Mostrando postagens com marcador Pregação Expositiva. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Pregação Expositiva. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

A IMPORTÂNCIA DE PREGAR A VERDADE DE MODO EXPOSITIVO



O artigo abaixo foi publicado pelo site da editora FIEL e é de autoria de Mike Gilbart-Smith

Expositores Impostores

Mike Gilbart-Smith

Mark Dever corretamente descreve a pregação expositiva como “a pregação que toma, para o ponto de um sermão, o ponto de uma passagem particular da Escritura”.

No entanto, tenho ouvido (e pregado!) sermões que pretendem ser expositivos, mas que se enquadram em algo inferior. Abaixo estão doze armadilhas: cinco que não fazem da mensagem de uma passagem a mensagem do sermão e, assim, abusam do texto; cinco que falham em conectar o texto à congregação; e duas que falham em reconhecer que a pregação é, em última análise, obra de Deus.

Nenhuma destas observações é original. Muitas eu aprendi na Eden Baptist Church, em Cambridge, em meados dos anos 90. Outras eu peguei ao longo do caminho. Desde que escrevi um artigo similar alguns anos atrás, eu incluí algumas sugestões que pessoas fizeram para serem adicionadas. Eu estou certo de que você pode pensar em outras.

Impostores que Falham em Ver o Texto

1) O “Sermão Infundado”: o texto é mal entendido

Aqui o pregador diz coisas que parecem ser verdadeiras, mas em nenhum sentido vêm de uma correta interpretação da passagem. Ele é pouco cuidadoso com o conteúdo do texto — por exemplo, o sermão sobre a “resultar, motivar e prover” da tradução Nova Versão Internacional de 1 Tessalonicenses 1.3, sendo que nenhuma dessas palavras está presente no texto grego — ou com o contexto — por exemplo, o sermão sobre Davi e Golias, que pergunta “quem é seu Golias, e o que são as cinco pedras lisas que você precisa para estar preparado para usar contra ele?”.

Se um pregador não está extraindo profundamente a verdade da Palavra de Deus para determinar a mensagem de seus sermões, eles estão provavelmente sendo dirigidos pelas próprias ideias do pregador, não pelas ideias de Deus.

2) O “Sermão Trampolim”: o ponto do texto é ignorado

Intimamente relacionado ao sermão anterior é o sermão no qual o pregador fica intrigado com algo que é uma implicação secundária do texto, mas que não é o ponto principal. Imagine um sermão sobre as bodas de Caná em João 2 que focaliza primariamente a permissão de cristãos beberem álcool e nada diz sobre a manifestação da glória de Cristo na Nova Aliança através do sinal de Jesus transformar a água em vinho.

Uma das grandes vantagens de pregações expositivas sequenciais é que o pregador é forçado a pregar em tópicos que ele preferiria evitar e a dar peso apropriado a tópicos que ele tenderia a super enfatizar. Um pregador de sermões “infundados” ou “trampolins” pode involuntariamente descartar ambas as vantagens, e assim a agenda de Deus é silenciada ou colocada de lado.

3) O “Sermão Doutrinário”: a riqueza do texto é ignorada

Deus deliberadamente tem falado conosco “de muitas maneiras” —Hb 1.1. Muitíssimos sermões ignoram o gênero literário de uma passagem, e pregam narrativa, poesia, epístola e apocalíptica do mesmo modo, como uma série de afirmações proposicionais. Embora todos os sermões devam comunicar verdades proposicionais, eles não devem se reduzir a elas. O contexto literário das passagens deveria significar que um sermão em Cântico dos Cânticos soa diferente de um em Efésios 5. A passagem pode ter o mesmo ponto central, mas é comunicada de uma maneira diferente. A diversidade da Escritura não deve ser nivelada na pregação, mas valorizada e comunicada de uma maneira sensível ao gênero literário. A narrativa deveria nos ajudar a ter empatia, a poesia deveria aumentar nossa resposta emocional e a apocalíptica e a profecia deveriam nos levar ao assombro.

4) O “Sermão Atalho”: o texto bíblico é apenas mencionado

Sendo o oposto do sermão exegético, esse tipo de pregação não mostra absolutamente nenhum “trabalho” exegético. Ainda que o Senhor tenha fixado a agenda pela Sua Palavra, somente o pregador está totalmente ciente desse fato. A congregação pode terminar dizendo: “que sermão maravilhoso”, ao invés de “que passagem da Escritura maravilhosa”.

Encorajaremos nossa congregação a ouvir a voz de Deus, e não somente a nossa, ao apontá-los frequentemente de volta ao texto bíblico: “veja o que Deus diz no verso cinco” mais do que “ouça cuidadosamente o que eu estou dizendo agora”.

5) O “Sermão Sem Cristo”: o sermão interrompido sem o Salvador

Jesus repreendeu os fariseus:

João 5:39—40

Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida.

Quão triste é que, mesmo nós, que fomos a Jesus para ter vida, levemos toda uma congregação a estudar uma passagem da Escritura, e ainda assim nos recusemos a levá-la a ver o que essa Escritura diz sobre Cristo. Com isso tornamos textos do Antigo Testamento em sermões moralistas, e até mesmo pregando sermões sem Cristo e sem evangelho dos próprios Evangelhos. Imagine o horror de um sermão na narrativa do Getsêmani que se concentre em como nós podemos lidar com o estresse em nossas vidas.

Se a Palavra de Deus é como uma enorme roda, o cubo da roda1 é Cristo e o eixo é o evangelho. Nós não teremos pregado fielmente nenhuma passagem da Escritura até que tenhamos encaixado os raios ao cubo, e comunicado o que a passagem diz sobre Cristo e como se relaciona com o evangelho.

Impostores que Falham em Ver a Congregação

6) O “Sermão Exegético”: o texto fica não aplicado

Se o “sermão infundado” perde totalmente o texto, o “sermão exegético” perde totalmente a congregação. Algumas pregações que alegam ser expositivas são rejeitadas como chatas e irrelevantes... e corretamente! Algumas poderiam muito bem ser lidas em um comentário exegético. Tudo o que é dito é verdadeiro em relação à passagem, mas não é realmente pregação; é meramente uma palestra. Muito pode ser aprendido sobre o uso que Paulo faz do genitivo absoluto, mas pouco sobre o caráter de Deus ou a natureza do coração humano. Não há aplicação a nada, exceto à mente da congregação. Certamente a verdadeira pregação expositiva, primeiro, informará a mente, mas também aquecerá o coração e compelirá a vontade.

Uma dieta regular de pregação exegética fará as pessoas sentirem que somente pregações tópicas podem ser relevantes, e modelará leituras da Bíblia que presumem que nós podemos ler a Palavra de Deus fielmente e ainda permanecer não desafiados e inalterados.

7) O “Sermão Irrelevante”: o texto é aplicado a uma congregação diferente

Muitas pregações promovem orgulho na congregação ao jogar pedras por cima do muro no quintal do vizinho. Ou o ponto da passagem é aplicado somente aos descrentes, sugerindo que a Palavra não tem nada a dizer à igreja ou é aplicado a problemas que são raramente vistos na congregação para a qual se está pregando.

Assim, a congregação se torna inchada e, como os fariseus nas parábolas de Jesus, termina agradecida de que não é como os outros. A resposta não é arrependimento e fé, mas “Se aquela senhora ouvisse esse sermão!” ou “aquela outra igreja realmente deveria ter esse sermão pregado a eles!”.

Esse tipo de pregação fará a congregação crescer em justiça própria, não em piedade.

8) O “Sermão Privado”: o texto é aplicado somente ao pregador

É fácil para o pregador pensar meramente sobre como a passagem se aplica a ele mesmo, e então pregar à congregação como se a congregação estivesse exatamente na mesma situação que o pregador. Para mim, é certamente mais fácil ver como uma passagem da Escritura se aplica a um homem branco britânico com seus quarenta anos, com uma esposa e seis crianças, que trabalha como pastor de uma pequena congregação na zona oeste de Londres. Isso pode ser maravilhoso para meus momentos de devocionais, mas de não muito útil para minha igreja, já que ninguém mais se encaixa nessa lista.

Quais são as implicações do texto para os adolescentes e as mulheres solteiras? Para a mulher com seus quarenta anos que deseja se casar e o imigrante? Para o desempregado e o visitante ateu ou muçulmano? Para a congregação como um todo e o motorista de ônibus, ou o que trabalha no escritório ou o estudante ou o que mora na casa da mãe?

O sermão privado pode levar a congregação a pensar que a Bíblia só é relevante ao cristão “profissional”, e que o único uso válido da sua vida seria, realmente, trabalhar em tempo integral para a igreja ou outra organização cristã. Esse sermão pode fazer a congregação idolatrar seu pastor e viver sua vida cristã vicariamente através dele. Esse sermão impede a congregação de enxergar como deve aplicar a Palavra a cada aspecto de sua vida e como comunicá-la àqueles cujas vidas são muito diferentes da sua própria.

9) O “Sermão Hipócrita”: o texto é aplicado a todos, menos ao pregador

O erro oposto do “sermão privado” é o sermão no qual o pregador é visto como aquele que ensina a Palavra, mas não é um modelo do que significa estar sob a Palavra. Há momentos quando um pregador precisa dizer “você” e não “nós”. Mas um pregador que sempre diz “você” e nunca “nós” não é um modelo de como ser apenas um subpastor que é, primeiro e antes de tudo, uma das ovelhas que deve, ela mesma, ouvir a voz do seu grande Pastor, conhecê-lo e segui-lo, confiando nele para sua vida eterna e segurança.

Um pregador que prega dessa forma pode cometer o erro oposto ao da congregação que vive vicariamente através do seu pastor: ele viverá vicariamente através da sua congregação. Ele assumirá que seu discipulado é inteiramente sobre seu ministério e, no fim das contas, terminará não andando como um discípulo sob a Palavra de Deus, mas somente como alguém que coloca outros sob a Palavra, acima da qual ele se assenta distante.

10) O “Sermão Desajustado”: o ponto da passagem é mal aplicado à congregação presente

Algumas vezes a distância hermenêutica entre a passagem original e a presente congregação pode ser mal entendida, de tal modo que a aplicação ao contexto original é, de modo errôneo, transferida diretamente ao contexto presente. Assim, se o pregador não tem uma correta teologia bíblica de culto, passagens sobre o templo do Antigo Testamento podem ser erroneamente aplicadas ao edifício da igreja do Novo Testamento, ao invés de serem cumpridas em Cristo e em seu povo. Os pregadores do evangelho da prosperidade podem reivindicar as promessas das bênçãos físicas dadas ao Israel fiel da Antiga Aliança e aplicá-las irrefletidamente ao povo de Deus da Nova Aliança.

Impostores que Falham em Ver o Senhor

Aulas de pregação frequentemente referem-se aos dois horizontes da pregação: o texto e a congregação. Mas o pregador cristão deve reconhecer que por trás de ambos encontra-se o Senhor que inspirou o texto e que está operando na congregação.

11) O “Sermão Sem Paixão”: o ponto da passagem é falado, não pregado

Seria possível haver um pregador que entendesse absolutamente a passagem e falasse sobre suas implicações à congregação presente de maneira capaz e até mesmo profunda. Porém, o pregador entrega o sermão como se ele estivesse lendo uma lista telefônica. Não há nenhum senso de que, quando o pregador entrega a Palavra de Deus, Deus mesmo está se comunicando com seu povo. Quando o pregador falha em reconhecer que é Deus mesmo, através de sua Palavra, que está pleiteando, encorajando, repreendendo, treinando, exortando, moldando e aprimorando seu povo, através da aplicação que o Espírito faz daquela Palavra, frequentemente não haverá paixão, reverência, solenidade, alegria visível, lágrimas de dor perceptíveis – apenas palavras.

12) O “Sermão Sem Poder”: o ponto da passagem é pregado sem oração

Tanto tempo é dedicado ao estudo da passagem e à elaboração do sermão que pouco tempo é dedicado à oração pela compreensão correta ou aplicação apropriada.

O pregador que trabalha duro, mas ora pouco, confia mais em si mesmo e menos no Senhor. Essa é, talvez, uma das maiores tentações nas quais se pode cair, como um expositor, pois talvez só aqueles com maior discernimento na congregação estejam aptos a perceber uma exegese falsa ou uma aplicação inadequada, mas a diferença que a oração do pregador fez para o impacto do sermão será clara somente ao Senhor e no dia quando todas as coisas forem reveladas. Os horizontes do Senhor e da eternidade devem, em última análise, ser os mais importantes para o pregador; de fato, ele só deveria realmente se preocupar com os horizontes do texto e da congregação porque os horizontes do Senhor e da eternidade são invisíveis, ainda que de importância infinita.

Conclusão

A pregação expositiva é tão importante para a saúde da igreja porque ela permite que todo o conselho de Deus seja aplicado a toda a igreja de Deus. Que o Senhor prepare pregadores de sua Palavra de tal modo que sua voz seja ouvida e obedecida.

O autor:
Mike Gilbart-Smith é pastor da Twynholm Baptist Church (Fulham, Londres) desde 2008. É casado com Hannah com quem tem cinco filhos. Antes de ir para Londres, Mike serviu como pastor assistente na Capitol Hill Baptist Church, em Washington DC, de 2005 a 2008, e na Farnham Baptist Church, em Surrey, no período de 2002 a 2005. Mike formou-se em Estudos Teológico e Pastoral na Oak Hill College, e em Matemática pela Universidade de Cambridge. Mike também é professor de Novo Testamento no London Theological Seminary.
Mike Gilbart-Smith é representante do Ministério 9 Marcas.

Tradução: André Aloísio Oliveira da Silva
Revisão: Vinícius Musselman Pimentel

O artigo original poderá ser lido por meio desse link aqui:


Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte link:


Desde já agradecemos a todos.


­­­­­­­­­­­­­­­­­­__________________________
Notas:

Nota do editor: Este artigo é uma versão revisada expandida de um artigo que Mike escreveu vários anos atrás.

1 - Nota do tradutor: O cubo é a parte central da roda que liga toda a roda ao eixo e ao sistema de freios. 

domingo, 29 de março de 2015

MARCAS DE UMA IGREJA MUITO DOENTE



O artigo abaixo foi publicado no site da Editora FIEL.

9 marcas de uma igreja doente

Por Kevin DeYoung

Graças ao Mark Dever, muitos de nós passamos a conhecer bem as Nove Marcas de uma Igreja Saudável. Embora elas nunca tenham tido a pretensão de ser a última palavra em tudo o que uma igreja deva ser ou fazer, as nove marcas têm sido úteis para lembrar os cristãos (e pastores em especial) de elementos necessários que sempre esquecemos em uma era concentrada no estilo.

Em certo sentido, as nove marcas de uma igreja doente poderiam ser simplesmente o oposto de tudo aquilo que compõe uma igreja saudável, de maneira que uma igreja doente ignora a membresia, a disciplina, a pregação expositiva e todo o resto. Mas os sinais de doença na igreja nem sempre são tão óbvios. É possível que a sua igreja ensine e entenda todas as coisas certas e, ainda assim, seja um lugar terrivelmente doente. Sem dúvida há dezenas de indicadores que uma igreja se tornou disfuncional e enferma, mas limitemo-nos à nove.

Aqui vão nove marcas de que a sua igreja — mesmo uma que creia na Bíblia, pregue o evangelho e abrace uma boa eclesiologia — possa estar doente.

1) Quanto mais periférico o tópico do sermão, mais entusiasmadas as pessoas ficam. Uma das coisas que sempre adorei na nossa igreja é que os sermões que as pessoas mais amam são aqueles que lidam com os temas mais centrais da Bíblia. Elas amam ouvir a respeito do pecado e da salvação, sobre a glória de Deus, sobre a providência, sobre Cristo e a cruz. Não é que eles nunca ouçam (ou tenham aversão a) sermões sobre o fim dos tempos ou questões sociais ou mordomia financeira ou casamento ou paternidade e maternidade, mas elas parecem mais apaixonadas pelas mensagens que se concentram mais em culpa, graça e gratidão. Eu fico preocupado quando uma congregação se cansa de ouvir sobre a Trindade, a expiação, o novo nascimento ou a ressurreição e quer ouvir outra longa série sobre como lidar com o estresse ou as 70 semanas em Daniel.
2) Os funcionários da igreja não tem prazer em trabalhar. Todo trabalho tem seus altos e baixos. Todo ofício terá tensão de vez em quando. Mas a liderança deve observar quando os funcionários parecem mal-humorados, infelizes e têm que se arrastar para a igreja a cada dia. Os funcionários da sua igreja desfrutam da presença uns dos outros? Eles conversam entre si como amigos no salão da comunhão? Você os vê rindo juntos? Se não, pode haver estresse em andamento, ou conflito, ou algo pior.

3) O pastor e a sua esposa não se dão bem. Não estou falando das desavenças corriqueiras e dos períodos difíceis pelos quais todo casal passa. Estou falando de um casamento que esfriou e perdeu o amor, um relacionamento superficial e carente de paixão. Toda igreja deveria ter algum mecanismo preparado para perguntar ao pastor e à sua esposa como vai (ou não) o casamento. Igrejas podem sobreviver a muitos conflitos, mas raramente serão lugares felizes e saudáveis se o pastor e a sua esposa estão secreta ou abertamente infelizes e doentes.

4) Quase ninguém sabe para onde vai o dinheiro. Igrejas lidam com suas finanças de diferentes maneiras. Conforme as igrejas crescem, pode ser mais difícil (ou até insensato) que todos tenham voz na alocação de cada centavo. Ainda assim, quando se trata de finanças, exagerar para o lado da transparência raramente é uma má ideia. No mínimo, deve haver mais do que um pequeno grupo de pessoas que saiba (e tenha voz sobre) para onde vai o dinheiro. Não faça do salário do pastor uma questão de segurança nacional.

5) A equipe de liderança nunca muda ou sempre muda. Ambas as situações são sinais alarmantes. Por um lado, a igreja fica com um olhar muito limitado para si mesma quando nunca há sangue novo entre os líderes. Se os seus presbíteros, diáconos, líderes de comissão, líderes de pequenos grupos, professores de EBD, coordenadores e membros do grupo de louvor são os mesmos agora desde quando José Sarney foi Presidente da República, você tem um problema. Talvez os antigos líderes gostem do poder, talvez ninguém mais esteja sendo treinado, talvez sua igreja não tenha recebido ninguém novo em vinte anos. Todos esses são grandes problemas. Por outro lado, se os presbíteros nunca estão interessados em servir mais um termo e os funcionários nunca ficam por mais do que dois anos, a cultura da sua igreja pode ser muito confinada, muito cheia de conflito ou muito impiedosa para com erros honestos.

6) Ninguém jamais é levantado da igreja para o ministério pastoral ou é enviado da igreja ao serviço missionário. Boa pregação inspira homens jovens a pregar. Clareza sobre o evangelho empolga homens e mulheres a compartilhar o evangelho com aqueles que não o ouviram. Igrejas menores podem não enviar obreiros todo ano, mas a congregação que quase nunca produz pastores e missionários quase nunca é uma igreja saudável.

7) Existe uma lentidão exacerbada na tomada de decisões. Isso pode ser culpa da congregação. Alguns membros insistem em aprovar cada decisão, desde contratação de funcionários, a duração do culto e a cor do carpete. Se todos têm que votar em cada decisão, a sua igreja nunca será maior que o número de pessoas informadas que podem votar em cada decisão (que é um número bem pequeno). Essa lentidão pode ser culpa do pastor. Em algumas igrejas nada acontece sem a aprovação pessoal do pastor e sua direta supervisão — uma receita certeira para guerras territoriais, crescimento atrofiado, e afastamento de líderes talentosos.

8) A pregação se torna errática. Isso pode ter muitas formas. Talvez o pastor não compartilhe mais o púlpito com outros membros e o ocasional convidado de fora. Talvez o oposto esteja acontecendo, e o pastor pareça estar chamando substitutos mais frequentemente do que o contrário. Talvez a pregação tenha se tornado mais virulenta, ou sempre martele no mesmo tema, ou mostre sinais de pouca preparação. Talvez você tenha notado que o pregador está contando mais com vídeos ou esboços que não são de sua autoria, ou constantemente reutiliza material de poucos anos atrás. Ninguém quer que a pregação seja enfadonha. Alguma variação deve ser esperada e bem vinda. Mas preste atenção se o pregador parece doutrinariamente instável, irritável ou exausto.

9) Há problemas que todos conhecem, mas ninguém conversa abertamente a respeito. Igrejas doentes muitas vezes têm uma grande regra tácita: a pessoa que menciona os nossos problemas é que tem problema. Pode ser um pastor que não sabe pregar, um organista que nunca fica para ouvir o sermão, um presbítero que dizem que está em um relacionamento ilícito, um diretor de juventude que não tem jeito para falar com crianças, um funcionário que não se dá com ninguém, um líder  que lidera por ordens e intimidação. O melhor é que muitos problemas sejam tratados em secreto e discretamente, mas isso não é desculpa para fazer vista grossa para o que todos podem ver claramente. Falar sobre aquilo que todos conhecem é, muitas vezes, o primeiro passo para tirar do problema o seu poder incapacitante.

Kevin DeYoung é o pastor principal da University Reformed Church, em East Lansing (Michigan). Obteve sua graduação pelo Hope College e seu mestrado em teologia pelo Gordon-Conwell Teological Seminary. É preletor em conferências teológicas e mantém um blog na página do ministério ­ The Gospel Coalition.

O artigo original do site da Editora FIEL poderá ser visto por meio desse link aqui:


Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte link:




Desde já agradecemos a todos.