Essa é uma
série cujo propósito é estudar, com profundidade, a vida de José como um Tipo
do Senhor Jesus Cristo. No final de cada estudo você irá encontrar links para
outros estudos. A Série tem o título Geral de: José como Tipo de Cristo.
José Como Tipo de Cristo — Estudos 033
33. José Foi Acusado Falsamente —
Gênesis 39:13—18.
Gênesis 39:13—18
13 Vendo ela que ele fugira para
fora, mas havia deixado as vestes nas mãos dela,
14 chamou pelos homens de sua
casa e lhes disse: Vede, trouxe-nos meu marido este hebreu para insultar-nos;
veio até mim para se deitar comigo; mas eu gritei em alta voz.
15 Ouvindo ele que eu levantava a
voz e gritava, deixou as vestes ao meu lado e saiu, fugindo para fora.
16 Conservou ela junto de si as
vestes dele, até que seu senhor tornou a casa.
17 Então, lhe falou, segundo as
mesmas palavras, e disse: O servo hebreu, que nos trouxeste, veio ter comigo
para insultar-me;
18 quando, porém, levantei a voz
e gritei, ele, deixando as vestes ao meu lado, fugiu para fora.
Como
não havia nenhuma possibilidade de uma acusação séria vingar contra José, a
mulher de Potifar optou por uma narrativa bastante modificada dos fatos para
causar o maior impacto possível sobre seu duplamente chocado marido. Ela lança
mão da nojenta “carta” de discriminação racial associando-a com uma decisão do
próprio Potifar: “trouxe-nos
meu marido este hebreu para insultar-nos”. Sua insinuação é
que Potifar teria trazido José para tentá-la! Note que o José, que era o
mordomo do seu senhor, é agora chamado de “servo” e a pretensa ofensa torna-se
coletiva, atingindo toda a casa de Potifar. Tudo isso faz parte de um esquema
muito bem montado e de uma tática psicologicamente ajustada para provocar a
reação desejada da parte daquele que tinha o poder para agir. Mas na
continuação ela não deseja prosseguir ofendendo o próprio Potifar então reduz
sua acusação transformando a ofensa em algo pessoal, contra ela apenas ao
dizer: “veio ter
comigo para insultar-me”. Para Potifar A expressão dela
é deliberadamente dúbia ou ambígua. Pode ser entendida literalmente — insultar
— ou como um eufemismo para “intercurso sexual”. Para seus empregados ela
revela a alegada intenção de José com toda clareza: “veio até mim para se
deitar comigo”.
A
narrativa mentirosa da mulher de Potifar produz o feito desejado, até certo
ponto. Potifar “furiosos” manda prender José e colocá-lo na cadeia. Essa
atitude de Potifar é inesperada, porque estupradores — mesmo diante de
tentativas frustradas — eram executados quando as duas partes eram cidadãos
livres —
Deuteronômio 22:23—27
23 Se houver moça virgem,
desposada, e um homem a achar na cidade e se deitar com ela,
24 então, trareis ambos à porta
daquela cidade e os apedrejareis até que morram; a moça, porque não gritou na
cidade, e o homem, porque humilhou a mulher do seu próximo; assim, eliminarás o
mal do meio de ti.
25 Porém, se algum homem no campo
achar moça desposada, e a forçar, e se deitar com ela, então, morrerá só o
homem que se deitou com ela;
26 à moça não farás nada; ela não
tem culpa de morte, porque, como o homem que se levanta contra o seu próximo e
lhe tira a vida, assim também é este caso.
27 Pois a achou no campo; a moça
desposada gritou, e não houve quem a livrasse.
Um
escravo que atacasse a esposa de seu senhor não deveria esperar por sorte
melhor. Mas, por razões que não são de todo claro, José escapa de ser condenado
à pena de morte. É possível que José tenha tido a oportunidade de contar seu
lado da história para seu senhor e que isso tenha sido suficiente para
convencer Potifar, que sua mulher não estava contando todos os fatos. Diante
disso é provável que José tenha recebido uma condenação mais branda.
Nosso
narrador, todavia, não está interessado em explicar o que aconteceu. Sua
atenção está concentrada no fato que José foi colocado “no lugar onde os presos do rei
estavam encarcerados” — Gênesis
39:20 — porque foi ali que José fez contatos
importantes que acabaram por conduzi-lo para fora da prisão.
Assim
como José foi acusado de forma falsa. O Senhor Jesus teve que experimentar,
exatamente a mesma situação. Jesus, o homem mais doce que já viveu sobre a
terra, alguém que é descrito pelo autor de Hebreus como:
Hebreus 7:26
Com efeito, nos convinha um sumo
sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e
feito mais alto do que os céus.
Mas
nenhuma dessas suas altas qualidades impediu que Jesus fosse tratado com toda
brutalidade de um “verdadeiro criminoso”.
Quando
a turba veio prender Jesus, o próprio Senhor protestou contra aquela situação
como uma forma de marcar, definitivamente, a culpa de seus inimigos e
perseguidores. Jesus disse:
Mateus 26:55
Naquele momento, disse Jesus às
multidões: Saístes com espadas e porretes para prender-me, como a um salteador?
Todos os dias, no templo, eu me assentava convosco ensinando, e não me
prendestes.
E
quem eram os inimigos de Jesus:
Mateus 26:3—4
Então, os principais sacerdotes,
e os anciãos do povo se reuniram no palácio do sumo sacerdote, chamado Caifás;
e deliberaram prender Jesus, à traição, e matá-lo.
Junto
com esses estavam também os escribas — que tinham muitos fariseus entre suas
fileiras —
Mateus 16:21
Desde esse tempo, começou Jesus
Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém
e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas,
ser morto e ressuscitado no terceiro dia.
Literalmente
Mateus usa em 26:3—4 a expressão ἀρχιερεῖς — archiereîs
— sumo sacerdote, como representante de toda casta sacerdotal. Ele também usa a
expressão πρεσβύτεροι τοῦ λαοῦ — presbúteroi toû laoû
— como os representantes de todo o povo já que pela idade e experiência eram
reputados como tais por toda a nação de Israel.
Não deixemos nos enganar, na
grande maioria das vezes, os piores e mais violentos inimigos do verdadeiro
crente são aquele que ocupam posições de liderança e que deveriam, acima de
tudo, ser exemplo para o rebanho e não perseguidores do mesmo
—
1 Pedro 5:1—4
1 Rogo, pois, aos presbíteros que
há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo,
e ainda co-participante da glória que há de ser revelada:
2 pastoreai o rebanho de Deus que
há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem
por sórdida ganância, mas de boa vontade;
3 nem como dominadores dos que
vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho.
4 Ora, logo que o Supremo Pastor
se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória.
Olhe
ao seu redor e veja que tipo de pastores e líderes você consegue enxergar:
servos ou dominadores e tiranos?
Uma
vez na casa do sumo sacerdote, Jesus foi submetido a um julgamento de
“mentirinha”, com falsas testemunhas para acusá-lo como fez a mulher de
Potifar. Era um jogo de cartas marcadas e a sentença, como vimos acima, já
havia sido passada antes mesmo de Jesus ser preso. O “jogo de cena” do sumo
sacerdote completou a farsa —
Marcos 14:55—65
55 E os principais sacerdotes e
todo o Sinédrio procuravam algum testemunho contra Jesus para o condenar à
morte e não achavam.
56 Pois muitos testemunhavam
falsamente contra Jesus, mas os depoimentos não eram coerentes.
57 E, levantando-se alguns,
testificavam falsamente, dizendo:
58 Nós o ouvimos declarar: Eu
destruirei este santuário edificado por mãos humanas e, em três dias,
construirei outro, não por mãos humanas.
59 Nem assim o testemunho deles
era coerente.
60 Levantando-se o sumo
sacerdote, no meio, perguntou a Jesus: Nada respondes ao que estes depõem
contra ti?
61 Ele, porém, guardou silêncio e
nada respondeu. Tornou a interrogá-lo o sumo sacerdote e lhe disse: És tu o
Cristo, o Filho do Deus Bendito?
62 Jesus respondeu: Eu sou, e
vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo com as
nuvens do céu.
63 Então, o sumo sacerdote rasgou
as suas vestes e disse: Que mais necessidade temos de testemunhas?
64 Ouvistes a blasfêmia; que vos
parece? E todos o julgaram réu de morte.
65 Puseram-se alguns a cuspir
nele, a cobrir-lhe o rosto, a dar-lhe murros e a dizer-lhe: Profetiza! E os
guardas o tomaram a bofetadas.
OUTROS ESTUDOS ACERCA DE JOSÉ COMO TIPO DE CRISTO
Estudo 001 — José como Tipo De Cristo — Introdução
Estudo 002 — José como Tipo De Cristo — A Infância de José
Estudo 003 — José como Tipo De Cristo — Os Irmãos e Os Nomes de José
Estudo 004 — José como Tipo De Cristo — José Como Pastor dos Seus Irmãos
Estudo 005 — José com Tipo De Cristo — José Como o Filho Amado de Seu Pai
Estudo 006 — José com Tipo De Cristo — Jesus, o Filho e Deus Pai
Estudo 007 — José com Tipo De Cristo — José e a Túnica Talar de Distinção
Estudo 008 — José com Tipo De Cristo — O Ódio que os Irmãos de José Tinham Dele
Estudo 009 — José com Tipo De Cristo — José era Odiado por Causa de Suas Palavras
Estudo 010 — José com Tipo De Cristo — José Estava Destinado a Um Futuro Extraordinário
Estudo 011 — José com Tipo De Cristo — José Antecipa Sua Glória Futura
Estudos 012 e 013 — José como Tipo de Cristo — José Sofre nas Mãos de Seus Irmãos e Vai a Busca Deles a Pedido de Jacó
Estudos 014 e 015 — José como Tipo de Cristo — José Busca Fazer o Bem a Seus Irmãos, e É Enviado De Hebrom Para a Região de Siquém
Estudo 016 — José como Tipo de Cristo — José Vai Até a Região de Siquém
Estudos 017 e 018 — José como Tipo de Cristo — José se Torna um Viajante Errante Nos Campos e Campinas da Palestina
Estudos 019 — José como Tipo de Cristo — A Conspiração contra José
Estudos 020 — José como Tipo de Cristo — As palavras de José são Desacreditadas
Estudos 021 e 022 — José como Tipo de Cristo — José é Insultado e Humilhado e José é Lançado num Poço
Estudos 023 e 024 — José como Tipo de Cristo — José é Retirado Vivo do Poço e Os Irmãos de José Misturam Ódio com Hipocrisia
Estudos 025 e 026A — José como Tipo de Cristo — José é Vendido por Seus Irmãos e o Sangue de José é Derramado
Estudos 026B — José como Tipo de Cristo — O Futuro de Israel Profetizado em Gênesis 38
Estudos 027 e 028 — José se Torna um Servo — Jose se Torna Próspero
Estudos 029 — O Senhor de José Estava Muito Feliz com Ele
Estudos 030 — José Como Servo Foi Uma Bênção Para os Outros
Estudos 031 — José Era Uma Pessoa Consagrada aos Outros
Estudos 032 — José Foi Duramente Tentado, Mas Resistiu à Tentação
Estudos 033 — José Foi Acusado Falsamente
Estudos 034 — José Não Tentou Se Defender das Falsas Acusações
Estudos 035 — José Sofreu nas Mãos dos Gentios
Estudo 036 e 37 — José Ganha o Reconhecimento do Carcereiro e José Foi Numerado com outros Transgressores.
Estudo 038 — José Como Instrumento de Bênção e de Condenação.
Estudo 039 — José Dá Evidências De Seu Conhecimento Quanto Ao Futuro.
Estudo 040 — As Predições de Jose se Tornam Realidades.
Estudo 041A — José Gostaria de Ser Lembrado
Estudo 041B — José Gostaria de Ser Lembrado
Estudo 042 — José Foi Libertado na Hora Certa
Que
Deus abençoe a todos.
Alexandros
Meimaridis
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