sexta-feira, 4 de novembro de 2016

SALMOS 130 - SERMÃO 001 – O CLAMOR DO SALMISTA


Resultado de imagem para clamar ao senhor

O Salmo 130 é bem conhecido pelas suas primeiras palavras em latim: De profundis ou Das profundezas. O salmo é um clamor profundo que brota do coração de um ser humano tomado pela mais intensa perturbação por causa da inquietude causada pelo pecado pessoal. Em meio à sua dor, o Salmista manifesta sua plena confiança em ser perdoado pelo Deus ETERNO.

“DE PROFUNDIS”

Uma Exposição Bíblica e Teológica do Salmo 130

Introdução

A. O Salmo 130 é um dos 15 Salmos — do Salmo 120 até 134 — que são conhecidos como “Cânticos de Romagem”.

B. Eram Salmos cantados pelo povo de Israel durante a viagem que tinham que fazer três vezes por ano, até o local apontado por Deus para adoração.

C. A autoria desses Salmos é como segue:

1. Davi escreveu os Salmos 122, 124, 131 e 133.

2. O Salmo 127 é de autoria de Salomão.

3. Os 10 Salmos restantes são anônimos.

D. De acordo com as instruções que o povo de Deus havia recebido de Moisés em Deuteronômio 16:1—17, todo israelita devia comparecer diante do SENHOR — primeiro no Tabernáculo e depois no Templo — três vezes por ano para celebrar as seguintes festas:

1. פֶּסַח PesachFesta da Páscoa — Libertação do Cativeiro Egípcio.

2. שָׁבֻעֹת Shabu`otFesta das Semanas ou Pentecostes, no início da colheita dos primeiros frutos.

3. סֻּכּוֹת SucotFesta dos Tabernáculos no final da colheita.

E. Como todos os judeus estavam obrigados a frequentar essas três festas, ninguém podia ficar para trás. Por esse motivo, Deus fez uma das mais poderosas e generosas promessas que podemos encontrar em toda Bíblia. A promessa garantia aos judeus, que eles poderiam ir tranquilos para as três festas, porque o próprio Deus guardaria todas as propriedades através do país:

Êxodo 34:24

Porque lançarei fora as nações de diante de ti e alargarei o teu território; ninguém cobiçará a tua terra quando subires para comparecer na presença do SENHOR, teu Deus, três vezes no ano.

F. Com essa garantia os judeus, então, se juntavam em grupos e seguiam para celebrar as três grandes festas do Senhor. Enquanto viajavam, eles tinham por costume seguirem cantando os louvores do Senhor. Com o tempo, uma série de cânticos específicos foi criada, especialmente, com esse propósito. Esses são os 15 Salmos que mencionamos acima os quais recebem um sub título de “Cântico de Romagem” na ARA ou de “Canção de Peregrinos” na NTLH.

G. Depois que o templo já estava construído em Jerusalém, havia uma escadaria com 15 degraus do lado sul do mesmo, por onde os peregrinos entravam na área do templo através das chamadas “portas da profetisa Hulda”. Para alcançarem essas portas os peregrinos precisavam galgar os 15 degraus e costumavam cantar um dos salmos de romagem para cada degrau, à medida que ascendiam. Por esse motivo, esses salmos também são chamados de “Salmos dos degraus” ou “cânticos dos degraus”.

H. Nesse último sentido — o de subir — o Salmo 130 se eleva, rapidamente, do mais profundo abismo até as maiores alturas da certeza do cuidado permanente de Deus.

I. Durante a celebração das festas em Jerusalém era comum o povo entoar os Salmos 113 a 118 que são chamados de Salmos de Hilel.

J. O Salmo 130 forma um par perfeito com o Salmo 129.

1. O Salmo 129 fala das dificuldades que enfrentamos com outros seres humanos, que muitas vezes são ríspidos, ingratos e até mesmo cruéis.

2. Mas depois que vencemos nossos embates com outros seres humanos nós estamos melhor preparados para enfrentarmos as dificuldades que existem em nosso relacionamento com Deus, que é o tema central do Salmo 130.

K. Todos os que enfrentaram as dores causadas por outros seres humanos, estão treinados na paciência necessária para lidar com o Deus Santo e Todo Poderoso.

L. Por causa do início do Salmo 130 na tradução latina — Vulgata — o mesmo é conhecido mundialmente como “De Profundis”. E é dessas profundezas que nós, muitas vezes:

1. Clamamos a Deus.

2. Aguardamos em Deus.

3. Vigiamos esperando a ação de Deus

4. Esperamos, totalmente, em Deus.

M. É nesse Salmo que encontramos a pérola de grande valor que chamamos de REDENÇÃO — ver Salmos 130:7—8. Mas para que isso aconteça é necessário, muitas vezes, que o Senhor permita sermos arrastados para regiões abissais.

N. Segundo os especialistas, as melhores pérolas naturais se encontram nas maiores profundidades.

O. Com certeza podemos afirmar que o Salmista jamais teria descoberto tal pérola, não tivesse sido lançado em águas tão profundas.

P. O Salmo 130 pode então, ser dividido assim:

1. Versos 1—2 nos apresentam o intenso clamor e desejo do salmista.

2. Versos 3—4 nos falam de humildade, que acompanha um “profundo” arrependimento, e fé verdadeira no Senhor.

3. Versos 5—6 o Salmista decide firmemente aguardar e vigiar até ver o Senhor agir.

4. Versos 7—8 o Salmista manifesta uma alegre expectativa que é capaz de alegrar não apenas seu próprio coração, mas de todo o povo de Deus.  

Q. Feita essa introdução, estamos prontos para estudar com “profundidade” esse Salmo, começando pelo verso 1:

DAS PROFUNDEZAS OU DE PROFUNDIS

I. O Clamor Vindo das Profundezas.

A. A primeira afirmação do Salmista é realmente surpreendente. Mesmo se encontrando no estado de maior humilhação, ele jamais deixou de buscar o Senhor.

B. As profundezas têm essa característica: silenciar todas as vozes. Mas elas não foram capazes de fazer calar a voz do servo do Senhor. Pelo contrário, é das maiores profundezas que o Salmista levanta sua voz pedindo socorro a Deus!

C. Por baixo dos vagalhões dos tsunamis da vida, a oração de fé continuava viva e perseverante. Quantas lições podemos aprender aqui? Muitas!

1. Em primeiro lugar somos ensinados que pouca importa a situação que estamos enfrentando se podemos orar!

2. Não é verdade que nossa vida de oração se transforma por completo quando enfrentamos problemas, grandes problemas?

3. Note como quanto maior a profundidade em que nos encontramos maior é nossa devoção ao Senhor. A Intensidade da nossa devoção é motivada pela profundidade em que nos encontramos.

D. Quando oramos das profundezas nós produzimos a mais elevada — excelsa — glória de Deus.

II. O Clamor Vindo das Profundezas é Dirigido para Deus.

A. Mas toda nossa devoção e intensidade de oração só fazem sentido se forem dirigidas, exclusivamente, para o Deus Todo Poderoso.

B. Em nosso mais profundo desespero devemos buscar Deus, e Deus somente.

C. Nessas horas Deus deve ser o objeto central de toda nossa atenção como faz o Salmista aqui no verso 1. O Deus Único e Verdadeiro!

D. Como deve ser terrível olhar para trás, para os momentos terríveis de angústia e percebemos que fizemos de tudo, menos clamarmos a Deus de todo nosso coração, com todas as nossas forças, com todo nosso entendimento e com toda a força de nossas mentes!

E. Por outro lado, como deve ser animador se, ao olharmos para aquelas situações, nos lembrarmos de como buscamos o Senhor e de como Ele veio ao nosso socorro. Deus seja louvado. ALELUIA.

Conclusão

A. Muitas vezes em nossas vidas nós somos como o profeta Jonas, que precisou ser arrastado para as profundezas do mar, dentro do ventre de um grande peixe. Foi ali no ventre do peixe que Jonas reconheceu uma grande verdade que ele registrou com as seguintes palavras:

Jonas 2:9

Ao SENHOR pertence a salvação!

Você sabia que esse é o único versículo em toda a Bíblia que afirma essa verdade usando essas palavras?

B. Jesus mesmo nos disse que temos o “dever de orar sempre e nunca esmorecer”. Para ilustrar o que ele queria dizer, ele contou uma parábola para os seus discípulos —

Lucas 18:1

Disse-lhes Jesus uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer.

A parábola poderá ser encontrada em Lucas 18:2—8 e nela temos essa promessa poderosa de Deus acompanhada de uma grave advertência do Senhor Jesus:

Lucas 18:7—8

Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?

C. Sabe por que muitas vezes sua vida te dá a impressão de que você está direto nas profundezas? É porque, na maioria das vezes, essa é a única linguagem que entendemos para nos fazer depender, o tempo todo de Deus. Quando Deus facilita nossas vidas, nós rapidamente nos esquecemos do Senhor, da importância da leitura da Bíblia, da oração perseverante e da comunhão com os irmãos. Então o Senhor, em sua bondade nos humilha nos mantendo nas profundezas. Ele faz isso por que Ele nos ama de verdade.

D. Aquele que clama a Deus das profundezas, logo estará cantando nas maiores alturas.

OUTRAS MENSAGENS DA SÉRIE DO SALMO 130

SERMÃO 001 — O CLAMOR DO SALMISTA

SERMÃO 002 — OS OUVIDOS DE DEUS ESTÃO ATENTOS AO NOSSO CLAMOR

SERMÃO 003 — NOSSA DESESPERADA CONDIÇÃO




Que Deus abençoe a todos.

Alexandros Meimaridis

PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem que “curtam” nossa página no Facebook através do seguinte link:


Desde já agradecemos a todos.


Os comentários não representam a opinião do Blog O Grande Diálogo; a responsabilidade é do autor da mensagem, sujeito à legislação brasileira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário