Esse artigo é parte da
série "Parábolas de Jesus" e é muito recomendável que o leitor
procure conhecer todos os aspectos das verdades contidas nessa série, com
aplicações para os nossos dias. No final do artigo você encontrará links para
os outros artigos dessa série.
Sermão 022
A Parábola das Ovelhas
e dos Cabritos
Mateus 25:31—46 — A
Parábola das Ovelhas e dos Cabritos
31 Quando vier o Filho
do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no
trono da sua glória;
32 e todas as nações
serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor
separa dos cabritos as ovelhas;
33 e porá as ovelhas à
sua direita, mas os cabritos, à esquerda;
34 então, dirá o Rei
aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do
reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.
35 Porque tive fome, e
me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me
hospedastes;
36 estava nu, e me
vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me.
37 Então, perguntarão
os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com
sede e te demos de beber?
38 E quando te vimos
forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos?
39 E quando te vimos
enfermo ou preso e te fomos visitar?
40 O Rei, respondendo,
lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus
pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
41 Então, o Rei dirá
também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o
fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.
42 Porque tive fome, e
não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;
43 sendo forasteiro,
não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso,
não fostes ver-me.
44 E eles lhe
perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro,
nu, enfermo ou preso e não te assistimos?
45 Então, lhes
responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um
destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer.
46 E irão estes para o
castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna.
Introdução
1. Existem
39 parábolas contadas por Jesus registradas nos Evangelhos.
2. A
Parábola das Ovelhas e dos Cabritos é contada exclusivamente por Mateus.
3. Esta
parábola trata de um tema extremamente complexo e desagradável. Mas mesmo sendo
desagradável, como está na Bíblia nós precisamos seguir o exemplo de Paulo e
expor todo “o conselho de Deus”.
4. O
tema tem a ver com o destino eterno das pessoas. Este assunto é tão delicado,
mesmo na revelação divina, que somente o próprio Senhor Jesus falou acerca
destas verdades. O apóstolo Paulo, o apóstolo Pedro, Tiago, Lucas e o autor de
Hebreus não usam as expressões inferno, fornalha acesa e geena. O apóstolo João
faz uso destas palavras bem como da expressão lago de fogo, mas ele se refere
ao que ouviu ou lhe foi mostrado por um anjo. Uma única exceção pode se
atribuída a João Batista que usa a expressão “fogo inextinguível”.
5. Este
assunto é tão controvertido que a maioria dos pastores prefere ignorá-lo ou, o
que é pior, se arvoram a ir contra o mesmo defendendo a idéia da aniquilação
dos ímpios.
6. Com
a ajuda de Deus queremos entender o que o Senhor Jesus quis nos ensinar nesta
parábola e como encontramos nela tanto palavras de advertência quanto de
consolação.
I. A Parábola.
A. Os Animais
1. Jesus inicia esta
lição chamando a atenção dos ouvintes para uma cena bucólica muito familiar aos
seus ouvintes.
a. Um
pastor possui um rebanho composto de ovelhas e cabritos. Estes animais são
muito distintos.
b. A
pelagem das ovelhas e dos cabritos são distintas como nós bem sabemos.
c. Cabritos
preferem comer folhas e brotos de plantas enquanto que carneiros preferem
pastar.
d. Mesmo
pertencendo a um mesmo pastor cabritos e ovelhas não se misturam.
e. Ovelhas
atendem ao chamado do pastor no final do dia enquanto que os cabritos muitas
vezes o ignoram.
f. À
noite as ovelhas preferem ficar ao ar livre enquanto os cabritos buscam abrigo,
pois não suportam o frio.
2. Jesus diz que o
pastor separa os cabritos das ovelhas.
a. No
Antigo Testamento as ovelhas eram vistas como símbolo de obediência silenciosa
e sua lã branca era entendida como símbolo de justiça. É assim que Jesus é
descrito como cordeiro de Deus.
b. Por
sua vez os bodes — cabritos adultos — foram usados como símbolo portador do
pecado:
Levítico 16:20—22
20 Havendo, pois,
acabado de fazer expiação pelo santuário, pela tenda da congregação e pelo
altar, então, fará chegar o bode vivo.
21 Arão porá ambas as
mãos sobre a cabeça do bode vivo e sobre ele confessará todas as iniqüidades
dos filhos de Israel, todas as suas transgressões e todos os seus pecados; e os
porá sobre a cabeça do bode e enviá-lo-á ao deserto, pela mão de um homem à disposição
para isso.
22 Assim, aquele bode
levará sobre si todas as iniqüidades deles para terra solitária; e o homem
soltará o bode no deserto.
3. A separação entre a
direita e a esquerda apenas indica os conceitos da época, que perduram até os
dias de hoje, de que o lado direito indica aquilo que é bom enquanto o esquerdo
é usado para se referir a algo sinistro, sombrio, mau e vil. Não existe nas
palavras de Jesus nenhuma conotação política moderna.
4. Todas as ovelhas e
todos os cabritos, indistintamente, serão trazidos à presença do pastor para
que faça a devida separação. Nenhuma será isentada nem dispensada.
B. O pastor.
1. Um fato que não pode
passar despercebido é que o mesmo Jesus que seria massacrado e morto em apenas
2 dias se apresenta como:
a. O
Filho do Homem – uma referência direta a
Daniel 7:13—14
13 Eu estava olhando
nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o
Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele.
14 Foi-lhe dado
domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as
línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu
reino jamais será destruído.
b. O
pastor que separa as ovelhas dos cabritos.
c. O
Rei e o Juiz.
d. O
filho de Deus já que chama Deus de Pai.
e. O
Senhor em cujas mãos se encontra o destino eterno das almas.
2. Essa separação é
algo comum no evangelho de Mateus:
a. João
Batista fala da separação entre o trigo — armazenado no celeiro — e a palha — queimada
em fogo inextinguível — ver Mateus 3:12.
b. Em
Mateus 13:30 Jesus falou do joio sendo separado do trigo e atado em feixes para
ser queimado.
c. Em
Mateus 13:49—50 — Jesus nos fala dos anjos vindo no tempo do fim para separar
os justos dos maus e de como os ímpios serão jogados em uma fornalha acesa.
d. Em
Mateus 25:12 Jesus diz às virgens néscias: “Não vos conheço”. E com isto a
impede de entrarem para as bodas.
e. Em
Mateus 25:30 Jesus nos diz que o servo negligente e mau foi lançado para fora,
nas trevas.
f. O
mesmo princípio da separação se aplica nesta parábola,
C. O Julgamento
1. O julgamento será
universal:
a. Todas
as nações serão reunidas diante do Juiz.
b. Seremos
julgados tanto de forma coletiva quanto de forma individual
2. A questão crucial
levantadas pelas expressões “benditos” e “malditos”.
a. Os
particípios no Grego do Novo Testamento: São chamados de particípios os
adjetivos verbais que são palavras que reúnem características tanto de verbo
como de adjetivo.
b. A
palavra grega εὐλογημένοι — eulogeménoi – benditos é um particípio do verbo εὐλογέω — eulogéo –
bendizer/louvar no tempo perfeito e na voz passiva. Em português podemos dizer
que o tempo perfeito no grego se refere a um estado atual que, geralmente, é
resultado de um acontecimento do passado. Somos benditos hoje e no dia do juízo
porque Deus nos abençoou no passado. O apóstolo Paulo diz que Deus nos abençoou
desta maneira antes da fundação do mundo.
c. Da
mesma maneira a palavra “preparado” traduz a expressão grega ἡτοιμασμένην — etoimasménen que é um particípio do verbo ἡτοιμάζω — etomimázo — preparar no tempo
perfeito e na voz passiva. Essa palavra nos ensina de modo inequívoco que não podemos preparar
nossa própria salvação nem fazer nada que possa contribuir para a mesma.
Não existe uma evolução espiritual como proposta pelos espíritas, nem uma
justiça de boas obras como proposta pela grande maioria das religiões,
especialmente a Católica Romana.
d. Seguindo
esta linha de pensamento a expressão grega κατηραμένοι — kateraménoi –
malditos, é um particípio do verbo καταράομαι — kataráomai — amaldiçoar no tempo perfeito e na voz passiva.
Assim temos que da mesma maneira que os salvos foram abençoados os ímpios foram
amaldiçoados por Deus.
e. Como
os salvos são convidados a entrar em um reino previamente preparado para eles
os ímpios são ordenados a entrar em um inferno que não havia sido preparado
para eles, e sim para o Diabo e seus anjos.
f. Diferentemente
da bênção que foi outorgada antes da fundação do mundo a Bíblia não diz nada a
respeito de quando a maldição foi proferida.
3. As distinções entre
benditos e os malditos.
Benditos
|
Malditos
|
Ovelhas
|
Cabritos
|
Colocados
à Direita
|
Colocados
à Esquerda
|
Vinde
Benditos de meu Pai
|
Apartai-vos
de mim
Malditos
|
São
convidados a tomar posse do reino
|
São
enviados ao fogo eterno
|
Vida
Eterna
|
Castigo
Eterno
|
4. A identificação
entre Cristo e Seu povo e as implicações em como o povo de Deus é tratado.
a. Quem
nos enviou ao mundo para pregarmos foi o Senhor Jesus.
b. Somos
seus representantes, não falamos em nosso próprio nome e sim em nome dele.
c. A
melhor ilustração desta verdade pode ser vista no encontro entre Jesus e Saulo
de Tarso quando este se encaminhava para a cidade de Damasco — ver Atos 9:1— 6.
5. Os atos de bondade mencionados
causam reações diferentes dos salvos e dos ímpios.
a. Os
salvos se surpreendem de saber que cada vez que fizeram algo certo o fizeram
para o Senhor o que é uma prova incontestável da sinceridade deles. As boas
obras não são a raiz que os salva e sim os frutos da graça que os salvou.
b. Os
ímpios também se surpreendem de saber que ao agir de modo errado estavam
errando contra o Senhor e Juiz de todos. Não existe pecado pior do que recusar
ouvir os emissários de Deus. As palavras de Jesus acerca das cidades
impenitentes e para as mulheres de Jerusalém são auto-evidentes.
Mateus 11:20—24
20 Passou, então, Jesus
a increpar as cidades nas quais ele operara numerosos milagres, pelo fato de
não se terem arrependido:
21 Ai de ti, Corazim!
Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se tivessem operado os
milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido com
pano de saco e cinza.
22 E, contudo, vos
digo: no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós
outras.
23 Tu, Cafarnaum,
elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno; porque, se em
Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teria ela
permanecido até ao dia de hoje.
24 Digo-vos, porém, que
menos rigor haverá, no Dia do Juízo, para com a terra de Sodoma do que para
contigo.
Lucas 23:27—28
27 Seguia-o numerosa
multidão de povo, e também mulheres que batiam no peito e o lamentavam.
28 Porém Jesus,
voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai,
antes, por vós mesmas e por vossos filhos!
II. Conclusão
1. O
filho do Homem é Rei e o Soberano Senhor e Juiz.
2.
Não existe meio termo acerca da resposta humana à obra salvadora de Cristo. Só
existem duas posições: aceitar ou rejeitar.
3.
Gostemos ou não destas idéias a conclusão de Cristo a esta parábola para os
dois grupos é que o veredicto para ambas as partes é final e irrevogável.
4.
Nossa decisão hoje determina nosso destino eterno. De que lado queremos ficar?
À direita com as ovelhas ou à esquerda com os cabritos?
5.
Como queremos passar para a eternidade? Como benditos ou como malditos?
OUTRAS PARÁBOLAS DE JESUS PODEM SER ENCONTRADAS NOS LINKS ABAIXO:
001 – O Sal
002 – Os Dois Fundamentos
003 – O Semeador
004 – O Joio e o Trigo =
005 – O Credor Incompassivo
006 — O Grão de Mostarda e o Fermento
007 — Os Meninos Brincando na Praça
008 — A Semente Germinando Secretamente
009 e 010 — O Tesouro Escondido e a Pérola de Grande Valor
011 — A Eterna Fornalha de Fogo
012 — A Parábola dos Trabalhadores na Vinha
013 — A Parábola dos Dois Irmãos
014 — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 1
014A — A Parábola dos Lavradores Maus — Parte 2
015 — A Parábola das Bodas —
016 — A Parábola da Figueira
017 — A Parábola do Servo Vigilante
018 — A Parábola do Ladrão
019 — A Parábola do Servo Fiel e Prudente
020 — A Parábola das Dez Virgens
021 — A Parábola dos Talentos
022 — A Parábola das Ovelhas e dos Cabritos
023 — A Parábola dos Dois Devedores
024 — A Parábola dos Pássaros e da Raposa
025 — A Parábola do Discípulo que Desejava Sepultar Seu Pai
026 — A Parábola da Mão no Arado
027 — A Parábola do Bom Samaritano — Completo
027A — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 1
027B — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 2 — Os Ladrões e o Sacerdote
027C — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 3 — O Levita
027D — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 4 — O Samaritano
027E — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 5 — O Socorro
027F — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 6 — O transporte até a hospedaria
027G — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 7 — O pagamento final
027H — A Parábola do Bom Samaritano — Parte 8 — O diálogo final entre Jesus e o doutor da Lei
028 — A Parábola do Rico Tolo —
029 — A Parábola do Amigo Importuno —
030 — A Parábola Acerca de Pilatos e da Torre de Siloé
031 — A Parábola da Figueira Estéril
032 — A Parábola Acerca dos Primeiros Lugares
033 — A Parábola do Grande Banquete
034 — A Parábola do Construtor da Torre e do Grande Guerreiro
035 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 001
036 — Introdução a Lucas 15 — Parábolas Acerca da Condição Perdida da Raça Humana — Parte 002
037A — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 001
037B — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 002
037C — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 003
037D — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 004 — A Influência do Antigo Testamento
037E — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 005 — Características Cristológicas da Parábola da Ovelha Perdida
037F — Parábolas de Jesus — Mateus 18:12—14 e Lucas 15:4—7 — A Parábola da Ovelha Perdida — Parte 006 — A importância das pessoas perdidas.
Que
Deus abençoe a todos
Alexandros
Meimaridis
PS. Pedimos a todos os nossos leitores que puderem
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Desde já agradecemos a todos.
otimo
ResponderExcluirObrigado Neves,
ExcluirDeus te abençoe,
irmão Alex
RECOMENDO QUE LEIA DE NOVO!!!
ResponderExcluirAmém glória a Deus aprendi hoje muito como é bom ser ovelha. Ela ouve e obedece o seu pastor nós temos que obedecer o nosso pastor que Deus colocou para cuidar de nós. E mais ainda o nosso eterno pastor Jesus👏👏👏👏👏👏😀😍
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