ESTE ESTUDO É PARTE DE UMA SÉRIE DE ESTUDOS APRESENTADOS EM NOSSA IGREJA ATENDENDO À SOLICITAÇÃO DE UM DOS NOSSOS MEMBROS ACERCA DE “QUEM” PODERIA SER A MULHER MENCIONADA EM APOCALIPSE 12:1? NO FINAL DESSE ESTUDO VOCÊ ENCONTRARÁ OS LINKS PARA OS OUTROS ESTUDOS DESSA SÉRIE.
Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra
o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos — Apocalipse 12:7.
Houve peleja no céu — Existe uma narrativa duma guerra no céu em 2 Macabeus
5:2—4 que diz: “2. Aconteceu que em toda a cidade e
por mais de quarenta dias apareceram, correndo pelos ares, cavaleiros vestidos
de ouro e armados com lanças, coortes armadas, espadas desembainhadas, 3.
esquadrões alinhados para a batalha, perseguições e choques de um lado e de
outro, movimentos de escudos, florestas de lanças, tiros de dardos, armaduras
de ouro resplandecentes e couraças de todo o gênero. 4. Por isso, todos oravam
para que tais aparições produzissem felizes resultados”.
Mas a narrativa
acima parece mais um espetáculo fantasioso no céu, enquanto nosso texto, de
Apocalipse, fala duma guerra prá valer.
A primeira coisa
que temos nos perguntar diante desse verso é se o mesmo se refere a uma batalha
que já ocorreu ou se diz respeito a algo que ainda irá acontecer. A intenção da
peleja parece clara: Satanás deseja retornar à presença de Deus, pela força. A
impressão que esse autor tem é que tal peleja, não diz respeito nem à expulsão
original de Satanás da presença de Deus — interpretação muito influenciada pelo
poema épico “Paraíso Perdido” de John Milton que viveu entre 1608—1684 — nem se
trata dum quadro da vitória de Cristo sobre Satanás na Cruz — ver João 12:31.
Parece mesmo tratar-se de um prelúdio cósmico ao fim dos tempos. É a única
coisa capaz de explicar a terrível perseguição que será derramada sobre a
Igreja do Senhor nos dias da tribulação final — conforme Apocalipse 13—14. Por
outro lado, se o hino contido em Apocalipse 12:10—12 for tomado como uma
descrição profética, então Satanás acabou de ser precipitado para a terra e,
sabendo que pouco tempo lhe resta — verso 12 — voltou toda sua ira contra a
igreja dos dias do apóstolo João. Mas é muito importante nos lembrarmos que: em
se tratando de literatura apocalíptica não é conveniente pressionarmos demais
nenhum ponto. Tudo o que esse verso nos afirma, de forma introdutória, é que a
ira de Satanás é resultado direto da sua derrota no céu.
No judaísmo
pré-cristão Miguel, que tinha sido concebido como patrono de Israel em oposição
aos anjos padroeiros dos gentios, mais tarde passou a ser considerado como
guardião dos justos de todas as nações, e mais tarde ainda sofreu outras
modificações. Esse conceito colocava Miguel em direta oposição a Satanás, a
própria personificação do mal. A grande batalha de Miguel deveria acontecer no
final dos tempos a favor de Israel. Se essa última ideia for combinada com o
conflito descrito em Apocalipse 12:7 acima, então o conflito entre Miguel e
Satanás deverá acontecer nos fim dos tempos, muito próximo do clímax de todas
as coisas.
Concepção Artística de Miguel
Miguel, o Arcanjo — Miguel era a maior figura do grupo dos anjos no
judaísmo primitivo. Mesmo assim ele é mencionado apenas 3 vezes no Antigo
Testamento:
1. Daniel 10:13 — Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e
um dias; porém Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu
obtive vitória sobre os reis da Pérsia.
2. Daniel 10:21 — Mas eu te declararei o que está expresso na escritura da
verdade; e ninguém há que esteja ao meu lado contra aqueles, a não ser Miguel,
vosso príncipe.
3. Daniel 12:1 — Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o
defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve,
desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu
povo, todo aquele que for achado inscrito no livro.
E apenas duas
vezes no Novo Testamento:
1. Judas 9 — Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e
disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório
contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda!
2. Apocalipse 12:7 — ver acima.
Curiosamente ele
é mencionado uma única vez nos volumosos escritos dos pais da Igreja, no livro
“Similitudes de Hermas 8.3.3”. Em Daniel 10:13—21, Gabriel — o único outro anjo
chamado especificamente pelo seu nome em todo o Antigo Testamento — ver Daniel
9:21 — diz que ele e “o príncipe do reino da Pérsia” — isso é, um anjo
representando o império persa — lutaram por 21 dias até que ele foi ajudado por
Miguel e venceu a batalha. Em Daniel 10:20 o “príncipe da Pérsia e o príncipe
da Grécia” são mencionados e, ao que parece, esses príncipes nada mais são do
que os anjos nacionais da Pérsia e da Grécia. Começando com Daniel, Miguel é
considerado como Μιχαηλ ὁ ἄρχων — Michael o árchon — Miguel, o príncipe — na
versão de Teodoreto[1]
da LXX, também chamado de Μιχαηλ ὁ ἄγγελος ὁ
μέγας — Michael o ággelos o mégas — Miguel o Grande Anjo — na
versão grega antiga, o qual tem a responsabilidade de defender os filhos de
Deus — cf. Daniel 12: e comparar com 1 Enoque 20:5 — Miguel,
um dos santos Anjos, foi estabelecido sobre a parte melhor dos homens, sobre o
povo de Israel e sobre o Caos.
Apocalipse 12:7
é a passagem mais antiga que dispomos como prova que a Igreja Primitiva tinha a
ideia que Miguel era o número um na hierarquia celestial. Como nosso texto diz
que ele comanda anjos, ele não é descrito apenas como um arcanjo, mas como ἀρχιστράτηγος — archistrátegos — algo equivalente a “marechal de campo” em sua
função ou talvez apenas como um título. Muitos livros pseudoepigráficos usam
essa mesma expressão. Entre esses, nós podemos citar: 1) Apocalipse de Paulo
14, onde anjos maus lutam contra anjos bons para impedir que uma alma sem
pecado consiga entrar no céu. O texto diz, literalmente, o seguinte: “Miguel e todas as hostes de anjos adoram a Deus. Deus, por sua vez,
entrega a alma que não pecou para que Miguel a conduza ao paraíso de júbilo
onde deverá aguardar a ressurreição”; 2) Ainda em Apocalipse de Paulo 43, Miguel é
novamente descrito como descendo do céu “e com ele toda uma hoste de anjos”; 3)
No Evangelho de Bartolomeu 4:29, uma produção pseudoepigráfica do século IV
d.C., Miguel é chamado de: “o capitão das hostes de cima”.
Miguel é
expressamente distinguido dos 70 anjos que são considerados patronos das
nações. Esse conceito talvez tenha se originado de Gênesis 10 — a Tábua das
Nações — que apresenta uma lista contendo 70 nações. Paralelo a esse fato,
temos o envio de Jesus de 70 discípulos, algo que seria representativo também
das 70 nações —
Deuteronômio 32:8—9
8 Quando o Altíssimo distribuía as heranças às nações, quando
separava os filhos dos homens uns dos outros, fixou os limites dos povos,
segundo o número dos filhos de Israel.
9 Porque a porção do SENHOR é o seu povo; Jacó é a parte da
sua herança.
E do Livro dos
Jubileus 15:31—32 — “31 E ele o santificou (o povo de
Israel), e o ajuntou dentre todos os filhos dos homens, pois existem muitas
nações e muitos povos, e todo lhe pertencem, e sobre todos Ele colocou
espíritos de autoridade para fazê-los se afastarem dele. 32 Mas sobre Israel
Ele não indicou nenhum malak — príncipe — ou espírito, pois Ele apenas é seu
governante e Ele os preservará e exigirá cada um deles das mãos dos Seus
malakim e dos Seus Espíritos e das mãos de todos os poderosos, para que possa
preservá-los e abençoá-los, para que possam ser Seus e Ele ser deles, desde
agora e para sempre”.
Todavia, em
outro livro apócrifo “O Testamento dos Doze Patriarcas” Miguel não aparece com
protetor apenas do povo de Israel, mas de todos os justos em geral. Assim,
podemos ler o seguinte:
Testamento de Levi 5:3 — “Mas eu falei-lhe: ‘Peço-te, Senhor,
dize-me o teu nome, para que eu possa invocar-te nos Dia da Tribulação. Ele
disse: Eu sou aquele anjo que intercede pelo povo de Israel, para que não seja
completamente aniquilado. Todo espírito mau atenta contra ele’. Então acordei,
louvei o Altíssimo e também o Anjo que intercede pelo povo de Israel e por
todos os justos”.
Testamento de Dã 6:2 — “Ele sabe que o reino do Inimigo
cessará no dia em que Israel fizer penitência. O Anjo da paz fortalece Israel,
para que não venha a cair na pior desgraça. E mesmo Israel continuando na
impiedade, ainda assim o Senhor não o abandona: o Anjo convertê-lo-á num povo
que cumprirá Sua vontade; assim, nenhum Anjo se lhe compara. O seu nome estará
presente em todos os lugares de Israel, bem como entre os pagãos”.
Em fontes
judaicas da antiguidade, Miguel é chamado de ἀρχάγγελος — archángelos — arcanjo. Isso pode ser visto no Testamento de Abraão; O livro de Adão
e Eva; Parábolas de Jeremias, Apocalipse Grego de Baruque; 4 Livro de Baruque;
Testamento de Moisés; Livro dos Jubileus. Nessas fontes Miguel também é chamado
de ἀρχιστράτηγος — archistrátegos — algo equivalente a
“marechal de campo”— como vimos antes no próprio Apocalipse — em livros tais
como: O Testamento de Abraão; 3 Apocalipse de Baruque; Apocalipse Grego de
Esdras, onde Miguel é referido como השׂר הגדול — hassar hagadol — o grande príncipe, que
equivale a citação que já mencionamos de Daniel 12:1 Μιχαηλ ὁ
ἄρχων — Michael o árchon — Miguel, o príncipe. Miguel, curiosamente, não é mencionado
na literatura rabínica que encontramos na Mishná.
Já na LXX, o
título ἀρχιστράτηγος — archistrátegos — marechal de campo é usado
duas vezes para se referir a seres celestiais — Josué 5:14 e Daniel 8:11. Na
tradição judaica antiga, Miguel estava, geralmente, associado com um grupo
restrito de seres celestiais que eram chamados pelos judeus de “anjos da
presença”. Esses anjos eram identificados com um grupo de “quatro arcanjos”
conforme podemos ver em: 1 Enoque 9:1; 40:9; 54:6; 71:8,9, 13; Apocalipse de
Moisés 40:3; Oráculos Sibilinos 2:215; Números Rabba 2:10; Pesiq Rab Kah 4; ou
com “sete arcanjos”: ver Tobias 12:15; 1 Enoque 20:1—7. O número sete está
diretamente relacionado ao conceito que existia na antiguidade pela qual se
acreditava que existiam sete planetas — isso incluindo o sol e a lua.
De acordo com
essas tradições, esses anjos são vistos como tendo a responsabilidade de
supervisionar certas atividades: Rafael supervisiona as curas; Gabriel, as
guerras; Miguel cuida das orações e das súplicas do povo de Deus. Esse último
é, muitas vezes, mencionado como o anjo mais importante, como acontece no Testamento de Abrão 4:5, onde lemos: “Esse Miguel é o primeiro dos anjos”. Miguel também está
envolvido na luta escatológica entre os filhos da luz contra os filhos das
trevas de Qumram. Apesar de Miguel ser mencionado apenas três vezes no chamado
“Rolo da Guerra”[2]
— 1QM 9:15—16; 17:6—8 — é muito provável que o mesmo tivesse um papel bem maior
na angelologia da comunidade em Qumram, do que pode parecer à primeira vista. O
dualismo ético de Qumran via todas as pessoas como, em última instância,
influenciadas por dois seres sobrenaturais em conflito — 1QS[3] 2:18—19:
o רוח האמת — rûaḥ ha˒ĕmet — o “Espírito da Verdade” e o רוח העול — rûaḥ hā˓āwel — o “Espírito do Mal”. Já a expressão מלאךְ חושׁךְ —
mal˒ak ḥôıšek — “Anjo das Trevas”, sem nenhuma dúvida, se refere a Belial, i.e., Satanás —
1QS 1:17—18; 3:20—21; CD 5:18—19[4] — ao
passo que a expressão שׂר אורים — śar˒ôrı̂m — “Príncipe das Luzes” — 1QS 3:20: CD 5:18 — ou שׂר מאור — śar mā˒ôr — o “Príncipe da Luz” — (1QM 13:10), ou “Anjo da
Verdade”, se referem a Miguel. Note que ambos possuem o mesmo título שׂר — śar — “príncipe”, tanto em 1QS 3:20 como em Daniel 12:1 — que cita
apenas Miguel.
Miguel e
Melquisedeque também estão, provavelmente, identificados em 4QAmram 3:2. Tanto
o “Anjo da Luz” — Miguel — e Belial possuem exércitos de anjos à disposição —
1QM 13:10—12. Miguel é apresentado em Daniel 10:21 e Judas 9 como aquele que
guerreia contra as forças do mal. Ele é aquele que “segura as chaves do reino”
— 3 Apocalipse de Baruque Eslavônico 11:2 — e como aquele que transporta as
orações dos santos de Deus — 3
Apocalipse de Baruque Eslavônico 11:4. Ele é designado como o “grande príncipe”
— ver Daniel 12:1; b. Hag. 12b; b. Menah. 1; b. Zebah 62a — o comandante chefe
das forças angélicas – ver Daniel 10:13, 21; 2 Enoque 22:6; 33:10; Testamento
de Abraão 14; 3 Apocalipse de Baruque em grego 11:4, 6.
A intervenção de
Miguel nos últimos tempos é uma grande necessidade reconhecida tanto pela
literatura bíblica como pela pseudoepigráfica: ver Daniel 12:1; 1 Enoque 90:14
e, mais tarde, o livro que fala da suposta Ascensão de Moisés 10:1.
O Dragão — Como sabemos pelo próprio texto de Apocalipse 12:9 esse
dragão é também chamado de: a antiga serpente, que se chama diabo
e Satanás, o sedutor de todo o mundo.
De acordo com o
pensamento judaico, Satanás era, originalmente, um anjo que tentou se igualar
com Deus. Como resultado disso ele foi precipitado do céu, juntamente com seus
anjos, por onde vagueia desde então — ver 2 Enoque ou O Livro dos Segredos de Enoque 29:—3—4 — “E um da ordem
dos anjos, tendo se rebelado juntamente com a ordem que se encontrava abaixo
dele, concebeu um pensamento impossível, de colocar seu trono acima das nuvens
e acima da terra, de tal maneira que pudesse tornar-se igual a mim em poder.
Então eu o lancei fora das alturas com seus anjos e ele estava voando pelo ar,
continuamente, sobre o abismo”. Uma citação semelhante aparece no livro pseudoepigráfico de
“O Livro de Adão e Eva” 1:6, na tradução feita por Malan. Esses versos deixam
claro que, uma vez, Satanás — uma mera criatura — tentou estabelecer seu trono
em pé de igualdade com o Deus ETERNO e Criador de todas as coisas. Por esse
motivo Satanás foi expulso da presença de Deus.
Todavia, junto
com essas tradições, a Bíblia e os escritos não bíblicos, nos falam que Satanás
ainda preservou certas prerrogativas de frequentar o céu — a presença de Deus —
ver Jó 1:6—7; Zacarias 3:1—4; 1 Enoque 40:7; Efésios 1:3, 9—10; 2:6; 3:10;
6;12; Ascensão de Isaías 7:9—11; 2 Enoque 7:1. É a existência dessas duas
visões — expulso da, mas ainda permitido a frequentar a presença de Deus — que
cria a grande expectativa escatológica, como a que encontramos aqui em
Apocalipse 12, de acordo com a qual,
Satanás é lançado para fora do céu por Miguel, numa das batalhas entre o Reino
de Deus e o reino das trevas. Tudo isso deve ser comparado com as palavras do
próprio Cristo como registradas em Lucas 10:18 e João 12:31.
Todos esses
versos nos ensinam que o mal já foi arrancado de seu trono de poder, o qual ele
detinha de forma imprópria e que, o primeiro e mais importante estágio da
derrocada completa de Satanás já foi alcançado — especialmente pela obra
redentora de Jesus realizada sobre a cruz do Calvário, associada à Sua
ressurreição, ascensão e o derramamento do Espírito Santo. Portanto, nesse
exato momento, o campo de atuação do Diabo está severamente limitado. Existe,
na mitologia persa, uma passagem que dá conta que uma vez, Arimã — o senhor das
trevas — invadiu o céu de onde foi, prontamente, expulso. Mas a narrativa do
Zoroastrianismo é posterior a narrativa bíblica encontrada no Gênesis. Idéias
semelhantes foram adotadas pelo maniqueísmo[5] e pelos
seguidores do mandeísmo[6] e pelos
gregos.
Mas na religião
persa nós encontramos não apenas o mito cosmológico como também a expectativa
escatológica. De acordo com essa expectativa persa, nos últimos dias vai
existir uma guerra no céu, onde Ahura-Mazda e os Amshaspands irão lutar contra
Angra Manyu e seus seguidores e vencê-los e destruirão tanto esses, como a
serpente chamada Gokihar.
Outras passagens
que devem chamar nossa atenção são:
Efésios 2:2 onde Satanás é chamado de “Príncipe da Potestade
do Ar”. A narrativa babilônica da deusa Ishtar, a
deusa da estrela da manhã, é uma história paralela. Alusões à queda de Satanás
podem ser encontradas, possivelmente em:
Isaías 14:12 — “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho
da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações”! O texto de Isaías está
fazendo referência ao imperador babilônico, mas é possível que existam
implicações que vão mais além. Mas todas as afirmações devem ser feita de modo
ponderado, já que é impossível termos certeza absoluta que o texto de Isaías
estaria se referindo a algum outro personagem, além do rei da Babilônia.
Ezequiel 18:12—19 é uma passagem bem mais complexa que a de Isaías e é
difícil separarmos o rei de Tiro de outro personagem que, aparentemente, também
é descrito nos mesmo conjunto de versos. Mas como falamos acerca de Isaías,
também devemos usar de muita cautela nessa passagem.
Uma idéia
semelhante pode ser encontrada em:
1 Timóteo 3:6 — “Não seja neófito, para não suceder que se
ensoberbeça e incorra na condenação do diabo”.
Nessa passagem o
pecado de orgulho está bem caracterizado como tendo sido cometido pelo Diabo e
a mesma situação é usada para recomendar o cuidado que se deve ter com pessoas
que alcançam ascensões meteóricas dentro da igreja, pois estão sujeitas a cair
na prática do mesmo pecado, e com isso, também estão sujeitas ao mais severo
juízo de Deus e na consequente condenação, como aconteceu com o próprio Diabo.
Que é o próprio Diabo quem está por trás dessa atitude, fica claro pelo
versículo seguinte —
1 Timóteo 3:7
Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos
de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo.
OUTROS ESTUDOS EM APOCALIPSE 12
001 — INTRODUÇÃO – Literatura Apocalíptica e o Conceito de Quiasmo
002 — INTRODUÇÃO – Tema Central e Significado Perene
003 — APOCALIPSE 12:1A — VIU-SE UM GRANDE SINAL NO CÉU — UMA MULHER — PARTE 1
004 — APOCALIPSE 12:1B — VIU-SE UM GRANDE SINAL NO CÉU — UMA MULHER — PARTE 2
005 — APOCALIPSE 12:2—3 — A MULHER E O DRAGÃO — PARTE 1
006 — APOCALIPSE 12:3 — A MULHER E O DRAGÃO — PARTE 2
007 — APOCALIPSE 12:4 — A MULHER E O DRAGÃO — PARTE 3
008 — APOCALIPSE 12:5 — A MULHER E O FILHO QUE ELA DEU À LUZ
009 — APOCALIPSE 12:6 — A FUGA DA MULHER E A PROVISÃO DIVINA
010 — APOCALIPSE 12:7 — A PELEJA NO CÉU — PARTE 1
011 — APOCALIPSE 12:8 — A PELEJA NO CÉU — PARTE 2
012 — APOCALIPSE 12:9 — O DRAGÃO, A ANTIGA SERPENTE, SATANÁS E O DIABO
013 — APOCALIPSE 12:10 — O DRAGÃO FOI EXPULSO DO CÉU
014 — APOCALIPSE 12:11 — VENCEDORES POR CAUSA DO SANGUE DO CORDEIRO E PORQUE NÃO AMARAM MAIS APRÓPRIA VIDA
015 — APOCALIPSE 12:12 — FESTA NOS CÉUS E DORES NA TERRA
016 — APOCALIPSE 12:13 — O DRAÇÃO FOI ATIRADO PARA A TERRA
017 — APOCALIPSES 12:14 — A MULHER FOGE PARA O DESERTO
018 — APOCALIPSES 12:15—18 — O DRAGÃO DESISTE DA MULHER E VAI PERSEGUIR O RESTANTE DO POVO DE DEUS — FINAL
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2014/05/apocalipse-121517-o-dragao-persegue-o.htmlQue Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que
puderem que “curtam” nossa página no facebook através do seguinte link:
Desde já agradecemos a todos.
[1] Teodoreto de Cirro foi um influente
autor, teólogo e religioso cristão do mundo antigo, bispo de Cirro, na Síria.
[2] A Abreviação 1QM representa o “Rolo da
Guerra” encontrado na caverna designada pelo número 1 em Qumram e que descreve
a luta dos Filhos da Luz contra os Filhos das Trevas.
[3] A
abreviação 1QS representa o rolo Serek hayyahad encontrado na caverna designada
pelo número 1 em Qumram e seu conteúdo é conhecido como: Regra da Comunidade ou Manuel de Disciplina.
[4] A
abreviação CD é usada para designar o chamado “Documento de Damasco” que está,
geralmente, relacionado com as descobertas feitas na caverna designada pelo
número 4 de Quemram.
[5]
Miniqueísmo — O Maniqueísmo é uma filosofia religiosa sincrética e dualística
fundada e propagada por Maniqueu que divide o mundo simplesmente entre Bom, ou
Deus, e Mau, ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má, e o espírito,
intrinsecamente bom. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um
adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do Bem e do
Mal.
[6] Mandeísmo
é uma religião pré-cristã classificada por estudiosos como gnóstica. Muitos
acreditam que ex discípulos de João Batista que não aceitaram Jesus, como o
Messias de Israel, fundaram essa religião que continua existindo até os dias de
hoje em certas localidades do Iraque moderno.
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