Esse artigo é parte da
série "Parábolas de Jesus" e é muito recomendável que o leitor
procure conhecer todos os aspectos das verdades contidas nessa série, com
aplicações para os nossos dias. No final do artigo você encontrará links para
os outros artigos dessa série.
Sermão 026
A
PARÁBOLA DO DA MÃO NO ARADO
lUCAS
9:61—62
61 Outro lhe disse:
Seguir-te-ei, Senhor; mas deixa-me primeiro despedir-me dos de casa.
62 Mas Jesus lhe
replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o
reino de Deus.
Introdução
A. Como
vimos nos dois sermões anteriores desse contexto, Jesus está iniciando aquela
que seria sua última viagem para Jerusalém.
B. Neste
início de viagem ele mantém três breves diálogos com três indivíduos que
queriam ser seus discípulos.
C. Do
primeiro diálogo, nós aprendemos que se queremos seguir a Jesus nós precisamos
saber que estamos nos associando com o Filho do Homem em seus aspectos de humildade
e rejeição, e temos que saber que da mesma maneira como o mundo odiou o Senhor
Jesus, nós também seremos odiados e não aclamados.
D. Do
segundo diálogo nós aprendemos que nenhum tipo de pressão social pode se
interpor entre nós e o Senhor Jesus. Quando Jesus nos ordena “segue-me” temos
que nos mexer e nos envolver na proclamação do Evangelho do Reino.
E. Hoje
iremos nos ocupar do terceiro diálogo.
I. O Terceiro Diálogo
Lucas 9:61—62
61 Outro lhe disse:
Seguir-te-ei, Senhor; mas deixa-me primeiro despedir-me dos de casa.
62 Mas Jesus lhe
replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o
reino de Deus.
A. Como
o primeiro candidato a discípulo, esse também se oferece voluntariamente para
seguir a Jesus.
B.
Mas como o segundo candidato, esse também tem uma pré-condição.
C. Sua
pré-condição é: deixa-me primeiro despedir-me dos de casa.
D. A
palavra grega aqui traduzida como despedir-me, vem do verbo grego ἀποτάξασθαι —
apotáxasthai — que significa: “dizer adeus” ou “despedir-se”.
E. É
importante entendermos que ao contrário da nossa cultura, no Oriente Médio,
quando alguém vai sair de casa ele tem que pedir autorização para fazê-lo da
parte daqueles que estão ficando. Somente os que ficam para trás é que
realmente podem dizer “adeus”. Aquele que deseja se ausentar precisar ter
autorização para fazê-lo.
F. O
verdadeiro significado deste texto tem sido obscurecido pelas nossas concepções
culturais e pela tradução direta de “despedi-me”.
G. O
que o texto nos diz é que esse candidato a discípulos não está somente querendo
passar em casa para se despedir dos seus pais. Ele quer passar em casa para conseguir a aprovação
dos Pais para seguir ao Senhor.
H. Como
os outros dois antes dele, este candidato não quer realmente seguir o Senhor.
Ele sabe que seus pais não darão a autorização necessária para ele se envolver
em uma empreitada duvidosa. Ele usa os pais como desculpa.
I. De
fato, ele considera a autoridades dos pais como sendo superior à do Senhor. Ele
está realmente dizendo a Jesus: “É óbvio que a autoridade de meus pais é
superior à sua e eu preciso ter a autorização deles para te seguir”.
J. No
Oriente Médio a figura paterna é aquela que detém a maior autoridade. Esse é o
motivo porque na Bíblia Deus é descrito como Pai — não existe nenhum tipo de
machismo nem implícito nem explícito.
K. Para
alguém que ouviu a resposta de Jesus a surpresa não poderia ter sido maior. O
choque era maior ainda quando se considera que o homem — neste caso Jesus — que
esta fazendo a exigência era relativamente jovem!
L. Cristo
responde ao pedido do candidato a discípulo com uma parábola da vida agrícola:
o ato de arar a terra.
M. O
processo de arar a terra naqueles dias envolvia quatro fases distintas:
1. Primeiro,
pequenos sulcos era feitos na terra visando segurar a água das chuvas.
2. Mais
tarde sulcos mais profundos eram feitos visando drenar a água.
3. Em
terceiro lugar acontecia o arado da terra propriamente dito, que visava preparar
a terra para receber as sementes.
4. Uma
quarta passada acontecia visando cobrir as sementes.
N. Todo
este processo demandava irrestrita atenção daquele que se envolvia neste
processo.
O. A
tensão entre a autoridade de Jesus e a autoridade da família é evidenciada pela
necessidade de atenção não dividida requerida pela parábola.
P. Quando
decidimos seguir a Jesus não estamos tomando a decisão de segui-lo somente aos
Domingos. Jesus demanda de nós dedicação absoluta à Sua pessoa. Nosso
relacionamento com o Senhor precisa ter precedência sobre quaisquer outros
relacionamentos.
Q. Aquele
que põe a mão no arado não pode ter sua atenção desviada por absolutamente nada
sob o risco de fazer mais estragos do que benefícios a todo o processo.
R. Talvez
uma ilustração moderna seja a de alguém dirigindo um veículo. A atenção do
motorista não pode ser distraída sob risco de grave acidente.
Conclusão: os
ouvintes originais deste diálogo são desafiados a considerar as seguintes
verdades:
1. A
autoridade de Jesus é absoluta. Mesmo a autoridade da família deve ser
considerada como uma distração.
2. As
implicações Teológicas são as seguintes:
a. A
chamada do Reino de Deus precisa ter precedência sobre todas as outras.
b. Todos
aqueles que estão com a atenção dividida são uma força que mais atrapalha do
que auxilia e são realmente incompetentes para a missão.
c. Seguir
a Jesus, como o trabalho de arar a terra, é uma tarefa estafante que demanda
criatividade e dedicação absolutas.
d. Trabalhar
para o reino de Deus é o mesmo que servir a Jesus.
OUTRAS PARÁBOLAS DE JESUS PODEM SER ENCONTRADAS NOS LINKS ABAIXO:
001 – O Sal
002 – Os Dois Fundamentos
003 – O Semeador
004 – O Joio e o Trigo =
005 – O Credor Incompassivo
006 — O Grão de Mostarda e o Fermento
007 — Os Meninos Brincando na Praça
008 — A Semente Germinando Secretamente
009 e 010 — O Tesouro Escondido e a Pérola de Grande Valor
011 — A Eterna Fornalha de Fogo
012 — A Parábola dos Trabalhadores na Vinha
013 — A Parábola dos Dois Irmãos
014 — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 1
014A — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 2
015 — A Parábola das Bodas —
016 — A Parábola da Figueira
017 — A Parábola do Servo Vigilante
018 — A Parábola do Ladrão
019 — A Parábola do Servo Fiel e Prudente
020 — A Parábola das Dez Virgens
021 — A Parábola dos Talentos
022 — A Parábola das Ovelhas e dos Cabritos
023 — A Parábola dos Dois Devedores
024 — A Parábola dos Pássaros e da Raposa
025 — A Parábola do Discípulo que Desejava Sepultar Seu Pai
026 — A Parábola da Mão no Arado
027 — A Parábola do Bom Samaritano — Completo
027A — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 1
027B — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 2 — Os Ladrões e o Sacerdote
027C — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 3 — O Levita
027D — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 4 — O Samaritano
027E — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 5 — O Socorro
027F — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 6 — O transporte até a hospedaria
027G — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 7 — O pagamento final
027H — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 8 — O diálogo final entre Jesus e o doutor da Lei
028 — A Parábola do Rico Tolo —
029 — A Parábola do Amigo Importuno —
030 — A Parábola Acerca de Pilatos e da Torre de Siloé
031 — A Parábola da Figueira Estéril
032 — A Parábola Acerca dos Primeiros Lugares
033 — A Parábola do Grande Banquete
034 — A Parábola do Construtor da Torre e do Grande Guerreiro
035 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 001
036 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 002
037A — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 001
037B — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 002
037C — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 003
037D — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 004 — A Influência do Antigo Testamento
037E — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 005 — Características Cristológicas da Parábola da Ovelha Perdida
037F — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 006 — A importância das pessoas perdidas.
Que
Deus abençoe a todos
Alexandros Meimaridis
PS.
Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte link:
Desde
já agradecemos a todos.
Excelentes temas e assuntos muito bem explicados.Parabéns!
ResponderExcluirBenção de Deus!