sábado, 28 de janeiro de 2012

Eleição Divina X Determinismo Cego PARTE 2



Atenção esse material é parte de uma série e recomenda-se ao leitor ler todas as partes do mesmo para obter o melhor entendimento desse complexo tema. No final do estudo o leitor encontrará informações acerca de como acessar as outras partes desse estudo.

C. Em Terceiro lugar nós podemos notar, nesta passagem de Efésios 1, que a descrição do relacionamento entre Deus e os eleitos é feita em termos que não são nada originais. Paulo, o autor da Epístola aos Efésios depende completamente das afirmações acerca da eleição como são encontradas no Antigo Testamento. Para ilustrar esta verdade podemos ver o que está escrito em Deuteronômio 7:6—8:

• Porque tu és povo santo ao SENHOR, teu Deus; o SENHOR, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra. Não vos teve o SENHOR afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos, mas porque o SENHOR vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o SENHOR vos tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do poder de Faraó, rei do Egito.

Por outro lado, não encontramos na linguagem usada pelo apóstolo Paulo nenhuma indicação de que ele estivesse familiarizado com as discussões filosóficas contemporâneas e muito menos que tivesse interesse em participar nestas mesmas discussões e debates1. O apóstolo Paulo parece bastante satisfeito em falar de Deus e do Senhor Jesus Cristo usando a terminologia que foi utilizada no Antigo Testamento. A única e marcante diferença entre o conceito de eleição apresentado no Antigo Testamento com relação ao apresentado no Novo Testamento é que naquele existe uma grande ênfase na escolha de um patriarca, de uma tribo, de um rei, e do povo de Judá e Israel, enquanto que neste, a ênfase além de incluir o povo de Israel se estende também a todas as nações gentílicas. Juntamente com Israel todos os gentios são incluídos no amor, na paz e na adoração de Deus:

• Efésios 1:11—14 – Note a linguagem de Paulo, um judeu, escrevendo para os gentios que se encontravam em Éfeso e por extensão para todos nós.

• Efésios 2:1—3:7 – Esta referência começa com Paulo dizendo que Deus concedeu vida aos gentios, da mesma forma que concede aos judeus, estando todos mortos em seus delitos e pecados e termina com as soberanas palavras de que “os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho”. A leitura atenta do texto acima indica a extensão e as maravilhosas conseqüências da eleição divina colocadas, tanto sobre os judeus como sobre os gentios. Organizando de uma maneira diferente as idéias do apóstolo Paulo nesta passagem nós temos:

1. Nossa Vida de Outrora

• Estávamos mortos em delitos e pecados.

• Andávamos segundo o curso deste mundo.

• Andávamos segundo o príncipe da potestade do ar.

• Andávamos de acordo com o espírito que agora atua nos filhos da desobediência.

• Andávamos segundo as inclinações da nossa carne.

• Andávamos segundo nossos pensamentos.

• Éramos, por natureza, filhos da ira como todos os demais.

• Estávamos sem Cristo.

• Estávamos separados da comunidade de Israel.

• Éramos estranhos às alianças da promessa.

• Não tínhamos esperança.

• Estávamos sem Deus no mundo.

• Estávamos longe.

2. A Ação de Deus

• Deus nos deu vida.

• Deus é rico em misericórdia.

• Deus nos amou com grande amor.

• Somos salvos por causa da graça de Deus e exclusivamente pela graça.

• Deus preparou de antemão boas obras para que nós as pratiquemos.

• A salvação que Deus executa é para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça em bondade para conosco.

• Cristo é a nossa paz. Cristo fez a paz entre judeus e gentios.

• De dois - judeu e gentio - Cristo fez um só.

• Cristo derrubou a parede de separação.

• Cristo acabou com a inimizade que existia.

• Cristo reconciliou ambos com Deus em um só corpo.

• Por meio da Sua Cruz, Cristo destruiu a inimizade.

• Cristo veio para evangelizar a paz a todos aqueles que estavam perto i.e. os judeus, como aos que estavam longe i.e. aos gentios.

• Cristo é a pedra angular do novo edifício espiritual que Deus está construindo.

• A dispensação da graça de Deus era ainda um mistério nos dias do A. T.

• Deus revelou o mistério da dispensação da graça nos dias do Novo Testamento.

• Deus revelou o mistério da dispensação da graça através do Espírito Santo.

3. Nossa Vida Hoje

• Temos vida verdadeira. Temos a vida de Deus.

• Fomos ressuscitados dentre os mortos.

• Deus nos fez assentar nos lugares celestiais.

• Somos salvos pela graça como um dom de Deus.

•Não somos salvos por meio de boas obras nem de qualquer outro tipo de obras. Não somos salvos por causa das boas obras que praticamos.

• Somos salvos para praticar boas obras que Deus preparou de antemão.

• Fomos aproximados de Deus pelo sangue de Cristo.

• Em Cristo e em um só Espírito, tanto judeus como gentios temos acesso ao Pai.

• Já não somos mais nem estrangeiros nem peregrinos.

• Somos concidadãos dos santos.

• Somos da família de Deus.

• Estamos edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas.

• Somos parte do edifício bem ajustado que cresce para santuário dedicado ao Senhor.

• Estamos sendo edificados para a habitação de Deus no Espírito.

• Estamos vivendo na dispensação da graça de Deus.

• O mistério da dispensação da graça de Deus é que os gentios são co-herdeiros.

• Os gentios são também membros de um mesmo corpo.

• Não são cidadãos de segunda classe.

• Os gentios são também co-participantes da promessa em Cristo por meio do Evangelho.

OUTROS ESTUDOS DESSA SÉRIE PODERÃO SER ENCONTRADOS NOS LINKS ABAIXO:

Parte 1

Parte 2

Parte 3 

Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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Desde já agradecemos a todos.

NOTAS:

1. Para o leitor interessado em descobrir mais acerca das discussões filosóficas e rabínicas contemporâneas aos dias do apóstolo Paulo segue a lista dos principais assuntos: 1) A questão de quem agiu ou age primeiro;
2) A questão acerca do um e dos muitos; 3) A questão da relação entre a essência do ser e as aparências; 
4) A questão acerca do mundo dos fenômenos - esse em que estamos vivendo - e o mundo real - o mundo das idéias.

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