Celso Russomano em campanha:
ligado à Universal, ele é o preferido do eleitorado evangélico.
O artigo abaixo foi publicado
pelo site da Revista CartaCapital e nos apresenta um quadro claro de como os
evangélicos são facilmente manipulados para escolherem os piores candidatos, do
ponto de vista político. A impressão que temos é que os evangélicos parecem que
estão votando para alguém que poderia assumir a direção de suas igrejas e não
em candidatos que irão assumir a administração da cidade em que vivem.
Evangélicos
rejeitam Haddad e preferem Russomanno e Doria, diz estudo
Levantamento mostra petista com
apenas 6% da preferência dos religiosos, longe dos candidatos do PRB (25%) e do
PSDB (24%)
por Nivaldo Souza — publicado
30/09/2016 10h19, última modificação 30/09/2016 12h00
Pesquisadores da Pontifícia
Universidade Católica (PUC-SP) e da Universidade Metodista de São Paulo saíram
às ruas da capital paulista, em agosto, para identificar tendências do voto dos
evangélicos no certame municipal deste domingo 2. O resultado não é positivo
para o prefeito em reeleição Fernando Haddad (PT). Apenas 6% dos evangélicos
manifestaram disposição em votar no petista.
O levantamento ouviu 390 pessoas
de mais dez igrejas diferentes. Entre elas: Adventista da Promessa, Assembleia
de Deus, Batista, Bola de Neve, Congregação Cristã, Deus é Amor, Mundial,
Presbiteriana e Universal do Reino de Deus.
O preferido do segmento
evangélico é Celso Russomano (PRB), com 25% das intenções de voto. A disposição
de votar nele é maior entre frequentadores da Universal (35%), igreja ligada ao
PRB.
O tucano João Doria, com 24% da
preferência evangélica, acumula o dobro das intenções favoráveis à candidata do
PMDB, Marta Suplicy (12%). Distantes dos líderes aparecem empatados com 2%
Luiza Erundina (PSOL) e Major Olimpio (SD). Levy Fidelix, do PRTB, pontuou 1%.
A pesquisa também questionou os
evangélicos sobre como escolhem seu candidato. A maioria (49%) disse que o
critério é a identificação pessoal com o político. A propaganda eleitoral é a
principal ferramenta de seleção para 22%, enquanto 14% opta por candidato
próximo de sua comunidade.
Apenas 5% disseram decidir a
partir da indicação de pastores ou da igreja frequentada. "Nós
identificamos que apenas a Assembleia de Deus indica o candidato de forma
explícita", observa uma das coordenadoras do levantamento, a socióloga
Tathiana Chicarino.
A pesquisadora da PUC-SP observa,
contudo, que a igreja liderada pelo bispo Edir Macedo utiliza o jornal Folha
Universal para orientar politicamente os fieis.
Choque de valores
Haddad sofre alta rejeição dos
evangélicos por ser visto como progressista e alinhado a valores contrários aos
defendidos pelo segmento religioso – como a legalização do aborto e o casamento
homoafetivo.
De acordo com o levantamento, 47%
dos entrevistados disseram ser contra qualquer tipo de aborto. Até mesmo em
caso de estupro ou de risco de morte à mãe ou ao bebê. Outros 45% disseram
apoiá-lo em situações de ameaça à saúde e de estupro.
A união entre pessoas do mesmo
sexo é rejeitada por 70%, enquanto 78% definem família como a união do homem
com a mulher e seus filhos. “É um aspecto bastante tradicional e conservador de
concepção de família. Algumas políticas do Haddad vão contra esses valores”,
afirma.
Tathiana diz haver um confronto
de valores dos evangélicos com programas implantados pelo prefeito, como o
Transcidadania. A iniciativa oferece bolsa mensal de R$ 924 para recuperar
travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade social para, com isso,
evitar a prostituição.
Teologia da prosperidade
Os evangélicos neopentecostais da
Assembleia de Deus e, principalmente, da Universal identificam o candidato do
PRB como representante da "teologia da prosperidade". "A ideia
de que ‘eu posso enriquecer nessa vida, porque Deus vai me ajudar’, ou seja, o
discurso da prosperidade, a gente identifica mais no eleitorado do
Russomanno", diz.
Doria é o preferido dos
"evangélicos históricos", integrantes de igrejas tradicionais como a
Batista e a Presbiteriana, mais atentos a temas relacionados ao trabalho.
"Isso remete àquela ética calvinista da Inglaterra no início do
capitalismo. O marketing político do Doria, que se apresenta como o ‘João
trabalhador’, tem repercussão mais acentuada nesse público", compara.
A perda de fiéis pela Igreja
Católica para correntes evangélicas na periferia de São Paulo, analisa a
socióloga, tem feito a ideia de prosperidade a partir da fé superar aos poucos
a Teologia da Libertação, corrente de viés social surgida no catolicismo da
América Latina nos anos 1960.
A conclusão é a de que ainda não
existe um líder evangélico com força suficiente para ter no fator religioso seu
principal mote político para vencer na capital paulista. Mas pode ser questão
de tempo. "Está se consolidando uma prática política que vai dando caldo
para que as pessoas decidam (no futuro) pela orientação religiosa do
candidato", sugere.
O artigo original poderá ser
visto por meio do link abaixo:
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
PS.
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