidade vivida pelo povo brasileiro. Tais mestres costumam se levar muito a sério[2]. Da mesma maneira que os estrangeiros usam o saber como um instrumento de dominação, nossos mestres e doutores não nos estenderam a cortesia de sermos todos servos de Jesus. Pelo contrário, mantiveram de todas as maneiras a separação imposta pelos estrangeiros entre “nós e eles”. As consequências não se fizeram esperar. Nossos mestres se negaram a nos transmitir os meios de produção acadêmica e se concentraram em expor suas idéias e exibir seus “vastos conhecimentos” sobre todos os assuntos. O resultado foi a produção massiva de pastores que não entendem as ciências bíblicas, principalmente as ciências da interpretação. Por esse motivo, tais pastores produzem sermões que não fazem o menor sentido e não conseguem integrar a verdade bíblica à realidade brasileira. Por não entenderem o significado do texto bíblico para os leitores/ouvintes originais, os mesmos têm enormes dificuldades em aplicar e integrar as verdades bíblicas com as necessidades dos tempos presentes. Como diria um conhecido, nossos pastores são peritos em sermões de três pontos: 1) Ele entra no texto; 2) Ele sai do texto e 3) Ele nunca mais retorna para o texto.


O ensino foi também caracterizado por uma enorme ênfase em teologia sem a existência das pontes necessárias entre o que era ensinado e a importância que estes mesmos ensinamentos tinham para os dias de hoje e a vida comum do povo de Deus. Uma vez formados, a grande maioria dos pastores descobria que, o dia a dia da vida da igreja local, demandava conhecimentos e práticas que não haviam, em muitos casos, sequer sido mencionados nas escolas teológicas. Matérias fundamentais relacionadas à educação cristã foram relegadas ao último plano e rotuladas de “matérias só para mulheres”. Com isso nossos pastores, já tão machistas, pela formação natural do homem brasileiro, desprezaram as únicas matérias que poderiam levá-los a questionar as necessidades do povo e buscar supri-las através dos ministérios da igreja. Hoje em dia, a situação é terrível já que o ensino formal é considerado desnecessário por muitas denominações —neopentecostais principalmente —, outras tem uma obsessão compulsiva pela teologia do culto — pentecostais — e outras continuam mantendo o distanciamento entre a teologia e a prática — reformados  e protestantes. Com tudo isso, o despreparo ainda é quase absoluto e faz parte da herança amarga que nos foi imposta.

OUTROS ESTUDOS ACERCA DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

001 — A EXCELÊNCIA DA VIDA PESSOAL DAQUELES QUE DESEJAM ENSINAR — PARTE 001

002 — A EXCELÊNCIA DA VIDA PESSOAL DAQUELES QUE DESEJAM ENSINAR — PARTE 002

003 —A EXCELÊNCIA DA VIDA PESSOAL DAQUELES QUE DESEJAM ENSINAR — PARTE 003

004 — A IMPORTÂNCIA DA ALIANÇA COM DEUS

005 — OS ALVOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ

006 — A IGREJA NO PRINCÍPIO DO SÉCULO XXI – PARTE 001 — INTRODUÇÃO — OS COLONIZADORES VÊM EM NOME DE DEUS

007 — A IGREJA NO PRINCÍPIO DO SÉCULO XXI – PARTE 002 — NOSSAS ESCOLAS TEOLÓGICAS

008 — A IGREJA NO PRINCÍPIO DO SÉCULO XXI – PARTE 003 — IGREJAS CORPORATIVISTAS E INSTITUCIONALIZADAS E EDUCAÇÃO CRISTÃ PADRONIZADA

009 — A IGREJA NO PRINCÍPIO DO SÉCULO XXI – PARTE 004 — CONSUMISMO E CELEBRITISMO

010 — O PROPÓSITO SINGULAR DE DEUS PARA OS NOSSOS DIAS

011 — A PALAVRA IGREJA NO NOVO TESTAMENTO

012 — A EXPRESSÃO GREGA “EM CRISTO” — ἐν Χριστῷ

013 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA

014 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — Parte 002

015 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — Parte 003
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2016/09/educacao-crista-estudo-015-o-que-o-novo.html
016 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — Parte 004 — A IGREJA COMO PLENITUDE
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2016/12/educacao-crista-estudo-016-o-que-o-novo.html
017 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — Parte 005 — A UNIDADE DA IGREJA CRISTÃ
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/01/educacao-crista-estudo-017-o-que-o-novo.html
018 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — Parte 006 — HUMILDADE E AMOR EM MEIO À DIVERSIDADE DE DONS
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/01/educacao-crista-estudo-018-o-que-o-novo.html
019 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — Parte 007 — A IGREJA COMO MISTÉRIO DE DEUS
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/02/educacao-crista-estudo-019-o-que-o-novo.html
020 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — Parte 008 — COMO A IGREJA É FORMADA OU CRIADA?
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/03/educacao-crista-estudo-020-o-que-o-novo.html


021 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — PARTE 009 — QUANDO A IGREJA COMEÇOU?
Que Deus abençoe a todos. 

Alexandros Meimaridis 
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte link: 
Desde já agradecemos a todos.


[1] De acordo com o Iniq — Índice de Iniquidade Social — do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, publicado em 2003 e citado por Clóvis Rossi em seu editorial na folha de São Paulo de 8 de Setembro de 2003, cerca de 94,5% da população Brasileira vive abaixo dos padrões mínimos de qualidade de vida que incluem: habitar em moradias resistentes (alvenaria ou madeira), ter água e
[2] Aqui cabem bem as palavras do poeta cearense Belchior quando diz: “Nesta terra de Doutores, Magníficos Reitores, leva-se a sério a comédia...”.

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