O artigo abaixo foi publicado
pelo site Gnotícias e é de autoria de Dan Martins
Transferência de padre negro
motiva protestos em paróquia de cidade do interior de São Paulo
Na última semana a decisão do bispo
de Marília, Dom Luiz Antônio Cipolini, em transferir para outra cidade o padre
Wilson Luiz Ramos motivou uma grande polêmica na pequena cidade de Adamantina,
no interior de São Paulo. Uma das motivações para a transferência de Ramos, que
é negro, seria a rejeição que ele tem sofrido por parte da comunidade.
Porém, os fiéis que apoiam a
permanência do padre na paróquia iniciaram uma série de protestos contra sua
transferência. Após dar um abraço simbólico na Igreja Matriz da cidade, eles
escreveram frases de apoio ao padre nos vidros dos carros e iniciaram um
abaixo-assinado para coletar 20 mil assinaturas contra a transferência do
religioso.
O padre está na cidade desde
2012, e confirma que o preconceito racial seja um dos motivos de sua
transferência.
– Outro dia surpreendi duas
senhoras dizendo que deveriam trocar o galo que há no topo da igreja por um
urubu. Foi muita humilhação – afirmou o religioso.
Dom Luiz afirma que a
transferência tenha sido influenciada pela rejeição que o padre tem recebido
por parte da comunidade católica local, e confirma que essa rejeição é motivada
por preconceito racial. Porém ele afirma que a principal causa da transferência
seria a divisão que o padre teria causado na paróquia.
– O padre Wilson tem sofrido com
essa questão. Houve preconceito por parte de fiéis, mas o padre foi vencendo e
o que está em jogo agora não é o preconceito, mas sim a divisão que ele causou
na paróquia – afirmou o bispo.
Rejeição
De acordo com o jornal Estadão, a
permanência de Ramos na Paróquia Santo Antônio de Pádua, a principal da cidade
Adamantina, foi questionada por um grupo de fiéis tradicionais que enviou
cartas ao bispo reclamando do “jeito” simples do padre e, principalmente, do
fato de ele atrair pessoas pobres e jovens usuários de drogas para a igreja.
A relação do pároco com a
comunidade local ficou ainda mais complicada depois que ele destituiu fiéis
desse grupo que ocupavam cargos de coordenação de pastorais havia 13 anos e
colocou nos postos pessoas com menos poder aquisitivo.
Com as reclamações, o bispo
chegou a sugerir ao padre que ele deixasse a paróquia, mas ele se recusou a
fazer isso inicialmente.
– Diante da insistência dele,
acionei o conselho de presbíteros, que foi à cidade fazer uma consulta à
população. Depois disso o próprio padre pediu para ser transferido. Constatamos
que havia uma divisão na paróquia, e não podemos conviver com isso – afirmou o
bispo, ao justificar a transferência do religioso.
O padre afirma não concordar com
a tese de divisão defendida pelo bispo, e relata que colocou seu cargo à
disposição por causa da pressão sofrida pelo seu superior.
– Foi tanta humilhação e
sofrimento que não resisti. Não foi uma decisão espontânea e não há divisão
como o bispo diz. O que há é um pequeno grupo de insatisfeitos, mas eu sempre
defendi o entendimento porque acredito no diálogo – afirmou Ramos.
Para os paroquianos que apoiam a
permanência do religioso na paróquia, sua transferência é motivada
exclusivamente por preconceito racial.
– O problema é que o padre Wilson
é negro, anda pelas ruas com roupas simples e a pé, substituindo um padre
branco, que usava camisas de linho e carro. Padre Wilson vai até as
comunidades, enquanto seu antecessor não saía da igreja. Isso causou um
incômodo – relatou a servidora municipal Ivanete Sylvestrino.
– Trata-se de um pequeno grupo
que está insatisfeito com o padre Wilson e o bispo está dando voz a essas
pessoas. E, pior, ele (o bispo) está deixando de ouvir toda uma população.
Tanto que, durante a consulta feita pelo bispado, a maioria votou pela
permanência dele (do padre) na cidade. Cerca de 700 cartas, pedindo a
manutenção do padre, foram enviadas ao bispado – afirmou Ivanete.
O movimento pela permanência do
padre na cidade ganhou até a adesão de igrejas evangélicas locais, cujos
pastores condenaram a situação e declararam publicamente apoio ao padre.
O Artigo original do site
Gnotícias poderá ser visto por meio desse link aqui:
NOSSO COMENTÁRIO:
Bem, por enquanto o Padre Wilson
está apenas trocando de cidade. Mas os racistas de Adamantina já estão a
caminho do próprio inferno!
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Que Deus se compadeça de tudo
isso e abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
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