O artigo abaixo foi publicado
pelo site da revista Cristianismo Hoje e é de autoria de Ed Stetzer
A
raiz do problema
Jovens adultos abandonam a igreja
porque não têm uma fé própria
Escrito por Ed Stetzer
As estatísticas são alardeadas
todos os dias e apavoram os pais, líderes e educadores cristãos: cada vez mais
jovens criados no Evangelho abandonam a igreja, sobretudo após a conclusão do
ensino médio. Em números, seriam 94% (alguns dizem 86%) dos jovens evangélicos
que saem para nunca mais voltar. Só isso já comprometeria, em termos
aritméticos, a próxima geração de evangélicos. As razões alegadas são as mais
diversas possíveis, e boa parte delas se deve ao assédio das atrações “do
mundo”, às novas conquistas intelectuais que esvaziam a noção do sagrado e o
secularismo exacerbado de nossos dias. O cerne da questão, todavia, é mais
sutil, e nem sempre reconhecido pela própria igreja. Os jovens adultos que a
abandonam, muitas vezes, não possuem uma fé verdadeira – uma fé própria – e um
relacionamento com Cristo que seja profundamente importante para suas vidas
pessoais, algo que fuja à mera pressão exercida por seus pais ou responsáveis
nos primeiros anos de sua vida.
Quem se debruça com mais
seriedade sobre o fenômeno descobre algumas verdades. Tais estatísticas, muitas
vezes, são, com se diz, meras lendas urbanas – ou, pelo menos, expressam uma
meia verdade. Nenhuma pesquisa, de fato, chegou a essa conclusão. É claro que a
evasão existe, e deve gerar preocupações. A realidade é que existem desafios em
relação a esse fato, mas pesquisas confiáveis mostram que a fé é bastante
resistente de uma geração a outra, desde que seja genuína e pessoal. Há alguns
anos, a LifeWay Research analisou a questão, observando algumas das coisas que
ajudam os jovens a ficarem na igreja e a terem uma fé forte. O estudo queria
saber o que é necessário para que um aluno permaneça seguindo a Cristo durante
o ensino médio, a faculdade, a carreira e além. Observou-se a fé de alunos que
frequentavam uma igreja protestante (tradicional ou renovada) duas vezes ao mês
ou mais por, pelo menos, um ano durante o ensino médio. Mais tarde, cerca de
70% dos jovens com idade entre 18 e 22 anos pararam de frequentar a igreja
regularmente por pelo menos um ano. Uma taxa de abandono da ordem de 70% –
muito alta, por sinal.
Outras pesquisas e estudos entre
jovens evangélicos, no entanto, indicam que o número é quase certamente muito
menor. E é importante notar que quase dois terços daqueles que largaram a
igreja ao longo do estudo voltaram para suas igrejas até o fim da pesquisa.
Também perguntou-se a esses jovens por que eles abandonaram a igreja. Dos que
saíram, cerca de 97% (quase todos, portanto) afirmaram que o motivo foram
mudanças de vida ou algumas situações. Entre as razões mais específicas,
destacaram-se:
• Simplesmente, queriam “dar um tempo”
da igreja (27%)
• Mudaram de domicílio em função de
estudos (25%)
• O trabalho dificultou ou
impossibilitou o comparecimento (23%)
Cinquenta e oito por cento dos
jovens alegaram que saíram por causa de suas igrejas ou pastores. Um
aprofundamento das perguntas indicou algumas causas mais específicas:
• Os membros pareciam críticos e
hipócritas (26%)
• Não sentiam empatia pelas pessoas da
igreja (20%)
• Os membros não eram amigáveis e
acolhedores (15%).
Dos pesquisados, 52% indicaram
alguma espécie de crença religiosa, ética ou política como razão pela saída. Em
outras palavras, mais da metade deles mudaram suas visões cristãs. Talvez, eles
não acreditassem no que suas igrejas ensinavam, ou não davam crédito àquilo no
que os outros membros pareciam acreditar.
Mais especificamente, 18%
discordavam com a posição da igreja em relação a questões políticas e sociais;
17% disseram que só iam à igreja para agradar a outras pessoas; e 16% disseram
que não queriam mais ser identificados com a igreja ou com qualquer religião organizada.
A razão pela qual muitos jovens
abandonam a igreja depois do ensino médio é porque a sua fé não era
pessoalmente significativa para eles. Em outras palavras, eles não tinham uma
fé verdadeira. A igreja não havia se tornado algo valioso em suas vidas – algo
que impactasse a sua maneira de viver, de se relacionar e amadurecer. Talvez, a
igreja fosse algo que os pais queriam que eles frequentassem. Eles podem ter
crescido na igreja e talvez sofreram pressão dos pais ou colegas para se
envolverem; mas não se tratava de uma fé pessoal e verdadeira.
Independentemente da exatidão dos
números, o fato é que muitos e muitos jovens cedem aos apelos da carne e da
sociedade em uma época crucial, justamente quando estão para tomar decisões que
se refletirão por toda a sua vida. Não se pode tratar os jovens como crianças.
Precisamos prepará-los para os desafios espirituais que virão e as questões de
fé que precisarão enfrentar. A fé pessoal e verdadeira leva à transformação de
vida e ao compromisso – para toda a vida. (Tradução: Julia Ramalho)
Ed Stetzer é missionário,
escritor, professor e supervisor de LifeWay Insigths, divisão do ministério
LifeWay
O artigo original poderá ser
visto por meio desse link aqui:
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
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Desde já agradecemos a todos.
Muito oportuno para os jovens das nossas igrejas. Oremos por eles, preguemos para eles e conversemos com eles, ouvindo-os e aconselhando-os. Avisemo-los das armadilhas do mundo virtual, acadêmico, midiático, religioso, ideológico, financeiro e erótico. Sejamos discipuladores deles e nos certifiquemos se a mensagem de arrependimento e novo nascimento tem sido entendida por nós.
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