Esse é um estudo acerca da Criação e do Deus responsável pela mesma. Devido sua extensão, o mesmo está desmembrado em três partes. No final dessa parte — parte 2 — você irá encontrar um link para prosseguir para a parte 1 e parte 3.
III. A História Primeva e Sua Natureza.
Os israelitas não foram o único povo a formular uma explicação acerca da origem de todas as coisas em geral e, do nosso mundo em particular. Nós encontramos peças literárias descrevendo a origem de mundo em todas as grandes civilizações do Antigo Oriente Próximo. Nesta peças literárias nós vamos encontrar complexas mitologias que procurar descrever os mais remotos e obscuros acontecimentos da pré-história da humanidade. Esta parte da nossa história é chamada de História Primeva. Em quase todas estas mitologias nós podemos encontrar a existência de uma cosmogonia – de cosmos = mundo e gonia = geração ou nascimento – ou seja, uma descrição de como o mundo foi feito ou criado.
Existe alguma diferença entre a narrativa bíblica e aquelas que encontramos em outras culturas? Para perceber as diferenças basta comparar o que a Bíblia diz com as narrativas produzidas por outros povos. O motivo porque as diferenças que existem são tão importantes se deve ao fato de que aquilo que temos em nossas Bíblias nos foi revelado por Deus mesmo.
Aqui este autor gostaria de oferecer apenas um exemplo como confirmação do que acabou de afirmar acima: durante muitos milênios os seres humanos adoraram o sol e a lua como divindades. Há registro deste tipo de adoração em culturas tão dispares como a egípcia, os habitantes da península de Yucatán no México e entre os druidas da Grã-Bretanha. Todavia, o autor do Gênesis é bastante claro ao dizer que a o sol e a lua não são divindades e sim meros luzeiros criados por Deus para iluminar o dia e à noite:
Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos. E sejam para luzeiros no firmamento dos céus, para alumiar a terra. E assim se fez. Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia, e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas. E os colocou no firmamento dos céus para alumiarem a terra, para governarem o dia e a noite e fazerem separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom. Houve tarde e manhã, o quarto dia – Gênesis 1:14 – 19.
Existe mais verdadeira ciência nestes poucos versos de Gênesis 1 do que em toda obra do senhor Richard Dawkins. Da mesma maneira que a afirmativa bíblica mencionada acima aniquilava com as crenças tolas que existiam na Antigüidade acerca do sol e da lua, o mesmo é verdadeiro com todo o conteúdo dos primeiros 11 capítulos do Gênesis. A leitura do primeiro livro da Bíblia nos revela duas verdades que são absolutamente devastadoras a dois aspectos que, como humanos, consideramos fundamentais:
• O primeiro tem a ver com nosso vício de inventarmos “divindades” que nos consolem e nos supram de conforto. Estas divindades podem ser os baalins da Antigüidade ou as ciências da modernidade. A Bíblia é bem clara: existe apenas um Deus.
• O segundo tem a ver com esta consciência, doentiamente equivocada, de que os seres humanos sejam algo mais do que mero pó. Richard Dawkins gosta de apresentar a ciência como “deus” e ele, é claro, como o mais legítimo sacerdote desta divindade. Sobre ele, todavia, pesa a grave sentença de Deus: Tu és pó e ao pó tornarás – ver Gênesis 3:19.
É da maior importância que deixemos bem claro que o conteúdo dos capítulos 1 a 11 do Gênesis acabaram por “avacalhar” com todas as religiões e crendices existentes e isto nunca foi perdoado pelos mestres, sábios, sacerdotes e seguidores das religiões pagãs. O mesmo acontece na modernidade com os cientistas quase-ateus. Eles não perdoam a verdade revelada por Deus exatamente pelos mesmos motivos que as pessoas da Antigüidade. A Bíblia expõe de maneira clara a verdadeira condição do ser humano caído.
Existe mesmo um Deus que é criador e pessoal como a Bíblia afirma? Ou devemos acreditar, como propõe Richard Dawkins que o Deus da Bíblia não passa de uma ilusão? Vejamos o que a verdadeira ciência tem para nos ensinar.
IV. A Preparação da Terra para receber o ser Humano e o surgimento da Vida.
Antes que a vida pudesse surgir era necessário que existisse um ambiente onde existissem condições ideais tanto ao surgimento como à manutenção da vida de todas as espécies.
Contrário ao que é defendido pelos ateus modernos, de que a terra é mero acidente e que a raça humana representa apenas outro acidente – mesmo que seja de proporção que beira à completa impossibilidade - a verdadeira ciência nos diz que, quando alisamos os fatos friamente e sem pré-conceitos, podemos perceber que a terra foi estabelecida com o propósito específico de acomodar os seres vivos que seriam colocados nela, especialmente os seres humanos. Existem inúmeras evidências que confirmam esta afirmativa e por este motivo vamos nos concentrar em algumas que julgamos bastante significativas. Os fatos alistados a seguir servem para mostrar a dimensão gigantesca do erro cometido por Richard Dawkins ao afirmar que Deus não existe. Não aceitar a existência de um Criador inteligente e pessoal diante dos detalhes relatados a seguir cheira à mais pura ignorância quando não a má fé.
A. Fatos Astronômicos.
1 – O primeiro fato astronômico que precisamos levar em consideração possui as seguintes implicações com relação à estrela que deve existir para que um sistema seja habitado:
• Um planeta, para ser habitado, precisa pertencer a um sistema que tenha uma estrela que iremos chamar, por conveniência, de estrela hospedeira. E esta estrela hospedeira precisa ser, especificamente, de certa variedade, pois precisa ser capaz de prover temperaturas estáveis para o desenvolvimento do planeta por um longo período de tempo.
• Em segundo lugar, esta estrela hospedeira precisa pertencer a um sistema com apenas uma estrela hospedeira – dois terços dos sistemas conhecidos possuem mais de uma estrela. Isto é necessário para a formação de planetas com órbitas como a da terra. Sistemas com duas ou mais estrelas hospedeira não permitem órbitas que sejam compatíveis com o a existência e a manutenção de organismos vivos. Duas estrelas como o nosso sol podem parecer muito bonitas nos filmes de Hollywood, mas não funcionam na prática, no que diz respeito à manutenção da vida.
• Em terceiro lugar a estrela hospedeira precisa ser de tamanho apropriado. Uma estrela muito menor que a nossa estrela hospedeira – o Sol - obrigaria o planeta habitado a percorrer uma órbita mais próxima da estrela visando manter a distância apropriada para a existência da vida – que é a distância onde a água pode existir em forma líquida. Mas esta aproximação acabaria por criar um enorme vagalhão – atualmente mais conhecido como Tsunami – que causaria a diminuição da velocidade do planeta fazendo com que o mesmo “cozinhasse” de um lado como acontece com o planeta Mercúrio. Por outro lado, uma estrela muito maior que nossa estrela hospedeira certamente já teria explodido e se tornado em uma super-nova. Mesmo desconsiderando o efeito causado pelo vagalhão, a estrela hospedeira precisaria ter um tamanho que caísse dentro dos limites representados por 0.83 até 1.2 o tamanho do nosso Sol. Isto é necessário para se evitar o efeito dos chamados “gases verdes” como podemos observar no planeta Vênus, ou uma era do gelo permanente como a que existiria no planeta Marte se o mesmo tivesse água suficiente na superfície.
2. – Um segundo fato astronômico é que a estrela hospedeira precisa iniciar sua própria vida com um disco proto-planetário e este disco precisa ser pequeno e breve. Planetas que pertencem a sistemas solares que possuem discos proto-planetários de porte médio ou gigante acabam por espiralar e terminam engolidos por suas respectivas estrela hospedeiras.
3. – Um terceiro fato astronômico é o que indica a necessidade de que o sistema da estrela hospedeira seja destituído de planetas gigantes que possuam órbitas com excentricidade elíptica exagerada o que causaria, de tempos em tempos, a destruição dos planetas menores.
• A excentricidade elíptica é medida da seguinte forma: e (excentricidade) do círculo é: e = zero e a excentricidade de uma parábola é: e = 1. A excentricidade elíptica varia, portanto, de zero até um. A excentricidade elíptica do planeta Vênus é de 0.007 e do planeta Netuno é de 0.009. Ou seja, as órbitas, apesar de elípticas, são praticamente circulares.
4. Por outro lado, planetas gigantes com excentricidade elíptica reduzida são necessários, se mantidos na distância apropriada, para servir como escudos contra asteróides e cometas que, de outra maneira, atingiriam os planetas menores localizados mais próximos da estrela hospedeira.
5. O planeta habitado precisa manter sua órbita ao redor da estrela hospedeira, mas esta órbita não pode fugir de certo “trilho imaginário” sob o risco de tornar a vida impossível. De acordo com simulações feitas pela NASA, se a órbita da terra fosse apenas 5% mais próxima do Sol, então há muito tempo já teríamos sofrido o resultado final do chamado “efeito estufa” causado pela emissão dos chamados “gases verdes”, e que constitui no aumento da temperatura até o ponto de fervura das águas dos oceanos, causando a evaporação completa dos mesmos. Por outro lado, se o planeta habitado se desgarrar apenas 1% da sua órbita correta, isto já será suficiente para criar uma era glacial com duração mínima de 2 bilhões de anos. Nesta situação os oceanos da terra congelariam completamente e assim permaneceriam fazendo com que a temperatura média da terra fosse de -45ºC – como referência acerca do que esta temperatura significa, basta dizer que um vergalhão de aço congelado a -40ºC pode ser quebrado como se fosse um galho seco de grossura compatível!
6. O planeta habitado precisa também ter o tamanho certo. Não é qualquer planeta que serve! O tamanho do planeta se relaciona diretamente ao tipo de atmosfera que irá existir neste mesmo planeta. E o tipo de atmosfera diz respeito diretamente ao tipo de vida que poderá existir no planeta. O tamanho do planeta também possui implicações diretas relacionadas com as temperaturas que irão existir. Assim temos que:
• O planeta precisa ser grande o suficiente para manter uma atmosfera, caso contrário não teria como reter os gases necessários para a manutenção da vida. Mas não pode ser muito grande, pois isto causaria a retenção de inúmeros gases que não possibilitam a existência de vida. Por outro lado o planeta para ser habitado precisa ser pequeno o bastante, para que a gravidade que ele gera não acabe por esmagar completamente todas as coisas sobre a sua própria superfície.
Hoje sabemos que planetas pequenos e com campos gravitacionais pequenos são incapazes de reter uma atmosfera já que não conseguem reter os gases necessários que acabam por se evaporar no espaço.
Por outro lado, também sabemos que, os planetas maiores acabaram por reter suas atmosferas originais. Estes fatos podem ser ilustrados quando analisamos os planetas Júpiter e Mercúrio.
Júpiter possui uma massa que corresponde a 317 vezes a massa do planeta terra. Este tamanho permite ao planeta Júpiter exercer uma força gravitacional tão imensa que a quantidade de gases retidos na sua atmosfera fazem com que o mesmo pareça ser 1.300 vezes maior que a terra. Assim, se a Terra fosse maior do que é, acabaria por reter enormes quantidades de amônia, hidrogênio e metano o que tornaria a vida impossível, como em Júpiter.
Da mesma forma, o planeta Mercúrio possui uma massa que é equivalente a 1/23 avos da massa da terra o que faz com que sua força gravitacional seja incapaz de reter gases como hidrogênio, oxigênio e vapor de água sendo, portanto, praticamente destituído de qualquer atmosfera. O mesmo aconteceria com a terra se possuísse uma massa menor do que a que possui.
• O planeta Terra possui a quantidade exata de massa para reter ao seu redor uma quantidade de gases que além de dar sustento à vida, protegem os seres vivos dos raios mortais emitidos pela nossa estrela hospedeira – o Sol. O tamanho da terra permitiu que os gases venenosos que existiam no planeta não ficassem retidos na atmosfera, mas se evaporassem no espaço exterior. O único gás venenoso que foi mantido pela força gravitacional da terra foi o dióxido de carbono – conhecido comumente como gás carbônico. Este gás, por sua vez, permitiu a existência de uma vegetação abundante e exuberante. A vegetação, por sua vez, recolhe o dióxido de carbono e através da fotossíntese transforma-o em oxigênio o que possibilita a existência de outras formas de vida que não sejam plantas! Gases, como todos os outros elementos possuem massa específica com alguns sendo mais pesados que outros. Então, o que aconteceu na Terra, foi que os gases impróprios à manutenção da vida, que eram leves o suficiente e a gravidade da terra, que era pequena o suficiente para não retê-los, se combinaram de tal maneira que estes gases puderam subir até deixarem a atmosfera do nosso planeta, permitindo assim o desenvolvimento de variadas formas de vida.
7. Outro aspecto a ser considerado é que o planeta para ser habitado precisa pertencer a um sistema composto de dois planetas como é o caso da Terra com seu satélite que chamamos de lua. A grande maioria das pessoas não entende que a nossa lua é proporcionalmente enorme, quando comparada aos outros satélites dos outros planetas do nosso Sistema Solar. Nossa lua tem o tamanho que tem porque precisa exercer uma função da maior importância. A lua funciona, na prática, como uma âncora que ajuda a manter a Terra rigorosamente no trilho. É o tamanho da nossa lua que garante que o planeta Terra não será afetado pela poderosa força gravitacional de Júpiter. Nossa lua nos protege da força gravitacional de Júpiter e impede, desta maneira, que a Terra saia fora do trilho que precisa percorrer para manter a água em estado líquido e com isso garantir a existência da vida no nosso planeta. Ver no item “5” acerca das graves conseqüências que seriam sofridas pelo planeta Terra caso ele se desloque para fora to trilho que precisa percorrer.
8. Para que existam precipitações regulares e se evitem as desagradáveis conseqüências de um congelamento, o planeta para ser habitável precisa possuir algum tipo de mecanismo que o ajude a evitar o desaparecimento do gás carbônico. Veja bem, a água em estado líquido, apesar de ser extremamente necessária para a existência da vida, segue um ciclo de reações em cadeia que acabam por prejudicar a quantidade de gás carbônico que existe na atmosfera da terra. Para resolver este problema que poderia, finalmente, tornar inabitável o planeta Terra, partes da superfície do nosso planeta afundam de forma permanente em direção ao núcleo da Terra onde o carbonato que existe nestas mesmas partes se decompõe e novas porções de gás carbônico são formadas. Este gás carbônico é, por sua vez, liberado novamente na atmosfera através das erupções vulcânicas. Não conhecemos nenhum planeta que possua movimento de placas tectônicas como o que existe na superfície da terra.
9. O planeta para ser habitado também precisa possuir um mecanismo que possa prover perfeita estabilidade para sua crosta. Curiosamente o planeta terra possui um sistema de crosta composto de duas partes distintas, a saber:
• Nosso planeta possui uma crosta continental de baixa densidade composta de rochas graníticas que faz com que a mesma se mantenha a uma média de 125m acima do nível do mar.
• Por outro lado a crosta dos oceanos é composta de material basáltico que faz com que a média da crosta submersa pelos oceanos seja de 4000m. É o movimento constante das placas tectônicas que recicla, de forma permanente, o magma granítico que nos permite manter nossa posição continental mais elevada em relação aos oceanos.
• Sem esta estabilidade permanente há muito tempo a crosta continental já estaria completamente imersa em água.
Os geologistas S. Ross Taylor e Scott MaLennan afirmam em seu artigo para Scientific American publicado em Janeiro de 1996 o seguinte: “é realmente extraordinário que a terra tenha conseguido manter uma pequena porção de sua crosta, de forma permanente, acima do nível dos oceanos. De todos os planetas, a Terra é o único que nos parece realmente excepcional. Somente um planeta, a Terra, tem sido capaz de gerar significativas porções estáveis de crosta continental e que serve à vida humana de forma tão conveniente”.
Mas não para por aí. Cientistas têm reconhecido que a espessura da crosta terrestre continental possui o tamanho ideal para a manutenção da vida. Uma crosta continental mais espessa atrairia o oxigênio livre na atmosfera para baixo da crosta terrestre onde o mesmo ficaria fixo em forma de vários tipos de óxidos. Por outro lado uma crosta continental menos espessa resultaria em uma atividade tectônica exagerada que causaria simultâneas erupções vulcânicas que acabariam por lançar tantas cinzas na atmosfera que seriam capazes de esconder a luz do sol, para sempre.
J. Em último lugar, mas nem por isso menos importante, um planeta para ser habitado precisa necessariamente ser habitado! Ao contrário do que é muitas vezes veiculado, microbiologistas não têm a menor idéia de como as primeiras criaturas vivas – criaturas capazes de se alimentar, reproduzir e armazenar informações para serem passadas às futuras gerações – conseguiram se formar a partir da matéria inanimada. O microbiologista australiano Michael Denton afirma: “entre uma única célula viva e o mais organizado sistema que encontramos no mundo não biológico, como por exemplo, os cristais ou um floco de neve, existe um abismo tão vasto e absoluto que é impossível de ser compreendido”.
Foi desta maneira que Deus preparou o planeta terra para receber a vida e esta vida é representada em sua maior essência pelo ser humano acerca do qual nos é dito: Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou – Gênesis 1:27.
A parte 1 desse Estudo poderá ser encontrada nesse link:
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2012/07/o-deus-criador-e-desilucao-de-richard.html
A parte 3 desse Estudo poderá ser encontrada nesse link
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2012/07/o-deus-criador-e-desilucao-de-richard_5849.html
Que Deus abençoe a todos
Alexandros Meimaridis
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