NESSA SÉRIE NÓS ESTAMOS TRATANDO DE DOIS
ASPECTOS IMPORTANTES ACERCA DA VERDADEIRA IGREJA: 1) A IGREJA COMO CORPO DE
CRISTO; E 2) A IGREJA NO PLANO ETERNO DE DEUS. CONVIDAMOS TODOS OS NOSSOS
LEITORES A ACOMPANHAREM ESSA SÉRIE E COMPARTILHAREM A MESMA COM TODOS OS SEUS
CONHECIDOS, AMIGOS E IRMÃOS. OUTROS ESTUDOS DESSA SÉRIE PODERÃO SER ENCONTRADOS
POR MEIO DE LINKS NO FIM DE CADA ESTUDO.
CONTINUAÇÃO
Efésios 1:4—5 — Assim como nos escolheu nele antes
da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em
amor.
e em amor nos predestinou para ele, para a adoção
de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade.
1. A pré-ordenação da parte de Deus. Dessa maneira nosso
chamamento é sempre um chamamento válido e garantido, pois somos convidados ou
chamados ou eleitos de acordo com a pré-ordenação de Deus que decidiu derramar
suas benções sobre quaisquer pessoas, movido exclusivamente por Sua própria
vontade —
1 Pedro 1:1—2
1 Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos que
são forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia,
2 eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em
santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus
Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas.
Isto tudo, deve deixar bem claro, o fato de que o
chamamento dos gentios, para pertencer à igreja, que é o corpo do Senhor Jesus,
não é algo acidental ou secundário. Muito pelo contrário. O chamamento dos
gentios para pertencerem ao povo de Deus é algo que foi decidido quando Deus
estava, na eternidade passada, elaborando todo o esquema da salvação através do
Senhor Jesus. É assim que nosso chamamento está conectado com a pré-ordenação
de Deus a nosso respeito.
2. Nossa conformação à imagem do Seu filho, o Senhor Jesus Cristo.
Quando somos alcançados pelo Evangelho, nós somos convidados a compartilhar a
mesma glória experimentada pelo Senhor Jesus —
2 Tessalonicenses 2:13—14
13 Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por
vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para
a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade,
14 para o que também vos chamou mediante o nosso
evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.
Supondo exatamente o que está sendo suposto pelo
apóstolo Paulo, que é o fato de que amamos a Deus, então podemos estar certos
de que nosso chamamento certamente resultará na nossa glorificação como filhos
de Deus à semelhança do Senhor Jesus. É por esse motivo que o nosso chamamento
prova o ponto que diz que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam
a Deus, mesmo no tempo presente. Todas essas coisas provam que estamos
verdadeiramente destinados à glória futura. O conhecimento, a predestinação, o
chamamento e a justificação só fazem sentido se o objetivo final for alcançado.
E este objetivo final é a glorificação. Mas essa glorificação se concretiza em
sermos conformados à imagem do Seu Filho Jesus!!
Jesus é o primogênito da nova criação entre muitos
irmãos. Assim, Ele é chamado de cabeça do corpo que é a igreja! Ele é a cabeça
do corpo composto por todos os redimidos. Jesus foi o primeiro ser humano a
experimentar a ressurreição, algo que representa o surgir para uma nova e
definitiva vida, distinta e, em certa medida, oposta à existência terrestre. As
pessoas que foram ressuscitadas por Jesus não experimentaram a ressurreição
como Jesus. Todas as pessoas que Jesus ressuscitou tornaram a morrer. Jesus, ao
contrário, ao experimentar a ressurreição, venceu a morte e foi levantado para
experimentar um estado de glória eterna. É neste mesmo propósito que o Senhor
nos promete:
João 14:19
Porque eu vivo, vós também vivereis.
Para a adoção de filhos por meio de Jesus Cristo — A
adoção de filhos, que recebemos da parte de Deus, não se trata apenas de dizer
a mesma coisa com outras palavras como alguns querem fazer parecer, quando
ensinam que as doutrinas da eleição, da predestinação e da adoção são “tudo a
mesma coisa”. Não é esse o caso. Como vimos eleição e predestinação são
doutrinas bastante distintas e o mesmo sucede com a nossa adoção como filhos de
Deus.
A palavra grega υἱοθεσίαν — uiothesían que é traduzida por “adoção” nunca é usada em
referência ao Senhor Jesus, pois Ele é o “Filho Unigênito” — único filho gerado
— de Deus. No nosso caso, pela graça de Deus, somos adotados na família de Deus
quando Deus nos concede Seu Espírito Santo —
Romanos 8:15
Porque não recebestes o espírito de escravidão,
para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção,
baseados no qual clamamos: Aba, Pai.
No Evangelho de João nós encontramos um excelente
comentário acerca da nossa adoção para nos tornarmos membros da família de
Deus. Estamos nos referindo a —
João 1:12
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder
de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome.
Vamos analisar esse versículo para entendermos
melhor o que significa sermos adotados na família de Deus mediante a concessão
do Seu Espírito Santo.
Mas, a
todos quantos o receberam — Temos sempre que nos lembrar que João escreveu
seu Evangelho por volta do ano 90 da Era Cristã. Isso quer dizer que ele
escreveu o Evangelho que leva seu nome cerca de 60 anos depois dos eventos
terem transcorrido. Quase podemos ver o apóstolo João constatar a triste
realidade acerca de que, mesmo depois de sessenta anos, a vasta maioria das
pessoas, incluindo judeus, havia preferido ignorar o Senhor Jesus e Sua obra de
salvação —
João 1:10—11
10 O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por
intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.
11 Veio para o que era seu, e os seus não o
receberam.
A grande massa das pessoas em geral e os escribas[1]
e fariseus[2]
e as castas sacerdotais, concentradas entre os saduceus[3] em
particular, haviam frontalmente rejeitado o Senhor Jesus. Independente dessa
constatação, João também declara que outras pessoas, poucas é verdade,
receberam ou aceitaram o Senhor Jesus. Receber a Jesus significa simplesmente
crer em Jesus como fica claramente demonstrado pela parte final de João 1:12.
Crer em alguém ou no nome de alguém, neste contexto, significa que confiamos
naquela pessoa e no nome que a representa. O nome de alguém expressa a
totalidade do ser a quem esse mesmo nome está atribuído. Quando falamos em
“crer em Jesus” estamos fazendo uma referência direta à crer em Sua pessoa e na
obra de salvação realizada por Ele. A estes que creram em Jesus o próprio
Jesus...
Deu-lhes o
poder — Isso quer dizer que recebemos, da parte do
Senhor Jesus, o direito ou privilégio de, pela manifestação do Seu poder em
nossas vidas, nos tornarmos em algo que não éramos naturalmente. Como o
apóstolo Paulo afirma “éramos por natureza filhos da ira como também os demais” —
ver Efésios 2:3 —,
mas agora fomos feitos, via adoção, em filhos de Deus!
De serem
feitos filhos de Deus — Somos chamados de “filhos de Deus” por que:
1. O Pai nos adotou — ver 1 João 3:1.
2. Somos semelhantes ao Senhor Jesus, pois temos o
mesmo Espírito Santo habitando em nós – Romanos 8:15.
3. Estamos intimamente relacionados ao Senhor Jesus
como verdadeiros irmãos — ver Mateus 25:40 — ao ponto de que a maneira como o
mundo nos trata equivaler, realmente, à forma como o mundo trata o Senhor
Jesus! Dessa maneira, somos verdadeiramente “filhos do Deus
Todo-Poderoso”.
A saber,
aos que creem no seu nome — Crer no nome de Jesus é o mesmo que crer em Sua
pessoa —
João 2:23
Estando ele em Jerusalém, durante a Festa da
Páscoa, muitos, vendo os sinais que ele fazia, creram no seu nome.
João 3:18
Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está
julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
1 João 5:13
Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que
tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus.
Esse verso de João 1:12 nos ensina que:
1. Ser um filho de Deus é um grande privilégio que
vai muito além de qualquer paternidade humana. Ser filho de Deus distingue o
cristão com uma honra que é a mais elevada entre todas as possíveis.
2. É Deus mesmo quem nos concede esse privilégio.
Não é fruto de qualquer mérito da nossa parte. É fruto da decisão de Deus
derramar esta bênção sobre nós —
Efésios 2:8—9
8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e
isto não vem de vós; é dom de Deus;
9 não de obras, para que ninguém se glorie.
João 15:16
Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo
contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis
fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em
meu nome, ele vo-lo conceda.
3. Esta bênção é concedida somente àqueles que “creem
no Seu nome”. Todos os outros são filhos do Diabo — por assemelhação — e
ninguém que não possui exclusiva confiança em Deus concernente a questões do
espírito e da vida comum sobre a terra pode ser considerado genuíno filho de
Deus. As pessoas sem Deus gostam de se considerar “filhos de Deus”, mas o fato
é que Deus não reconhece como filhos aqueles que de forma sistemática e
desafiadora não confiam em Deus, aqueles que duvidam e negam o que Deus tem
falado bem como aqueles que desprezam o caráter santo de Deus e insistem em
ignorar o Senhor Jesus e Sua obra salvadora.
A nossa adoção como filhos de Deus é então a maior
demonstração de amor que o Pai pode nos dar. Capítulos inteiros do Novo
Testamento, tais como Romanos 8 e Gálatas 4 são dedicados a esse tema — ver
especialmente Romanos 8:12—17 e Gálatas 4:6—7. Para o apóstolo João não existe
nada mais elevado — ver 1 João 3:1. No mundo em que vivemos as pessoas estão
buscando honra e glória e temos um interesse apaixonado por “grandes” homens e
mulheres. Mas a grandeza e elevação neste mundo é sempre decadente e
transitória. O Senhor Jesus comparou aqueles que são admirados e aplaudidos
neste mundo como pessoas que já receberam seu galardão — ver Mateus 6:5. A história
do rico e Lázaro e a parábola do homem rico e imprudente com relação a Deus,
contadas por Jesus, desnudam de maneira abrupta a realidade que espera aqueles
que entesouram para si mesmos e não são ricos para com Deus — ver Lucas 16:19—31
e 12:20— 21. Note que o rico tinha tudo nessa vida — comida, bebida, roupas
finas, posição e honra. Lázaro por sua vez era mendigo, estava cheio de chagas
e tinha que disputar com os cachorros as sobras dos banquetes que o homem rico
dava diariamente. Jesus nos diz que os dois homens partiram desta vida e aquele
que era rico, nesta vida, viu-se em um lugar de tormento sem possibilidade de
ser consolado. Lázaro, por sua vez, se encontrava plenamente consolado. O mundo
em que vivemos não sabe absolutamente nada acerca de verdadeira honra e da
verdadeira riqueza! Não entende e não demonstra nenhuma apreciação por essas
realidades. Se dissermos a uma pessoa desse mundo que ele pode se tornar em um
verdadeiro filho de Deus isto nada significará para ele. Corremos o risco de
sermos zombados por acreditarmos em tais “bobagens”. O próprio Filho de Deus, o
Senhor Jesus, não foi reconhecido como tal. As pessoas dos Seus dias não viam
absolutamente nada de extraordinário em Jesus. Viam somente o filho do
carpinteiro. Mas a reação dos discípulos foi bem diferente —
João 1:14
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio
de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
E nós estamos destinados a compartilhar dessa mesma
glória mediante a adoção que recebemos como filhos de Deus!
Note a expressão “para ele” em Efésios 1:5. Paulo diz que Deus nos
adota como filhos “para Ele mesmo”, indicando quão exclusivo e amoroso é este nosso
relacionamento com o Pai!
Segundo o
beneplácito de sua vontade — A palavra grega εὐδοκίαν — eudokíav — beneplácito, traduz a idéia de alguém que está
bastante satisfeito. A mesma expressão é usada para indicar “boa vontade, boa
mente ou agrado” conforme pode ser visto em Lucas 2:14; Filipenses 2:13 e Lucas
12:32. Desses contextos podemos derivar a idéia de que essa palavra denota
propósito ou vontade somados a benevolência. Alguns tradutores preferem
representar o original grego como: “de acordo com o Seu mais benigno decreto”.
Mas independentemente do significado do termo εὐδοκίαν — eudokíav — beneplácito, o que nos chama a atenção nesta
parte final de Efésios 1:5 é o propósito do apóstolo Paulo de estabelecer o porquê Deus escolheu as
pessoas para herdarem a salvação. De acordo com o termo escolhido pelo apóstolo
Paulo, essa escolha foi feita por Deus baseada no que Lhe parecia melhor dadas
às circunstâncias do caso. Nenhum ser humano detinha nenhum tipo de controle ou
influência sobre a pessoa de Deus naquele momento. Nenhum ser humano foi
consultado nesse processo. E essa decisão de Deus não foi baseada em qualquer
boa obra humana, real ou prevista por Deus. De fato, temos que reafirmar que o
mundo nem sequer estava criado quando Deus escolheu aquelas pessoas que iriam
herdar a vida eterna. A escolha de Deus não foi uma escolha aleatória baseada
na sorte ou numa enorme roleta celestial. O termo εὐδοκίαν — eudokíav —
beneplácito, indica que foi uma escolha proposital.
Devido o pecado de nossos primeiros pais todos nós
somos culpados e estamos condenados diante de Deus. Por sábias razões, as quais
Deus preferiu não nos comunicar, Ele determinou trazer, pelo menos, uma porção
de seres humanos à salvação. Para alcançar esse objetivo Deus decidiu não
deixá-lo ao acaso. Deus sabia que se dependesse de nós mesmos, todos sem
exceção, rejeitaríamos Sua oferta de Salvação e, a menos que um método
eficiente fosse utilizado o sangue redentor seria derramado em vão.
Deus, todavia, não revelou às pessoas quais eram
aquelas que Ele iria salvar nem a razão porque dentre todos os seres humanos
alguns seriam particularmente levados ao céu. Ao mesmo tempo Deus decidiu
tornar a oferta de salvação universal; decidiu também tornar os termos da
salvação tão simples quanto possível, removendo assim quaisquer motivos
justificados de reclamação. Se as pessoas não aceitam o perdão oferecido; se
elas preferem buscar satisfação em seus próprios pecados; se não existe nada
que possa induzi-las a aceitarem a salvação, então por que reclamam? Se as
portas da prisão estão abertas e escancaradas, as correntes que prendem os
prisioneiros estão soltas pelo chão e os guardas não estão mais nos seus postos
e ainda assim os prisioneiros se recusam a abandonar a prisão em que se
encontram, eles realmente não possuem nenhum motivo justificável para reclamar.
Temos que nos lembrar sempre que os propósitos de Deus correspondem aos fatos
exatamente como eles acontecem —
Efésios 1:11
Nele, digo, no qual fomos também feitos herança,
predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o
conselho da sua vontade,
Assim temos que a εὐδοκίαν — eudokíav — beneplácito de Deus é o que rege todas as ações
de Deus, todos Seus atos graciosos e toda Sua bondade para conosco. E esses
atos aparecem na nossa predestinação pela graça, para partilharmos da glória de
Deus, juntamente com Jesus e excluem por completo a fé, a santidade e boas
obras como motivos para tais atos da parte de Deus. Como disse o profeta Jonas:
“ao SENHOR
pertence a salvação”! – Jonas 2:10. Jonas estava no ventre do peixe nas
profundezas do mar. O que em sã conciência ele poderia fazer para salvar-se a
si mesmo?
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nossa Predestinação
A Igreja Como Corpo de Cristo e
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Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
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