O artigo abaixo foi publicado
pelo site Brasil Dois Pontos e é da autoria de Marco Damiani.
Globo
promove violência contra a mulher, sexismo, traição, prostituição e machismo em
novelas, mas emissora diz combater assédio vil de galã; você crê?
MARCO DAMIANI/BR:
A hipocrisia da Rede Globo atingiu
um limite maior, um recorde! Pelas novelas, há décadas, todas as noites, em
horários nobres, incentiva o sexo precoce, rebaixa as mulheres a objetos
sexuais, faz elegia do machismo, glamouriza a prostituição, afiança traições,
arranca roupas, tira camisas, exibe bundas, paga peitinhos e… agora diz que a
política interna da emissora não se coaduna com o vil assédio sexual do ator
José Mayer – ele próprio personagem cafajeste, poligâmico e
violento.
Na verdade, um simples
afastamento do assediador e a liberação de campanhota de atrizes contra o
assédio – exatamente elas que, pela grana, claro, topam todos os papeis de
mulheres inferiorizadas que a Globo lhes dá – não são bem uma punição nem uma
autocrítica. Panos quentes, isso sim.
A questão do assédio do galã de
olho de vidro sobre a trabalhadora dos camarins é maior e de fundo.
Umberto Eco previu que a televisão
de má qualidade destruiria a sociedade italiana. A Globo destruiu a brasileira,
e não há no horizonte de longo prazo qualquer chance de reverter essa situação,
levando a democracia a, ao menos, domar a Globo. O PT, que teve correlação de
forças favorável para fazer isso, tremeu. E traiu.
Agora, um dos resumos da nossa
ópera bufa se chama José Mayer. O cara vem e diz que errou, as globelezinhas
botam camisetinhas dizendo que todas foram mexidas e colunistas do pensamento
único já vão dizendo que a Globo dá exemplo de administração de crise. Triste e
patético.
Quero ver pedir para mudar o foco
das novelas, reivindicar um jornalismo que não misture tragédias e alegrias
para banalizar a vida, exigir mínima isenção política e combater a propriedade
cruzada.
O resto, como diria FHC, são
‘pinuts’.
A respeito das colunas do
pensamento único, segue a de Daniel Castro, do Folhão, que narra tudo
direitinho e, no final, dá ponto para a… Globo!
DANIEL CASTRO – Publicado em
04/04/2017, às 16h04 – A Globo foi muito esperta (e feliz) na reação à acusação
de assédio sexual contra o ator José Mayer, um dos seus grandes galãs, eterno
símbolo do macho viril de suas novelas. A emissora transformou um crime
ocorrido em seus camarins, potencialmente prejudicial à sua imagem, em uma peça
de marketing social.
Ao suspender Mayer de suas
produções, estimular um movimento feminista em seus corredores e forçar o ator
a admitir o erro, a Globo passou uma imagem de empresa moderna, sintonizada com
seu tempo, e decretou o fim da era do teste de sofá (aquele em que o ator ou
atriz tinha de fazer um favor sexual ao diretor para conseguir um trabalho).
A emissora, inicialmente, foi
discreta diante da acusação, feita em fevereiro pela figurinista Susllem
Meneguzzi Tonani, de que José Mayer teria passado a mão em sua genitália.
Instaurou uma apuração interna e esperou o caso morrer. Mas a figurinista,
encerrado seu contrato por obra com a novela A Lei do Amor, resolveu colocar a
boca no trombone. Seu relato corajoso chocou milhares de mulheres, começando
pelas que trabalham na própria Globo.
No último final de semana, a
direção da emissora foi pressionada por funcionárias, muitas delas atrizes de
renome. Esperta, a cúpula da Globo soube usar a energia do inconformismo a seu
favor. Convictos de que Mayer abusara da figurinista, ergueram o código de
conduta ética da emissora, peça que já condena todo tipo de assédio entre seus
colaboradores.
Mais do que isso, os executivos
estimularam uma manifestação (eles rejeitam o termo protesto) em curso nesta
terça-feira. Funcionárias da emissora passaram a vestir (e a exibir nas redes
sociais) uma camiseta com a frase “Mexeu com uma, mexeu com todas”. No Vídeo
Show, as atrizes Nathalia Dill, Débora Nascimento e Júlia Rabello exibiram suas
roupas-cartazes e condenaram o assédio sexual.
Assim, a Globo transformou em
notícia uma ação que ela própria apoiou, levando a manifestação muito além dos
muros de seus estúdios no Rio de Janeiro. Deu visibilidade a um tema muito
valioso nos dias de hoje e demonstrou que acredita em valores como o respeito,
que faz questão de grafar, em seus documentos internos, com letra maiúscula.
Ponto para a Globo.
Original:
http://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/analise-transforma-caso-de-assedio-em-marketing-e-decreta-fim-do-teste-do-sofab-14659#ixzz4dK2p7jCa
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O artigo original poderá ser
visto por meio do link abaixo:
NOSSO COMENTÁRIO
Diante da exposição de tamanha
hipocrisia ficamos pensando quantos milhões de horas são gastas pelos chamados
evangélicos assistindo ao conteúdo da novelas da Rede Globo, que foi tão bem
descrito no início do artigo. E mais: pensamos também em como Deus vê os que se
dizem crentes e fazem esse tipo de uso do precioso tempo que cada um de nós
recebe da parte do Senhor.
Que Deus tenha misericórdia de
todos.
Alexandros Meimaridis
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