As Terminator são sementes
modificadas geneticamente para ficarem estéreis a partir da 2ª geração
Como se não bastasse estarem nos
envenenando com trigo, soja e milho geneticamente modificados, além de terem
revogado a lei que exigia que os produtos fabricados a partir de matérias
primas transgênicas fossem devidamente identificados em seus rótulos, agora o
Congresso Nacional faz avançar, à toque de caixa, a aprovação das sementes
chamadas “terminator” conforme denuncia abaixo publicada pelo site da revista
Carta Capital. O artigo é da jornalista inglesa Sue Branford que foi editora
para a América Latina da BBC e correspondente do Guardian em São Paulo.
Brasil
pode ser o primeiro País a liberar semente Terminator
Projeto de lei avança no
Congresso e pode disseminar sementes propositalmente estéreis produzidas por
multinacionais
por Sue Branford
Grupos de lobby costumam se
aproveitar de governos enfraquecidos, e o Brasil não é exceção. Em meio à atual
crise política, a bancada ruralista no Congresso se movimenta para aprovar um
projeto de lei que modificaria a Lei de Biossegurança. Se aprovado, o PL 1117
fará do Brasil o primeiro país no mundo a legislar em favor do cultivo
comercial de plantas propositalmente estéreis, afrouxando a proibição às
chamadas sementes Terminator.
Ambientalistas acreditam que o
PL, hoje avançando no Congresso com pouca discussão, representa uma das maiores
ameaças de todos os tempos à biodiversidade brasileira.
A intenção da bancada ruralista
não é nova. Desde a aprovação da Lei de Biossegurança em 2005 esses
parlamentares tentam liberar o cultivo de plantas Terminator. A diferença desta
terceira tentativa é que nunca as chances de aprovação foram tão grandes.
O filho da ministra de
Agricultura, Kátia Abreu, Irajá Abreu (PSD-TO) apresentou o primeiro projeto de
lei em 2005 e hoje comanda a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. É
nesta comissão que Alceu Moreira (PMDB-RS) apresentou o novo texto.
Gerson Teixeira, especialista em
desenvolvimento agrícola e crítico da iniciativa, vê poucas chances de obstruir
a aprovação: “a bancada ruralista tem um céu de brigadeiro à sua frente”.
Muito parecido com os dois
anteriores, o novo PL reduz a proibição das Tecnologias Genéticas de Restrições
de Uso, as GURTs, comumente chamadas de Terminator. Tratam-se de sementes
transgênicas modificadas para se tornarem estéreis a partir da segunda geração.
O projeto libera essas sementes
nos casos de “plantas biorreatoras” ou plantas que possam ser “multiplicadas
vegetativamente”. Plantas biorreatoras incluem qualquer planta modificada
geneticamente para uso industrial -- por exemplo, para a indústria farmacêutica
ou para a produção de biocombustíveis.
Plantas “multiplicadas vegetativamente”
são aquelas que se reproduzem assexualmente. Essas exceções irão permitir o uso
de espécies estéreis no cultivo de algumas das lavouras principais no Brasil,
como cana-de-açúcar e eucalipto.
As sementes seriam também
liberadas para o cultivo de plantas consideradas “benéficas para a
biossegurança”. Essa linguagem vaga introduz outra brecha interessante aos
produtores das sementes transgênicas. Caberia a Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança (CTNBio), onde a bancada ruralista goza de boa influência, a
decisão sobre o que é “benéfico para a biossegurança”.
A nova semente pode trazer custos ao agricultor, que teria de comprar grãos para o plantio a cada safra
Ambientalistas
preocupados
Os defensores dizem que essas
sementes são seguras, porque as suas próprias características, sobretudo a sua
esterilidade, impediriam a sua disseminação. Os ambientalistas não concordam.
Segundo Silvia Ribeiro, diretora
para América Latina do ECT (Grupo de Ação sobre Erosão, Tecnologia e
Concentração), uma organização internacional de estudos ambientais e
socioeconômicos, “existem relatórios científicos indicando que as GURTs não
funcionarão como prometido e implicam em novos riscos”.
A EcoNexus, instituição britânica
que investiga esse tipo de sementes desde 1998, não está convencida de que as
Terminators não causarão contaminação.
O fato de estas sementes terem
passado por modificações genéticas para serem estéreis traz preocupação quanto
às consequências de uma introdução no ecossistema. Em um cenário ruim, o gene
Terminator poderia se espalhar de forma imprevisível pelo Brasil, ameaçando
inclusive biomas como o da Amazônia
Teixeira é pessimista quando ao
possível efeito: “essas sementes podem levar a um armagedom da agricultura
brasileira”.
Mais gastos para
agricultores
Se a esterilidade das plantas se
generalizar, haverá ainda consequências econômicas para os agricultores
brasileiros, particularmente os pequenos. No momento, os produtores guardam sementes
de quase dois terços dos seus cultivos para plantar no ano seguinte, reduzindo
consideravelmente os seus custos.
Com o uso de sementes estéreis,
há a obrigação de se comprar novas sementes todo ano.
Citando o exemplo do milho,
Teixeira calcula que os agricultores brasileiros teriam que pagar R$ 1,17
bilhões por ano na compra de novas sementes, comparado ao desembolso atual de
R$ 162 milhões.
Quem ganha com esse extra é o
mercado de sementes, hoje dominado por multinacionais. Segundo Darci Frigo,
advogado da organização socioambiental Terra de Direitos, “as multinacionais
compraram praticamente todas as pequenas e médias empresas de sementes. Elas
dominam a cadeia alimentar desde a produção de sementes, fertilizantes e
pesticidas até a logística, transporte e exportação. Os agricultores são totalmente
subordinados a esses grupos.”
Os chamados “big six” – Monsanto,
Dupont e Dow (EUA), Syngenta (Suíça) e as alemãs Basf e Bayer – introduziram
todos os transgênicos autorizados para cultivo comercial no Brasil. A única
empresa brasileira no setor é a estatal Embrapa.
Gerson Teixeira acredita que as
multinacionais estão por trás do movimento em prol da aprovação do PL, uma vez
que elas ganhariam uma espécie de “patente biológica” impedindo os agricultores
de guardar as suas sementes – forçando as novas compras a cada ano.
COP 21
Em 2000, os 192 países
signatários da Convenção sobre Diversidade Biológica – um tratado internacional
que reconhece que a conservação da diversidade biológica é uma “preocupação
comum da humanidade” – impuseram uma moratória sobre as Terminator. As empresas
de biotecnologia se comprometeram a não comercializá-las.
A aprovação na Comissão de
Agricultura é só o primeiro passo. O que pode dificultar o lobby da bancada
ruralista é a Conferência do Clima em Paris em dezembro. O Brasil deve
apresentar seu sucesso em reduzir o desmatamento na Amazônia. O prestígio
internacional vindo com este avanço, no entanto, poderia ser ofuscado pela
eventual censura internacional caso o País se torne o primeiro do mundo a dar o
sinal verdade para as Terminator.
NOSSO COMENTÁRIO
Aos Poucos estamos todos sendo envenenados por
todas essas modificações genéticas que são uma verdadeira afronta ao Deus
Criador. Queremos que todos os leitores procurem se conscientizar do imenso
risco que corre nossa saúde e que não se esqueçam de averiguar quem são os
candidatos da bancada ruralista em seus estados e evitem votar neles, que, como
fica evidente pela reportagem, não estão a serviço do povo brasileiro e sim de
interesses, inconfessáveis, das multinacionais produtoras de grãos.
É muito curioso notar também o
silêncio criminoso da chamada bancada evangélica e dos líderes evangélicos, tão
vocais nas causas envolvendo a
homossexualidade, mas caladinhos nessas verdadeiras questões de vida ou morte
para todos nós.
Que Deus Abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que
puderem que “curtam” nossa página no facebook através do seguinte link:
Desde já agradecemos a todos.
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