Foto do jovem palestino Mohammed Khdeir assassinado por seis judeus
O material abaixo é um editorial
do Jornal Israelense Haaretz. Isso que dizer que não se trata da opinião de
algum jornalista e sim da posição oficial do jornal. O editorial foi escrito no
dia 9 de julho, ainda quando o Estado “democrático” de Israel impunha uma
severa censura aos meios de imprensa e os ataques à Cisjordânia estava
ocorrendo com a prisão de mais de 600 palestinos e a morte de cerca de 40
pessoas, incluído mulheres e crianças. O genocídio que está sendo perpetrado contra
Gaza ainda não tinha começado, no qual Israel já efetuou mais de 900 ataques e
matou mais de 100 pessoas, a maioria mulheres e crianças. Enquanto isso, nenhum
judeu perdeu sua vida desde que os ataques de Israel tiveram início. Segue o texto do Haaretz:
O ÓDIO QUE OS
JUDEUS TÊM DOS ÁRABES PROVA QUE ISRAEL PRECISA PASSAR POR UMA REVOLUÇÃO
CULTURAL
Sem uma
revolução baseada em valores humanistas, a tribo judaica não será digna de
possuir seu próprio estado.
Haaretz
Editorial
Não
existem palavras para descrever o horror alegadamente feito por seis judeus —
ver outra notícia por meio desse link aqui: http://www.haaretz.com/news/diplomacy-defense/1.603317 — contra Mohammed Abu Khdeir de Shoafat. Apesar da censura
imposta sobre a imprensa que nos proíbe de fornecer detalhes desse terrível
assassinato e de revelar as identidades dos alegados assassinos, a narrativa
feita pela família do jovem Abu Khedeir — segundo a qual o jovem foi queimado
ainda vivo — é suficiente para horrorizar qualquer mortal. Qualquer um que não
esteja satisfeito com essa descrição poderá assistir o filme de horror no qual
membros da polícia de fronteira do Estado de Israel espancam brutalmente o
jovem Tarik Abu Khdeir, que era primo do jovem assassinado por meio desse link
aqui: note que o vídeo é brutal e
não recomendável para crianças —
A polícia
de Israel foi rápida em qualificar os assassinos como “extremistas judeus”
querendo dizer com isso, que eles não são parte do rebanho e sim pessoas
estranhas como “sementes selvagens”. Essa é a forma que a polícia de Israel
procura justificar um pecado, ou tenta transformar o que é “kosher em vermes”.
Mas o verme é enorme e tem muitas patas. O verme dominou os soldados e outros
jovens israelenses que tomaram de assalto as mídias sociais com muitos clamores
por vingança e com manifestações de ódio contra os árabes. O verme foi bem
recebido pelos membros do parlamento — Knesset —, pelos rabinos e por figuras
públicas que exigem vingança. O verme não deixou de infectar nem o próprio
primeiro ministro, que declarou o seguinte: “Vingança por meio do sangue de uma
pequena criança, que Satanás ainda não criou”.
Os
assassinos de Abu Khdeir não são “extremistas judeus”. Eles são os descendentes
e os construtores de uma cultura de ódio e vingança que é nutrida e fertilizada
pela direção do “Estado Judeu”: Estado esse para o qual todo árabe é um inimigo
terrível, apenas porque é árabe; são esses que se calaram durante os jogos
Beitar em Jerusalém enquanto um grupo de fãs judeus gritava “morte aos árabes”,
para os jogadores árabes; são esses que clamam por uma limpeza étnica do Estado
de Israel de sua minoria árabe, ou no mínimo a expulsão dos mesmos de suas
casas e das cidades dos judeus.
Não menos
culpados pelo assassinato do jovem palestino são todos aqueles que não paralisaram,
com mão de ferro, a violência praticada pelos soldados israelenses contra civis
palestinos e que deixaram de investigar tais crimes sob a alegação de “falta de
interesse do público pela questão” O termo “extremistas judeus” realmente
parece mais adequado para uma minoria de judeus que ainda estão em estado de
choque e horrorizados por esses atos de violência e assassinato. Mas eles
também reconhecem, infelizmente, que também pertencem a uma rancorosa e
vingativa tribo de judeus cuja licença para praticar atrocidades está baseada
nas atrocidades que são cometidas contra ela.
Processar
os assassinos já não é algo suficiente. É necessário que exista uma revolução
cultural em Israel. Os líderes políticos e militares de Israel precisam reconhecer
essa injustiça e fazer o que é certo. Eles precisam educar a próxima geração,
pelo menos com valores humanistas e incentivar uma discussão pública que seja
mais tolerante. Sem que isso aconteça, essa tribo de judeus nunca será digna do
Estado de possuir seu próprio Estado.
© Haaretz
Daily Newspaper Ltd. All Rights Reserved
FIM DO EDITORIAL DO JORNAL
HAARETZ
O artigo original do Haaretz
poderá ser visto por meio desse link aqui:
Todos os comentários,
especialmente os que são fruto de ódio, devem ser dirigidos diretamente para o
site do jornal israelense Haaretz por meio do seguinte link:
O fato desse editorial ter sido
escrito antes do início da ofensiva contra Gaza torna o mesmo ainda mais
emblemático.
Abaixo duas fotos de Tarik Abu
Khdeir antes e depois de ser brutalmente espancado conforme o vídeo acima:
O mais curioso disso tudo é que
esse jovem palestino é também cidadão estadunidense. Mas os Estados Unidos, como
sempre, se mantêm calados enquanto o genocídio corre solto em Gaza e na
Cisjordânia. Aliás acabaram de passar legislação apoiando o direito de Israel se defender de foguetes que não matam ninguém cometendo um verdadeiro massacre genocida contra a população palestina.
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2013/10/biblioteca-digital-de-manuscritos-em.html
OUTROS ARTIGOS SOBRE ISRAEL
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2013/10/biblioteca-digital-de-manuscritos-em.html
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos
leitores que puderem que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte
link:
Desde já agradecemos a todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário