sexta-feira, 26 de outubro de 2012

ESTUDO DA VIDA DE JESUS – PARTE 1 – ESTUDO 008



















 Foto que Reproduz a Primeira Página de um Livro atribuído a um anjo de nome Raziel

Essa é uma série cujo propósito é estudar, com profundidade, a vida do Senhor Jesus como apresentada nos quatro Evangelhos. No final de cada estudo você irá encontrar links para outros estudos. A Série tem o título Geral de: Jesus Confronta a Religião, a Sociedade e a Cultura.

Lição 008 – A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — 5.

2. O significado dos Pseudoepográfos.

Juntamente com os manuscritos do Mar Morto, os escritos de Flávio Josefo e de Philo[1], a Literatura Apocalíptica pseudoepigráfica que compõe a coleção de textos extra-canônicos, são nossas fontes primárias para entendermos tanto o judaísmo entre os dois testamentos, bem como o meio teológico no qual se desenvolveu o cristianismo primitivo. A literatura produzida pelos hebreus não terminou com o último livro do Antigo Testamento. Estritamente falando, o judaísmo se desenvolveu como uma religião após o encerramento do período do Antigo Testamento. São os escritos pseudoepigráficos que nos revelam, de maneira mais objetiva, a compreensão e o desenvolvimento que tiveram lugar na teologia judaica depois do encerramento do cânon do Antigo Testamento. Nestes escritos temos novas características desconhecidas dos livros canônicos. Entre estas nós podemos citar:

1. Uma doutrina de anjos altamente elaborada.

2. Uma concentração em aspectos apocalípticos.

3. Especulações concernentes à vinda do Messias e à natureza da era messiânica;

4. Uma forte ênfase na doutrina da ressurreição do corpo.

Além disso, existe um conjunto de idéias religiosas e terminologia bastante característica neste corpo literário, como, por exemplo: a doutrina das duas eras — presente e vindoura — o Filho do Homem, etc. Estas idéias e terminologia são compartilhadas tanto pela literatura pseudoepigráfica quanto pelos autores do Novo Testamento. Apesar de ser muito difícil de demonstrar que qualquer autor do Novo Testamento tenha usado, de modo particular, qualquer porção específica de algum escrito pseudoepigráfico, não é exagero dizer que é impossível compreender o fundo histórico, teologicamente falando, do Novo Testamento, sem o estudo destes e de outros escritos judaicos produzidos no período pré e pós o advento de Jesus.

A justificativa para a existência dos livros pseudoepigráficos pode ser encontrada em um deles mesmos, que é conhecido como “O Quarto Livro de Esdras”. Este livro, que existe em várias versões foi, provavelmente, escrito originalmente em Hebraico. Todavia não existe nenhuma cópia conhecida do mesmo nessa língua atualmente. As cópias existentes estão em latim, siríaco — língua falada pelos antigos sírios antes da dominação árabe, também chamada de língua aramaica — etiópico, arábico – duas versões diferentes - e armênio.

Estudiosos acreditam que estas traduções foram feitas de uma cópia escrita em grego e que também não existe mais. A cópia mais antiga existente atualmente está em latim e foi grafada por volta do ano 120 d.C. por um copista ou redator, durante o império de Adriano[2]. Neste livro de 4 Esdras encontramos no capítulo 14, que trata da sétima visão de Esdras, especialmente nos versos 18—48, uma descrição de como Deus apareceu a Esdras, já no fim da sua vida, e lhe ordenou que colocasse por escrito toda a revelação do A.T. inclusive aquela dada a Moisés. Segundo este relato, Esdras acompanhado de cinco escribas – Seraia, Dabria, Selemia, Elkana e Osiel - embrenhou-se no campo, onde permaneceu por quarenta dias recebendo e ditando revelações da parte de Deus. Durante este período, ainda de acordo com a narrativa do 4 Livro de Esdras, cerca de 94 livros foram ditados e grafados. Desses, vinte e quatro – são os livros que constituem o cânon hebraico do Antigo Testamento - deveriam ser revelados ao povo em geral enquanto que os outros setenta – dos quais não existem cópias física — deveriam ser revelados somente para os sábios! É desses livros que surge, em toda sua força o judaísmo existente nos dias de Jesus. É certo que parte desse material acabou encontrando seu caminho para dentro dos Talmudes — babilônico e de Jerusalém — além de outras literaturas místicas do judaísmo.

OUTROS ESTUDOS ACERCA DA VIDA DE JESUS PODEM SER ENCONTRADOS NOS LINKS ABAIXO:

001 — Estudos Na Vida de Jesus — Porque Jesus Veio a Este Mundo

002 — Estudos na Vida de Jesus — O Registro Escrito Acerca de Jesus — Parte 001

003 — Estudos na Vida de Jesus — O Registro Escrito Acerca de Jesus — Parte 002.

004 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões —

005 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 2.

006 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 3.

007 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 4.

008 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 5.

009 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 6.

010 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 7.

011 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 8.

012 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 9.

013 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 10.

014 — Estudos Na Vida de Jesus — A Revelação de Jesus e o Fim das Religiões — Parte 11.

015 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 12

016 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 13

017 A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14A

017 B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14B

017 C — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14C

017 D — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 14D

018 A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 15A

018 B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 15B

019A — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 16A

019B — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 16B

020 — Estudos na Vida de Jesus — A Revelação de Deus e o Fim das Religiões — Parte 17


Que Deus abençoe a todos

Alexandros Meimaridis

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Desde já agradecemos a todos.


[1] Philo Judaeus, também conhecido como Philo de Alexandria foi um filósofo judeu de fala grega que nasceu entre 15 – 10 a.C em Alexandria, no Egito, aonde também veio a falecer entre 45 – 50 d. C. Philo é considerado o mais representativo de todos os filósofos do judaísmo helenista. Em seus escritos nós podemos encontrar a descrição mais clara do desenvolvimento da diáspora. Philo foi o primeiro pensador a tentar integrar a revelação concedida ao judaísmo com a razão filosófica dos gregos. Por este seu trabalho, Philo é também reconhecido como o primeiro teólogo por muitos cristãos.

[2] Adriano - também chamado de Hadriano, sobrinho e sucessor do imperador Trajano. Hadriano comandou o império romano de 117 a 138 a.D. e foi o responsável pela unificação e consolidação do império. Seu nome de nascença era Publius Aelius Hadrianus e seu nome oficial era Caesar Traianus Hadrianus Augustus. Nasceu em 24 de Janeiro de 76 a.D. na região chamada de Itálica Baetica — provavelmente onde fica a Espanha moderna — e faleceu em 10 de Julho de 138 a.D. em Baeia, perto de Nápoles, na Itália.

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