Hermes Trimegisto o "alquimista" que deu origem a todo misticismo moderno, especialmente ao Espiritismo. Leia abaixo para entender como isso aconteceu
Esse artigo é parte
da série "Em Cristo" e é muito recomendável que o leitor procure
conhecer todos os aspectos das verdades contidas nessa série, com aplicações
para os nossos dias. No final do artigo você encontrará um link para o estudo
posterior
32 – Efésios 1:3 — Bendito o Deus e Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual
nas regiões celestiais em Cristo.
No
mundo antigo as pessoas acreditavam que existiam 7 planetas. Estes eram: a Lua,
Mercúrio, Vênus, o Sol, Marte, Júpiter e Saturno. Acreditavam também que
existiam sete céus ou esferas, uma ao redor de cada um dos planetas. Em todos
os monumentos em honra ao deus Mithra[1]
encontramos sete altares ou piras, consagrados aos sete planetas. Alguns
escritores que procuraram fazer um sincretismo entre o conhecimento pagão e a
revelação Bíblica defendiam a
idéia que as sete lâmpadas do
candelabro que Deus mandou Moisés fazer para iluminar o tabernáculo,
eram representativas dos sete planetas como concebidos na Antiguidade. Entre
estes autores podemos citar o cristão Orígenes de Alexandria e o judeu Philo
Judaeus também de Alexandria.
Esquema hermético da transmigrações da alma
De acordo com as crenças produzidas pelo homem desde a mais remota Antiguidade, a alma humana desejosa de retornar ao infinito, que era considerado como o local de onde todas as almas procediam, precisava ascender da mesma forma como havia descendido através de sete esferas. Na iniciação dos mistérios de Mithra, o candidato tinha que passar por sete graus ou estágios de iniciação dos quais uma escada com sete degraus, representando os sete planetas, era o símbolo. Durante celebração dos mistérios de Mithra em Roma encontramos novamente a mesma escada com sete degraus que representavam as sete esferas dos sete planetas. Sincretistas alegam que a visão que Jacó teve — ver Gênesis 28:11—19 — se refere a esta mesma escada, mas a suposição é presunçosa demais para ser levada a sério. Os mistérios de Mithra eram normalmente celebrados em cavernas onde havia quatro entradas assinaladas com os quatro pontos que marcam as estações: dois equinócios[2] e dois solstícios[3]. Dentro das cavernas havia também sete portais marcados, cada um, com o nome de um dos sete planetas, através dos quais os participantes tinham que passar descendo ou subindo.
De acordo com as crenças produzidas pelo homem desde a mais remota Antiguidade, a alma humana desejosa de retornar ao infinito, que era considerado como o local de onde todas as almas procediam, precisava ascender da mesma forma como havia descendido através de sete esferas. Na iniciação dos mistérios de Mithra, o candidato tinha que passar por sete graus ou estágios de iniciação dos quais uma escada com sete degraus, representando os sete planetas, era o símbolo. Durante celebração dos mistérios de Mithra em Roma encontramos novamente a mesma escada com sete degraus que representavam as sete esferas dos sete planetas. Sincretistas alegam que a visão que Jacó teve — ver Gênesis 28:11—19 — se refere a esta mesma escada, mas a suposição é presunçosa demais para ser levada a sério. Os mistérios de Mithra eram normalmente celebrados em cavernas onde havia quatro entradas assinaladas com os quatro pontos que marcam as estações: dois equinócios[2] e dois solstícios[3]. Dentro das cavernas havia também sete portais marcados, cada um, com o nome de um dos sete planetas, através dos quais os participantes tinham que passar descendo ou subindo.
Mas
de onde teriam surgido essas teorias de que existem sete céus, e que eram tão
comuns na antiguidade, desde a Babilônia com sua pirâmide vitrificada com sete
andares, cada um de uma cor, passando pela religião iraniana do deus Mitra e
culminando com a fusão dessa religião com a filosofia grega nos Mistérios de
Mithra? É importante que se diga que estes Mistérios de Mithra constituíam uma
das religiões mais influentes nos dias do Novo Testamento.
A
história aponta de maneira muito objetiva para uma lenda egípcia conhecida como
“A Visão de Hermes”. De acordo com o historiador francês e pesquisador das
religiões da antiguidade, Édouard Schuré, essa visão “não estava escrita em
papiro algum, apenas existia marcada em sinais simbólicos nas estrelas pintadas
na cripta secreta e só era conhecida do profeta[4]”. A sua
explicação era transmitida de pontífice para pontífice no Egito.
Apesar
de não sermos iniciados nos mistérios de Osíris aqui vão porções da “Visão de
Hermes” que nos ajudam a compreender a idéia que o mundo antigo tinha a
respeito do céu ou dos céus.
“Em certo dia, Hermes adormeceu, após ter meditado
sobre a origem das coisas. Um pesado torpor tomou o seu corpo; mas, à medida
que o corpo entorpecia o seu espírito alçava-se nos espaços.
Então, afigurou-se-lhe que um ser imenso, sem forma
determinada, o chamava pelo seu nome.
Hermes: Quem és tu? Pergunta-lhe aterrorizado.
Osíris: Eu sou Osíris, a Inteligência suprema, que tudo
posso desvendar. O que desejas?
Hermes: Descobrir a origem dos seres, ó divino Osíris, e
conhecer Deus.
Osíris: Serás satisfeito.
---------------
Hermes: ...faz-me ver a vida dos mundos, o caminho das
almas, de onde vem o homem e para onde vai.
Osíris: Que tudo se faça segundo o teu desejo.
Hermes torna-se mais pesado que uma pedra e rola
através dos espaços... Finalmente vê-se no cimo de uma montanha... os seus
membros pareciam pesar-lhe como se fossem de ferro.
Osíris: Ergue os braços e olha!
Então o iniciado viu um espetáculo maravilhoso
passado no espaço infinito, no céu estrelado que o envolvia em sete esferas
luminosas. De um só olhar, Hermes abrangeu os sete céus, dispostos sobre a sua
cabeça como sete globos transparentes e concêntricos de que ele ocupava o
centro sideral. O último era cingido pela Via — Láctea. Rolava, em cada uma
dessas esferas um planeta acompanhado de um gênio de forma, sinais e luz
dessemelhantes. Enquanto Hermes deslumbrado contemplava a sua floração esparsa
e os seus movimentos majestosos, a Voz dizia-lhe:
Osíris: Olha, escuta, e compreende. Tu vês as sete
esferas de toda a vida. Realiza-se através delas a queda das almas e a sua
ascensão. Os sete Gênios são os sete raios do Verbo-Luz. Cada um deles mantém
uma esfera do Espírito, uma fase da vida das almas. O mais próximo de ti é o
Gênio da Lua, de sorriso inquietante e coroado por uma foice de prata. Preside
aos nascimentos e às mortes. Ele desagrega as almas dos corpos e atrai-as com
os seus raios. Acima dele o pálido Mercúrio indica o caminha às almas
descendentes e ascendentes com o seu caduceu[5],
que encerra a Ciência. Mais acima, é a brilhante Vênus, que guarda o espelho do
Amor, em que as almas por sua vez se esquecem e reconhecem. Mais alto, o gênio
do Sol ostenta o facho triunfal da eterna Beleza. Mais alto ainda, Marte brande
o gládio da Justiça. Entronizado sobre a esfera azulada, Júpiter empunha o
cetro do poder supremo, que é a inteligência divina. Nos confins do mundo, sob
os signos do Zodíaco, Saturno sustém o globo da sabedoria universal.
Hermes: Eu vejo, as sete regiões que compõem o mundo
visível e invisível: vejo os sete raios do Verbo-Luz, do Deus único, que as
atravessa e por eles a governa. Mas, ó meu mestre, como se realiza a viagem dos
homens através de todos os mundos?
Osíris: Vês uma semente luminosa cair das regiões da
Via-Láctea na sétima esfera? São germens de almas. Elas vivem como vapores
ligeiros na região de Saturno, felizes, sem cuidados e não tendo consciência da
sua felicidade. Mas, caindo de esfera em esfera, revestem invólucros cada vez
mais pesados. Em cada encarnação adquirem um novo sentido corporal, conforme o
meio em que habitam. A sua energia vital aumenta; porém, à medida que entram em
corpos mais espessos, vão perdendo a recordação da sua origem celeste. Assim se
realiza a queda das almas, que vêm do divino Éter. Cada vez mais cativas da
matéria, cada vez mais embriagadas pela vida, elas precipitam-se como uma chuva
de fogo, com estremecimentos de volúpia, através das regiões da Dor, do Amor e
da Morte até à sua prisão terrestre, onde tu próprio gemes retido pelo centro
ígneo da terra e onde a vida divina te parece um sonho em vão”. Fim
da Visão de Hermes.
Continua...
LISTA DE OUTROS ESTUDOS DA SÉRIE “EM CRISTO”:
O estudo introdutório dessa série, número 000, pode ser encontrado aqui:
O estudo número 001 dessa série — Justificação Gratuita — pode ser encontrado aqui:
O estudo 002 dessa série — Nossa Identidade com Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 003 dessa séria — Mortos para o Pecado, Mas Vivos para Deus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 004 dessa série — O Salário do Pecado X o Dom Gratuito de Deus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 005 dessa série — Nenhuma Condenação em Cristo Jesus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 006 dessa série — Nada Pode nos Separar do Amor de Deus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 007 — Somos Membros uns dos Outros em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 008 — Santificados em Cristo Jesus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 009 — A Graça de Deus em Cristo Jesus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 010 — Somos de Deus em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 011 — Somos Espirituais em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 012 — Somos Loucos, Fracos e Desprezíveis Porque Estamos em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 013 — Somos Gerados em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 014 — Nossa Esperança em Cristo Não se Limita a Essa Vida Apenas — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 015 — Todos Serão Vivificados em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 016 — Todos São Amados em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 17 — Somos Todos Ungidos em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 18 — Não Mercadejamos a Palavra de Deus — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 19 — O Véu é Removido em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 20 — Somos Novas Criaturas em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 21 — Deus Estava em Cristo Reconciliando Consigo o Mundo — poderá ser encontrado aqui:
Os estudos 22 e 23 — Sendo Conhecido em Cristo — poderão ser encontrados aqui:
O estudo 24 — Nossa Liberdade em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 25 — Justificação Pela fé em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 26 — Filhos de Deus em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 27 — Revestidos em Cristo — poderá ser encontrado aqui:
O estudo 28A — Nossa Unidade em Cristo — PARTE 001 poderá ser encontrado aqui:
O estudo 28B — Nossa Unidade em Cristo — PARTE 002 poderá ser encontrado aqui:
O estudo 029 — Somente a Fé Que Atua Pelo Amor Tem Valor em Cristo
O estudo 030A — A Bênção com Que Somos Abençoados em Cristo – Parte 001
O estudo 030B — A Bênção com Que Somos Abençoados em Cristo – Parte 002
O estudo 030C — A Bênção com Que Somos Abençoados em Cristo – Parte 003 — E a Chamada Visão de Hermes
O estudo 030D — A Bênção com Que Somos Abençoados em Cristo – Parte 004 — O Ensinamento Bíblico Acerca do Céu
O estudo 031 — Desvendando-nos o Mistério da Sua Vontade Em Cristo
O estudo 032 — Para o Louvor da Glória de Deus em Cristo
O estudo 033 — Ressuscitados em Cristo e Assentados nos Lugares Celestiais
O estudo 034 — Mostra a Suprema Riqueza da Sua Graça em Bondade para conosco em Cristo.
O estudo 035 — Mostra como somos salvos em Cristo para a prática de boas obras manifestadas por meio de uma vida de santidade.
O Estudo 036 — Nos Fala de Como Somos Aproximados de Deus Porque Estamos em Cristo.
O Estudo 037 — Nos Fala de Como Somos Co-herdeiros, Co-participantes e Membros dum mesmo Corpo
O Estudo 038A — Nos Fala das Insondáveis Riquezas de Cristo — Parte 001 — Cristo o Mistério Revelado de Deus
O Estudo 038B — Nos Fala das Insondáveis Riquezas de Cristo — Parte 002 — A Igreja Edificada Sobre Cristo
O Estudo 038C — Nos Fala das Insondáveis Riquezas de Cristo — Parte 003 — O Que é a Verdadeira Igreja de Cristo
O Estudo 038D — Nos Fala das Insondáveis Riquezas de Cristo — Parte 004 — O Que é a Verdadeira Igreja de Cristo — O Corpo de Cristo
O Estudo 038E — Nos Fala das Insondáveis Riquezas de Cristo — Parte 005 — O Que é a Verdadeira Igreja de Cristo — A Plenitude de Cristo
O Estudo 038F — Nos Fala das Insondáveis Riquezas de Cristo — Parte 006 — O Que é a Verdadeira Igreja de Cristo — Os Eleitos Por Deus em Cristo
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2016/08/nossa-riqueza-em-cristo-estudo-038f.html
O Estudo 039 — Nos Fala De Como Devemos Glorificar a Deus Porque Estamos em Cristo — Jesus e a Glória de Deus
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2016/10/nossa-riqueza-em-cristo-estudo-039.html
O Estudo 040 — Nos Fala De Como Deus Nos Perdoou em Cristo
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que
puderem que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte link:
Desde já agradecemos a todos.
[1] As
legiões romanas favoreciam a adoração do deus Mithra desde que foram
introduzidos àquela religião. Esta divindade tinha sua origem no panteão Védico
do Hinduísmo, onde se chamava Mitra. Este deus havia chegado à região da
Anatólia — Turquia moderna — através dos iranianos e havia se tornado, em
conjunção com a filosofia grega, uma das muitas religiões de mistérios da
antiguidade. O interesse das legiões romanas por esta divindade devia-se ao
fato desse deus representar a amizade, a integridade, a harmonia e tudo o mais que
era necessário para uma bem sucedida manutenção da ordem na existência humana,
coisas estas, que eram do interesse primordial dos soldados romanos.
[2]
Equinócios são pontos da órbita da Terra em que se registra igual duração do
dia e da noite, o que sucede nos dias 21 de março e 23 de setembro.
[3] Os
solstícios são as Épocas em que o Sol passa pela sua maior declinação boreal — norte
— ou austral — sul — e durante a qual cessa de afastar-se do equador. Os
solstícios situam-se, respectivamente, nos dias 22 ou 23 de junho para a maior
declinação boreal, e nos dias 22 ou 23 de dezembro para a maior declinação
austral do Sol. No hemisfério sul, a primeira data se denomina solstício de
inverno e a segunda, solstício de verão; e, como as estações são opostas nos
dois hemisférios, essas denominações invertem-se no hemisfério norte.
[5]
Bastão com duas serpentes enroscadas e com duas asas na extremidade superior -
insígnia do deus Mercúrio. Esta insígnia, a partir do século XVI, foi adotada
como símbolo da Medicina.
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