O material abaixo é parte de um
sermão pregado por Jonathan Edwards que foi publicado em forma de e-book por:
Fonte:
The-HighWay.com
Tradução: oEstandarteDeCristo.com
Perdão Para os Maiores
Pecadores
“Por amor do Teu nome,
Senhor, perdoa minha iniquidade, pois é grande.”
(Salmos 25:11)
É evidente por algumas passagens
deste salmo, que quando o mesmo foi escrito, era um momento de aflição e perigo
para Davi. Isto transparece particularmente até o 15º e versos seguintes: “Meus olhos estão sempre voltados para o Senhor; pois ele tirará os meus
pés da rede”, e etc. Seu sofrimento o faz pensar em seus pecados, e
leva-o a confessá-los e clamar a Deus por perdão, como é apropriado em um
momento de aflição. Veja o verso 7: “Não te lembres dos pecados da minha
mocidade, nem das minhas transgressões”; e verso 18: “Olha para a minha aflição, e minha dor, e perdoa todos os meus pecados”.
É observável no texto que
argumentos o salmista usa ao implorar por perdão.
1. Ele implora perdão por causa
do nome de Deus. Ele não tem nenhuma expectativa de perdão por causa de
qualquer justiça ou merecimento dele por quaisquer boas ações que ele tenha
feito, ou por qualquer compensação pelo que havia feito por seus pecados; mesmo
que se a justiça de um homem pudesse ser usada como argumento, Davi teria tido
tantos argumentos quanto a maioria. Mas ele implora que Deus o perdoe por causa
de Seu próprio nome, por Sua própria glória, pela glória da Sua própria Livre
Graça, e pela honra da Sua própria fidelidade.
2. O salmista usa a grandeza de
seus pecados como argumento para a misericórdia. Ele não apenas não usa sua
justiça própria como argumento, ou a insignificância de seu pecado; ele não
apenas não diz: ‘Perdoa minha iniquidade, pois eu tenho feito tanto para
compensá-la’; ou ‘Perdoe minha iniquidade, pois é pequena, e Tu não tens tanta
razão para estar zangado comigo; minha iniquidade não é tão grande que tu
tenhas qualquer justa causa para usá-la contra mim; minha ofensa não é tal que
não possas negligenciá-la”, mas ao contrário, ele diz: ‘Perdoe minha
iniquidade, pois ela e grande”; ele argumenta a grandeza de seu pecado, não a
pequinês dele; ele reforça sua oração com essa consideração, que seus pecados
são muito hediondos.
Mas como ele podia fazer disso um
pleito para perdão? Eu respondo: Porque quanto maior sua iniquidade, maior a
necessidade que temos de perdão. É como se ele tivesse dito ‘Perdoe minha
iniquidade, pois ela é tão grande que eu não posso suportar a punição; meu caso
será excessivamente miserável, a não ser que se agrades em me perdoar”. Ele faz
uso da grandeza do seu pecado, para reforçar seu apelo por perdão, como um
homem usaria uma grande calamidade para implorar por alívio. Quando um mendigo
implora por pão, ele argumentará sua grande pobreza e necessidade.
Quando um homem em perigo implora
por piedade, que argumento mais adequado pode ser usado além da extremidade do
seu caso? E Deus permite tal argumento como este, pois ele não é movido à
misericórdia para conosco por nada em nós, além da grande miséria do nosso
caso. Ele não se apieda de pecadores porque são dignos, mas por eles precisam
de Sua compaixão.
DOUTRINA
Se nós realmente formos a Deus
por misericórdia, a grandeza do nosso pecado não será impedimento para perdão.
Se fosse um impedimento, Davi jamais teria usado isso como argumento, como
vemos que ele faz neste texto.
As seguintes coisas são
necessárias a fim de realmente irmos a Deus por misericórdia:
I. Devemos ver a nossa miséria, e
nos sensibilizarmos da nossa necessidade de misericórdia. Os que não estão
conscientes de sua miséria não podem realmente olhar a Deus por misericórdia;
pois é a própria noção da misericórdia Divina, que é a bondade e a graça de
Deus para com miserável. Sem miséria no objeto, não pode haver exercício da
misericórdia. Supor misericórdia sem supor miséria, ou compaixão sem calamidade
é uma contradição. Portanto os homens não podem olhar para si mesmos como objetos
apropriados de misericórdia, a menos que eles primeiro conheçam a si mesmos
como miseráveis; e então, a não ser que este seja o caso, é impossível ir a
Deus por misericórdia. Eles devem perceber que são filhos da ira; que a lei
está contra eles, e que estão expostos à maldição dela: que a ira de Deus permanece
sobre eles; e que Ele está irado com eles todos os dias enquanto estão debaixo
da culpa do pecado. Eles precisam sensibilizarem-se de que a culpa do pecado
faz deles criaturas miseráveis, não importando qual alegria temporal eles
tenham; que eles não podem ser nada além de miseráveis, criaturas desfeitas,
enquanto Deus está zangado com eles; que eles estão sem força, e devem perecer,
e isto eternamente, a não ser que Deus os ajude. Eles precisam ver que o caso
deles é de completo desespero, pois não há nada que possa ser feito para
ajudá-los, nem existe nada que outros possam fazer para ajudá-los; que eles
pairam sobre o abismo da miséria eterna; e que eles necessariamente devem cair
nele, se Deus não tiver misericórdia deles.
II. Eles devem ser sensíveis que
não são dignos da misericórdia de Deus. Aqueles que realmente vêm a Deus por
misericórdia, vêm como mendigos, e não como credores. Eles vêm por mera
misericórdia. Por graça soberana, e não por qualquer coisa que lhes é devido.
Portanto, eles devem ver que a miséria sob a qual estão é justamente trazida a
eles, e que a ira na qual estão expostos é ameaçado contra eles justamente
também; e que eles têm merecido que Deus seja seu inimigo. Eles devem ser
sensíveis que seria justo da parte de Deus fazer como Ele ameaçou em sua santa
Lei, isto é, fazer deles objetos da sua ira e maldição no inferno por toda a
eternidade. Aqueles que vêm a Deus por misericórdia de uma maneira correta não
estão dispostos a achar falta em Sua severidade, mas eles vêm num senso de sua
completa indignidade, como com cordas em seus pescoços, e deixados na poeira
aos pés da misericórdia.
III. Eles devem vir a Deus por
misericórdia em e através de Jesus Cristo somente. Toda sua esperança de
misericórdia deve vir da consideração de quem Ele é, do que Ele fez e o que Ele
sofreu; e que não há outro nome dado debaixo do céu, entre os homens, pelo qual
possamos ser salvos, além do nome de Cristo; que Ele é o Filho de Deus, e o
Salvador do mundo; que o Seu sangue limpa todo pecado, e que Ele é tão digno,
que todos os pecadores que estão nEle podem ser perdoados e aceitos. É
impossível que qualquer um venha a Deus por misericórdia, e ao mesmo tempo não
tenha nenhuma esperança de misericórdia. A vinda deles a Deus por ela, implica
que eles têm alguma esperança de obtê-la, de outro modo eles não pensariam
valer a pena o tempo de vir. Mas aqueles que vêm de maneira correta têm toda
sua esperança através de Cristo, ou da consideração na sua redenção e na suficiência
dela. Se pessoas assim vêm a Deus por misericórdia, a grandeza de
seus pecados não será impedimento de perdão. Deixe que seus sejam tantos, e
grandes, e graves isso não fará Deus nem um grau menos disposto a perdoá-los.
Isso pode ser evidenciado pelas seguintes considerações:
1. A misericórdia de Deus é tão
suficiente para o perdão de grandes pecados quanto para os menores; e isso
porque Sua misericórdia é infinita. O que é infinito está muito acima do que é
grande, Ele está tão acima dos reis como ele está acima dos mendigos; Ele está
tão acima do maior anjo, como está do pior verme. Uma medida finita não chega
nem perto da extensão do que é infinito. Então a misericórdia de Deus sendo
infinita, deve ser tão suficiente para o perdão de todo pecado quanto de um só.
Se um dos menores pecados não está além da misericórdia de Deus, então também
não está o maior, ou dez mil deles. No entanto, deve-se reconhecer que isso
apenas não prova a doutrina. Pois apesar de que a misericórdia de Deus possa
ser suficiente, ainda assim os outros atributos podem se opor à dispensação de
misericórdia em outros casos. Portanto eu observo o seguinte:
2. A satisfação do sacrifício de
Cristo é tão suficiente para a remoção da maior culpa quanto da menor, 1 João 1:7: “O sangue de Cristo purifica de todo pecado”. Atos 14:39:
“Por ele todo aquele que crê é justificado de todas as coisas que não pudestes
ser justificados pela lei de Moisés”. Todos os pecados daqueles que
verdadeiramente vêm a Deus por misericórdia, sejam o que forem, são
propiciados, se Deus é verdadeiramente o que nos diz ser; e se eles são
satisfeitos, certamente não é incrível que Deus estaria pronto para perdoá-los.
Sendo o sacrifício de Cristo completamente satisfeito por todo pecado, ou tendo
operado a satisfação que é suficiente por todos, não é, agora, nem um pouco
inconsistente com a glória do atributo divino perdoar os maiores pecados
daqueles que vêm de uma maneira correta até Ele por perdão. Deus pode agora
perdoar os maiores pecadores sem nenhum prejuízo a honra de Sua santidade. A
santidade de Deus não O deixa mostrar uma menor severidade ao pecado, mas O
inclina a dar testemunhos apropriados ao seu ódio ao pecado. Mas Cristo tendo oferecido
satisfação por todo pecado, Deus pode agora amar o pecador, e não mostrar
nenhuma severidade ao pecado, por mais terrível que o pecador tenha sido. Foi
um suficiente testemunho da aversão de Deus ao pecado, que Ele derramou sua ira
em seu próprio amado Filho, quando ele assumiu a culpa sobre si. Nada pode demonstrar
melhor o ódio de Deus ao pecado do que isso. Se toda a humanidade tivesse sido
eternamente condenada não teria sido tão grande testemunho quanto este.
Deus pode, através de Cristo,
perdoar os grandes pecadores sem nenhum prejuízo à honra de Sua majestade. A
honra da Divina Majestade de fato requer satisfação; mas os sofrimentos de
Cristo reparam completamente o dano. Que o desprezo seja sempre tão grande,
ainda sim se tão honrável Pessoa como Cristo se compromete a ser um Mediador para
o infrator, e sofre muito por ele, isso repara completamente o dano causado à
Majestade do céu e da terra. Os sofrimentos de Cristo satisfazem completamente
a justiça. A Justiça de Deus, como supremo Governador e Juiz do mundo, requer
punição para o pecado. O supremo Juiz deve julgar o mundo de acordo com uma
regra de justiça. Deus não mostra misericórdia como um soberano, e Sua justiça
como um Juiz deve ser feita de maneira consistente um com o outro; e isso é
feito através dos sofrimentos de Cristo, no qual o pecado é completamente
punido, e justiça é satisfeita. Romanos 3:25—26: “Ao qual Deus propôs
para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela
remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração
da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador
daquele que tem fé em Jesus”. A Lei não é impedimento no caminho do
perdão dos grandes pecados, se os homens vierem verdadeiramente a Deus por
misericórdia, pois Cristo cumpriu a Lei, Ele suportou a maldição dela em Seus
sofrimentos, Gálatas 3:13: “Cristo nos resgatou da maldição da lei,
fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for
pendurado no madeiro.”
3. Cristo não se recusará a
salvar grandes pecadores, que de maneira correta vierem a Deus por
misericórdia; pois esta é Sua obra. É o Seu ofício ser um Salvador de pecadores;
é o trabalho para qual ele veio ao mundo; e portanto, ele não se negará a
fazê-lo. Ele não veio para chamar os justos, mas pecadores ao arrependimento
(Mateus 9:13). Pecado é o próprio mal que ele veio ao mundo para remediar,
portanto Ele não se oporá a nenhum homem por ele ser muito pecaminoso. Quanto
mais pecaminoso ele for, mais há a necessidade de Cristo. A pecaminosidade do
homem foi a razão da vinda de Cristo ao mundo; está é a mesma miséria da qual
Ele veio libertar os homens. Quanto mais eles os têm, mais eles precisam ser
libertos; “Os sãos não precisam de médico, apenas os que estão doentes”
(Mateus 9:12). O médico não se oporá a curar o homem que o solicita,
que está em grande necessidade de ajuda dele. Se um médico de compaixão vai
entre doentes e feridos, certamente ele não irá se recusar a curar aqueles que
estão em maior necessidade de cura, se ele é capaz de curá-los.
4. Aqui a glória da graça pela
redenção de Cristo deve consistir em Sua suficiência para o perdão dos maiores
pecadores. A totalidade da ideia do caminho da salvação é para este fim, para
glorificar a graça gratuita de Deus. Deus tinha em Seu coração por toda a
eternidade, glorificar este atributo; e, portanto, o dispositivo de salvar
pecadores por Cristo foi concebido. A grandeza da Divina graça muito aparece nisso
que Deus por Cristo salva grandes infratores. Quanto maior culpa de qualquer
pecador, mais gloriosa e maravilhosa é a graça manifestada em seu perdão,
Romanos 5:20: “onde o pecado abundou, superabundou a graça”. O apóstolo, ao
contar quão grande pecador ele tinha sido, observa a graça abundante em seu
perdão: 1 Timóteo 1:13: “A mim, que dantes fui blasfemo, e
perseguidor, e injurioso; mas alcancei misericórdia, porque o fiz na ignorância
e na incredulidade”. O Redentor é glorificado, pelo fato que Ele
prova ser suficiente para a redenção daqueles que são excessivamente pecadores,
porque Seu sangue prova suficiência para lavar a maior culpa, porque Ele é
capaz de salvar homens até o fim, e porque Ele redime mesmo da maior miséria.
Esta é a honra de Cristo por salvar grandes pecadores: quando eles vêm até Ele,
como é a honra de um médico que cura a mais desesperadora doença ou ferida.
Portanto, sem dúvida, Cristo estará disposto a salvar grandes pecadores, se
eles vierem a Ele; pois Ele não se negará a glorificar a Si mesmo, e para
recomendar o valor e a virtude de Seu próprio sangue. Vendo que Ele se dispôs a
redimir pecadores, Ele não estará indisposto a redimir os pecadores, Ele não
vai estar indisposto a mostrar que Ele é capaz de redimir até ao fim.
5. O Perdão é então oferecido e
prometido para os grandes pecadores como para qualquer outro, se eles vierem de
maneira correta a Deus. Os convites do Evangelho estão sempre em termos
universais: como, aquele que tem sede; venham a mim todos que estão cansados e
oprimidos; e, Quem quiser, venha. E a voz da Sabedoria é para os homens em
geral: Provérbios. 8:4 “A vós, ó homens, clamo; e a minha voz se
dirige aos filhos dos homens”. Não para homens moralistas, ou homens
religiosos, mas para você, oh! homem. Então Jesus promete em João 6:37: “O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora”.
Está é a direção de Cristo para seus apóstolos, depois de Sua ressurreição, Marcos 16:15,16: “Ide e pregai o evangelho a toda criatura: quem crer e
for batizado, será salvo”. O que está de acordo com o que o apóstolo
disse, que “o evangelho tem sido proclamado a toda criatura que está
debaixo céu” (Colossenses 1:23).
OUTRAS PARTES DESSA MENSAGEM PODERÃO SER VISTAS POR MEIO DOS LINKS
ABAIXO
Jonathan Edwards — Perdão — Parte
001
Jonathan Edwards — Perdão — Parte
002
Jonathan Edwards — Perdão — Parte
003
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2014/08/jonathan-edwards-perdao-para-os-maiores.htmlGrande Abraço e que Deus possa abençoar a todos.
Alexandros
Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa
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Desde já agradecemos a todos.
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