O Jornal “O ESTADO DE SÃO PAULO”
publicou no dia 16 de Junho de 2013, em duas reportagens com base numa pesquisa do IBOPE traçando um perfil dos
habitantes da cidade de São Paulo, por grupos religiosos.
Como já era esperado, Católicos
Apostólicos Romanos e os chamados Evangélicos dominam o cenário. O que mais
chama a atenção é que:
1. Os bairros em São Paulo onde
os considerados mais religiosos são: Vila Formosa, Água Rasa, Mooca e Vila
Medeiros.
2. O bairro com o maior número de
pessoas que se declararam agnósticas foi o da Bela Vista.
3. Os judeus somam 34 mil e estão
concentrados — cerca de 10 mil — na região de Higienópolis.
4. Os espíritas apesar de compor
o terceiro maior grupo religioso da cidade de São Paulo somam apenas 448 mil. Esse
número não inclui os 56 mil que são adeptos das religiões afro-brasileiras como
a Umbanda e o Candomblé.
5. Os muçulmanos são 6 mil e os
Budistas 63 mil.
6. Os católicos, curiosamente,
abandonar as classes pobres e a periferia e estão concentrados nos bairros de
classe média e alta.
As reportagens originais
publicadas pelo “O ESTADO DE SÃO PAULO” podem ser vistas na íntegra a seguir:
'Cinturão da
Bíblia' inclui Vila Formosa, Água Rasa e Mooca
Enquanto
isso, a região mais agnóstica é a Bela Vista, na região central; para
especialista, cultura local influi na formação
16 de
junho de 2013
O Estado
de S. Paulo
Os dados
do Ibope também mostram que São Paulo tem seu próprio "Bible belt" -
ou "cinturão da Bíblia", termo usado tradicionalmente para descrever
a zona mais religiosa dos Estados Unidos. Na capital, os bairros que têm mais
pessoas que se declararam adeptas de alguma religião são Água Rasa, Vila
Formosa e Mooca, todos no início da zona leste. Os distritos no entorno, indo
ao norte até a Vila Medeiros, também concentram essa característica.
Nesses
bairros, a maior parte dos fiéis é católica, seguida por evangélicos e
espíritas. No líder, Água Rasa, apenas 4% dos seus moradores declararam ser
ateus ou agnósticos.
O
contraste é grande quando o número é comparado com a Bela Vista, na região
central. Lá, essa taxa é quatro vezes maior - ou seja, praticamente um em cada
cinco moradores não segue nenhuma religião.
Para o
professor João Baptista Borges Pereira, da Universidade de São Paulo (USP), o
"Bible belt" paulistano tem essa característica por causa da própria
cultura do bairro. "São locais onde há pouca imigração recente, e os
moradores costumam ter uma tendência maior de permanência. Assim, cria-se uma
religiosidade de bairro, onde a igreja vira um centro social e uma referência
para a sociabilidade local", explica.
Diversidade.
O mapa da religião revela que existem comunidades fortes concentradas em certos
bairros. Uma das mais famosas delas são os judeus. Dos 34 mil judeus que vivem
na capital, cerca de 10 mil moram nos distritos de Santa Cecília e Consolação,
onde fica o bairro de Higienópolis. Há também números relevantes em outros
distritos de maior renda, como Jardim Paulista e Perdizes, e também no Bom
Retiro, um dos primeiros locais a receber imigração judaica em São Paulo.
Os
espíritas - que compõem a terceira maior comunidade religiosa paulistana, com
448 mil adeptos - estão mais concentrados no Tatuapé, Mooca e Água Rasa, onde
mais de 10% dos moradores declararam seguir esse credo. É nessa região que fica
o Centro Espírita Perseverança, um dos mais tradicionais de São Paulo.
Já a
maioria dos muçulmanos - são cerca de 6 mil na capital - está no Pari,
tradicional bairro comercial que abriga uma das principais mesquitas da cidade.
Os budistas (são 63 mil) se concentram na Saúde, Jabaquara e Liberdade,
distritos que também têm porcentual relevante de imigrantes orientais, como
japoneses e chineses.
Os 56 mil
adeptos de religiões afro-brasileiras, como umbanda e candomblé, estão mais
espalhados pela capital. Em distritos com grande herança de comunidades
africanas, como Tucuruvi e Carrão, cerca de 2% dos seus moradores se declararam
adeptos dessa religião. / R. B. e J. R. T.
Católicos se
concentram em bairros nobres
16 de
junho de 2013
RODRIGO BURGARELLI
E JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO - Agência Estado
São Paulo
pode até ter nome de santo, mas ser católico na capital paulista já deixou há
muito de ser unanimidade. Atualmente, há bairros na zona leste que têm até 12
vezes mais evangélicos do que distritos em áreas mais ricas, proporcionalmente.
O líder nesse quesito é Lajeado, no extremo leste - lá, um em cada três
moradores se declarou evangélico.
Os dados
fazem parte de estudo do Ibope em parceria com o Estadão Dados, com base nos
questionários detalhados do Censo 2010. O levantamento integra a série 96xSP,
que traz reportagens sobre temas como migração e deslocamento nos 96 distritos
da capital.
O mapa
das religiões em São Paulo mostra que não há nenhum distrito em que os fiéis da
Igreja Católica não sejam maioria. Apesar disso, o número de católicos por
evangélicos varia bastante entre as regiões da cidade. Ele é maior justamente
nos bairros mais ricos, como Morumbi, Itaim e Alto de Pinheiros. O líder é o
Jardim Paulista, onde há 12 católicos para cada evangélico. Essa proporção
diminui conforme se afasta dos bairros nobres.
O extremo
da zona leste concentra menos católicos do que qualquer outra área da capital,
mesmo tendo níveis de renda similares a distritos das zonas sul e norte. A
menor taxa é de Lajeado, onde há quase 1 evangélico para cada católico. A
explicação, segundo especialistas, está na distribuição histórica dos templos
religiosos em São Paulo.
"A
zona leste, a partir da Avenida Celso Garcia, tem uma tradição antiga de
igrejas evangélicas. A primeira igreja pentecostal de São Paulo é a Congregação
Cristã do Brasil, no Brás. Ela foi fundada por italianos, mas já na década de
1950 parte dos milhares de nordestinos que vinham para São Paulo ocupar os
bairros mais ao leste dessa área já frequentava esses cultos", explica o
professor emérito de Antropologia da USP, João Baptista Borges Pereira.
Segundo
ele, as igrejas pentecostais e neopentecostais são especialmente atraentes para
imigrantes de menor renda porque foram mais bem-sucedidas em atrair esse
público, tanto por seu discurso de prosperidade quanto por sua importância como
referência social para os recém-chegados.
"O
pentecostalismo é uma religião urbana, ligada ao modo de vida capitalista e ao
trabalhador assalariado", complementa o professor de Teologia da PUC-SP,
Edin Sued. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
ARTIGOS SOBRE ESTATÍSTICAS TRATANDO DE RELIGIÕES
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
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