"Paulo na Prisão" de Rembrandt c. 1667.
ESSA É UMA SÉRIE DE ESTUDOS QUE
VISA ABORDAR DA MANEIRA COMO CONSIDERAMOS APROPRIADA A IMPORTANTE QUESTÃO
RELATIVA À RESSURREIÇÃO DE CRISTO. TOMANDO COMO BASE AS OBRAS DE GEERHARDUS VOS
E HERMAN RIDDERBOS. NOSSA INTENÇÃO É MOSTRAR A CENTRALIDADE DA RESSURREIÇÃO DE
CRISTO NA TEOLOGIA PAULINA.
CONTINUAÇÃO
Até aqui, nossa discussão tem
tentado defender e desenvolver a abordagem desenvolvida por Geehardus Vos
acerca da Teologia de Paulo. Para isso, nós demonstramos:
1. Que todos os que desejam
interpretar Paulo, corretamente, devem lidar com o material produzido por ele
como se estivessem no mesmo nível que o apóstolo, em termos do contexto da História
da Redenção, para que, desse modo, possam compartilhar um interesse
interpretativo comum com ele.
2. Que, nessa luz façam justiça
ao interesse doutrinário de Paulo e sua exclusividade como intérprete. Essa
ênfase na continuidade pode ser melhor expressada quando olhamos para o apóstolo
Paulo, como um verdadeiro teólogo.
Esse ponto fundamental de partida faz surgir várias conclusões essenciais para
um entendimento compreensivo de seus ensinamentos.
a. Abordar o apóstolo Paulo como
um teólogo significa que nenhuma estrutura enciclopédica ou conjunto de
distinções poderá ser admitida, para justificar a situação na qual ele
desenvolveu os ensinamentos contidos em suas epístolas, como algo
incomensurável, em princípio, com os vários contextos posteriores nos quais a
igreja forjou suas próprias doutrinas. Em termos da História da Redenção, por
exemplo, a estrutura dos ensinamentos soteriológicos de Paulo, podem ser
contrastados diretamente com a estrutura da soteriologia da Reforma Protestante
do século XVI.
Em outras palavras, para afirmar
as amplas implicações metodológicas envolvidas, a teologia bíblica e a teologia
sistemática não podem ser artificialmente separadas. O interesse específico da
primeira é entender a revelação como processo
histórico. Dessa maneira ela, de modo inevitável, olha para as
características distintivas e peculiaridades que encontramos em cada um dos
autores do Novo Testamento e naquilo que eles escreveram. O ganho importante
disso tudo, não é como muitos poderiam supor, que é o lado “humano” da Bíblia
que está sendo enfatizado. Esse fator não possui qualquer valor em si mesmo.
Pelo contrário, quando damos atenção ao fato que a instrumentalidade humana foi
utilizada para transmitir a revelação divina, a atividade de Deus torna-se
ainda mais importante e destacada e assim, a estrutura da revelação, como um
produto final torna-se o objeto próprio do interesse da dogmática, ajudando a
focalizar de modo mais preciso sua função.
Diante dessas considerações uma
incursão da teologia bíblica nos domínios da teologia sistemática é tanto
inevitável como necessária. A Reforma costuma separar essas duas matérias com
base no método utilizado por cada uma delas. A teologia bíblica lida com a
informação contida na revelação especial do ponto de vista da história. Já a
teologia sistemática lida com essa mesma informação em sua totalidade. Como um “produto”
pronto e acabado. A teologia bíblica lida com a revelação como uma atividade
divina e não como o produto final dessa atividade.
O interesse mútuo tanto da
teologia bíblica quanto da teologia sistemática torna-se especialmente marcante
quando estudamos os escritos do apóstolo Paulo. Se como um teólogo, suas
epístolas e pregações revelam alguma estrutura de pensamento, segue-se que a
forma que uma teologia baseada na exegese de seus textos, deverá refletir essa
mesma estrutura, tanto quanto possível. Isso deverá ser demonstrado,
especialmente na área da soteriologia onde o material produzido por Paulo se
mostra tão proeminente. Se na atividade comum de fazer teologia, Paulo, como
apóstolo e instrumento da revelação for considerado distintamente singular
pelos seus intérpretes por meio da provisão, em parte, de material inspirado e
indispensável fundamentos para a atividade teológica subsequente, segue-se que
seus intérpretes devem se preocupar, não apenas com esse material, os conceitos
particulares encontrados em Paulo, mas também com a forma como o próprio Paulo manipulas as informações e estrutura
seus variados conceitos.
Enquanto um indivíduo se manter
apegado ao ensinamento de Kyper que insiste que a Bíblia Sagrada apenas supre o
material do qual a própria igreja constrói seus “dogmas” e desenvolve sua “dogmática”
será muito difícil enxergar como o método de “inventários” poderá de fato ser
ultrapassado e vencido, de forma efetiva, apesar de todas as afirmações ao
contrário. Enquanto um indivíduo trabalhar com suas distinções enciclopédicas,
o princípio sintetizador de Paulo será, na melhor das hipótese, notado apenas
de forma obscura, e assim, será inevitável que o mesmo seja substituído seja
explícita ou implicitamente por outro, totalmente estranho ao apóstolo. São as
próprias Escrituras Sagradas que precisam determinar não apenas o conteúdo, mas
também o método de se fazer teologia.
CONTINUA
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 001 — INTRODUÇÃO À HERMENÊUTICA.
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 002 — PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS — PARTE 001.
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 003 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 002 — A RELAÇÃO ENTRE OS ATOS REDENTORES DE DEUS E A REVELAÇÃO DAS ESCRITURAS SAGRADAS
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 004 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 003 — A RELAÇÃO ENTRE PAULO E SEUS INTÉRPRETES MODERNOS
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 005 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 004 — PAULO, NÓS E A HISTÓRIA DA REDENÇÃO
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 006 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 005 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 01
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 007 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 006 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 002
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 008 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 007 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 003 — FINAL
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 009 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 001 — CRISTO, AS PRIMÍCIAS — PARTE 001
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 010 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 002 — CRISTO É AS PRIMÍCIAS E OS CRENTES SÃO A COLHEITA PLENA — PARTE 002
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 011 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 003 — CRISTO É O PRIMOGÊNITO DENTRE OS MORTOS — PARTE 003
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 012 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 004 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO DOS CRENTES SÃO EPISÓDIOS DE UM ÚNICO EVENTO
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 013 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 001
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 014 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO PASSADA DOS CRENTES — PARTE 002
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/01/a-ressurreicao-de-cristo-dentre-os.html
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO — PARTE 001 — INTRODUÇÃO À HERMENÊUTICA.
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A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 003 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 002 — A RELAÇÃO ENTRE OS ATOS REDENTORES DE DEUS E A REVELAÇÃO DAS ESCRITURAS SAGRADAS
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 004 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 003 — A RELAÇÃO ENTRE PAULO E SEUS INTÉRPRETES MODERNOS
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A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 006 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 005 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 01
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 007 — QUESTÕES METODOLÓGICAS — PARTE 006 — PAULO E SEUS INTÉRPRETES — PARTE 002
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A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 010 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 002 — CRISTO É AS PRIMÍCIAS E OS CRENTES SÃO A COLHEITA PLENA — PARTE 002
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A RESSURREIÇÃO DE CRISTO DENTRE OS MORTOS NA TEOLOGIA DE PAULO – PARTE 012 — O TEMA CENTRAL E SUA ESTRUTURA BÁSICA — PARTE 004 — A RESSURREIÇÃO DE CRISTO E A RESSURREIÇÃO DOS CRENTES SÃO EPISÓDIOS DE UM ÚNICO EVENTO
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Que Deus Abençoe a Todos.
Alexandros Meimaridis
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