Essa série pretende
disponibilizar as informações mais importantes acerca de cada um dos 27 livros
que compõem o Novo Testamento. Desde que lançamos nossa série de Introdução ao
Antigo Testamento, muitos leitores têm nos questionando acerca de algum
material semelhante com respeito ao Novo Testamento. Então, aproveitando que
iniciamos uma série de estudos acerca dos manuscritos do Novo Testamento —
tecnicamente chamada de “baixa crítica” — estamos usando essa oportunidade para
lançar uma série que trate também do texto do Novo Testamento em si, e da
interpretação geral do mesmo — “alta crítica”.
I. O EVANGELHO DE
MATEUS
I. A Data da Composição
do Evangelho de Mateus
A data em que os evangelhos que
temos no Novo Testamento foram escritos é motivo de grandes debates entre os
estudiosos. Isso se deve ao fato de que antes de fixar qualquer data, os
especialistas estão interessados em determinar, acima de tudo, qual foi o
evangelho que foi escrito primeiro. Essa discussão tem a ver com o chamado Problema Sinótico, que será objeto de
nossa atenção mais adiante. Todavia, nosso interesse em tentar identificar uma
data aproximada para a composição do Evangelho de Mateus, não pode ficar
sujeita a discussões secundárias.
Como falamos antes, quando
tratamos da autoria dos evangelhos — são todos anônimos — o mesmo se aplica
quando vamos falar da data de composição de Mateus: as evidências que temos são
escassas. Ideias como as defendidas por Burnett Hillman Streeter[1], têm influenciado gerações de estudiosos dos
evangelhos, especialmente quando argumenta a favor da existência de material
secundário — não produzido pelo autor original — no Evangelho de Mateus. Suas
afirmações não passam de opiniões desprovidas de fundamento — muita convicção,
mas poucas provas. O que Streeter escreveu é controlado, em grande parte por
pressuposições que dizem respeito ao valor relativo das fontes utilizadas pelo
evangelista. Uma excelente resposta aos argumentos de Streeter pode ser
encontrada na obra já mencionada de John A. T. Robinson, de Cambridge,
intitulada: Rdating the New Testament.
Outra linha de argumentação
semelhante a essa que acabamos de mencionar diz respeito ao conceito que, nós
podemos encontrar no Evangelho de Mateus, materiais pontuais que apontam para
interesses eclesiásticos ou explicativos que vão muito além do período da
igreja primitiva — período que se estende até o ano 100. Mas, como aconteceu
antes, a força dos argumentos apresentados está diretamente relacionada ao modo
como interpretamos as passagens onde a igreja
é mencionada. Se alguém que está trabalhando com o texto de Mateus achar que o
Senhor Jesus não poderia ter antecipado o surgimentos da igreja, então qualquer
coisa pode ser afirmada acerca das passagens em que a mesma é mencionada no
evangelho objeto de nosso interesse. Inclusive, que as mesmas foram produzidas
em outra época fora do período coberto pela igreja primitiva. Mas a realidade é
que o caráter de Jesus nos permite entender que Ele, não somente enxergou a
existência futura da igreja cristã, como fez provisões adequadas para a mesma.
A capacidade de Jesus de conhecer
o futuro é tão ignorada por muitos estudiosos modernos do evangelho, a ponto das
datas de composição de Mateus, Marcos e Lucas serem todas emboladas ao redor da
discussão da data original da produção de Marcos. A negação da capacidade de
Jesus enxergar o futuro é, geralmente, apresentada mediante o uso dos seguintes
argumentos:
1. Como Cristo era incapaz de
saber o futuro, assim é o argumento, segue-se que o Evangelho de Marcos foi
produzido apenas alguns anos antes da destruição de Jerusalém. Para justificar
esse argumento usam-se as seguintes referências: Marcos 13 e Mateus 24:15.
2. Mateus certamente fez uso de
Marcos, portanto, foi escrito depois da queda de Jerusalém.
3. Uma vez que tanto Inácio de
Antioquia — morto no ano 110 — como o Didaquê — ou Ensino dos Doze Apóstolos —
parecem fazer menção ao Evangelho de Mateus, tal menção pode indicar que Mateus
alcançou uma notoriedade maior que Marcos, apesar desse último ter sido escrito
primeiro.
4. Portanto, a data mais provável
para a composição de Mateus pode ser fixada entre os anos 80—100. Essa é a
opinião de muitos estudiosos.
O próprio Streeter, mencionado
acima, aponta para o ano 85, mas admite que não tem como provar,
matematicamente, sua afirmação.
Todavia, se admitirmos que Jesus
era capaz de prever o futuro, incluindo a queda de Jerusalém então, o suporte
principal de sustentação acerca da data da composição de Marcos desaba e outros
dados podem ser utilizados para a fixação das datas de composição, tanto de
Mateus como de Marcos. Entretanto, temos que admitir que existe pouco ou quase
nenhum material dentro dos próprios evangelhos que possa nos ajudar na fixação
das datas de composição dos mesmos. Todas as tentativas, nunca deixarão de ser
apenas suposições.
Essa é uma questão que, por
enquanto, precisar ser deixada como não resolvida. Assim, devemos afirmar que a
definição de uma data precisa para a composição do Evangelho de Mateus afeta
muito pouco nosso entendimento do mesmo.
OUTROS ESTUDOS ACERCA DA
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO —
PARTE 001 — INTRODUÇÃO GERAL AOS EVANGELHOS — ESTUDO 001
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO —
PARTE 002 — A FORMA LITARÁRIA DOS EVANGELHOS
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO —
PARTE 003 — MOTIVOS PORQUE OS EVANGELHOS FORAM ESCRITOS
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — PARTE
004 — O LUGAR OCUPADO PELOS QUATRO EVANGELHOS NO NOVO TESTAMENTO
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO —
PARTE 005 — A MELHOR FORMA DE ABORDAR OS
QUATRO EVANGELHOS
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO —
ESTUDO 006 – INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MATEUS —
PARTE 001
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO —
ESTUDO 007 – INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MATEUS —
PARTE 002
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO —
ESTUDO 008 – INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MATEUS — PARTE
003
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO —
ESTUDO 009 – INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MATEUS —
PARTE 004
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO —
ESTUDO 010 – INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MATEUS —
PARTE 005
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO —
ESTUDO 011 – INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MATEUS —
PARTE 006
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO —
ESTUDO 012 – INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MATEUS —
PARTE 007
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO —
ESTUDO 013 — INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MATEUS —
PARTE 008
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO — ESTUDO
014 — INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MATEUS — PARTE 009
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO —
ESTUDO 015 — INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — MATEUS — PARTE 010 — AUTOR — PARTE 002
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO —
ESTUDO 016 — INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — MATEUS — PARTE 011 — DATA DA
COMPOSIÇÃO
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/03/introducao-ao-novo-testamento-estudo_3.html
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO —
ESTUDO 017 — INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — MATEUS — PARTE 012 — IDIOMA ORIGINAL
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/06/introducao-ao-novo-testamento-estudo.html
INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO —
ESTUDO 018 — INTRODUÇÃO AOS EVANGELHOS — MARCOS — PARTE 001 — CARACTERÍSTICAS —
PARTE 001.
http://ograndedialogo.blogspot.com.br/2017/07/introducao-ao-novo-testamento-estudo_14.html
Que Deus abençoe a todos.
Alexandros Meimaridis
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