Foto que Reproduz a Primeira Página de um Livro atribuído a um anjo de nome Raziel
Essa é uma série cujo propósito é estudar, com profundidade, a vida do Senhor Jesus como apresentada nos quatro Evangelhos. No final de cada estudo você irá encontrar links para outros estudos. A Série tem o título Geral de: Jesus Confronta a Religião, a Sociedade e a Cultura.
Lição 008 – A Revelação
de Deus e o Fim das Religiões — 5.
2. O significado dos
Pseudoepográfos.
Juntamente com os manuscritos do Mar Morto, os escritos de Flávio Josefo e de Philo[1], a Literatura Apocalíptica pseudoepigráfica que compõe a coleção de textos extra-canônicos, são nossas fontes primárias para entendermos tanto o judaísmo entre os dois testamentos, bem como o meio teológico no qual se desenvolveu o cristianismo primitivo. A literatura produzida pelos hebreus não terminou com o último livro do Antigo Testamento. Estritamente falando, o judaísmo se desenvolveu como uma religião após o encerramento do período do Antigo Testamento. São os escritos pseudoepigráficos que nos revelam, de maneira mais objetiva, a compreensão e o desenvolvimento que tiveram lugar na teologia judaica depois do encerramento do cânon do Antigo Testamento. Nestes escritos temos novas características desconhecidas dos livros canônicos. Entre estas nós podemos citar:
1. Uma
doutrina de anjos altamente elaborada.
2. Uma
concentração em aspectos apocalípticos.
3. Especulações
concernentes à vinda do Messias e à natureza da era messiânica;
4. Uma
forte ênfase na doutrina da ressurreição do corpo.
Além
disso, existe um conjunto de idéias religiosas e terminologia bastante
característica neste corpo literário, como, por exemplo: a doutrina das duas
eras — presente e vindoura — o Filho do Homem, etc. Estas idéias e terminologia
são compartilhadas tanto pela literatura pseudoepigráfica quanto pelos autores
do Novo Testamento. Apesar de ser muito difícil de demonstrar que qualquer
autor do Novo Testamento tenha usado, de modo particular, qualquer porção
específica de algum escrito pseudoepigráfico, não é exagero dizer que é
impossível compreender o fundo histórico, teologicamente falando, do Novo
Testamento, sem o estudo destes e de outros escritos judaicos produzidos no período
pré e pós o advento de Jesus.
A
justificativa para a existência dos livros pseudoepigráficos pode ser
encontrada em um deles mesmos, que é conhecido como “O Quarto Livro de Esdras”.
Este livro, que
existe em várias versões foi, provavelmente, escrito originalmente em Hebraico.
Todavia não existe nenhuma cópia conhecida do mesmo nessa língua atualmente. As
cópias existentes estão em latim, siríaco — língua falada pelos antigos sírios
antes da dominação árabe, também chamada de língua aramaica — etiópico, arábico
– duas versões diferentes - e armênio.
Estudiosos acreditam que estas
traduções foram feitas de uma cópia escrita em grego e que também não existe
mais. A cópia mais antiga existente atualmente está em latim e foi grafada por
volta do ano 120 d.C. por um copista ou redator, durante o império de Adriano[2].
Neste livro de 4 Esdras encontramos no capítulo 14, que trata da sétima visão
de Esdras, especialmente nos versos 18—48, uma descrição de como Deus apareceu
a Esdras, já no fim da sua vida, e lhe ordenou que colocasse por escrito toda a
revelação do A.T. inclusive aquela dada a Moisés. Segundo este relato, Esdras
acompanhado de cinco escribas – Seraia, Dabria, Selemia, Elkana e Osiel -
embrenhou-se no campo, onde permaneceu por quarenta dias recebendo e ditando
revelações da parte de Deus. Durante este período, ainda de acordo com a
narrativa do 4 Livro de Esdras, cerca de 94 livros foram ditados e grafados.
Desses, vinte e quatro – são os livros que constituem o cânon hebraico do Antigo
Testamento - deveriam ser revelados ao povo em geral enquanto que os outros
setenta – dos quais não existem cópias física — deveriam ser revelados somente
para os sábios! É desses livros que surge, em toda sua força o judaísmo
existente nos dias de Jesus. É certo que parte desse material acabou
encontrando seu caminho para dentro dos Talmudes — babilônico e de Jerusalém —
além de outras literaturas místicas do judaísmo.
OUTROS ESTUDOS ACERCA DA VIDA DE JESUS PODEM SER ENCONTRADOS NOS LINKS ABAIXO:
001 — Estudos Na Vida de Jesus — Porque Jesus Veio a Este Mundo
002 — Estudos na Vida de Jesus — O Registro Escrito Acerca de Jesus — Parte 001
003 — Estudos na Vida de Jesus — O Registro Escrito Acerca de Jesus — Parte 002.
004 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões —
005 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 2.
006 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 3.
007 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 4.
008 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 5.
009 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 6.
010 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 7.
011 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 8.
012 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 9.
013 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 10.
014 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 11.
015 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 12
016 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 13
017 A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14A
017 B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14B
017 C — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14C
017 D — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14D
018 A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 15A
018 B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 15B
019A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 16A
019B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 16B
020 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 17
Que
Deus abençoe a todos
Alexandros
Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem
que “curtam” nossa página no facebook através do seguinte link:
Desde já agradecemos a todos.
[1] Philo Judaeus, também
conhecido como Philo de Alexandria foi um filósofo judeu de fala grega que
nasceu entre 15 – 10 a.C em Alexandria, no Egito, aonde também veio a falecer
entre 45 – 50 d. C. Philo é considerado o mais representativo de todos os
filósofos do judaísmo helenista. Em seus escritos nós podemos encontrar a
descrição mais clara do desenvolvimento da diáspora. Philo foi o primeiro
pensador a tentar integrar a revelação concedida ao judaísmo com a razão
filosófica dos gregos. Por este seu trabalho, Philo é também reconhecido como o
primeiro teólogo por muitos cristãos.
[2] Adriano - também chamado de
Hadriano, sobrinho e sucessor do imperador Trajano. Hadriano comandou o império
romano de 117 a 138 a.D. e foi o responsável pela unificação e consolidação do
império. Seu nome de nascença era Publius Aelius Hadrianus e seu nome oficial
era Caesar Traianus Hadrianus Augustus. Nasceu em 24 de Janeiro de 76 a.D. na
região chamada de Itálica Baetica — provavelmente onde fica a Espanha moderna —
e faleceu em 10 de Julho de 138 a.D. em Baeia, perto de Nápoles, na Itália.
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