sábado, 12 de setembro de 2015

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 006— CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS — PARTE 005


Saint Paul in Prison, Rembrandt c. 1627
"Paulo na Prisão" de Rembrandt c. 1667.

ESSA É UMA SÉRIE DE ESTUDOS QUE VISA ABORDAR DA MANEIRA COMO CONSIDERAMOS APROPRIADA A IMPORTANTE QUESTÃO RELATIVA À RESSURREIÇÃO DE CRISTO. TOMANDO COMO BASE AS OBRAS DE GEERHARDUS VOS E HERMAN RIDDERBOS. NOSSA INTENÇÃO É MOSTRAR A CENTRALIDADE DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO NA TEOLOGIA PAULINA.

CONTINUAÇÃO

Até aqui, nossa discussão tem tentado defender e desenvolver a abordagem desenvolvida por Geehardus Vos acerca da Teologia de Paulo. Para isso, nós demonstramos:

1. Que todos os que desejam interpretar Paulo, corretamente, devem lidar com o material produzido por ele como se estivessem no mesmo nível que o apóstolo, em termos do contexto da História da Redenção, para que, desse modo, possam compartilhar um interesse interpretativo comum com ele.

2. Que, nessa luz façam justiça ao interesse doutrinário de Paulo e sua exclusividade como intérprete. Essa ênfase na continuidade pode ser melhor expressada quando olhamos para o apóstolo Paulo, como um verdadeiro teólogo. Esse ponto fundamental de partida faz surgir várias conclusões essenciais para um entendimento compreensivo de seus ensinamentos.

a. Abordar o apóstolo Paulo como um teólogo significa que nenhuma estrutura enciclopédica ou conjunto de distinções poderá ser admitida, para justificar a situação na qual ele desenvolveu os ensinamentos contidos em suas epístolas, como algo incomensurável, em princípio, com os vários contextos posteriores nos quais a igreja forjou suas próprias doutrinas. Em termos da História da Redenção, por exemplo, a estrutura dos ensinamentos soteriológicos de Paulo, podem ser contrastados diretamente com a estrutura da soteriologia da Reforma Protestante do século XVI.    

Em outras palavras, para afirmar as amplas implicações metodológicas envolvidas, a teologia bíblica e a teologia sistemática não podem ser artificialmente separadas. O interesse específico da primeira é entender a revelação como processo histórico. Dessa maneira ela, de modo inevitável, olha para as características distintivas e peculiaridades que encontramos em cada um dos autores do Novo Testamento e naquilo que eles escreveram. O ganho importante disso tudo, não é como muitos poderiam supor, que é o lado “humano” da Bíblia que está sendo enfatizado. Esse fator não possui qualquer valor em si mesmo. Pelo contrário, quando damos atenção ao fato que a instrumentalidade humana foi utilizada para transmitir a revelação divina, a atividade de Deus torna-se ainda mais importante e destacada e assim, a estrutura da revelação, como um produto final torna-se o objeto próprio do interesse da dogmática, ajudando a focalizar de modo mais preciso sua função.

Diante dessas considerações uma incursão da teologia bíblica nos domínios da teologia sistemática é tanto inevitável como necessária. A Reforma costuma separar essas duas matérias com base no método utilizado por cada uma delas. A teologia bíblica lida com a informação contida na revelação especial do ponto de vista da história. Já a teologia sistemática lida com essa mesma informação em sua totalidade. Como um “produto” pronto e acabado. A teologia bíblica lida com a revelação como uma atividade divina e não como o produto final dessa atividade.

O interesse mútuo tanto da teologia bíblica quanto da teologia sistemática torna-se especialmente marcante quando estudamos os escritos do apóstolo Paulo. Se como um teólogo, suas epístolas e pregações revelam alguma estrutura de pensamento, segue-se que a forma que uma teologia baseada na exegese de seus textos, deverá refletir essa mesma estrutura, tanto quanto possível. Isso deverá ser demonstrado, especialmente na área da soteriologia onde o material produzido por Paulo se mostra tão proeminente. Se na atividade comum de fazer teologia, Paulo, como apóstolo e instrumento da revelação for considerado distintamente singular pelos seus intérpretes por meio da provisão, em parte, de material inspirado e indispensável fundamentos para a atividade teológica subsequente, segue-se que seus intérpretes devem se preocupar, não apenas com esse material, os conceitos particulares encontrados em Paulo, mas também com a forma como o próprio Paulo manipulas as informações e estrutura seus variados conceitos.   

Enquanto um indivíduo se manter apegado ao ensinamento de Kyper que insiste que a Bíblia Sagrada apenas supre o material do qual a própria igreja constrói seus “dogmas” e desenvolve sua “dogmática” será muito difícil enxergar como o método de “inventários” poderá de fato ser ultrapassado e vencido, de forma efetiva, apesar de todas as afirmações ao contrário. Enquanto um indivíduo trabalhar com suas distinções enciclopédicas, o princípio sintetizador de Paulo será, na melhor das hipótese, notado apenas de forma obscura, e assim, será inevitável que o mesmo seja substituído seja explícita ou implicitamente por outro, totalmente estranho ao apóstolo. São as próprias Escrituras Sagradas que precisam determinar não apenas o conteúdo, mas também o método de se fazer teologia.

CONTINUA   ca, de modo mais apropriado, apenas    

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 001 — INTRODUÇÃO À HERMENÊUTICA.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 002 — PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS — PARTE 001.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 003 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 002 — A RELAÇÃO ENTRE OS ATOS REDENTORES DE DEUS E A REVELAÇÃO DAS ESCRITURAS SAGRADAS

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 004 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 003 — A RELAÇÃO ENTRE PAULO E SEUS INTÉRPRETES MODERNOS

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 005 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 004 — PAULO, NÓS E A HISTÓRIA DA REDENÇÃO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 006 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 005 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 01

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 007 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 006 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 008 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 007 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 003 — FINAL

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 009 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 001 — CRISTO, AS PRIMÍCIAS — PARTE 001

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 010 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 002 — CRISTO É AS PRIMÍCIAS E OS CRENTES SÃO A COLHEITA PLENA — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 011 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 003 — CRISTO É O PRIMOGÊNITO DENTRE OS MORTOS — PARTE 003

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 012 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 004 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO DOS CRENTES SÃO EPISÓDIOS DE UM ÚNICO EVENTO

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 013 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 001

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 014 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 002
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/01/a-ressurreicao-de-cristo-dentre-os.html

OUTROS ARTIGOS ACERCA DA SOTERIOLOGIA DO APÓSTOLO PAULO

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A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 013 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 001

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 014 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 002

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 015 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 003

Que Deus Abençoe a Todos.

Alexandros Meimaridis

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Desde já agradecemos a todos. 

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