quarta-feira, 7 de maio de 2014

FRANCISCO I E SEU GOLPE DE MESTRE


Cartazes com imagens de João XXIII e João Paulo II, em uma rua de Roma

A dupla canonização de João XXIII e João Paulo II, foi reconhecida até mesmo pelo pessoas da agência noticiosa AFP como um verdadeiro "golpe de mestre"  da parte do papa Francisco I.

Segue o artigo da AFP  publicado no site do Yahoo.

canonização de João Paulo II e João XXIII: um golpe de mestre de Francisco

AFP Por Por Kelly VELASQUEZ


A dupla canonização de João Paulo II e João XXIII é um golpe de mestre do Papa Francisco para reconciliar duas visões da Igreja e balancear o culto à personalidade suscitada pelo conservador e carismático pontífice polonês.

Elevar à glória dos altares em uma única cerimônia no dia 27 de abril na Praça de São Pedro o carismático e conservador João Paulo II (1978-2005), primeiro Papa não italiano em mais de quatro séculos, e João XXIII (1958-63), que abriu a Igreja à pluralidade do mundo moderno, gerou tanto elogios quanto críticas.

A decisão de canonizar João XXIII (Angelo Giusepe Roncalli) sem comprovação de milagres não é tomada com frequência, mas corresponde a uma prerrogativa do chefe da Igreja Católica, que quis, assim, valorizar o exemplo do chamado "Papa Bom", autor da encíclica "Pacem in terris", e equilibra de certa forma a veneração provocada pelo polonês Karol Wojtyla.

"Francisco quis santificar alguém que considera realmente um santo", embora não seja atribuído a ele nenhum milagre específico, sustenta o vaticanista do jornal La Stampa Marco Tosatti, ao se referir ao Papa italiano.

João XXIII entrou para a história como o pontífice que convocou o grande Concílio Vaticano II (1962-1965), que abriu a Igreja ao mundo ao modernizá-la. Foi uma pessoa simples e de bom humor, uma atitude parecida com a mantida atualmente por seu sucessor Francisco, primeiro Papa latino-americano e primeiro jesuíta à frente do Vaticano.

A canonização conjunta mostra, por um lado, a intenção de Francisco de manter o equilíbrio entre duas figuras tão contrastantes quanto "a água e o óleo", afirmou o especialista em assuntos religiosos espanhol Juan Bedoya.

Hostilidade na Igreja polonesa

Esta decisão valeu a Francisco críticas indiretas de uma parte da Igreja polonesa, reduto do catolicismo na Europa, que encara com inquietação o interesse do Papa argentino pelos problemas dos laicos e sua abordagem de questões sociais.

O presidente da conferência episcopal polonesa, Stanislaw Gadecki, reconheceu recentemente que "colocar em prática o estilo do papa Francisco pode ser difícil para nossa Igreja", criticando o estilo direto e pouco protocolar do pontífice que, em 2013, sucedeu o alemão Bento XVI (Joseph Ratzinger), que renunciou ao cargo.

Milhares de poloneses viajarão à Itália com todo o tipo de meios de transporte para assistir à cerimônia solene, embora considerem que será em parte ofuscada pela canonização simultânea do "Papa Bom".

A morte de João Paulo II em abril de 2005 desencadeou o grito espontâneo da multidão reunida na Praça de São Pedro para que fosse declarado "Santo Súbito".

Para o cardeal falecido Carlo Maria Martini, identificado como a cabeça pensante dos setores progressistas da Igreja, não era necessário canonizar João Paulo II, afirma em um livro o fundador da Comunidade de Santo Egídio, Andrea Riccardi.

João Paulo II "já era um homem de Deus, não era necessário torná-lo santo", declarou Martini, que havia questionado a decisão de João Paulo II de não renunciar, apesar de sua grave doença, seguida pelo mundo inteiro dramaticamente ao vivo.

A canonização do primeiro papa polonês da história é realizada em um prazo recorde, embora tenha seguido todos os passos exigidos pela Igreja, entre eles a demonstração, segundo a Igreja, de dois milagres, um deles realizado no dia de sua beatificação, 1º de maio de 2011, com a cura inexplicável da doença de Parkinson de uma mulher da Costa Rica.

Os caminhos da santidade foram muito diferentes para os dois Papas.
"Um era reformista, aberto e bonachão; o outro amava o espetáculo (Karol Wojtyla foi um jovem ator na Polônia) e era intransigente e inimigo do pensamento teológico livre", sustenta Bedoya.

A ideia de uma "Igreja dos pobres", que foi a principal proposta de João XXIII com o Concílio Vaticano II, "foi um caminho que não foi seguido por João Paulo II e Bento XVI", afirma em um artigo o renomado teólogo progressista espanhol Juan José Tamayo.

Francisco, em seu primeiro ano de pontificado, voltou a construir algumas pontes com a Teologia da Libertação, que havia sido marginalizada nos tempos de João Paulo II e Bento XVI.

A dupla canonização convida a apreciar e a venerar dois modelos de religiosos, tanto por seu modo de agir quanto de pensar, apesar da rivalidade histórica entre setores conservadores e progressistas no seio da Igreja.

Ironia da história, no ano 2000 João Paulo II beatificou (passo anterior à canonização) João XXIII junto com Pio IX, que tiveram trajetórias inversas.

Enquanto o chamado "Papa Bom" passou de um eclesiástico conservador ao pontífice da abertura, Pio IX (1846-1878), com uma imagem inicial de liberal, se converteu no Papa que rejeitou o modernismo.

O artigo original da AFP publicado no site do Yahoo poderá ser visto por meio do link abaixo:

https://br.noticias.yahoo.com/dupla-canoniza%C3%A7%C3%A3o-jo%C3%A3o-paulo-ii-jo%C3%A3o-xxiii-golpe-153624126.html

Como já sabemos a Igreja Romana nunca muda e é sempre a mesma. Nesse caso específico, Francisco I pensou, acima de tudo, em uma forma de beneficiar a Igreja Romana. Apesar das críticas d a turma da Polônia que abomina ver o "pecador" João XXIII sendo canonizado no mesmo dia que seu "santo" João Paulo II, o papa Francisco I sabe que os dois têm séquitos enormes, e portanto, a Igreja Romana só tem a se beneficiar com a dupla canonização.



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Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

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Desde já agradecemos a todos.

2 comentários:

  1. Paz do Senhor. Querido preciso de ajuda, gostaria de informações sobre os profetas no antigo e novo testamento, dias atuais e sobre a escola de profetas. Tenho lido alguns artigos seus, portanto posso confiar na sua resposta. Agradeço.

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    1. Meu caro Ricardo,

      Primeiro me desculpe a demora em te responder.

      Apesar de ter mais de 1000 artigos escritos no blog “O Grande Diálogo”, nenhum deles trata, de modo específico e de forma extensa, dos assuntos mencionados por você.

      Pesquisei na internet, mas encontrei apenas breves estudos que me deixaram muito insatisfeito. Então resolvi fazer o seguinte: em breve irei publicar um artigo no blog “o Grande Diálogo” abordando, de forma que seja satisfatória, as questões levantadas por você.

      Se te for mais conveniente, você poderá me enviar um e-mail no seguinte endereço: petrakis_adm@yahoo.com.br

      E assim que o artigo estiver publicado eu te aviso via e-mail.

      Abraço fraterno.

      Irmão Alex

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