Margaret Thatcher condecorou
Cyril Smith, embora suspeito de pedofilia
Há poucos dias estourou um
escândalo de grandes proporções envolvendo a alta cúpula da FIFA, com vários
dirigentes de federações e confederações, de diversos, países, inclusive do
Brasil, sendo detidos pela justiça suíça, a pedido do FBI estadunidense, quando se encontravam em Zurique para
a eleição do presidente da entidade, que reconduziu Joseph Blatter para um novo
mandato de quatro anos à frente da organização que controla o futebol ao redor
do mundo.
David Cameron: PM do Reino Unido.
Nesse meio tempo o primeiro
ministro da Inglaterra, David Cameron, em uma visita à Alemanha pediu, de forma reiterada, a
renúncia de Joseph Blatter, contra quem não pesa nenhuma acusação. As histórias
escabrosas envolvendo os esportes em geral, tanto os subordinados à FIFA como
ao COI não são surpresa para ninguém. Desde o início dos anos 1990 gravíssimas
denúncias feitas contra o Comitê Olímpico Internacional — o COI — surgiram por
meio do livro “O Senhores dos Aneis –
Poder, dinheiro e drogas nas olimpíadas modernas” dos jornalistas Vyv
Simson e Andrew Jennings que foi publicado no Brasil pela editora Best Seller
em 1992. Nada aconteceu. Agora, esses que pretendem ser os donos do mundo —
Estados Unidos da América e Inglaterra — pretendem “moralizar” o futebol
internacional, ao mesmo tempo em que não tomam nenhuma providência contra as
mazelas gritantes que existem em seus próprios países.
Recentemente um candidato a
candidato à presidência da república — Rand Paul — nas próximas eleições nos
EUA disparou contra seu próprio partido — o Partido Republicano — acusando
muitos de seus companheiros de serem os responsáveis pelo surgimento do
movimento revolucionário conhecido com Estado Islâmico. Apenas esse fato é mais
importante dos que toda a corrupção da FIFA e deveria ocupar as autoridades
estadunidenses, em fez de ficarem se exibindo como polícia do mundo.
O mesmo é verdadeiro acerca do
primeiro ministro David Cameron, que em vez de ficar pedindo a renúncia de
Blatter, deveria cuidar de um problema bem mais sério em seu próprio país, conforme
a reportagem publicada no site da Revista Carta Capital e que reproduzimos
abaixo. O texto é de autoria de Giani Carta.
Nos subterrâneos da pedofilia
Por Gianni Carta
Uma investigação ainda em andamento revela 1.432 praticantes
Os resultados iniciais de uma investigação
sobre a pedofilia no Reino Unido revelam a atividade de uma nebulosa rede, da
qual, segundo dados ainda sujeitos a confirmação definitiva, participariam
1.432 cidadãos, entre eles, 76 políticos, 43 empresários ou executivos da
indústria musical, e 175 oriundos da televisão, cinema e rádio. Iniciada no ano
passado, a Operação Hydrant, dirigida por Simon Bailey, já colocou atrás das
grades algumas personalidades como, por exemplo, o famoso publicista Max
Clifford. Segundo Bailey, há centenas de milhares de vítimas. Somente neste
ano, o número de denúncias de agressões sexuais aumentou em 71%, em relação a
2012.
Entre as 116 mil denúncias
previstas para 2015, 52.446 remontam aos anos 1970, 1980 e 1990. Como disse ao
The Guardian o deputado trabalhista Tom Watson: “Por gerações fechamos
os olhos para o escândalo de abuso infantil na Grã-Bretanha”. Em
2012, Watson foi o primeiro a delatar a rede pedófila “ligada ao Parlamento de
Westminster, e ao número 10 de Downing Street, o endereço de premier”.
De fato, em março deste ano, veio
à tona outra bomba para macular a imagem da nação. Em entrevista ao Mail on
Sunday, um deputado trabalhista contou que Margaret Thatcher condecorou o deputado
liberal Cyril Smith, isso embora corressem rumores de que ele abusava de
menores. Por coincidência, as investigações sobre o condecorado cessaram. Ele
morreu tranquilo, em 2010. Como, aliás, a estrela midiática da BBC, Jimmy
Savile, durante décadas um “predador sexual” de crianças, inclusive daquelas
incapacitadas nos hospitais por ele bondosamente financiados. Savile morreu
enquanto dormia, em outubro de 2011.
Sentada a uma mesa do elegante
bar do Hipódromo de Longchamp, em Paris, a britânica Victoria Haigh avalia:
“Nada vai mudar em relação aos pedófilos no Reino Unido”. Jóquei campeã e
treinadora de cavalos, Victoria, de 43 anos, é vítima da rede de pedofilia
britânica. Perdeu a custódia da primeira filha, agora com 11 anos, para o então
marido, David Tune. Motivo: acusou-o de abusar da menina, então com 4 anos. Ao
tentar se aproximar da filha em um estacionamento, foi condenada a três anos de
prisão, em dezembro de 2011. Ficou presa por nove meses. Voltou à cadeia quando
convidou a filha para o batismo da irmã, filha de outro casamento, Sapphire.
Victoria mudou-se para Paris.
Antes de tudo, diz entre goles de San Pellegrino: “Queria protegê-la, embora eu
tenha feito questão que Sapphire viesse ao mundo na República da Irlanda”. A
filha de 4 anos, ruiva de olhos azuis, desenha ao nosso lado. Victoria diz
sentir-se uma “refugiada”. Contratou uma advogada francesa para defendê-la na
Corte Europeia. Objetivo: exigir o direito de se manifestar no Reino Unido. “A
Justiça Britânica tratou o meu caso como se fosse aquele de um divórcio no qual
se disputava a custódia de nossa filha.” No entanto, a filha mais velha, conta
Victoria, “me falava que estava sendo abusada pelo pai”. Á época, Victoria
contestou o sistema jurídico britânico. Grave ofensa à Justiça do UK, que
cuidou de se precaver. Resultado: foi considerada “mentalmente instável” e,
assim, a filha mais velha voltou ao pai. As acusações de Victoria nem sequer
foram investigadas.
Como apurou uma reportagem de
Carta Capital em novembro de 2014, além de políticos e celebridades, estão
envolvidos também juízes, advogados, psiquiatras e assistentes sociais. Os
subterrâneos da rede pedófila britânica são sinuosos. E, como diz Victoria, “as
pessoas dispostas a jogar luz sobre eles são silenciadas”. No caso de Victoria, fonte também da matéria
de 2014, a única opção era fugir do Reino Unido. Foi Ian Josephs, empresário de
83 anos formado em direito, quem a ajudou a ir para a República da Irlanda.
Baseado no Sul da França, Josephs criou uma campanha por ele alcunhada Adoção
Forçada. Objetivo: oferecer ajuda financeira a mães grávidas para sair do UK.
Josephs disse a CartaCapital:
“Mais de 25 mil crianças anualmente são retiradas do poder de pais britânicos,
a maioria dos quais não cometeu crimes”.
Acrescentou Josephs: “O sistema vale mais de 2 bilhões de libras por
ano”. Essa soma, arrecadada graças às audiências em cortes secretas no Reino
Unido, é repartida entre juízes, psiquiatras “domesticados” e assistentes
sociais.
Eis a questão: como definir o
pedófilo? Normalmente, o adulto a abusar sexualmente de alguém com menos de 16
anos. Essa definição seria validada pelo fato de em vários estados dos EUA
adolescentes poderem casar aos 16. Segundo o professor Michael Seto, psicólogo
forense citado por Andrew Gilligan, do Daily Telegraph, pedófilo seria aquele
com interesses sexuais por crianças pré-púberes, isto é, com menos de 12 anos.
Atua em escolas, estabelecimentos de ajuda a crianças, centros religiosos etc.
Essa escala etária parece um pouco rígida, visto que o amadurecimento das
crianças varia. Em 1960, Josephs trabalhou no caso de uma mãe que perdeu o
filho para a assistência social. O menino, de 12 anos, com QI de 150,
elevadíssimo, estava recluso em uma escola quatro vezes mais cara que Eton, a
escola privada de maior prestígio. Josephs indagou ao menino se o ensino era
bom. “Péssimo.” Há algo de bom? “Sim, ganho dinheiro, e bastante, dormindo com
os professores.”
Apologistas da pedofilia não
escasseavam no mundo acadêmico em 2014. Seminários em Cambridge questionavam se
a pedofilia não seria algo “normal”. Gilligan cita o professor da Universidade
de Essex, Ken Plummer, o qual escreveu, em 1981: “Dizem aos pedófilos que não
passam de sedutores e estupradores de crianças... Dizem a eles que crianças são
puras e inocentes, desprovidas de sexualidade...” Em 2012, Plummer escreveu:
devido ao fato de a homossexualidade provocar menos “pânico”, “agora o novo
pária é o pedófilo, o mais recente diabo popular...” Plummer ainda é
apresentado no site da universidade como professor emérito.
O artigo original publicado pelo
site da Carta Capital, poderá ser lido por meio desse link aqui:
Que Deus tenha muita misericórdia
dessa raça humana totalmente perdida.
Alexandros Meimaridis
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