A torre de Siloé reconstruída
Esse artigo é parte da série "Parábolas de
Jesus" e é muito recomendável que o leitor procure conhecer todos os
aspectos das verdades contidas nessa série, com aplicações para os nossos dias.
No final do artigo você encontrará links para os outros artigos dessa série.
LUCAS 13:1—5
1 Naquela mesma ocasião, chegando alguns,
falavam a Jesus a respeito dos galileus cujo sangue Pilatos misturara com os
sacrifícios que os mesmos realizavam.
2 Ele, porém, lhes disse: Pensais que esses
galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem
padecido estas coisas?
3 Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos
arrependerdes, todos igualmente perecereis.
4 Ou cuidais que aqueles dezoito sobre os quais
desabou a torre de Siloé e os matou eram mais culpados que todos os outros
habitantes de Jerusalém?
5 Não eram, eu vo-lo afirmo; mas, se não vos
arrependerdes, todos igualmente perecereis.
INTRODUÇÃO
A.
A passagem de Lucas 13:1—9 pode ser dividida em duas partes — versos 1— e
versos 6—9. As duas passagens tratam de um mesmo e complexo tema envolvendo:
política e arrependimento.
B.
Nos versos 6—9 que trata da “Figueira Estéril” nós temos uma parábola
propriamente dita. Iremos lidar com essa parábola em nosso próximo estudo.
C.
Já nos versos 1—5, que iremos analisar hoje, nós temos o que podemos chamar de “discurso
parabólico” porque Jesus lança mão de situações ou ilustrações concretas para
ensinar verdades eternas.
D.
Essas duas passagens falam de pessoas que foram mortas de forma violenta, e de
uma árvore que corre o risco de ser cortada por não produzir os frutos
esperados.
Ator representando o governador romano Pilatos
I. Pilatos e a Morte Violeta de Certos Galileus
A.
De acordo com a narrativa de Lucas, Jesus está se dirigindo para Jerusalém. O
evangelista, todavia, não nos fornece nenhum detalhe onde exatamente esse diálogo
aconteceu.
B.
A história começa quando algumas pessoas se aproximam de Jesus — versos 1 — e lhe
contam uma atrocidade cometida pelo governador Pilatos.
C.
Tal atrocidade tinha a ver com o fato do governador romano Pilatos, por motivos
que não estão claros na narrativa, ordenou o massacre de certos galileus que se
encontravam em Jerusalém para oferecerem sacrifícios no templo. A brutalidade
do massacre foi tanta que o sangue dos galileus acabou se misturando com o sangue
dos animais que eles estavam oferecendo.
D.
Massacres como esses não eram incomuns. Não podemos nos esquecer que a terra da
Palestina — incluindo a Galileia, Samaria e a Judeia bem como toda a região
costeira — estava sob uma severa ocupação romana. Os romanos, geralmente
deixavam as pessoas dos territórios ocupados seguirem com o ritmo normal de
suas vidas, enquanto pagassem os impostos cobrados e não tivessem nenhum tipo
de pensamento sequer que fosse inamistoso com as forças de ocupação.
E.
Os povos conquistados pelos romanos eram considerados inimigos de tempo integral
do império e estavam sujeitos a todos os tipos de brutalidade por parte do exército
romano.
F.
Diante da circunstância que descrevemos no item anterior, fica bem evidente a
enorme importância de como Jesus iria reagir àquela informação.
G.
Certamente havia interessados de todos os lados — judeus e romanos — em conhecer
e registrar qual seria o comentário que Jesus iria fazer acerca daquela
informação. Aqueles eram, de fato, tempos muito difíceis. Cristo poderia ter
seguido a mesma atitude que encontramos no profeta Amós —
Amos
5:13
Portanto,
o que for prudente guardará, então, silêncio, porque é tempo mau.
H.
Se Jesus não dissesse nada, isso seria muito bem-vindo pelos romanos, mas o
colocaria, imediatamente na posição de traidor da causa judaica, por não
denunciar a brutalidade das forças de ocupação romanas.
I.
Agora, caso Jesus denunciasse os romanos, isso agradaria os judeus, mas o
colocaria na condição de um possível insurreto e fomentador de rebelião diante
das autoridades romanas, o que representava um risco para sua própria existência.
J.
Diante dessa delicada situação, Jesus toma a seguinte decisão: Ele decide não
denunciar os romanos, mas também evita ficar em silêncio! Como o profeta
Jeremias no Antigo Testamento, Jesus prefere falar corajosamente a verdade.
III
A Resposta de Jesus — versos 2—5
A.
Pela resposta que Jesus oferece, fica claro, que as pessoas que fizeram o
comentário original desejavam, de alguma forma, criar algum tipo de relação
entre algum pecado cometido com o sofrimento padecido.
B.
Mas no lugar de fazer uma leitura para trás suprindo, desse modo, o motivo
porque as pessoas haviam sido massacradas, a resposta de Jesus constitui-se
numa completa surpresa.
C.
Em primeiro lugar Jesus mostra que sabia muito bem que aquelas pessoas achavam
que aqueles galileus eram mais pecadores que outros judeus. Um julgamento muito
temerário, diga-se de passagem, e Jesus prontamente denuncia essa hipocrisia.
D.
O mesmo era verdadeiro com relação às 18 pessoas que haviam sido soterradas
pelo desabamento de uma torre em Jerusalém — verso 4. Os habitantes de Jerusalém
consideravam aqueles que perderam suas vidas no desabamento da torre como
pessoas mais pecadoras do que os outros habitantes de Jerusalém.
E.
Mas Jesus deixa bem claro que nenhuma pessoa daqueles grupos era mais pecadora
do que as pessoas que estavam ouvindo o que ele dizia. Segue-se a surpresa...
F.
Jesus termina seu comentário afirmando que todos os seus ouvintes pereceriam da
mesma maneira se não se arrependessem — ver versos 3 e 5.
IV
Existe Alguma Correlação, na Base de 1 por 1, entre pecado e sofrimento?
A.
Em João 9:1—3 nós lemos acerca de um homem que era cego desde o seu nascimento.
Os discípulos queriam muito saber do Senhor Jesus, quem havia pecado para que
aquele homem nascesse cego? Foi o próprio homem ou foram seus pais, perguntaram
os discípulos. Jesus respondeu dizendo que não foi ninguém!
B.
É por causa dessa falsa mentalidade que temos, de que o sofrimento de alguém
está associado aos pecados que a pessoa cometeu ou está cometendo que Jesus se
dirige ao paralítico em Lucas 5 com as seguintes palavras: Homem, estão
perdoados os teus pecados.
C.
De acordo com Jesus não existe nenhuma correlação direta na base de 1 por 1
entre pecado e sofrimento.
D.
O salmista é bem claro quanto a essa questão ao afirmar o seguinte —
Salmo
103:10
Não
nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante
as
nossas iniquidades.
E.
Da mesma maneira que não existe correlação direta entre pecado e sofrimento,
também não existe destino ou sorte e azar, por causa da soberania de Deus.
CONCLUSÃO
A.
Jesus fala diretamente com seus interlocutores e os exorta ao arrependimento
enquanto há tempo.
B.
Essa atitude de Jesus nos mostra tanto sua coragem como também explica sua
profunda rejeição pela comunidade judaica de seus dias. Eles queriam muitas coisas
da parte de Deus, mas arrependimento não era uma delas!
C.
Todos os que lutam por uma causa justa tendem a pensar que a causa os faz
justos. Não os faz. A causa dos judeus contra os romanos era justa, mas isso não
fazia deles pessoas justas.
D.
Qualquer um que quer enxergar o Senhor Jesus apenas como um revolucionário
precisa resolver as questões apresentadas pelo texto de Lucas 13:1—5.
E.
Jesus diz o seguinte para seus interlocutores: Vocês querem que eu condene
Pilatos? Mas eu não estou falando com Pilatos. Eu estou falando com vocês. Forças
do mal estão trabalhando no meio de vocês e, se vocês não se arrependerem, vocês
serão destruídos com Pilatos ou sem Pilatos. Vocês precisam se arrepender ou
serão destruídos.
F.
Note que Jesus não ordena que eles se submetam a Pilatos ou que aceitem a
opressão romana. Jesus tinha um amor muito grande por aquelas pessoas que
estavam diante dele e sabia que, se elas não se arrependessem de seus pecados
seriam completamente destruídas. Por esse motivo, Jesus os exorta ao arrependimento.
G.
O que Jesus quer nos ensinar hoje com essas palavras? Jesus nos pede que em vez
de ficarmos apenas vendo o mal ao nosso redor — naqueles dias representado por
Pilatos e a forças de ocupação do império romano — que possamos enxergar o mal
que existe em nossos corações e que nos arrependamos desse mal. Esse mal em
nossos corações é representado pelos atos que praticamos, como por obrigações
que não cumprimos — pecados de comissão e omissão.
H.
Que possamos nos arrepender de todo o mal. Seja de comissão ou de omissão.
I.
O profeta Isaías nos faz o convite mais doce que poderíamos receber:
Isaías
55:7
Deixe
o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR,
que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em
perdoar.
OUTRAS PARÁBOLAS DE JESUS PODEM SER ENCONTRADAS NOS LINKS ABAIXO:
001 – O Sal
002 – Os Dois Fundamentos
003 – O Semeador
004 – O Joio e o Trigo =
005 – O Credor Incompassivo
006 — O Grão de Mostarda e o Fermento
007 — Os Meninos Brincando na Praça
008 — A Semente Germinando Secretamente
009 e 010 — O Tesouro Escondido e a Pérola de Grande Valor
011 — A Eterna Fornalha de Fogo
012 — A Parábola dos Trabalhadores na Vinha
013 — A Parábola dos Dois Irmãos
014 — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 1
014A — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 2
015 — A Parábola das Bodas —
016 — A Parábola da Figueira
017 — A Parábola do Servo Vigilante
018 — A Parábola do Ladrão
019 — A Parábola do Servo Fiel e Prudente
020 — A Parábola das Dez Virgens
021 — A Parábola dos Talentos
022 — A Parábola das Ovelhas e dos Cabritos
023 — A Parábola dos Dois Devedores
024 — A Parábola dos Pássaros e da Raposa
025 — A Parábola do Discípulo que Desejava Sepultar Seu Pai
026 — A Parábola da Mão no Arado
027 — A Parábola do Bom Samaritano — Completo
027A — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 1
027B — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 2 — Os Ladrões e o Sacerdote
027C — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 3 — O Levita
027D — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 4 — O Samaritano
027E — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 5 — O Socorro
027F — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 6 — O transporte até a hospedaria
027G — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 7 — O pagamento final
027H — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 8 — O diálogo final entre Jesus e o doutor da Lei
028 — A Parábola do Rico Tolo —
029 — A Parábola do Amigo Importuno —
030 — A Parábola Acerca de Pilatos e da Torre de Siloé
031 — A Parábola da Figueira Estéril
032 — A Parábola Acerca dos Primeiros Lugares
033 — A Parábola do Grande Banquete
034 — A Parábola do Construtor da Torre e do Grande Guerreiro
035 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 001
036 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 002
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2015/11/parabolas-de-jesus-lucas-15-uma-exegese.html
037 — Parábolas de Jesus — Mateus
18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Completa
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/06/parabolas-de-jesus-sermao-037-parabola.html
037A — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 001
037B — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 002
037C — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 003
037D — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 004 — A Influência do Antigo Testamento
037E — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 005 — Características Cristológicas da Parábola da Ovelha Perdida
037F — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 006 — A importância das pessoas perdidas.
Que
Deus Abençoe a todos.
Alexandros
Meimaridis
PS.
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Desde
já agradecemos a todos.
um estudo muito bom para honra e gloria do senhor Jesus!crismacleiton
ResponderExcluirGlória Deus por esse estudo.Que Deus te abençoe sempre.
ResponderExcluirGnt!!! gostei muito do site ...Sou apaixonado com Jesus ...Obrigado querido Mestre.. :)
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