Atenção
esse artigo é parte de uma série onde pretendemos tratar dos alegados encontros
de poder e de curas maravilhosas que nos são apresentadas todos os dias pelos
pastores midiáticos. No final de cada estudo você encontrará links para outros
estudos.
II. OS PODERES — PARTE 9
δαιμονίον — daimoníon — demônio.
πνεῦμα τὸ
πονηρὸν —
pneûma
tò poniròn — espírito maligno.
ἀγγέλους τε τοὺς μὴ τηρήσαντας τὴν ἑαυτῶν ἀρχὴν— angélous
te toùs me terèsantas tèn eautôn archèn — anjos, os que não guardaram o
seu estado original ou anjos caídos.
G. W.
Leibniz (1646-1716) criador do conceito filosófico da Teodiceia
O problema da
teodiceia[1]
tornou-se uma gigantesca obsessão entre os judeus, começando nos dias do exílio
babilônico e se estendendo até os dias de hoje. Para os judeus, as desgraças que
caíram sobre seu povo são grandes demais para serem atribuídas apenas ao
pecado. Adão e Eva não podem suportar a responsabilidade do peso por todas as
tragédias humanas. Dessa maneira, os rabinos judaicos passaram a mencionar a
narrativa antiga da queda dos chamados “filhos de Deus” de Gênesis 6:1—4 para
tentar explicar a existência do mal que não emana apenas da própria humanidade,
mas também de outros elementos mais elevados. Para eles, esses elementos não
são divinos, mas são transcendentes e sobre-humanos, os quais persistem através
dos séculos como opositores de Deus e da fidelidade humana e que buscam nossa
destruição e perdição, doença e morte. A queda, a ofensa e o julgamento dos
anjos caídos é uma das maiores preocupações da literatura produzida pelo
judaísmo no período entre os dois testamentos e a mais duradora contribuição
feita para o conceito da Teodiceia. Os rabinos judeus acabaram por transformar
a narrativa bíblica numa serie de mitos, distantes da realidade da Palavra de
Deus.
Todavia, estudiosos
desse material, como William Carr, insistem que os termos relativos a poder
usados na literatura judaica, não se referem a espíritos maus, demônios ou
Satanás, mas apenas a poderes angélicos obedientes, que confirmam a condição do
DEUS ETERNO e que, o mundo para o qual o Evangelho veio não era um mundo que
ansiava por libertação desses poderes malignos e que a mensagem cristã não
trata de nenhuma batalha cósmica por meio da qual Cristo resgata a humanidade
do domínio de tais forças. De fato, Carr afirma, que não existe nenhuma
evidência para a crença em forças demoníacas de nenhuma estatura, exceto o
próprio Satanás, até perto do fim do segundo século d.C., e não existe nada na
literatura paulina que se refira a alguma batalha entre Cristo e poderes
hostis.
Concepção artística da Lenda dos
Guardiões
Mas as evidências
escritas disponíveis apontam, quase sempre, para o lado oposto das afirmações
de Carr. No livro apócrifo do “Eclesiástico 16:7” — que Carr dispensa como
sendo “um livro quase sem nenhuma referência a anjos ou demônios — encontrramos
uma das primeiras indicações do interesse em “Guardiões e Gigantes”. O texto em
português da Bíblia de Jerusalém diz: “Deus não perdoou os gigantes de outrora
que se rebelaram, prevalecendo-se de suas forças”. O original hebraico diz:
“Ele não perdoou os príncipes — nasik
— da antiguidade que se revoltaram usando a própria força”. A LXX substitiu
“príncipes” por “gigantes”. No livro apócrifo de “Sabedoria de Salomão”, que
Carr dispensa com o mesmo argumento do anterior, em 14:6 nós lemos: “Pois
quando, nas origens, pereciam os gigantes orgulhosos, a esperança do mundo se
refugiou numa jangada que pilotada por tua mão, aos séculos transmitiu a
semente da vida”. Mas, sem nenhuma dúvida, a vasta maioria das referências
mitológicas a anjos caídos está concentrada nas porções mais antigas do livro
pseudoepigráfico de “1 Enoque”. Somes-se a essas as evidências do livro
pseudoepigráfico dos “Jubileus”, do livro bíblico de Daniel e da literatura
produzida em Qumran e temos uma ampla base para rejeitar a afirmação de Carr,
de que os anjos na literatura judaica são sempre “anjos bons”.
Concepção
Artística de Demônio Mastema
Esses anjos maus que
não guardaram o estado original em que foram criados e que são chamados de
gigantes, morreram durante o dilúvio e seus espíritos continuaram vivos, como
demônios, espíritos maus e “os poderes de Mastema[2]”.
O líder desses seres recebe vários nomes entre os quais podemos citar: Semjaza,
Azazel, Matema, Satanás e Belial — agora o leitor pode entender melhor de onde
procede, praticamente tudo, que é produzido em por Hollywood em termos
cinematográficos, de filme de demônios, tais como: Constatine, Anjos Caídos,
Possuídos e etc. De acordo com os livros pseudoepigráficos de Enoque e Jubileus
os incrédulos e pagãos idólatras adoram esses poderes demoníacos que se
escondem por trás dos belos ídolos, e a linguagem de poder faz referência,
quase com certeza absoluta, a esses seres. Todas essas informações tornam,
praticamente, incompreensíveis as afirmações de Carr. De fato, quando lemos a
literatura judaica produzida entre 200 a.C e 200 d.C., nós podemos perceber que
anjos caídos e demônios recebem, praticamente, a mesma atenção que os anjos
bons.
Concepção
Artística de Uma Cena do Livro de 1 Enoque
De acordo com
1 Enoque 20:1—8 os sete arcanjos têm os seguintes nomes:Uriel, Rafael, Raguel,
Miguel, Seraqâel, Gabriel, e Remiel. Já em 1 Enoque 9:1 apenas quatro são
nominados: Miguel, Uriel, Gabriel e Rafael. Em 1 Enoque 6:7—8 dezenove “chefes
de dez” anjos caídos são citados: Samiazâz, Arâkiba, Râmêêl, Kôkabiêl, Tamiêl,
Râmiêl, Dânêl, Êzêquêél, Barâquîjâl, Asâêl, Armârôs, Batârêl, Anânêl, Zaqîêl,
Samsâpêêl, Satarél, Tûrêl, Jômjâél e Sariél. Já em 1 Enoque 69:1—14 vinte e um
chefes de anjos caídos são mencionados, o que prova que o interesse por essa
especulações persistiu até o final do segundo século d.C. Esses nomes são como
seguem: Samjâzâ, Artâqîfâ, Armêm, Kôkabêl, Tûrâêl, Rûmjâl, Dânjâl, Nêqâêt,
Barâqêl, Azâzêl, Armârôs, Batarjâl, Busasêjal, Hanânêl, Tûrêl, Simâpêsiêl,
Jetrêl, Tûmâêl, Tûrêl, Rûmâêl e Azâzêl.
Não temos dúvida que
o mundo que produziu livros como Jubileus e 1 Enoque acreditava, e muito, em
poderes malignos. E mais, era um mundo que buscava libertação desses Poderes:
“Liberta-me das mãos dos espíritos malignos que têm domínio sobre os
pensamentos dos corações dos homens. E não permitas que eles me conduzam para
longe de ti, meu Deus — Livro dos Jubileus 12:20. Esse é segundo o Livro dos
Jubileus o clamor do próprio Abraão e de todos seus filhos verdadeiros. É bem
possível que foi dentro desse clima espiritual que João foi inspirado pelo
Espírito Santo para escrever as seguintes palavras:
1
João 3:8
Aquele
que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o
princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do
diabo.
Todavia, 1 Enoque e o
Livro dos Jubileus não são os únicos a deter a linguagem dos anjos caídos e dos
poderes do mal. Uma das mais antigas alusões, provavelmente, à narrativa de
Gênesis 6 é a que encontramos em
Salmos
82:6—7
6
Eu disse: sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo.
7
Todavia, como homens, morrereis e, como qualquer dos príncipes, haveis de
sucumbir.
Narrativas
mitológicas de Gênesis 6 são frequentes na literatura judaica do período entre
os testamentos. Na literatura do Novo Testamento é possível que os versos a
seguir façam alguma referência à narrativa de Gênesis:
Romanos
8:38
Porque
eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os
principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes.
1
Coríntios 6:3
Não
sabeis que havemos de julgar os próprios anjos? Quanto mais as coisas desta
vida!
1
Coríntios 11:10
Portanto,
deve a mulher, por causa dos anjos, trazer véu na cabeça, como sinal de autoridade.
2
Pedro 2:4
Ora,
se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os
entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo.
Judas
6
E
a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu
próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o
juízo do grande Dia.
Dos versos acima nós
podemos concluir:
1. Que o julgamento
dos anjos mencionado em 1 Coríntios 6:3 indica que alguns deles pecaram e,
portanto, caíram.
2. Romanos 8:38 também
pode ser uma referência a esses anjos malignos que procuram nos separar do amor
de Deus.
3. 1 Coríntios 11:10
é melhor explicado como uma referência ao livro pseudoepigráfico “Testamento de
Rúben 5:5-6”, que também associa a cabeça da mulher com a cobiça dos Guardiões
ou anjos caídos.
Na igreja cristã
primitiva, os cristãos eram instruídos na arte do discernimento entre bons e
maus espíritos:
1
Coríntios 12:1—3, 10
1
A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.
2
Sabeis que, outrora, quando éreis gentios, deixáveis conduzir-vos aos ídolos
mudos, segundo éreis guiados.
3
Por isso, vos faço compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus
afirma: Anátema, Jesus! Por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus!,
senão pelo Espírito Santo.
10
a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de
espíritos; a um, variedade de línguas; e a outro, capacidade para
interpretá-las.
1
Coríntios 14:12
12
Assim, também vós, visto que desejais dons espirituais, procurai progredir,
para a edificação da igreja.
1
João 4:1
Amados,
não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de
Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora.
Os cristãos devem ser
capazes de distinguir entre o Espírito Santo e os espíritos malignos. O uso de
“demônios” e “espíritos malignos” é bastante extenso para ser tratado aqui e
agora. Mas podemos, pelo menos, apresentar um breve resumo do mesmo:
1. A expressão daimonion ocorre 63x no Novo Testamento.
Nos Evangelhos ela se refere a possessão demoníaca; já no Livro dos Atos, em
Paulo e no Apocalipse se refere à adoração de demônios como se fossem algum
deuses. Daimôn é usada apenas uma vez
no mesmo sentido de daimonion. O
verbo daimonizomai ocorre 13 vezes,
todas nos Evangelhos. “Espíritos malignos”, “Espíritos imundos” e “Espíritos
demoníacos” ocorrem 51 vezes todas nos evangelhos Sinóticos.
Por agora é
suficiente dizer que Jesus considerava seus atos de exorcismo e libertação dos
cativos do Diabo, como um verdadeiro ataque contra o reino de Satanás e uma
indicação que o Reino de Deus estava raiando. O Evangelho é em muitos sentidos
uma batalha cósmica na qual Jesus vem para resgatar os seres humanos do domínio
dos poderes do mal.
No próximo estudo vamos
falar dos “Anjos das Nações”. Até lá.
LISTAS DOS ESTUDOS DE ENCONTROS DE PODER
001 — Introdução =
002 — A Linguagem de “Poder” no Novo Testamento = Expressões Diversas
003 — A Linguagem de “Poder” no Novo Testamento = ἀρχῆ — arché e ἄρχων — árchon.
004 – A linguagem de “Poder” no Novo Testamento = ἐξουσίαις – exousías – potestades, autoridades.
005 – A linguagem de “Poder” no Novo Testamento = δυνάμεις — dunámeis — poderes.
006 – A linguagem de “Poder” no Novo Testamento = Θρόνοι— thrónoi — tronos.
007 — A Linguagem de “Poder” no Novo Testamento = κυριοτῆς — kuriotês — domínio.
008 — A Linguagem de “Poder” no Novo Testamento = ὀνόματι — onómati — nome.
009 — A Linguagem de “Poder” no Novo Testamento = ἄγγελοs — ággelos — anjo.
010 — A Linguagem de “Poder” no Novo Testamento = δαιμονίον — daimoníon — demônio, πνεῦμα τὸ πονηρὸν — pneûma tò poniròn — espírito maligno, ἀγγέλους τε τοὺς μὴ τηρήσαντας τὴν ἑαυτῶν ἀρχὴν— angélous te toùs me terèsantas tèn eautôn archèn — anjos, os que não guardaram o seu estado original ou anjos caídos.
011 — A Linguagem de “Poder” no Novo Testamento = ἀγγέλους τῶν ἐθνῶν — angélous tôn ethnôn — anjos das nações.
012 — A Linguagem de “Poder” no Novo Testamento = ἀγγέλους τῶν ἐθνῶν — angélous tôn ethnôn — anjos das nações — Parte 2.
013 — A Linguagem de “Poder” no Novo Testamento = ἀγγέλους τῶν ἐθνῶν — angélous tôn ethnôn — anjos das nações — Parte 3 — Final.
014 — A Evidência do Novo Testamento – Parte 1 — Introdução
015 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 2 — As Passagens Disputadas — 1 Coríntios 2:6—8 — Parte 1
016 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 3 — As Passagens Disputadas — 1 Coríntios 2:6—8 — Parte 2
017 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 3 — As Passagens Disputadas — Romanos 13:1—3
018 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 4 — As Passagens Disputadas — Romanos 8:31—39
019 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 5 — As Passagens Disputadas — 1 Coríntios 15:24—27a — PARTE 1
020 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 6 — As Passagens Disputadas — 1 Coríntios 15:24—27a — PARTE 2
021 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 7 — As Passagens Disputadas — Colossenses 3:13—15 — PARTE 1
022 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 8 — As Passagens Disputadas — Colossenses 3:13—15 — PARTE 2
023 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 9 — As Passagens Disputadas — Efésios 1:20—23 — AS REGIÕES CELESTIAIS — PARTE 1
024 — A Evidência do Novo Testamento — Parte 10 — As Passagens Disputadas — Efésios 1:20—23 — AS REGIÕES CELESTIAIS — PARTE 2
025 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 11 — As Passagens Disputadas — EFÉSIOS 1:20—23 — PARTE 3
026 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 12 — As Passagens Disputadas — EFÉSIOS 1:20—23 — PARTE 4
027 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 13 — As Passagens Disputadas — EFÉSIOS 1:20—23 — PARTE 5
028 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 14 — As Passagens Disputadas — EFÉSIOS 1:20—23 — PARTE 6
029 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 15 — As Passagens Disputadas — EFÉSIOS 1:20—23 — PARTE 7 — A DESTRUIÇÃO DA MORTE E DE SEUS ALIADOS
030 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 16 — As Passagens Disputadas — COLOSSENSES 1:16 — A CRIAÇÃO DE TODAS AS COISAS POR MEIO DE E PARA O PRÓPRIO CRISTO
031 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 16 — As Passagens Disputadas — COLOSSENSES 1:16 — TENTANDO DEFINIR OS PODERES
032 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 16 — As Passagens Disputadas — COLOSSENSES 1:16 — TENTANDO DEFINIR OS PODERES —PARTE 002
033 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 17 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 001
034 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 18 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 002
035 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 19 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 003
036 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 20 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 004
037 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 21 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 005
038 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 22 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 006
039 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 23 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 007
040 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 24 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 008
041 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 25 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 009
042 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 26 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 010
043 — A Evidência do Novo Testamento — PARTE 27 — As Passagens Disputadas — OS ELEMENTOS DO UNIVERSO — PARTE 011 — O PRÍNCIPE DA POTESTADE DO AR
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/02/encontros-de-poder-043-evidencia-do.htmlQue Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
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