quarta-feira, 2 de março de 2016

MICROCEFALIA REABRE A DISCUSSÃO SOBRE O ABORTO NO BRASIL


O artigo abaixo foi publicado no site da editora fiel e é da autoria de John Nigth

Deficiência não justifica o aborto, nem microcefalia! (Zika vírus)

Eu não espero que os não cristãos entendam por que os cristãos veem bebês não nascidos como criações intrinsecamente valiosas do Deus vivo. Porém, eu gostaria que os defensores do aborto respondessem por que eles pensam que abortar crianças é uma resposta adequada a uma crise de saúde pública.

Os defensores do aborto estão se aproveitando do surto do vírus Zika para incentivar a liberalização das leis sobre aborto no Brasil. Isto é algo vergonhosamente prejudicial contra as crianças não nascidas com deficiência, e não responde as verdadeiras questões de saúde pública.

De acordo com a Ethics and Religious Liberty Commission (ERLC – Comissão de Ética e Liberdade Religiosa), o Zika vírus infectou cerca de 1,5 milhão de brasileiros no ano passado. Ao mesmo tempo, um número preocupante de crianças locais nasceu com microcefalia, ou com a cabeça anormalmente pequena, o que pode levar a deficiências de desenvolvimento, entre outras. No dia primeiro de fevereiro, a dra. Margaret Chan, diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou:

“O recente conjunto de casos de microcefalia e outros distúrbios neurológicos relatados no Brasil, em sequência a um conjunto semelhante na Polinésia Francesa em 2014, constitui-se como uma emergência de saúde pública de interesse internacional”.

Os proponentes do aborto já estão usando o surto de Zika para defender mais abortos no Brasil e em outros países da América do Sul e Central. Um artigo do New York Times em 3 de fevereiro relatou que

“os crescentes relatórios médicos de bebês que nascem com cabeças anormalmente pequenas durante a epidemia de Zika no Brasil estão aquecendo um intenso debate sobre as leis de aborto do país, que consideram o procedimento ilegal na maioria das circunstâncias”.

A essência deste “intenso debate” é que é preferível que as crianças com deficiências relacionadas à microcefalia sejam abortadas, em vez de nascerem.

Seria melhor não terem nascido?

Todos, mesmo aqueles a favor do aborto sem restrições em qualquer fase da gestação admitem que a decisão de abortar é algo sério. E a maioria das pessoas acredita que esta deve ser uma decisão bem informada. Assim, podemos supor que mais informações sobre a microcefalia seriam oferecidas, incluindo como ela afeta aqueles que possuem esta condição e suas famílias. O que é notável no artigo do New York Times (pela ausência) é que não há entrevistas com quem possui microcefalia nem com suas famílias, e nem são apresentados estudos de caso. O articulista ignora como as pessoas com deficiência reagem aos esforços para destruir nascituros semelhantes a eles.

Simplesmente presume-se que um diagnóstico de microcefalia é razão suficiente para destruir a criança no útero.

Por viver com um jovem que não tem microcefalia, mas tem graves deficiências de desenvolvimento, posso confirmar que é caro, e muitos dias são difíceis (mas também rimos muito na nossa família!). Ainda mais difícil, porém, é viver em um mundo em que muitas pessoas acreditam e agem segundo a crença de que pessoas como meu filho não deveriam ter nascido.

Viver em um mundo assim pode ser assustador. Mas eu tenho uma esperança maior: Deus. E foi Deus quem fez meu filho. Como o pastor John Piper observou em um sermão sobre João 1:

“Onde quer que você vá neste planeta e veja uma pessoa viva, você está vendo uma imagem da realidade absoluta, da realidade última, da realidade original: o Verbo, que estava com Deus e era Deus, e era a Vida. Você nunca conheceu um ser humano comum. Isso não existe. Todos eles são extraordinários. Todos eles são incríveis”.

Somos todos portadores da imagem de Deus. Observe que o pastor John não modifica a sua declaração com “a não ser que eles tenham uma deficiência”. Ele teria blasfemamente errado se dissesse isso. Deus nos informa gentil e especificamente na sua Palavra que a deficiência também está sob a sua autoridade soberana (Êxodo 4:11; João 9:1—3).

Mais uma vez, não espero que não cristãos compreendam a nossa esperança. Porém, quero encorajar os cristãos a se apegarem com fé à palavra de Deus e a agir de acordo com ela:

2 Coríntios 4:16—18

Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.

Como cristãos, não abordamos o sofrimento destruindo a pessoa que sofre. Atacamos o vírus para evitar surtos, eliminamos mosquitos, desenvolvemos vacinas, enviamos profissionais médicos e vamos nós mesmos; mas não matamos pequenos seres humanos. Confiamos que suas promessas de sustento (Filipenses 4:19) são verdadeiras e seus planos predeterminados (Atos 4:28) são perfeitos. Podemos responder de maneiras proativas e amorosas a famílias que sofrem com a microcefalia, bem como todas as outras deficiências, porque a nossa esperança está em Deus e não em nós mesmos.

Não acredite na mentira

Se você confessa a Cristo como Salvador e geralmente é pró-vida (contrário ao aborto), mas sente que o aborto nessas circunstâncias é razoável, você está acreditando em uma mentira. Peço-lhe que leia a totalidade das Escrituras e veja como Deus apresenta os propósitos do sofrimento e de todo tipo de dificuldades (ou leia, veja e ouça todos os recursos sobre “sofrimento” em desiringGod.org).

A relação do Zika vírus com a causa da microcefalia ainda não foi completamente entendida, mas é evidente que algo está acontecendo no Brasil. Oremos para que Deus conceda respostas e soluções e mostre como a igreja pode se envolver. Algumas das crianças afetadas estão sendo entregues por seus pais ao governo brasileiro para adoção; talvez uma dessas crianças deva fazer parte da sua família!

E devemos atacar o argumento satânico de que pode ser “melhor” para a criança com microcefalia e para a sua família se ela for abortada. Devemos nos compadecer daqueles que pensam dessa forma, porque são incapazes de ver o extraordinário poder de Deus e estão a caminho de uma realidade eterna que é pior do que qualquer um de nós pode imaginar. Em vez disso, temos que orar e evangelizar, e nos envolver com aqueles que apoiam o aborto, para o próprio bem e alegria deles, e pela vida desses pequeninos vulneráveis ​​e suas famílias.

Por: John Knight. © 2016 Desiring God. Original: Disability Does Not Justify Abortion: The Zika Virus Is No Excuse.

Tradução: João Paulo Aragão da Guia Oliveira. Revisão: Vinicius Musselman pimentel. © 2016 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.br. Original: Deficiência não justifica o aborto, nem microcefalia! (Zika vírus).

John Knight

John Knight é diretor da Donor Partnerships no ministério Desiring God. É casado com Dianne e têm quatro filhos: Paul, Hannah, Daniel e Johnny. Paul possui múltiplas deficiências, incluindo cegueira, autismo, deficiências cognitivas e convulsões. John escreve sobre os temas da deficiência, a Bíblia e a igreja em The Works of God.

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Que Deus tenha compaixão de todos nós.

Alexandros Meimaridis

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Desde já agradecemos a todos.        

2 comentários:

  1. Algo pode ser ocultado da mídia mas Deus conhece o profundo e o escondido. Não colocamos a esperança no governo deste mundo nem nos conformaremos a ele. Tudo coopera para o bem dos que amam a Deus.

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  2. Caro Ricardo,

    Muito obrigado por compartilhar essas poucas e sábias palavras.

    Deus te abençoe.

    irmão Alex

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