Ministérios da Igreja
CONTINUAÇÃO
IV – Consumismo e o Culto de Celebridades
(Celebritismo)
O último, porém não
menos importante que os três anteriores, é o consumismo e o culto de
celebridades que se instalou em nossas igrejas como fruto da nossa perene
dependência cultural, principalmente à forma do cristianismo como praticado nos
Estados Unidos da América. Uma rápida folheada em nossas revistas evangélicas
mais representativas (Defesa da Fé, Eclésia, Enfoque Gospel, Ultimato e
Cristianismo Hoje) nos mostra o uso abusivo de celebridades evangélicas —pastores,
professores, missionários, líderes denominacionais, autores, músicos e etc. —
sendo usados para vender de tudo que se possa imaginar: livros, cadeiras e
bancospara igrejas; seminários e conferências inclusive no exterior; cartões de
crédito, cds, Dvds, softwares para computadores e jogos; cursos de teologia
para qualquer nível de educação que os candidatos tenham; bíblias, livrarias,
revistas, materiais educacionais para escola dominical e materiais para
discipulado; candidatos a cargos eletivos, lojas e shoppings evangélicos,
feiras e exposições; serviços de duplicação de Cds e Dvds e material escolar;
hotéis, acampamentos e estâncias para realização de conferências, encontros e
etc.; aparelhos de som e instrumentos; viagens para Israel, Disney e até lua de
mel no Havaí; sítios da Internet e hospedagem de sítios, portais e provedores
de Internet; agendas, papéis de carta e marcadores; tanques batismais e um
curso de teologia Judaico Messiânico (seja lá o que isto quer dizer); mensagens
de pastores que são celebridades em forma de DVD, cds e entrevistas; editoras,
brinquedos e cirurgia plástica; filmes de média e longa metragem, desenhos
animados, animadores e apresentadores de programas; perfumarias, cosméticos e
medicamentos; camisetas e bonés, adesivos e stickers; louças manuscritas,
quadros e fotos; emissoras de rádio e televisão, clinicas pastorais, jornais e
festivais de musica; diversas organizações são vendidas sob o título
“MINISTÉRIO”; preletores, dramatizações em áudio, treinamento missionário e
faculdades; serviços bancários, vitrais e mosaicos decorativos; planos de saúde
e serviços médicos; projetores e retroprojetores, serviços gráficos, móveis,
devocionais diários e cruzeiros marítimos. Ah, e não se esqueça: “aceitamos
dinheiro, cheque, VISA, Mastercard, American Express e Diners”! Acredite, nada
do que foi listado acima é fruto de invenção. Está tudo anunciado nas revistas
chamadas evangélicas. Entre o que se
vende gostaria de destacar três itens porque os mesmos possuem características
especiais e servem como fetiches ou elementos de mistificação. Eles são:
A - Viagens para Israel – Começando com Caio Fábio na década de 80 e ainda
bastante forte neste dias, salvo por uma ou outra “intifada” que mata milhares
de pessoas, a maioria esmagadora de palestinos, apesar de a mídia insistir em
mostrar Israel como sendo a vítima, este é um dos produtos mais vendáveis e
mais rentáveis. Funciona mais ou menos assim: primeiro você descobre alguém que
tenha um público, alguma celebridade e a convida para ministrar um curso em
Israel. Depois você inventa um título pomposo —“Amigos de Sião” ou “Caravana
Teológica” servem perfeitamente. Depois é só negociar com uma agência de
viagens e pronto. Todas as propagandas
que promovem tais viagens deixam transparecer inúmeras mentiras tais como:
“Deus vai ficar muito contente com você se você for visitar a terra santa” ou
“Você atingirá um nível de espiritualidade incomparável ao visitar a terra
santa” ou ainda “A Bíblia terá outro sabor se você visitar a terra santa” ou
“Você será completamente mudado se você for batizado no rio Jordão, igualzinho
a Jesus”. Tais mentiras, inferem claramente, que aqueles que não dispõe dos
recursos para fazer tais viagens não agradam a Deus, que são inferiores
espiritualmente, que não conseguem aproveitar a Bíblia como deveriam e que
receberam um batismo de terceira comparado com o batismo no rio Jordão. Não, ir
a Israel não faz de ninguém um cristão melhor. Pelo contrário, a ida a Israel,
no esquema citado acima, normalmente transforma os viajantes em pessoas esnobes
e arrogantes que passam a tratar os outros com desprezo. Se você não viajou e
conhece alguém que viajou sabe muito bem do que estou falando.
B - Seminários, Convenções e Encontros — Esta é a versão mais barata do turismo
evangélico. Existem hoje no Brasil tantos seminários e conferências e encontros
oferecidos que a impressão que se tem é que toda semana tem um evento desses
acontecendo em algum lugar do pais. As propagandas são sempre muito parecidas.
Além de promoverem o evento, dão destaque para os preletores — alguns são
verdadeiros arroz de festa—, para as acomodações, e fazem apelos singelos a
favor do louvor e da comunhão. Muitos não escondem suas verdadeiras intenções e
oferecem preços especiais para pastores que liderarem grupos para o evento. Um
desses seminários comandados por um pastor estadunidense (a colonização
continua firme), oferecia um regalo especial para o que eles chamavam de
“pastor nota 10”. Na minha ingenuidade achei que pastor nota 10 fosse aquele
homem que realmente servia a Deus e ao próximo seguindo o exemplo de Jesus
Cristo. Eu estava enganado. O pastor nota 10 a que a propaganda se referia era
o pastor que conseguisse inscrever pelo menos 10 pessoas para ouvirem o pastor
estadunidense falar. E qual era o presente? Um workshop — a palavra oficina não
servia? — com o próprio pastor estadunidense. Lembre-se, para participar deste
encontro oferecido para um seleto grupo com a celebridade era necessário
inscrever 10 pessoas no seminário. A pobreza do que se é apresentado em muitos
destes seminários é tão absurda que ao retornar de um destes encontros as
pessoas só falam das acomodações, do lazer, da alimentação e claro, do turismo
local que tiveram oportunidade de fazer. Não lembram muita coisa do que foi
falado, mas o louvor foi muito bom! Rever os amigos também foi ótimo. Existem
verdadeiras confrarias de irmãos que se encontram todos os anos nos mesmos
seminários. Frequentam os seminários para encontrar os amigos e para por as
notícias em dia! Como não poderia ser diferente, nestes encontros se vende de
tudo que foi alistado acima.
C – Bíblias –
Este é um fenômeno novo. Até bem pouco tempo a única diferença que existia
entre as Bíblias disponíveis no Brasil era o tamanho físico e a versão de
Almeida, corrigida ou atualizada. De repente, aconteceu uma verdadeira
inundação de bíblias de todos os tipos e para todos os gostos. Esse processo é
chamado de segmentação e nas palavras de Russel Shedd: “esta segmentação veio
para ficar”. Lembrando tudo que falamos até agora não será difícil imaginar de
onde nós importamos a grande maioria das Bíblias que agora ilustram de maneira
tão clara, até onde vai a ganância humana. Se você está pensando que nós
importamos essas Bíblias dos Estados Unidos da América, você está absolutamente
certo! A dominação que comentamos no início se mantém e agora da maneira mais
perversa que é a representada por esta mercantilização descarada da palavra de
Deus. Esta questão é da maior importância, pois é neste campo que uma enorme
manipulação está acontecendo. Responda depressa: Você acha que é possível menos
de 20 tupiniquins e estrangeiros, produzirem uma tradução completa da Bíblia
(Antigo e Novo Testamentos), partindo do zero e utilizando somente os
manuscritos originais, em 10 anos, sabendo que uma mesma tradução para a língua
inglesa ocupou mais de 100 tradutores e demorou 25 anos para ser terminada?
Desculpe-me, mas eu não acho possível. Todavia isto é o que os editores da Nova
Versão Internacional (NVI) querem nos fazer acreditar. Aliás, diga-se de
passagem, quem publica a NVI é uma organização estadunidense chamada de
International Bible Society. Os problemas com esta tradução em português são
vários.
Em primeiro lugar ela
não é uma tradução completa do Antigo e do Novo Testamento baseada
exclusivamente nos originais hebraico, aramaico e grego, por mais que os
editores insistam em dizer que é. O diagrama de tempo apontado acima não
permite tal proeza no prazo e com os recursos disponíveis. Ela é, quando muito,
uma tradução do inglês com eventuais referências aos manuscritos originais. Uma
leitura, mesmo superficial do capítulo 1 do livro de Gênesis em inglês e
português da NVI, não deixa dúvidas acerca da afirmação anterior. A equivalência
— palavra/idéia em um idioma que corresponde a uma outra palavra/idéia em outro
idioma) — e, especialmente a sequência das palavras, como encontradas em
português e inglês são inaceitáveis para uma tradução alegadamente independente
e feita diretamente dos manuscritos originais. Basta ler qualquer outra
tradução seja a Almeida Revista e Atualizada ou mesmo a Bíblia de Jerusalém e
compará-las com a NVI para ficar bem evidente o que estamos falando.
Em segundo lugar esta
tradução está sendo alardeada como a bíblia do século XXI e a propaganda deixa
claro que outras traduções estão velhas e ultrapassadas.
Em terceiro lugar, é
óbvio que, excluídos os interesses financeiros —porque os negócios envolvendo a
produção e venda de bíblias são multimilionários —, não existe nenhuma
necessidade da produção de uma nova tradução da bíblia em português já que a
tricentenária tradução de João Ferreira de Almeida, iniciando com a chamada Tradução Brasileira de 1902 e através de
suas revisões —revista, corrigida, atualizada, contemporânea, segunda edição e
etc. — tem servido muito bem ao povo brasileiro. Além do mais, a própria
Sociedade Bíblica do Brasil já tem produzido uma nova tradução visando
atualizar a linguagem que é a Bíblia na Linguagem de Hoje (BLH)[1].
É inaceitável a promoção de uma tradução à custa de outras. As políticas
mercadológicas de produção e venda de bíblias, especialmente dessas novas que
estão surgindo, são tão descaradas que deveriam nos fazer corar de vergonha. A
imposição da NVI, com as práticas mercadológicas condenáveis que a promovem, é
mais um elemento na longa lista do que temos que engolir como resultado do
abuso do poder econômico que estadunidenses, em nome do Senhor, tem utilizado
para nos explorar. Não bastasse este embuste chamado NVI em português, temos
sido brindados com algumas jóias da invencionice estadunidense tais como “A
Bíblia de Estudo em Cores”, “A Bíblia Devocional da Mulher” — que existe também
na sua versão para homens —, “A Bíblia Apologética” e uma multidão de bíblias
“anotadas” começando com a de C. I. Scofield, passando pela de C. Ryrie e
terminando com a indefectível Bíblia Shedd. Isso para não falar de Bíblias
positivamente heréticas como a “A Bíblia do Expositor”” do imoral Jimmy
Swaggart, a “Bíblia Apostólica” do contrabandista de divisas confesso, Estevam
Hernandes, cujas notas são as mesmas utilizadas na “Bíblia do Thalles”, etc. Quem poderia querer mais? A grande verdade é
que apesar desta multiplicidade de bíblias, a palavra de Deus continua sendo
ignorada e pessoas usam tais volumes como fetiches para indicarem algum tipo de
superioridade por estarem apenas portando tais volumes. É lógico que os
editores não estão preocupados se o povo está lendo tais bíblias. A preocupação
deles está concentrada no volume das vendas. Visitando uma livraria evangélica
nos Estados Unidos, é possível contar mais de 100 “segmentações” da bíblia.
Então já dá para saber a quantidade de “segmentação” que estará vindo por aí e
nos será imposta pelos nossos dominadores.
Depois da versão bíblica
chamada “A Rocha”, que foi a primeira bíblia de estudos utilizando o texto da
NVI, agora temos a Life Application Study Bible, que usa a versão do texto de
Almeida Revista e Corrigida e que está sendo promovida com os seguinte dizeres:
“Agora em Português, a Bíblia de Estudo número 1 em vendas. Mais de 40 milhões
— imagine o lucro! — de Bíblias impressas no mundo”. A própria NVI tem uma
versão com notas lançada no Brasil e como não poderia deixar de ser é alardeada
com as seguintes palavras: “A Bíblia NVI é reconhecidamente a maior e mais
completa do gênero em todo o mundo”. Ou seja, cada uma é melhor e maior que a
outra. Isto além de constituir uma aberração é uma deslavada mentira, já que as
duas não podem ser a “melhor” nem a “maior”!
Outro aspecto que temos
que destacar também é o surgimento de bíblias voltadas para uma ou outra
denominação como a “Bíblia de Estudos Pentecostal” que foi produzida para
atender, de forma específica, aos conceitos teológicos das Assembleias de Deus.
Os presbiterianos também já podem ser vistos portando garbosas “Bíblias de
Genebra”, que é uma versão, sob encomenda, contendo a interpretação calvinista
das escrituras. Será que não se percebe que a chamada segmentação zomba e
menospreza da Bíblia como a palavra inspirada do soberano Deus? Precisamos de
uma Bíblia só. Podemos até discordar em como interpretá-la em um ou outro ponto
— cada um dará conta de si mesmo a Deus —, mas daí a criarmos e nos submetermos
a esta miríade de versões é inaceitável. E promovermos uma versão em detrimento
de outras, além de deixar bem claro a intenção mercantilista, é imoral para
dizer o mínimo. [2]
É importante destacar aqui, como não poderia deixar de ser, que a grande
maioria dos missionários estadunidenses, trabalhando atualmente no Brasil,
endossam e fomentam de forma entusiástica a NVI, e isto não é mera
coincidência. Ele preferem uma tradução mais próxima da versão inglesa da NVI
contra as versões de Almeida produzidas pela Sociedade Bíblica do Brasil.
Mas seriam esses
problemas típicos somente da igreja brasileira? Conhecendo a história da igreja
chamada cristã espalhada ao redor do mundo, temos profunda convicção de que esses
problemas não são exclusivos da igreja brasileira. De fato a igreja chamada
cristã no Brasil está inserida no contexto mundial e faz parte dum problema que
transcende nossas fronteiras. A igreja chamada cristã no Brasil faz parte de
uma civilização chamada cristã que é em muitos, senão em todos os aspectos, a
negação completa daquilo que é o ensino claro das Escrituras.
OUTROS ESTUDOS ACERCA DE EDUCAÇÃO CRISTÃ
001 — A EXCELÊNCIA DA VIDA PESSOAL DAQUELES QUE DESEJAM ENSINAR — PARTE 001
002 — A EXCELÊNCIA DA VIDA PESSOAL DAQUELES QUE DESEJAM ENSINAR — PARTE 002
003 —A EXCELÊNCIA DA VIDA PESSOAL DAQUELES QUE DESEJAM ENSINAR — PARTE 003
004 — A IMPORTÂNCIA DA ALIANÇA COM DEUS
005 — OS ALVOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
006 — A IGREJA NO PRINCÍPIO DO SÉCULO XXI – PARTE 001 — INTRODUÇÃO — OS COLONIZADORES VÊM EM NOME DE DEUS
007 — A IGREJA NO PRINCÍPIO DO SÉCULO XXI – PARTE 002 — NOSSAS ESCOLAS TEOLÓGICAS
008 — A IGREJA NO PRINCÍPIO DO SÉCULO XXI – PARTE 003 — IGREJAS CORPORATIVISTAS E INSTITUCIONALIZADAS E EDUCAÇÃO CRISTÃ PADRONIZADA
009 — A IGREJA NO PRINCÍPIO DO SÉCULO XXI – PARTE 004 — CONSUMISMO E CELEBRITISMO
010 — O PROPÓSITO SINGULAR DE DEUS PARA OS NOSSOS DIAS
011 — A PALAVRA IGREJA NO NOVO TESTAMENTO
012 — A EXPRESSÃO GREGA “EM CRISTO” — ἐν Χριστῷ
013 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA
014 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — Parte 002
015 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — Parte 003
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2016/09/educacao-crista-estudo-015-o-que-o-novo.html
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2016/09/educacao-crista-estudo-015-o-que-o-novo.html
016 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — Parte 004 — A IGREJA COMO PLENITUDE
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2016/12/educacao-crista-estudo-016-o-que-o-novo.html
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017 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — Parte 005 — A UNIDADE DA IGREJA CRISTÃ
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/01/educacao-crista-estudo-017-o-que-o-novo.html
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/01/educacao-crista-estudo-017-o-que-o-novo.html
018 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — Parte 006 — HUMILDADE E AMOR EM MEIO À DIVERSIDADE DE DONS
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/01/educacao-crista-estudo-018-o-que-o-novo.html
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/01/educacao-crista-estudo-018-o-que-o-novo.html
019 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — Parte 007 — A IGREJA COMO MISTÉRIO DE DEUS
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/02/educacao-crista-estudo-019-o-que-o-novo.html
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/02/educacao-crista-estudo-019-o-que-o-novo.html
020 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — Parte 008 — COMO A IGREJA É FORMADA OU CRIADA?
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/03/educacao-crista-estudo-020-o-que-o-novo.html
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/03/educacao-crista-estudo-020-o-que-o-novo.html
021 — O ENSINO DO NOVO TESTAMENTO ACERCA DA IGREJA — PARTE 009 — QUANDO A IGREJA COMEÇOU?
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/03/educacao-crista-estudo-021-o-que-o-novo.html
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Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos
leitores que puderem que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte
link:
Desde já agradecemos a todos.
[1] Existem ainda outras traduções
como a promovida por um ministério que se autodenomina “educacional cristão” e
responde pelo nome de Alfalit, bem como a tradução denominada TEB que quer
dizer Tradução Ecumênica da Bíblia.
[2] Gostaria de ilustrar o
mercantilismo corrente com o seguinte. A revista Vidamix, que é parte da nova
mentalidade mercadológica que procura dissimular a propaganda em outras formas,
editada pela Editora Vida para promover seus produtos, traz na capa da sua
edição de número 7 do ano 4 a seguinte chamada: “Doce como mel – Texto fiel e
claro da Bíblia NVI conquista leitores de Norte a Sul do pais, abrindo espaços
inusitados para a evangelização”. A Editora Vida é parceira da International
Bible Society na publicação e distribuição da Nova Versão Internacional da
Bíblia no Brasil. No corpo da “matéria”, dentro da revista, a título de
reportagem — mas que não passa de propaganda pura e simples — nós temos
inúmeras citações de apoio ao produto: 1. “Com a NVI, a intenção é desconstruir
impressões equivocadas sobre a Bíblia, mostrando que esta é a palavra de Deus
hoje” (Robson Ramos, Diretor Executivo da Sociedade Bíblica Internacional). Aqui se infere que outras traduções causam
impressões equivocadas e que não podem ser a palavra de Deus para hoje; 2.
“O texto bíblico na Nova Versão Internacional foi escolhido oficialmente pela
Associação Evangelística Billy Graham para a evangelização no Brasil” (Idem). A associação Evangelística Billy Graham teve
inúmeras de suas campanhas financiadas pelos Rockfellers e fez parte do grande
esquema de relações inconfessáveis citadas na primeira parte dessa introdução.
E o próprio Billy Graham endossou — pelo seu silêncio e conivência — o
genocídio de povos latino americanos e do sudeste asiático na década de 60,— ver
obra citada: Thy Will Be Done – The Conquest of the Amazon: Nelson Rockfeller
and Evangelism in the Age of Oil —, bem
como o genocídio, de mais de um milhão — 1.000.000 — de Iraquianos, a maioria
crianças abaixo de 10 anos de idade — ver documentário produzido pelo
jornalista australiano John Pilger para a BBC de Londres intitulado “Killing
the Children of Iraq” — Matando as Crianças do Iraque —; 3. “Com a
linguagem da NVI é mais fácil de entender a bíblia” — suposto presidiário
encarcerado no complexo desativado do Carandiru na cidade de São Paulo —. Teria este presidiário tido a oportunidade
de ler outra tradução e podido compará-las?; 4. “O texto da NVI é mais
adequado tanto para evangelizar quanto para o uso nas igrejas, entre os
crentes” — José Bernardo, Diretor da Associação de Missionários Mantenedores da
Evangelização. É claro, as outras
traduções são menos adequadas. 5. “A NVI é muito mais fácil de ser
entendida pela garotada do que as versões mais tradicionais da bíblia” — Secretária
de Educação da cidade de Custódia no interior do Pernambuco. A inferência é óbvia; 6. Temos que
reconhecer que existem “muitas tribos indígenas no Brasil que nunca terão as
Escrituras completas em sua língua. A melhor tradução da palavra que eles
poderão ter acesso será a NVI, que é a melhor do mundo” — Jaime Carlos dos
Santos, estadunidense radicado no Brasil a serviço da Missão Cristã Evangélica.
Se é tão boa assim vamos levar a tradução
em português para o mundo inteiro; 7. “A NVI é um ponto de referência para
tirar dúvidas entre todas as versões que possuo. Ela garante uma interpretação
melhor, pois sua tradução é mais clara e direta” — Alexandre Fonseca da Igreja
Batista de Lauzane Paulista. As
implicações são óbvias, as outras traduções não são claras e diretas e não
servem como ponto de referência. 8.
“Leio a NVI do púlpito e vejo que as pessoas compreendem melhor a mensagem” — Alexandre
Ferreira Casimiro, vice-presidente da Igreja Batista Bíblica Nacional. A NVI é melhor compreendida, o pastor vê
isto do púlpito, não se trata de estudo científico; 9. “Tenho várias
Bíblias, mas a que mais me toca é a NVI” — Erwiton Edgar Briljants de São Paulo.
Essa é uma opinião pessoal e totalmente
irrelevante. Diante de tanta propaganda, perguntamos como o editor da
revista não se envergonha de apresentar a matéria como reportagem? Não tem nada
de reportagem. Uma “reportagem” que endossa 100% um determinado produto é como
um conto da carochinha. No começo da pretensa reportagem ainda é contada a
estória duma tal de “Edna” visando indicar a superioridade de NVI. Na estória
de Edna, se colocam as seguintes palavras na boca de um marginal “devidamente
maquinado”: “Minha mulher também é estudante de direito. Ganhou duas Bíblias na
Nova Versão Internacional. E a minha?” Seria realmente cômico se não fosse
trágica a pretensão embusteira. Até poderíamos aceitar que o ladrão pedisse uma
Bíblia para a Edna. Mas daí a dizer “eu quero uma Bíblia, mas tem que ser na
versão NVI” já é demais. Temos que ter muita santa paciência para lidar com
estes manipuladores inescrupulosos!
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